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domingo, 29 de maio de 2016

Seria razoável transferir ou adiar os jogos olímpicos de 2016?




Na semana passada, os meios de comunicação noticiaram que mais de 150 cientistas internacionais enviaram uma carta aberta enviada à OMS (Organização Mundial da Saúde) defendendo que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deveriam ser transferidos ou adiados em decorrência do surto de vírus Zika. Os especialistas alegaram que descobertas recentes sobre o micro-organismo tornam "antiética" a manutenção dos Jogos na cidade e pediram que a OMS reveja com urgência as suas recomendações, tendo escrito o seguinte:

"Toma-se um risco desnecessário quando 500.000 turistas estrangeiros, provenientes de todo o mundo, se dirigem aos Jogos e se expõem à cepa, antes de voltar aos seus países, onde a infecção pode se tornar endêmica"

Em resposta, a OMS descartou mudar ou transferir a sede das Olimpíadas por causa dos casos de zika no Brasil por entender que tais medidas não mudariam radicalmente a propagação do vírus pelo mundo. Contudo, foi dada uma recomendação às mulheres grávidas para que elas não viajem aos países ou regiões onde foram registrados casos de transmissão do vírus da zika o que, obviamente, inclui o Brasil e o Rio de Janeiro.

Que a escolha do Rio para sediar as Olimpíadas foi um terrível erro histórico, disto eu não discordo. Pois, num país onde seu povo carece de melhores escolas e hospitais, bem como transportes dignos e serviços mais eficientes, é uma tremenda falta de prioridade fazer caríssimos investimentos voltados para os grandes eventos esportivos. Porém, agora que as obras encontram-se praticamente todas prontas, em que muitos turistas já estão com as suas passagens compradas e os hotéis reservados, qualquer medida de cancelamento dos jogos previstos para agosto do corrente ano importaria num equívoco ainda maior.

Apesar da nossa crise política, dos crônicos problemas de violência urbana do Rio e das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, acredito que as Olimpíadas do Rio têm tudo para ser um sucesso. Sendo algo inédito no continente sul-americano, provavelmente receberemos muitos visitantes dos países vizinhos, como foi na Copa de 2014, e será mais uma ocasião para divulgarmos o turismo. Logo, precisamos aproveitar essa oportunidade que custou bem cara ao nosso povo a fim de que ao menos fique menor o déficit dessa má escolha feita na década passada.

Que prevaleça o bom senso!

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