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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Um feliz 2016




Olá, amigos.

Quem me acompanha pode ver que, ultimamente, não tenho tido muito tempo para blogar. Minha vida anda uma tremenda correria. Muito trabalho nesse final de ano e tenho ficado também absorvido cuidando da esposa que tem precisado muito de mim em dezembro.

Assim mesmo, quero aproveitar para passar rapidamente aqui e desejar um feliz 2016 a todos. Sei que há momentos em que não temos condições de redigir longos textos reflexivos (e olha que assuntos não faltariam), mas o que importa é mantermos contato mantendo os laços que estabeleci com algumas pessoas via blogue.

Portanto, recebam meus votos de um próspero 2016 e se preparem porque vem aí mais um ano olímpico e, provavelmente, mais protestos contra os nossos (des)governantes que estão afundando o país. Aliás, o que posso esperar para os próximos meses (depois que passar o Carnaval) são muitos protestos.

Um abraço e vamos juntos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O que acho do "impeachment" da Dilma...




Em sua original e pioneira biografia sobre o impeachment, o jurista e ex-ministro do STF, Dr. Paulo Brossard de Souza Pinto, falecido em abril do corrente ano, assim considerou:

"(...) a só eleição, ainda que isenta, periódica e lisamente apurada, não esgota a realidade democrática, pois, além de mediata ou imediatamente resultante de sufrágio popular, as autoridades designadas para exercitar o governo devem responder pelo uso que dele fizeram (...)" - Em O "impeachment", Pág 09

Verdade é que a admissão da denúncia assinada pelos doutores Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, solicitando a instalação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, não se trata de algo infundado. Afinal, as "pedaladas fiscais" podem vir a caracterizar uma conduta prevista na nossa legislação como crime de responsabilidade, consistente em irregulares manobras do governo para pagamentos usando os bancos públicos.

Mas o fato é que o processo de impeachment é algo de cunho político e isto permite dar uma interpretação de tal modo ao caso, sendo certo que a nossa Câmara Federal não goza hoje de um pingo de legitimidade moral para dar andamento a essa denúncia enquanto mantiver na Presidência da Casa o senhor Eduardo Cunha (PMDB).

Tão pouco tem o partido do referido parlamentar fluminense quaisquer condições de assumir o país visto que muitos de seus integrantes se acham envolvidos juntamente com o PT e o PP no maior escândalo de corrupção da história. Aliás, o próprio Cunha encontra-se já denunciado e vem usando dos poderes de seu cargo, bem como da influência que possui, para retardar ao máximo as ações do Conselho de Ética da Câmara.

Ora, que imparcialidade a nação brasileira poderá esperar de um julgamento desses?!

Conseguiremos confiar numa real faxina moral dentro da política do país com o simples afastamento da atual mandatária?!

Vivemos hoje um delicado momento de crise de credibilidade das instituições democráticas. Desde a época das manifestações de 2013 que ficou evidenciado o fato do povo brasileiro não mais enxergar a corrupção encarnada numa só pessoa ou num único partido. O cidadão comum compartilha do sentimento de que a safadeza generaliza-se por toda parte, nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e nas três esferas estatais (União, Estados e Municípios).

Diante desse clamor público que grita por justiça, por seriedade, por coerência e exige respeito pela dignidade humana, não vejo outro caminho senão o Brasil vivenciar uma reforma ética coletiva capaz de impor às nossas autoridades uma nova maneira de agir. Pois somente com a restauração da decência é que fará algum sentido punirmos um governante por causa das ditas pedaladas fiscais, cuja gravidade nem se compara com os atos ilícitos imputados ao senhor Eduardo Cunha e a diversos outros deputados acusados de corrupção.

Concluo dizendo que esse não deve ser o momento de silenciarmos. Passado o Natal e as festividades de final do ano, deve a nação retornar às ruas e defender uma nova política no país em que todas as quadrilhas do Poder Público fiquem de fora. Por isso, mais do que nunca, apoio o projeto de lei de iniciativa popular defendido pelo Ministério Público Federal (ler matéria MPF COLETA ASSINATURAS PARA APOIO A MEDIDAS DE COMBATE À CORRUPÇÃO E À IMPUNIDADE). E, sendo assim, como existe a necessidade de coleta de 1,5 milhão de assinaturas, devemos incentivar as pessoas para que assinem a proposta comparecendo na unidade da Procuradoria da República mais próxima.

Outra medida que precisa ser discutida, ao invés de se falar em coisas esdrúxulas do tipo "intervenção militar constitucional", seria apostarmos numa democratização radical dos partidos eleitorais e voltarmos a debater sobre o sistema parlamentarista. Neste, poderíamos apurar a responsabilidade dos governantes com maior amplitude através de mecanismos como o voto de desconfiança ou a moção de censura, obrigando a demissão de todo um ministério insatisfatório e mantendo a estabilidade do Estado.

Sem dúvida temos que combater a bandidagem na política com mais democracia e transparência, lutando por um sistema de governo com melhor dinamismo e sensibilidade aos anseios populares. Daí a necessidade desse Congresso primeiramente lavar a sua própria suja para então iniciarmos todos juntos um processo de reforma constitucional capaz de prevenir e de combater melhor a corrupção.

Quanto ao impeachment, ele é admissível, mas será conveniente do ponto de vista ético-político? No mérito, apenas poderá ser procedente caso haja uma coerência nacional capaz de justificá-lo.

É o que penso!


OBS: A ilustração acima foi extraída de uma matéria da EBC Agência Brasil com atribuição de créditos autorais a Rovena Rosa, conforme consta em http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-12/pm-diz-que-manifestacao-pro-impeachment-reuniu-30-mil-na-avenida-paulista

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Conchas que as crianças de hoje só acharão em museus...




No começo da tarde desta sexta-feira (04/12), ao caminhar pelo Centro de Mangaratiba, deparei-me com a nova sede do Museu das Conchas, situada no número 109 da Rua Rubião Júnior. Cuida-se de um dos únicos voltados exclusivamente para a exibição de coleção malacológica.

Sinceramente, eu nem sabia da existência desse museu aqui no município onde moro. Já tinha visto uma coleção de conchas no histórico casarão do Solar do Sahy, a qual veio a ser transferida para esse novo endereço junto com as peças que tinham num outro local relativamente distante do Centro. Este espaço anterior confesso que não cheguei a conhecer, muito embora já tivesse caminhado algumas vezes pelo bairro da Junqueira e pela Enseada de Santo Antonio.

Ao visitar o museu nesta tarde, lembrei-me dos velhos tempos de minha infância quando frequentava a casa da minha avó paterna em Muriqui, no mesmo imóvel onde atualmente resido junto com Núbia. Recordo que, ao brincar na praia, encontrava facilmente um montão de conchinhas na areia do mar e trazia umas comigo para o Rio de Janeiro. Chegava então na escola, ou mesmo na vizinhança, e mostrava para meus coleguinhas as carcaças de moluscos que tinha achado durante o fim de semana.

Passaram-se algumas décadas e hoje já não vejo mais nenhuma concha quando ando pela praia de Muriqui. Infelizmente, a devastação do meio ambiente tem exterminado a fauna no litoral sul-fluminense e em outros lugares do Brasil também. São inúmeros os empreendimentos econômicos atualmente existentes na esquecida Baía de Sepetiba que, aliados com a falta de saneamento básico e as ações predatórias continuamente praticadas, prejudicam a vida marinha.

Ora, que direito temos de exterminar espécies e impactar de tal maneira o ecossistema aquático?!

Será esse o planeta que iremos entregar para as gerações que vão nos suceder?!

A reflexão feita hoje por mim é que, caso já fosse pai, meus filhos só poderiam ver conchas indo a um museu ou acessando a internet. Essa ruim consequência dos nossos atos já seria perceptível entre a maioria das crianças do Estado do Rio de Janeiro nascidas no século XXI.

De qualquer modo, devemos reconhecer o valoroso trabalho do colecionador e mantenedor do museu, o Sr. Carlos Bernardo Servolino, Doutor Carlitos. A grande diversidade de peças lá expostas seria resultado de anos de pesquisa desse homem! Inclusive, a coleção reúne exemplares até de outros continentes como um que é proveniente da Grande Barreira de Corais (Austrália), com seus 157 quilos distribuídos por 1 metro de comprimento, 70 de largura e 50 cm de altura.

Ao todo, o acervo conta com algo em torno de 1.200 espécies de conchas de diversos países. Além disso, o museu possui uma biblioteca com aproximadamente 400 livros de malacologia. Trata-se de um lugar que, embora pequeno, vale a pena ser visitado por ser propício para conscientizarmos as pessoas quanto à preservação da natureza.