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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Dá para sermos governados por um presidente "ficha-suja"?




Curioso como que cada vez mais se aprofunda a crise política brasileira... Onde estará o fundo desse poço? 

Apesar da pouca divulgação feita pelos jornais, o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) foi condenado na última terça-feira (03/05) pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O motivo seria a doação de dinheiro a campanhas acima do limite legal em 2014, de modo que o peemedebista se tornou uma "ficha-suja" e se encontra inelegível pelos próximos oito anos. Foi o que informou hoje (05/05) a promotora de Justiça eleitoral Dra. Claudia Ferreira Mac Dowell ao ser entrevistada pelo portal G1:

"Temer fez doação ilegal, como pessoa física, nas últimas eleições _para outros candidatos, nem foi para a campanha dele. Ele foi condenado a pagar uma multa de R$ 80 mil, eu achei pouco e recorri para o TRE. O TRE não concordou comigo e manteve a multa, mas ao fazê-lo, fez ele cair na Lei da Ficha Limpa, o que significa dizer que a partir de terça-feira o Michel Temer está inelegível por 8 anos"

É óbvio que a sanção não impede juridicamente Temer de assumir a Presidência num eventual impeachment de Dilma Rousseff (PT) como a própria promotora reconheceu. Mas, em termos morais, fica complicado o Brasil ser representado por um político que, neste caso, já não gozaria de idoneidade para ocupar o mais elevado cargo da nação. Principalmente se vier a nomear ministros envolvidos nos escândalos da operação Lava Jato.

Para o mercado é mais prático que Temer assuma o quanto antes a Presidência e, recuperando a governabilidade perdida com Dilma, coloque em dia a agenda econômica há tempos paralisada. Só que é complicado um país avançar verdadeiramente sem antes resgatar a credibilidade de suas instituições e aí não vejo outra saída melhor do que termos novas eleições presidenciais (ou gerais) para outubro deste ano.

Por outro lado, não nego que essa inelegibilidade de Temer possa até ajudar na coalizão de seu provável governo. Para tanto, ele terá que se colocar à disposição de toda a sociedade brasileira e da maioria dos partidos a fim de resolver os problemas emergenciais. Não será bom que se meta em assuntos polêmicos e nem tente executar as propostas do seu PMDB denominadas de "ponte para o futuro" porque, certamente, lhe faltará legitimidade popular para isso.

Portanto, fiquemos de olho, meus amigos, e vamos continuar defendendo a ideia de haver novas eleições via decisão do TSE.


OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a José Cruz da Agência Brasil.

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