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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O amor que se manifesta pela unidade do povo de Deus!

A célebre "Oração Sacerdotal" de Jesus, encontrada no capítulo 17 do Evangelho de João, fala várias vezes sobre um ponto importante e que a Igreja tanto necessita nos dias atuais - recuperar a unidade.

O texto é bem mais longo do que o conhecido "Pai Nosso", o que dificulta a sua memorização, mas é tão profundo quanto. Além do mais, trata-se de uma oração feita por Jesus em favor de todos nós, incluindo os que, depois de seus discípulos daquela época, viriam a crer:

"Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." (Evangelho segundo João 17.20-21; versão de Almeida Revista Atualizada - ARA)

O que significa "sermos um"? Penso que esta unidade não pode ser outra senão vivermos todos como uma grande família. Uma família que se ama, onde os seus entes são capazes de sair da esfera do egoísmo e do individualismo para se sacrificarem em favor dos demais.

O mundo espera é que nós, discípulos de Jesus, sejamos capazes de revelar o Messias pela prática do amor. Jesus fez conhecer o Pai pelo amor com que amou os seus discípulos e a humanidade. Foi o que o Senhor pediu:

"Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja." (João 17.25-26; ARA)

Quando amamos os irmãos, estamos em comunhão uns com os outros e também em comunhão com Jesus. E, mesmo tendo o Senhor ascendido aos céus e assentado à direita da Majestade, o Espírito do Messias permanece em nós apesar de não o vermos com os olhos naturais e nem o apalparmos como puderam fazer os primeiros discípulos.

Infelizmente, olho para a Igreja de hoje e sinto o quanto estamos vivendo distantes desse maravilhoso projeto sonhado por Jesus e que foi experimentado pelos seus seguidores no século I. Com muitas palavras cansativas pregamos doutrinas capazes de atingir as mentes dos ouvintes, mas nos falta mostrar o Evangelho de uma maneira visível para que o mundo conheça o Messias, sabendo que a obra de Jesus não é apenas uma história que as pessoas da nossa cultura escutam em ocasiões como o Natal ou a Páscoa.

A mensagem que o pastor de congregação onde atualmente me reúno preparou para pregar neste domingo (não estive pessoalmente na minha congregação, mas recebi via e-mail), teve como título "Alcançando os Guetos" e trás uma parte que me chamou bastante atenção:

"O REINO NÃO É UM GUETO (...) E ele não está circunscrito a denominação A, B ou C, mas a todos quantos estão ligados na Verdadeira Videira que é Cristo e a partir de Sua Palavra examinada, compreendida, devidamente experimentada e vivida sinalizarmos o Reino neste mundo." - Pr. Robson Rodrigues

Ora, não me agrada olhar para a Igreja de Cristo e vê-la dividida em diversas denominações de modo que isto impeça a realização de projetos comuns e de praticarmos o amor!

Não dá para aceitar que aqui na cidade onde moro existam irmãos e outras igrejas passando necessidades!

Não me conformo quando ouço alguém dizer que um missionário enviado para uma terra distante teve que retornar porque deixou de receber ajuda financeira das pessoas e congregações que um dia se comprometeram a ajudar no seu sustento!

Sinceramente, acho que dá para combinarmos pluralidades de pensamentos e de concepção doutrinária com uma unidade de propósito, sem deixarmos de ser a grande família de Deus, tendo o Evangelho de Cristo como nosso alvo. Contudo, não são as diferenças de pensamento que tanto nos dividem e sim as nefastas disputas pelo poder dentro da Igreja e o fato das pessoas estarem se afastando da essência da mensagem evangélica.

Voltemos ao Evangelho!

Algumas semanas atrás, assisti um jovem seminarista pregando que, apesar de Paulo e Barnabé terem discutido e se separado, antes de começarem a primeira viagem missionária, eles não perderam o foco. Ambos continuaram pregando a Cristo e fazendo a obra de Deus. Barnabé foi para o Chipre com o seu sobrinho Marcos enquanto que Paulo partiu com Silas para outras regiões:

Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre, mas Paulo escolheu Silas e partiu, encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. Passou, então, pela Sìria e pela Cilícia, fortalecendo as igrejas. (Atos dos Apóstolos 15.39-41; Nova Versão Internacional - NVI)

Penso que se estamos indignados com o estado de divisão em que se encontra hoje a Igreja de Cristo, não basta expressarmos esta crítica. Penso que precisamos praticar de fato o amor entre as pessoas das nossas congregações, o que é capaz de expandir esse mover tal como foi com os primeiros discípulos quando congregavam em Jerusalém no primeiro século. E, segundo o texto de Atos, a quantidade de discípulos só aumentava:

Assim a palavra de Deus se espalhava. Crescia rapidamente o número de discípulos em Jerusalém; também um grande número de sacerdotes obedecia à fé. (At 6.7; NVI)

Que intrigante! O texto acima fala de sacerdotes. Mas, afinal, quem eram eles?

Sem dúvida que o autor refere-se aos sacerdotes do judaísmo, os quais eram da tribo de Levi e da descendência de Arão. Provavelmente fossem do partido dos saduceus e, tempos atrás, alguns deles tivessem concordado com o assassinato de Jesus.

Além do mais, é bom esclarecer que, no século I, ainda mais nos primeiros anos após a paixão de ressurreição de Cristo, não poderíamos falar na existência de uma religião cristã separada do judaísmo. Os discípulos de Jesus em Jerusalém eram judeus e permaneceram fazendo parte daquela cultura, indo ao Templo, comemorando as festas tradicionais, seguindo preceitos da Torá, circuncidando seus filhos e cumprindo votos. Inclusive, o livro de Atos deixa bem claro em diversas passagens que eles eram considerados uma facção dentro do judaísmo como os seguidores do Caminho ou, numa visão mais pejorativa, a seita dos nazarenos.

Curioso, mas não foram eles quem se separaram de seus irmãos judeus que se recusavam a aceitar Jesus como o Messias e, pelo comportamento amoroso que tinham, despertaram a fé nos corações até mesmo de alguns saduceus e fariseus.

Igualmente acredito que podemos despertar o amor e uma fé autêntica nos demais irmãos cristãos, sejam eles católicos ou evangélicos, bem como nas pessoas que não têm vida religiosa ou seguem uma concepção diferente. Não vejo outro jeito. Precisamos primeiro aprender a viver em família para que então outros compreendam a mensagem do Evangelho e queiram se juntar a nós.

Críticas de César Maia ao PNDH-3

Mesmo não concordando com 100% do que César Maia diz, vejo procedência em muitas das suas críticas ao PNDH-3. Minha preocupação maior é quanto à tentativa de controle da imprensa através do governo, um passo estratégico para a implantação do regime chavista no país pelo PT e fragilizar mais ainda a democracia brasileira. Infelizmente esta mensagem não alcança a maior parte da nossa população que é capaz de trocar sua liberdade por "um prato de lentilhas". Logo, precisamos abrir os olhos porque certamente o PT não está trabalhando apenas pela eleição da Dilma, mas pretende também colocar em Brasília um número grande de congressistas de esquerda, principalmente no Senado. Em São Paulo Lula está investindo muitos recursos nos candidatos do PT e do PCdoB. Ora, será que povo brasileiro seguirá os mesmos passos de Esaú quando vendeu por tão pouco a sua primogenitura?


sábado, 25 de setembro de 2010

Quando o Messias bate à nossa porta

“Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os seus anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram'. “Então os justos lhe responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?' “O Rei responderá: 'Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram'. “Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram'. “Eles também responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos?' “Ele responderá: 'Digo-lhes a verdade: O que vocês deixaram de fazer a algum destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo'. “E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna”. (Evangelho segundo Mateus 25.31-46; Nova Versão Internacional - NVI)


Ao proferir este ensinamento, provavelmente os ouvintes de Jesus já deveriam conhecer o trecho que fala dos pastores e das ovelhas do capítulo 34 do Livro de Ezequiel, onde o profeta diz que Deus julgará “entre uma ovelha e outra, e entre carneiros e bodes”(verso 17), numa evidente referência às pessoas da alta sociedade de Jerusalém que oprimiam os mais pobres. Assim, ambas as passagens bíblicas falam de um julgamento em relação ao rebanho, isto é, referem-se ao povo. E o Rei, descrito no Evangelho, é o Messias, o descendente de Davi que apascentará as ovelhas:

“Porei sobre elas um pastor, o meu servo Davi, e ele cuidará delas; cuidará delas e será o seu pastor. Eu, o SENHOR, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será o líder no meio delas. Eu, o SENHOR, falei.” (Ezequiel 34.23-24; NVI)

No entanto, um ponto que muito me chama a atenção na parábola de Jesus é que, durante o julgamento, o próprio Rei Ungido identifica-se com o sofrimento do seu povo, quando ele diz “o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram”. Ou seja, o Messias torna-se o nosso próximo.

Muitos, ao lerem este trecho do Evangelho, criam em suas mentes uma imagem de como será o julgamento final, enquanto outros põem em dúvida a doutrina da salvação pela graça. Só que o foco da mensagem é a prática do amor ao próximo manifestado no cuidado que precisamos ter quanto aos diversos tipos de necessitados. Isto porque a missão do Messias consiste na preparação do ser humano para que este compreenda e pratique o maior dos mandamentos – o amor.

Horas atrás, ao acessar um site judaico, encontrei a transcrição desse interessante conto que me pareceu bem adequado para fins de reflexão, sendo que destaquei em negrito o trecho que considero mais pertinente:



Uma escola espiritual ia muito bem até que, um dia, seus membros começaram a tentar mostrar uns aos outros que o jeito pessoal de cada um deles era o jeito mais correto de se louvar a D-us.
Isso obviamente começou a causar desavenças e as pessoas que frequentavam a escola começaram a sair. A escola começou a ficar vazia. 
Foi quando eles receberam a visita de um tzadik e perguntaram-lhe como fazer para que a escola voltasse a prosperar.
O sábio ficou lá uma semana e, antes de ir embora, lhes disse: "Eu não sei qual é o problema da escola de vocês. Só sei que um de vocês é o Mashiach."
Eles ficaram perplexos com tal afirmação e começaram a especular, cada um por si, sobre qual deles seria o tal Mashiach escondido. Assim sendo, começaram a pensar coisas do tipo: "Fulano poderia ser o Mashiach, pois veja como ele ora com fervor e paixão", ou "Siclano poderia ser o Mashiach, pois ele tem o coração mais puro de todos".
Desta maneira, eles começaram a se olhar apenas com Amor e, assim, tiraram a casca de seus corações que impedia que eles se conectassem pelos corações. Essa conexão é a que permite que entendamos que o outro está muito certo no caminho dele e que, nós não temos o direito de julgar se tal caminho é mais ou menos verdadeiro do que o nosso.
Assim, com essa aura de amor voltando a reinar ali, a Shechinah voltou a pairar sobre eles e as pessoas voltaram a frequentar a escola.
(publicado em http://yedacabala.blogspot.com/2010/06/pureza-do-coracao.html)



Muito bem! Tal como ocorreria numa sinagoga judaica, maiores perplexidades no meio dos cristãos podem ocorrer se algum pastor anunciasse em púlpito que o Messias estivesse no meio da congregação. Talvez alguns de nós suspeitaríamos da idoneidade do pregador supondo ser ele um falso profeta seguidor do anticristo, pois entendemos que qualquer um que for pregado como Messias será um usurpador.

Todavia, se prestarmos a atenção na essência do referido conto, entenderemos que o sábio da história não tinha por objetivo afirmar que um dos integrantes da escola fosse de fato o Messias tão esperado por Israel. O que ele disse serviu para despertar a consciência dos discípulos afim de que, tentando reconhecer o outro como o Messias, eles se reconectassem ao amor.

Sempre que acolhemos um irmão necessitado, estamos fazendo isto ao próprio Cristo. Ora, como poderemos amar a Deus, a quem não vemos, se deixamos de amar o próximo? Na primeira epístola de João, o amor que um homem diz ter por Deus é sabiamente confrontado pela prática de amor ao próximo já que podemos ver e tocar o nosso irmão:

Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão. (1Jo 4.20-21; NVI)

Por acaso temos condições de cuidar de Deus ou de Jesus? Lógico que não! Pois, ao ressuscitar e ascender aos céus, Jesus assentou-se à destra do Pai, recuperando toda a majestade que tinha antes da criação. Logo, só poderemos mostrar o nosso amor pelo Messias cuidando sem nenhum interesse próprio das necessidades dos irmãos.

Mas o que poderemos dizer acerca do julgamento contido na parábola de Jesus? Então aqueles que não demonstrarem amor estarão condenados ao fogo do inferno?

Bem, não podemos cometer o erro de achar que as Escrituras foram feitas para nos meter medo e pavor de Deus. Contudo, é preciso examinar a cada dia os nossos corações se realmente estamos dispostos a agradar a Deus.

Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade; e tranquilizaremos o nosso coração diante dele quando o nosso coração nos condenar. Porque Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas. (1Jo 3.18-20; NVI)

Que sejamos atentos às situações em que a vida nos coloca, pedindo força e coragem a Deus coragem para não deixarmos de amar! Pois é pelo amor que seremos reconhecidos como ovelhas de Cristo e não como "bodes", sabendo que o Messias pode estar a qualquer momento batendo à nossa porta.

Lembremos que existe uma Igreja sendo perseguida

Compartilho a seguir um vídeo das missões Portas Abertas Internacional que mostra cristãos em outras partes do mundo, sobretudo em países islâmicos, sendo perseguidos pelo governo ou pela sociedade. O mais cruel de todos é a Coréia do Norte de regime comunista.


Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se vocês mesmos estivessem sendo maltratados. (Epístola aos Hebreus 13.3; Nova Versão Internacional - NVI)


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR!

Bendize, ó minha alma, ao SENHOR,
e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR,
e não te esqueças de nem um só de seus benefícios.

(Salmo 103.1-2; versão de Almeida Revista e Atualizada - ARA)


Neste texto, o poeta deu uma ordem a todo o seu ser que louvasse a Deus!

Muitas das vezes, nós nos encontramos tristes por causa das diversas situações da vida. Nossas emoções querem nos conduzir ao abatimento, cavando um poço de depressão. As lágrimas rolam e não há como impedir.

Lamentar-se diante de Deus é uma antiga terapia que Davi e outros salmistas praticavam. Porém, depois de curtir todas as emoções tristes, os poetas israelitas tomavam a feliz decisão de se alegrarem desafiando todas as circunstâncias, conforme se lê no trecho do Salmo.

Mas será que temos motivos para bendizer a Deus em meio às nossas tristezas?

Para Davi, a quem é atribuída a autoria do Salmo 103, não devemos nos esquecer de nenhum dos benefícios de Deus. Nos versos seguintes do poema, o salmista lembra-se do perdão divino, da saúde restaurada e da justiça feita aos oprimidos, celebrando a Deus como um Pai misericordioso e compassivo. Ao final, encorajou aos outros para que seguissem o seu exemplo e louvassem o SENHOR.

Se, após desabafar toda a dor que há em seu coração, você olhar ao seu redor, perceberá que não faltam motivos para glorificar a Deus.

Que neste sábado que, biblicamente, inicia-se a partir do por do sol da sexta-feira, sejamos capazes de louvar a Deus com todo o nosso ser.

Aproveito a oportunidade para compartilhar um dos louvores do cantor Asaph Borba que é baseado no Salmo 103. Como o vídeo foi compartilhado no Youtube pela própria Adorarnet do Ministério Life, não vejo impedimentos jurídicos em incorporá-lo ao meu blogue usando um mecanismo de divulgação existente na internet.

Portanto...


Bendizei ao SENHOR, vós, todas as suas obras,
em todos os lugares do seu domínio.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR.

(Salmo 103.22; ARA)


Será que faltam bons candidatos a deputado nestas eleições?

Fico surpreso em saber que o palhaço "Tiririca", candidato a deputado federal por São Paulo, esteja em primeiro lugar nas pesquisas. Há quem entenda que este fenômeno não signifique um voto alienado, como escreveu César Maia em seu informativo eletrônico do dia 22/09/2010, o "ex-blog":


"O eleitor de São Paulo aponta muito mais para a antipolítica, ou seja, para a rejeição à política, para o desgaste dos políticos. Foi assim com Enéas, um milhão de votos, foi assim com Clodovil, é assim agora com Tiririca. Não é um voto alienado. É um voto daqueles que estão rejeitando a política, pelos fatos divulgados sistematicamente de desvios de conduta e, portanto, por responsabilidade -em boa parte- dos próprios políticos. A fala de Titirica dizendo "eu não sei nada de política, quando eu souber e estiver lá eu conto para vocês" é um transparente discurso antipolítico."


Procedem os comentários de César pois, realmente, a corrupção tem trazido muitas decepções do cidadão quanto à política. Porém, fica no ar a seguinte indagação: será que o eleitor não pode escolher opções melhores para representá-lo no Congresso Nacional do que Tiririca, Mulher Pêra, Maguila, Ronaldo Esper e outros que não têm nenhuma trajetória de luta na política brasileira? Acho que existem outros meios de ridicularizar a política errada sem jogarmos fora o nosso voto.


Escolha a vida!

Pode-se dizer que abraçar a fé cristã é uma atitude bem simples, pois não exige grau de escolaridade, uma formação cultural específica ou elevado conhecimento bíblico. Porém, é algo que requer uma escolha bem radical – decidir deixar o pecado.

Na minha leitura matinal de hoje (estou estudando mais uma vez Atos dos Apóstolos), refleti sobre a infeliz escolha de Félix que, vencido pelo medo, recusou-se a aceitar Cristo:

Alguns dias depois, veio Félix com sua mulher Drusila, que era judia. Mandou chamar Paulo e ouviu-o falar sobre a fé no Cristo Jesus. Mas, como Paulo se pusesse a discorrer sobre a justiça, a continência e o julgamento futuro, Félix ficou amedrontado e interrompeu: “Por agora, retira-te. Quando tiver mais tempo, mandarei chamar-te”. (Atos 24.24-25; versão e tradução da Bíblia de Jerusalém).

Segundo o contexto da narrativa, Paulo estava preso em custódia no palácio de Herodes, na cidade de Cesareia, isto é, no Pretório, que, naqueles tempos, era utilizado como residência oficial do procurador romano. O apóstolo sofria a injusta acusação de ter profanado o templo, mas o governador recusava-se a julgar sua causa para colocá-lo em liberdade e o mantinha encarcerado com más intenções de obter ganhos financeiros (propinas) e vantagens políticas.

Marco Antonio Félix, nomeado pelo imperador Cláudio para ser procurador na província romana da Judeia, governou aquela complicada região por quase uma década, entre os anos de 52 e 59 no primeiro século. Foi casado ilegalmente com Drusila, a qual era uma linda mulher da influente família de Herodes, filha do rei Herodes Agripa I e ex-esposa do rei Aziz de Emesa, da Síria. A união com uma bela jovem da nobreza local certamente beneficiava a sua gestão, além de satisfazer seus desejos sexuais. Segundo o historiador romano Cornélio Tácito, Félix “ocupava a posição de um rei, enquanto tinha a mente de um escravo, saturada com crueldade e lascívia” (História 5.9)

Lendo atentamente o texto bíblico, parece-me que, por alguns instantes, Félix teve o desejo de ouvir Paulo pregar acerca de Jesus. Até então, o governador apenas conhecia o cristianismo como uma seita do judaísmo, mas faltava-lhe conhecer Cristo. Porém, quando o apóstolo expôs sobre “a justiça, a continência e o julgamento vindouro”, Félix deixou ser dominado pelo medo e a pregação foi por ele interrompida.

Ora, quantas pessoas um dia chegaram a assistir um culto numa igreja, ou escutaram pregações pelo rádio, mas, quando foram confrontadas com o pecado, resolveram logo se afastar para não se sentirem incomodadas!

Abraçar a fé cristã não significa mudar de religião como se estivéssemos trocando de time de futebol ou de um partido político. É preciso que também haja arrependimento, isto é, conversão das trevas para a luz.

Pode-se perceber que a atitude de Félix assemelhava-se com a de Herodes, o qual, vivendo uma relação adulterina com Herodias, esposa de seu irmão Felipe, após ter sido confrontado com as firmes pregações de João Batista, determinou a prisão do profeta e o seu posterior assassinato. Entretanto, os Evangelhos contam que Herodes teve um certo respeito temeroso por João e penso que ele até mesmo o admirasse:

Assim, Herodias o odiava e queria matá-lo. Mas não podia fazê-lo, porque Herodes temia João e o protegia, sabendo que ele era um homem justo e santo; e quando o ouvia, ficava perplexo. Mesmo assim gostava de ouvi-lo. (Marcos 6.19-20; Nova Versão Internacional - NVI)

Que infeliz escolha faz o homem quando recusa arrepender-se e aceitar a salvação de Cristo para continuar se alimentando das migalhas de prazeres oferecidos pelo pecado! Pessoas deixam de experimentar a vida no Reino de Deus porque preferem continuar com um relacionamento ilícito, um trabalho desonesto ou se apegando a posições sociais que de nada lhe adiantarão quando descerem às sepulturas e muito menos poderão acrescentar algum significado às nossas vidas.

Que fim levaram Félix e Drusila? E quais benefícios eles fizeram em favor da humanidade? Uma nota na “Bíblia da Mulher” que dei de presente para a minha esposa conta que o seu final foi trágico:

“A vida de Drusila foi vergonhosa e desperdiçada. Antes de completar 41 anos, teve uma morte horrível e violenta. Enquanto estava com o único filho, Agripa, em Pompéia, o Vesúvio entrou em erupção, sepultando debaixo de toneladas de lava incandescente as cidades de Pompéia e Herculano, assim como Drusila e seu filho.”

Contudo, ao lado dos equivocados exemplos de vida, encontro não só na Bíblia como na vida real pessoas que, corajosamente, resolveram deixar o pecado para andarem com Deus. Recordo-me de um homem que, após frequentar várias reuniões de um grupo de estudo bíblico, abriu o seu coração e compartilhou conosco que tinha um relacionamento duplo com duas mulheres. Uma era sua esposa e a outra a amante. Em seu coração, ele já não se sentia mais satisfeito em permanecer com aquela situação, mas temia que a verdade viesse à tona a ponto de destruir seu casamento. Então, após o ouvirmos, oramos por ele. Dias depois, ele abriu o jogo com a amante e decidiu ficar só com a esposa, desfrutando a cada dia a incomparável aventura de caminhar com Jesus.

A maior dificuldade de tomar a decisão certa está dentro de nós e creio ser este o único obstáculo que precisamos superar na nossa escolha diária de seguir a Cristo. No livro de Deuteronômio, Moisés transmite a orientação sobre optar por obedecer a Deus encorajando os israelitas com estas palavras:

“O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance. Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: “Quem subirá ao céu para trazê-lo e proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?” Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: “Quem atravessará o mar para trazê-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?” Nada disso! A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso poderão obedecê-la (…) “Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e seus filhos vivam,” (Dt 30.11-14,19; NVI)

Será que vale a pena continuar vivendo sob o domínio do pecado e separado de uma vida com Deus? Certamente que não!

Em sua última noite na terra, após ter ceado, Jesus disse aos seus discípulos: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6; ARA). Também no mesmo Evangelho, o autor nos fala a respeito de Jesus: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (João 1.4).

Mesmo que o homem tenha feito as mais erradas escolhas, ele tem a grande chance de voltar-se para Deus através da fé em Jesus, o qual morreu em nosso lugar, levando os nossos pecados. Quando foi pregado na cruz, Jesus cumpriu a nossa pena e morreu e nossa morte afim de que todo aquele que o aceitar possa restaurar o relacionamento com o Criador.

Que possamos a cada dia escolher a Vida e nos convertermos a todo instante, exercendo nossa fé em Jesus!

Será esta a história que os nossos bisnetos contarão?

O ano era 2080 e os alunos estavam reunidos para mais uma aula de História. Sentados em meio círculo em volta de um telão interativo, todos aguardavam a professora terminar a chamada.

- Bom dia, alunos. Vocês estudaram a lição sobre o fim da era do petróleo?

Naquele mesmo instante, ao comando da voz da professora, apareceu no telão um mapa do político do mundo do começo do século XXI. Foi quando Marcelo levantou a mão para perguntar.

- Que país é aquele ali na América do Sul?

- Qual deles, Marcelo?

- Um que ocupa a maior parte do continente e aparece na cor verde.

- Bem. Este aqui era o Brasil. Ainda não ensinei a vocês sobre a história desse país, mas o programa prevê duas aulas sobre a América Latina.

Luísa interrompeu:

- Brasil! Terra do samba e do futebol?

- Não só de samba e futebol. - comentou a professora - O Brasil também era uma terra de muito verde, com belas praias, uma grande diversidade de animais e de ecossistemas tropicais.

- Era lá que ficava a floresta Amazônica? - perguntou José.

- Sim. A maior parte da antiga floresta, mas que também abrangia partes da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela e Guianas, compreendendo a bacia hidrográfica daquele que era o maior rio do mundo.

- E o que aconteceu com esta floresta? - indagou novamente José.

- Foi praticamente aniquilada pela ganância humana. Os governos brasileiros deixaram que as matas fossem cortadas e queimadas. No lugar das árvores plantaram soja e capim para a criação de gado. Depois de algumas décadas, várias partes do continente se transformaram em desertos, restando uma tórrida savana e trechos de mata acompanhando o rio principal. Muitas nascentes secaram e o Amazonas perdeu um percentual do seu volume de água.

- E ninguém fez nada? Deixaram que os brasileiros destruíssem esse patrimônio natural da humanidade? - questionou Débora.

- Infelizmente, não. Algumas ONGs e ativistas protestaram, mas os presidentes e deputados do Brasil pareciam não se importar. Os órgãos ambientais fingiam que fiscalizavam e nem sempre tinham condições de agir. Havia muita corrupção naquela época e os políticos estavam só afim de roubar.

- Foi assim que o Brasil se acabou. - disse Luíza.

A professora pensou por um breve instante e comentou:

- Não, Luíza. Foi assim que o Brasil começou. Desde o século XVI, os colonizadores do Brasil só queriam saber de roubar. Proclamaram a independência e os políticos continuaram roubando. Depois veio a república e nada mudou até que, em 1989, surgiu um candidato a presidente prometendo que iria prender os corruptos. Seu slogan era "caçador de marajás".

Interpretando literalmente a voz da professora, o sistema do telão exibiu figuras desenhadas que lembravam os marajás da antiga civilização indiana.

- Já sei! A senhora vai falar do Lula, não? - interveio Pedro.

- Ainda não. Estou me referindo ao Collor. O Lula até disputou as eleições com ele, foi para o segundo turno, mas perdeu naquele ano.

Uma imagem dos presidenciáveis de 1989 apareceu no telão da sala.

- Mas deve ter sido uma decepção e tanto, professora. Imagine um cara dizer que iria acabar com os corruptos e depois resolver exterminar os marajás. Imaginem quanta gente não deve ter morrido quando o Brasil resolveu declarar guerra à Índia. - interveio Michele.

A professora ficou emudecida com as palavras da menina enquanto Rafael, um aluno repetente, caiu na gargalhada e aproveitou para descontar na colega a sua frustração:

- Sua burra! Em 1980 nem existiam mais marajás na Índia e o Brasil nunca declarou guerra a um país asiático.

Repreendendo a atitude do aluno, a professora explicou quem eram os tais marajás:

- Michele, marajá era um apelido que Collor e a imprensa da época deram às pessoas que acumulavam altos salários e aposentadorias do governo através dos favores da política, bem como os corruptos. Collor dizia que iria combater os marajás, mas se tornou mais um deles até que, em 1992, resolveram fazer seu impeachment.

- Já sei! Foram os caras-pintadas! - exclamou Luíza.

- Também. - prosseguiu a professora - Mas foi graças à mídia e aos que também estavam interessados no poder. Depois da saída do Collor, os que pediram sua cabeça também se acharam envolvidos com corrupção. Primeiro foram Ibsen Pinheiro e os "Anões do Orçamento" e, no final, a própria quadrilha do PT.

- E o Collor depois não apoiou o Lula? - perguntou Pedro.

- Exatamente! Depois do período em que foi penalizado sem poder exercer seus direitos políticos, Collor conseguiu ser eleito senador. Em 2010, quando Lula lançou Dilma Rousseff para presidente, Collor estava com ela apoiando sua candidatura no Alagoas.

- Foi por causa dela que o Brasil acabou? - quis saber Rita.

- Não só por causa da Dilma, mas sim porque o Partido dos Trabalhadores e grande parte da nação cometeram o maior erra da história - explicou com tristeza a professora.

O telão exibiu o símbolo do PT e a professora fez uma pausa.

- O Brasil não soube valorizar o que havia de mais precioso. - continuou - Por causa da ganância o governo explorou petróleo irresponsavelmente nas camadas mais profundas do Oceano Atlântico, aquecendo mais a atmosfera e matando muitas espécies marinhas. O país tornou-se um dos principais poluidores do planeta.

- Professora, essa atividade econômica não gerou riquezas para a população brasileira? - perguntou Pedro.

- Sim. Gerou riquezas, mas que não foram distribuídas, as quais ficaram nas mãos de poucos, isto é, dos políticos e das empresas que se beneficiavam com o Estado brasileiro. As verbas destinadas para o bem estar social eram desviadas, as crianças passavam de ano sem aprender direito e as pessoas morriam aguardando atendimento nos hospitais públicos.

- Então qual foi o fim do Brasil? - indagou Taís enquanto abria seu lanche de algas comestíveis cultivada artificialmente.

- Por causa do PT o país ficou com uma elevada dívida pública. A moeda estava sobrevalorizada e os importados custavam menos do que os produtos da indústria brasileira. A iniciativa privada estava sem fôlego e quase todo mundo queria ser funcionário público. Quando o mundo parou de usar petróleo, a moeda se desestabilizou e a inflação voltou. Então, com a economia quebrada e a natureza destruída, o governo precisou pedir empréstimos ao FMI. Porém, o mundo não tinha mais dinheiro e o planeta estava passando por um interminável caos devido aos problemas climáticos com ondas de 100 metros, furacões, ondas de calor intenso e enchentes. Além do mais, a sociedade internacional estava bastante insatisfeita com o Brasil. - finalizou a professora desligando o telão.

O sino tocou e todos os alunos foram para o intervalo descansar. José e Débora foram juntos para a câmara de bronzeamento.

- Eu não sabia que o mundo de nossos avós tinha se acabado por causa do Brasil. - compartilhou Débora.

- Nem eu! - disse José - Pois sempre pensava que os grandes vilões da História fossem apenas os Estados Unidos e a China. Hoje vi que o Brasil foi um dos responsáveis por estarmos vivendo confinados nesta mega-espaçonave vagando pela imensidão celeste enquanto a natureza do planeta Terra se recompõe sem a interferência do homem.

- Pode ser que daqui uns 100 anos o clima fique mais estável na Terra e aí nossos bisnetos poderão voltar a morar lá em segurança.

- Como pretendo fazer engenharia ambiental pode ser que eu tenha a oportunidade de conhecer o planeta de origem da nossa espécie viajando numa dessas missões ecológicas de reintrodução de espécies animais previstas para começar daqui uns vinte anos.

- Não quero que você vá, José. Tenho medo de te perder. Prometemos que iríamos nos casar. Além do mais, a Terra ainda está contaminada com radioatividade por causa das bombas atômicas que o Irã explodiu no Oriente Médio.

- E parece que o Brasil foi cúmplice do programa nuclear iraniano.

- Vamos tirar essa dúvida com a professora, mas parece que sim.

- Bem que poderia existir uma máquina do passado, não é mesmo?

- Mas por que, amor?

- Porque, se fosse possível voltar no tempo, eu diria para todos os brasileiros não votarem no PT nas eleições de 2010.

- E eles votariam em quem?

- Na Marina Silva do Partido Verde. Uma lista do jornal britânico "The Guardian" colocou-a como uma das 50 pessoas que podiam ajudar a salvar o planeta...

- Vamos voltar pra aula! O sino vai tocar daqui a pouco e hoje temos o teste de física daquele professor maluco.

- Não acho ele maluco. Foi o professor Heitor quem convenceu o conselho dos povos da espaçonave que não compensava viajarmos para outras constelações a procura de novos planetas habitáveis. Ele provou com a sua tese de que poderíamos viajar pelo espaço numa velocidade super rápida capaz de abreviar o tempo para os habitantes da nave, projetando-nos para o futuro.

- E estamos vagando pelo espaço do mesmo jeito!

- Tá! Mas pelo menos não iremos repetir os mesmos erros sujando os planetas dos outros.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O amor de uma grande família

- Muito bem, meu amigo. Do que é que vamos tratar hoje?
- Que tal falarmos de família?
- Família. - Refletiu por um instante. - Bom, a minha você está vendo nesta casa. - Indicou com a cabeça as fotografias nas estantes: ele, quando criança, com a avó; ele, quando rapaz, com o irmão, David; ele com a mulher, Charlotte; com os dois filhos, Rob, jornalista em Tóquio, e Jon, especialista em computador em Boston. - À luz de nossas conversas nestas últimas semanas, a família ganhou mais importância.
- A verdade é que não existe base - continuou -, não existe um fundamento sólido no qual as pessoas possam se apoiar hoje em dia, a não ser a família. Depois que adoeci, isso ficou claro para mim. Quem não tem o apoio, o amor, os cuidados de uma família, não tem muito com que contar. O amor é supremamente importante. Como disse o nosso grande poeta, Auden, "Amem-se uns aos outros ou pereçam".
- Amem-se uns aos outros ou pereçam. - Tomei nota. - Auden disse isso?
- Amem-se uns aos outros ou pereçam - Morrie repetiu. - É bom, não acha? E é tão verdadeiro. Sem amor, somos pássaros de asas quebradas. Se eu fosse divorciado, ou vivesse sozinho, ou não tivesse filhos, esta doença seria muito mais difícil de suportar. Nem sei se conseguiria. Claro que receberia visitas, amigos, colegas, mas não seria o mesmo que ter pessoas que não vão embora. Não seria o mesmo que ter uma pessoa atenta tomando conta da gente, cuidando o tempo todo.
- Isso é parte do que significa família - prosseguiu. - Não é só amor, é também fazer os outros saberem que tem alguém cuidando deles. Foi disso que senti tanta falta quando minha mãe morreu, falta do que eu chamo de "segurança espiritual", de saber que existe uma família cuidando sempre da gente. Nada substitui isso. Nem dinheiro. Nem fama. - Nesse ponto ele olhou para mim e acrescentou: - Nem trabalho.
Constituir uma família era um dos itens da minha listinha das coisas que agente quer alcançar antes que seja tarde. Comentei com Morrie o dilema da minha geração: ter ou não ter filhos, que geralmente considerávamos como entraves, como forças que nos empurram para o papel de "pai" que não queremos assumir. Admiti abrigar um desses sentimentos.
Mas, quando olhei para o meu velho professor, imaginei como suportaria o vazio se estivesse na situação dele, nas portas da morte e sem família, sem filhos. Ele criou seus dois filhos e fez deles entes amorosos e dedicados que, como o pai, não se envergonhavam de mostrar afeto. Se Morrie quisesse, os filhos largariam tudo para passar cada minuto dos meses derradeiros de seu pai ao lado dele. Mas Morrie não queria isso.
- Não interrompam suas vidas - disse-lhes ele. - Se interromperem, essa doença terá arruinado três pessoas, em vez de uma.
Assim, mesmo estando à beira da morte, ele mostrou respeito pela vida dos filhos. Não admira que, quando eles estavam com o pai, havia entre os três muita afeição, muitos beijos, muitas piadas, muito contato físico, muito enlaçar de mãos.
- Sempre que me perguntam sobre ter filhos ou não ter filhos, nunca digo o que devem fazer - disse Morrie olhando uma fotografia do filho mais velho. - Só digo que não existe emoção comparável à de ter filhos. Nada substitui essa experiência. Não se pode experimentá-la com um amigo. Não se pode experimentá-la com uma amante. Quem quiser experimentar a emoção de assumir responsabilidade total por outro ser humano, e aprender a se dedicar no grau mais alto, precisa ter filhos.

(trecho do livro "A última grande lição: o sentido da vida de Mitch Albom, traduzido por José J. Veiga e publicado no Brasil pela editora Sextante)


O diálogo transcrito acima conta a experiência real de um homem que, no final de sua vida, podia reconhecer a importância dos relacionamentos familiares.

Infelizmente, nem todas as famílias são unidas. Muitos pais, ao envelhecerem, são esquecidos por seus filhos ou colocados num asilo onde passam o resto de seus dias no meio de pessoas estranhas que nem sempre estarão dispostas a amá-los.

Por outro lado, embora isto não seja uma regra absoluta, muitos recebem dos filhos a retribuição daquilo que semearam nas vidas de seus descendentes. Pais que sempre foram incompreensivos, abandonaram suas crianças ou agiram com implicância (há sogros que destroem o casamento dos filhos), colhem na proporção que plantaram de modo que só a prática do amor pode por fim ao processo pecaminoso dentro das relações humanas.

Quando olhamos para as boas famílias nas quais há amor entre os seus entes, nem sempre somos capazes de ver a aplicação de princípios básicos de vida nas relações entre as pessoas. Porém, a partir do momento em que passamos a meditar no harmônico entrelaçamento que há entre a sequência de bons comportamentos, podemos também entender que a família é um plano de Deus para a humanidade.

Para o comunismo a família é vista como uma "instituição burguesa" contrária ao ideal de igualdade entre os homens, motivo pelo qual algumas revoluções socialistas do século XX chegaram a retirar os filhos do convívio dos pais para educá-los dentro dos valores do marxismo através de frias instituições estatais. Porém, o maior erro desta concepção esquerdista foi ter visto a família como uma instituição social integrante do modo de produção capitalista.

O relato bíblico sobre a criação de Adão e Eva, em que todos os seres humanos descendem de um só casal, nutre a ideia de que todos procedemos de uma só família. Logo, se não fosse pelo pecado, o mundo inteiro poderia ser hoje essa grande família em que todos se ajudariam.

Ainda no Livro de Gênesis, assistimos a humanidade se dividindo por várias vezes. Primeiramente foi Caim quem se apartou dos demais depois do assassinato de seu irmão Abel, afastando-se da presença de Deus (Gn 4.16). Depois do dilúvio, a humanidade manteve-se unida para um propósito ruim e foi dividida em diversas nações, passando a falar idiomas diferentes. Foi então que Deus resolveu criar um povo santo para si - os israelitas - que fosse capaz de amar.

Curiosamente, nem a nação de Israel, que recebeu a Torá de Moisés, conseguiu ser essa família unida. Além do reino se dividir em dois com a morte de Salomão, os israelitas viveram em condições de desigualdade durante quase todo o tempo, desamparando órfãos e viúvas, oprimindo o pobre e o estrangeiro, praticando a usura, a escravidão e a injustiça, conforme denunciaram os profetas.

Quando a Igreja surge na época apostólica, aquela comunidade de discípulos de Jesus formada em Jerusalém conseguiu, por certo tempo, viver como uma verdadeira família (Atos 2.42-47; 4.32-35). Todos tinham um só coração e se achavam unidos com um propósito positivo - amar pessoas. Viviam o Evangelho com sinceridade a ponto de se desfazerem de seus bens para distribuírem o produto da venda entre os necessitados. Anos depois, quando novas comunidades surgiram pelas diversas nações existentes no mundo romano, nem a distância foi capaz de segurar este amor como se vê nas ajudas que as igrejas faziam entre si nos tempos de dificuldades, enviando doações de um continente ao outro em épocas de fome. Inclusive, tanto o livro de Atos como algumas epístolas de Paulo falam sobre a ajuda que eram recolhidas em favor dos irmãos que viviam na província da Judéia.

Não acho que a Igreja de Atos fosse perfeita. Tratava-se de uma Igreja formada por gente igual a nós, pois todos eles eram pessoas sujeitas às mesmas tentações e falhas de caráter. As lideranças também se desentendiam e dentro das comunidades surgiam falsos mestres, hereges, homens gananciosos e adúlteros que resistiam ao arrependimento. Nas cartas às sete igrejas de Apocalipse, podemos perceber claramente que apenas duas não foram reprovadas por Jesus.

Para não perder o foco deste texto, dispenso comentários sobre os crimes hediondos praticados pelos que se diziam cristãos no decorrer da História, os quais não frustram o ideal de ser a Igreja a grande família de Deus. O sonho de Jesus de construir o Reino de Deus através de uma Igreja que se ama permanece vivo, pois basta que estejamos dispostos a nos amar de verdade como Cristo nos amou.

Neste sentido, acredito que a nossa família natural serve apenas como um símbolo do projeto de Deus para a humanidade. O primeiro sentimento que une os pais aos filhos é a afeição que se baseia num instinto de proteção da cria. E, no caso do amor entre os cônjuges, também o primeiro sentimento é a atração erótica que a mulher faz despertar no homem. Só que estas duas manifestações da emoção humana não superam o ágape que é o termo grego usado para o amor bíblico, algo que está além dos sentimentos pois se baseia numa escolha espiritual de querer amar o próximo incondicionalmente a exemplo do bom samaritano da parábola de Jesus que nem conhecia o moribundo caído na estrada.

"We must love one another or die" (Devemos amar uns aos outros ou morrer), disse o inglês Wystan Hugh Auden em seu poema "September 1, 1939" citado Mitch Albom em seu diálogo. Porém, se retirarmos a conjunção "ou" substituindo-a por "e", a frase certamente ficaria deste jeito: AMEMOS UNS AOS OUTROS E VIVEREMOS!

Sem dúvida que se o mundo inteiro resolver se amar (não se aprende o maior dos mandamentos do dia para a noite), conseguiríamos projetar uma imagem do Paraíso na Terra. Toda a humanidade poderia dormir com portas abertas. Viveríamos sem muros como uma única família, compartilhando nossos bens, talentos e conhecimento em benefício uns dos outros. Com isto, os bancos iriam à falência, existiria menos exploração do trabalho alheio e os policiais, bem como os soldados, precisariam ser aproveitados em outro setor do funcionalismo público.

Não acredito que, enquanto o amor ainda conflitar com o ódio toda a humanidade se tornará esta tão sonhada família. Acredito sim que a Igreja poderá refletir uma imagem desse grandioso amor num planeta onde ainda reina o pecado, cumprindo imperfeitamente a sua função de "sal da terra" e "luz do mundo". Então, consequentemente, o mundo poderá receber a influência desse amor cristão e conhecer a verdadeira Vida.

Quem disse que crente só pode votar em crente?

Até hoje me deixa perplexo um raciocínio ainda existente no meio evangélico de que crente deve só votar em crente, pensamento este que quase transformou o Rio de Janeiro num estado teocrático. Recordo-me que, nas eleições para o Senado de 2002, os dois candidatos vitoriosos foram o atual governador Sérgio Cabral e o "bispo" Marcelo Crivella da Igreja Universal do Reino de Deus, sendo que o então pastor Manoel Ferreira também foi muito bem votado apesar de não ter sido eleito.

Apesar dessa tendência ainda persistir (muita gente nas igrejas diz que vai votar no Crivella por ele se dizer cristão), tenho observado mudanças significativas no perfil do eleitor evangélico com o surgimento de duras críticas à manipulação dos eleitores pelas lideranças pastorais. Para esse grupo, a candidatura de um pastor a cargos eletivos, ou mesmo o seu comprometimento com um político ainda que seja a declaração de apoio ao candidato em púlpito, significa corrupção dos valores bíblicos.

Entre uma tendência e a outra, posiciono-me mais próximo da segunda do que da primeira, mas sempre evitando radicalizar para não me tornar um cristão alienado já que nenhum cidadão pode se considerar apolítico capaz de abster-se de qualquer pronunciamento acerca dos rumos de sua comunidade bem como da nação e do planeta.

Nosso reino não é deste mundo, como disse Jesus, mas o fato é que estamos no mundo. É certo que não implantaremos o Reino de Deus na terra através da política eleitorais ou de guerras santas como nos tempos passados. Só que se eu vivo numa democracia, sou chamado em alguns momentos para decidir coletivamente, o que, na qualidade de cidadão, obriga-me a agir com responsabilidade e com ética não dando o meu voto para qualquer pessoa.

Mas nesta escolha, tenho que votar necessariamente em alguém que também seja cristão evangélico? Claro que não!

Analisando a história bíblica, vejo que Deus em seus planos infalíveis usou tanto homens crentes quanto descrentes. Dos reis de Judá da descendência de Davi, muitos escolheram os caminhos da perversidade e poucos seguiram fielmente a Torá, conforme Moisés havia prescrito. Porém, quando os judeus retornam do cativeiro babilônico, por volta de 539 a.C., Deus usou Ciro para libertá-los de modo que as Escrituras referem-se a ele como um ungido do SENHOR:

"Assim diz o SENHOR ao seu ungido: a Ciro, cuja mão direita eu seguro com firmeza para subjugar as nações diante dele e arrancar a armadura de seus reis, para abrir portas diante dele, de modo que as portas não sejam trancadas: Eu irei adiante de você e aplainarei montes; derrubarei portas de bronze e romperei trancas de ferro. Darei a você os tesouros das trevas, riquezas armazenadas em locais secretos, para que você saiba que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que o convoca pelo nome. Por amor de meu servo Jacó, de meu escolhido Israel, eu o convoco pelo nome e lhe concedo um título de honra, embora você não me reconheça. Eu sou o SENHOR, e não há nenhum outro; além de mim não há Deus. Eu o fortalecerei, ainda que você não tenha me admitido, de forma que do nascente ao poente saibam todos que não há ninguém além de mim. Eu sou o SENHOR, e não há nenhum outro. Eu formo a luz e crio as trevas, promovo a paz e causo a desgraça; eu, o SENHOR, faço todas essas coisas. (Livro de Isaías 45.1-7; Nova Versão Internacional - NVI)

Ora, quem foi o rei Ciro? Por acaso ele era judeu e representava a dinastia de Davi?

Ciro II da Pérsia, mais conhecido como Ciro, o Grande, reinou entre os anos de 559 a 530 a.C. e pertencia à dinastia dos Aquemênidas. Uns sustentam que ele fosse seguidor do mazdeismo (ou zoroastrismo), a religião oficial dos persas, enquanto que outros defendem que Ciro desenvolveu uma espécie de sincretismo, na certa com a finalidade de promover uma boa convivência cultural entre os diversos povos conquistados.

De qualquer maneira, o texto bíblico é claro ao dizer que o homem mais poderoso daquela época não conhecia o Deus único e assim mesmo o autor menciona Ciro como um "ungido", termo que também é aplicado aos reis de Israel e ao Messias. Ou seja, Deus escolheu um incrédulo para liderar o seu povo naquele momento, mostrando que o Senhor dos senhores sempre esteve no controle da história.

Mas o que diremos do nosso Brasil? Por acaso Deus escolheu alguém para representar (ou castigar) o nosso povo?

Responder esta pergunta acho que ninguém tem condições de falar com sinceridade, embora alguns digam por aí que Deus teria escolhido o candidato A ou B. Porém, apenas posso dizer que cabe a cada eleitor cristão votar com consciência, procurando discernir sob os variados pontos de vista quem será melhor para o país. E, neste processo, entendo que a razão crítica não pode ficar de fora.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O financiamento das campanhas eleitorais

Uma coisa super positiva que encontrei na página de campanha de Marina Silva na internet é a proposta de captação de recursos da candidata através de doações.

Geralmente, nas campanhas majoritárias no Brasil, os recursos dos candidatos vêm do "caixa dois". Em outras palavras, os políticos dependem do dinheiro da corrupção praticada nas três esferas de poder: federal, estadual e municipal. Coisa semelhante ao que aconteceu com o Arruda no Distrito Federal que, ao contrário de outros governadores no país, apenas vacilou com as informações...

É óbvio que, se um candidato gasta bem mais do que ele pode juntar com quatro anos de mandato, o dinheiro da campanha não pode vir do próprio bolso, sendo certo que as empresas colaboradoras nem sempre contribuem suficientemente (de maneira lícita).

Na cabeça de muita gente, seriam as empresas quem financiam os políticos. Porém, na atualidade, a participação dos empresários está mais condicionada aos benefícios que eles terão junto com os corruptos dos governos. Por exemplo, uma empresa séria geralmente dará uma contribuição mais simbólica e de valor bem menor do que aquelas que são destinatárias dos maldosos direcionamentos ocorridos nas licitações públicas, dentre as quais podemos incluir os "laranjas".

Infelizmente vivemos uma época em que o Estado se apropriou de grande parte da riqueza produzida no país através dos impostos o que, no caso do Brasil, chega a ser absurdo. Com isso, é o próprio dinheiro público desviado que tem servido para financiar os candidatos governistas.

Em outros países, o controle sobre gastos dos candidatos é mais severo embora seja bem natural uma empresa contribuir para a campanha. Nas eleições do republicano George W. Bush para presidente dos Estados Unidos, por exemplo, foi notório que ele recebeu muito mais das indústrias de armamentos do que o seu concorrente democrata Al Gore. Ainda assim, há rigorosos limites para as contribuições de pessoas físicas e jurídicas às campanhas eleitorais, sendo que lá a fiscalização da sociedade é bem maior do que no Brasil.

Embora países da Europa e da América do Norte estejam na prática buscando adotar mecanismo de proteção contra os grandes financiadores (recentemente a França adotou com exclusividade o financiamento público*), vejo o Brasil ainda muito longe disto já que grande parte dos recursos vem dos famosos caixa dois. Neste sentido, a proposta de Marina, embora inovadora, é mais ideológica do que prática, mas busca despertar a consciência de uma minoria formadora de opinião apontando uma outra maneira de se fazer política ainda pouco conhecida pela própria classe média. Assim, a candidata dos Verdes, ao explicar no seu site de campanha para onde vai o dinheiro arrecadado, diz que é "fundamental no aprimoramento da democracia" um candidato "ter doações de várias fontes" mesmo sendo "pequenas", o que permite deixar de depender dos "grandes doadores".

Mas será que algum dia a população brasileira tão acostumada a pedir ajuda para os políticos vai se conscientizar sobre a importância de contribuir para a campanha de algum candidato? Verdade é que muitas pessoas de condição humilde nem conseguem perceber o que há de errado na compra de votos. Eleitores que estão precisando de dinheiro pra comer, comprar remédios ou terminar a obra da casa não têm a consciência de que, por exemplo, estão trocando um hospital ou uma escola por coisas do tipo saco de cimento, cesta básica, etc...

Em 2008, fui fiscal do PSDB nas eleições municipais trabalhando para o nosso candidato a prefeito que era do PDT. Fiquei a maior parte do tempo na seção eleitoral e pude observar qual era o perfil dos nossos eleitores, bem como a falta de informação das pessoas e as dificuldades que muitas delas tinham até para apertar os botões da urna eletrônica. Naquele dia, pude constatar que, mesmo nos dias de campanha, estávamos diante de um público totalmente diferente.

Como convencer o eleitor brasileiro a colaborar financeiramente com as campanhas de seus candidatos? Fica aí a questão que talvez só encontre respostas para daqui muitas décadas. Ou então no outro século, caso o planeta sobreviva até lá.


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(*) A França proibiu o financiamento de pessoas jurídicas e sindicatos. Segundo Caetano Araújo, consultor do Senado brasileiro, a distribuição dos recursos entre os partidos obedece, em partes iguais, ao número de votos obtidos nas eleições para a Assembleia Nacional e ao número de parlamentares filiados ao partido.

Conflitos de vizinhança

Muitos são os motivos de brigas entre vizinhos, as quais, em diversas vezes, chegam a parar na Justiça ou até mesmo na Polícia. Os problemas mais comuns costumam estar relacionados ao direito às vagas de garagem nos condomínios, rateio de despesas, construção de muros, abertura de janelas e danos provocados por uma obra mal feita capaz de afetar a estrutura de outros imóveis. Porém, a maior das queixas dos dias atuais parece ser o barulho. Principalmente nos apartamentos ou nos grupos de casas muito próximas situadas ao lado uma da outra.

Normalmente o que as pessoas reclamam acerca do barulho tem a ver com as festas, aparelhos de TV ou de rádio que ficam ligados até tarde, vizinhos do andar de cima que, frequentemente, arrastam a mobília, discussões de casais, latidos de cachorro e, pasme, até o choro dos inocentes bebês. E quem se irrita com a poluição sonora acaba ampliando os ruídos dentro de si, permitindo que os acontecimentos exteriores roubem sua paz.

Contudo, a convivência dentro das cidades exige que aprendamos a nos relacionar com mais respeito e, ao mesmo tempo, termos mais tolerância quanto aos costumes alheios. O morador de um apartamento não pode ser hostilizado por causa do choro de seu filho de meses. Criar um animal de pequeno porte que não faça muito barulho, mesmo contrariando a convenção condominial, já tem sido reconhecido pela Justiça como um direito do morador de maneira que ninguém mais pode se opor ao fato de termos um gato ou um cachorro como seus vizinhos. Quanto às festas, deve-se regrar apenas os horários conforme a intensidade dos ruídos visto que não seria razoável um síndico proibir aniversários ou uma confraternização entre amigos.

Num conflito entre vizinhos, se conversarmos com cada parte, perceberemos que ninguém tem completa razão no seu pleito. Uma pessoa que exige o cumprimento de normas pode estar motivada por mera implicância com a outra ou agindo com má-fé visando outros interesses. Quando comparecem numa audiência de conciliação na Justiça, dificilmente entram em acordo porque nem o autor e nem o réu querem ceder. Por isso, é muito comum, nos processos de Juizado Especial Cível (o antigo Pequenas Causas), o reclamado ainda contra-atacar formulando o que a lei chama de pedido contraposto.

Como advogado, costumo evitar casos que envolvem brigas entre vizinhos ou parentes, sendo que me recuso a alimentar a picuinha de pessoas mal resolvidas pois não quero fazer de tais conflitos uma fonte de lucro. Ainda mais sabendo que há injustiças bem mais relevantes acontecendo no mundo, como se vê nos hospitais públicos onde pacientes não estão recebendo apoio jurídico diante das graves injustiças praticadas nas unidades de saúde. Porém, uma das primeiras causas que peguei na época em que me saí da faculdade era uma briga entre dos vizinhos de área rural que tinha a ver com os riscos de queda de uma árvore. Meu cliente sentia-se ameaçado com a possibilidade de queda de um enorme eucalipto do imóvel confrontante e me trouxe laudos da Defesa Civil comprovando isso. Ganhamos a causa, obtendo uma liminar logo no começo para que o vizinho cortasse a árvore dentro do prazo estipulado pelo juiz, o que foi obedecido. Só que, evidentemente, havia muito mais coisas do que aquela simples controvérsia envolvendo o vegetal.

Mas falando em processos judiciais sobre briga de vizinhos, lembrei-me de um engraçado caso que aconteceu alguns anos atrás na comarca de Paracambi, interior do Rio de Janeiro, envolvendo um galo histérico, onde a decisão inicial foi proferida pela polêmica juíza de direito Dra. Mônica Labuto. Não cheguei a ver os autos e nem fui lá assistir a audiência (Nova Friburgo fica bem distante de Paracambi), mas tenho a suspeita de que o conflito aconteceu por causa do barulho da ave, tirando minhas conclusões pelo que li na internet e compartilhei em comunidades do Orkut. Na época, a magistrada negou-se a julgar o caso declarando-se impedida:

"DECLARO-ME SUSPEITA PARA O JULGAMENTO DA LIDE EM RAZAO DO DISPOSTO NO ART. 135 C/C 409, I DO CPC EM RAZAO DOS ESCLARECIMENTOS QUE PASSO A PRESTAR.1-ESTA MAGISTRADA, NOS DIAS UTEIS, PENOITA NA CIDADE DE PARACAMBI, SENDO QUE USUALMENTE EM HOTEIS. POR CERCA DE 3 OU 4 VEZES, ESTA MAGISTRADA PERNOITOU NA CASA DE AMIGOS SITUADA NA RUA VEREADOR ANTONIO PINTO COELHO, QUE FICA A CERCA DE 50 METROS DA RUA KARDEC DE SOUZA, Nº885, OCASIOES EM QUE NAO CONSEGUIU DORMIR PORQUE UM GALO CANTAROLOU, ININTERRUPTAMENTE DAS 2:00 AS 4:30 HS DA MADRUGADA, O QUE CAUSOU PERPLEXIDADE, JA QUE AVES NAO CANTAM NA ESCURIDAO, COM EXCECAO DE CORUJAS E, ADEMAIS, O GALO PAROU DE CANTAR JUSTAMENTE QUANDO O DIA RAIOU.2- A MAGISTRADA PERGUNTOU AOS SEUS AMIGOS PROPRIETARIOS DO IMOVEL SE SABIAM AONDE RESIDIA O TAL GALO ESQUIZOFRENICO, SENDO QUE OS MESMOS DISSERAM DESCONHECER O SEU DOMICILIO.3- AO LER A PRESENTE INICIAL, CONSTATOU A MAGISTRADA QUE O ENDERECO ONDE SE ENCONTRA O GALO E MUITO PROXIMO DA CASA DE SEUS AMIGOS, RAZAO PELA QUAL, CONCLUIU QUE O GALO QUE LHE ATORMENTOU DURANTE AQUELAS MADRUGADAS SO PODE SER O MESMO QUE O OBJETO DESTA LIDE, DEVENDO SE RESSALTAR QUE A JUIZA NAO CONHECE NEM O AUTOR E NEM O REU.4- CONSIDERANDO QUE ESTA MAGISTRADA NUTRE UM SENTIMENTO DE AVERSAO AO REFERIDO GALO E, SE DEPENDESSE DE SUA VONTADE, O GALO JA TERIA VIRADO CANJA HA MUITO TEMPO, NAO HA COMO APRECIAR O PEDIDO COM IMPARCIALIDADE.5- HA DE SE SALIENTAR QUE O ART. 409 DO CPC DISPOE QUE O JUIZ DEVE SE DECLARAR IMPEDIDO SE TIVER CONHECIMENTO DE FATOS QUE POSSAM INFLUIR NA DECISAO E, NA PRESENTE LIDE, ESTA MAGISTRADA SE COLOCA A DISPOSICAO PARA SER TESTEMUNHA DO JUIZO CASO SEJA NECESSARIO.REMETAM-SE OS AUTOS AO JUIZ TABELAR". (decisão proferida no Proc. n° 2007.857.000344-6, no Juizado Especial Adjunto Cível da Comarca de Paracambi do Estado do Rio de Janeiro)

Que fim levou o caso do galo?

Como já disse, não tenho condições de afirmar e os autos já foram até incinerados depois de seis meses de arquivamento no Tribunal de Justiça do Rio. Apenas sei, conforme as movimentações registradas na internet, que tudo acabou num acordo entre as partes na audiência de 15/08/2007 e compartilhei isso na comunidade "Casa dos Advogados" no Orkut.

Infelizmente, nem todos os conflitos entre vizinhos são engraçados. Alguns acabam até em homicídio e só depois as pessoas descobrem o terrível mal que fizeram ao cultivarem o ódio e o rancor dentro de si. E, mesmo quando um não mata o outro fisicamente, há um assassinato espiritual capaz de atingir a paz, a honra e a estima de alguém.

Às vezes, para que sejamos respeitados, precisamos primeiramente respeitar quem está ao nosso lado, em cima ou no andar de baixo. No Sermão da Montanha, Jesus falou que devemos dar a outra face, o que, sob um certo aspecto, significa tomar a iniciativa de pedir perdão e admitir os nossos erros antes do adversário reconhecer os dele, abrindo mão de direitos ao invés de insistirmos na nossa própria versão dos fatos.

"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes." (Evangelho segundo Mateus 5.38-42; ARA)

Diferentemente dos amigos e do cônjuge, não podemos escolher quem serão os nossos vizinhos e parentes. Logo, não nos resta outra opção senão aprendermos a amá-los incondicionalmente. Assim, dar a outra face torna-se a conduta mais adequada para que o homem possa exercitar a sua tolerância para com o próximo e promover a paz.

"Bem-aventurado os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus." (Mateus 5.9; ARA)

sábado, 18 de setembro de 2010

Salmo 139: o Deus que sonda os corações e nos conhece

Maravilhoso este louvor de Asaph Borba, postado pela própria Adorarnet no Youtube! Tive o privilégio de conhecer o Asaph alguns anos atrás quando ele veio a Nova Friburgo e pregou na Igreja Evangélica Maranata, ocasião em que compartilhou sobre suas missões pelo Médio Oriente, pregando na Jordânia, Israel e Egito. Gosto muito de seus louvores e aproveito para compartilhar uma canção que se acha disponível na internet.

Adeus, inverno!

O inverno de 2010 está se despedindo e já não sinto nem um pouco de saudades do frio.

Posso dizer que, neste ano, esfriou pouco aqui na cidade onde eu moro. Em julho, as temperaturas não baixaram tanto desta vez, mas, mesmo assim, precisei quase que diariamente vestir meias nos pés e por um suéter para agasalhar o peito. Na prática, todos os dias de junho até agosto dormi com meias e, por várias vezes, fiquei em casa de pantufas. Mas, quanto ao meu poncho boliviano, poucas vezes saí na rua com ele.

Em setembro com esse tempinho seco, posso até me esquecer do frio durante algumas horas do dia. À noite, a temperatura sempre cai. Porém, pude tirar a bermuda do guarda-roupa neste mês, bem como ficar com as mangas de fora e transitar sem as meias calçando o meu confortável chinelo.

Setembro é o momento certo para alguém entrar na dieta e começar a malhar. Se até agora você não conseguiu adequar seus hábitos alimentares durante o ano, esqueça o passado. Na primavera, os dias mais longos e a elevação da temperatura ajudam bastante a perder peso evitando o excesso de doces e ficamos mais animados para levantarmos mais cedo da cama e encarar a ginástica. Atividades como correr, nadar, ou simplesmente caminhar, têm tudo a ver com a volta do calor. E, não demora muito, teremos como incentivo as belas flores que vão desabrochando nos jardins tropicais do Brasil.

Além disso, o final do inverno também é uma boa época para adquirir roupas de frio para o próximo ano a um preço que vale a pena. Se você não se interessa tanto pela moda, como é o meu caso, aproveite para investir agora porque as lojas vão querer se livrar das peças que não conseguiram vender para colocarem nas vitrines o estoque de primavera/verão.

É uma pena que a paisagem ainda não esteja muito bonita nestas últimas semanas do inverno. Não somente aqui em Nova Friburgo, como na maior parte do país, a natureza agoniza com tantas queimadas que devastam inúmeros Maracanãs de florestas, empobrecendo a nossa biodiversidade e contribuindo para a extinção de muitas espécies animais. Entristece saber que um passarinho prefere morrer no incêndio com seus filhotes do que abandonar o ninho.

Contudo, mesmo que o homem não interferisse tanto no meio ambiente, muitos incêndios ocorreriam nesta época pois o fogo é um elemento que fez parte da vida como um agente da seleção natural. Trata-se de um instrumento projetado pelo Criador para transformar a superfície da terra permitindo que as florestas se renovem e o sol penetre nas áreas que até então se achavam carentes de luminosidade.

Tanto a neve como o fogo criam um ambiente hostil. Deste modo, o inverno pode significar uma época de grandes dificuldade nas nossas vidas. Uns chegam a identificar o inverno com a velhice, mas eu já não encaro desta forma porque pra mim a vida não acaba quando morremos. Porém, considero que possamos atravessar vários momentos de "inverno" de modo que precisamos sempre procurar compreender qual é a estação ou tempo que estamos vivendo. É o que nos ensina a sabedoria hebraica no Livro do Pregador, cuja autoria é atribuída ao rei Salomão:

"Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu:
Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,
tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar e tempo de jogar fora,
tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz."

(Eclesiastes 3.1-8; Nova Versão Internacional - NVI)

Embora as sociedades urbanas tenham se esquecido, eis que, nos tempos bíblicos, a vida do homem estava muito ligada à terra. Começava-se a lavrar a terra ainda no inverno para colher a partir da primavera. E a época da colheita significava alegria e fartura, um momento para os povos antigos celebrarem a vida.

Nos tempos de hoje, mesmo que o nosso cotidiano esteja tão distante dos acontecimentos do meio campestre, precisamos entender quando que o inverno já é passado nas nossas vidas. É quando Deus nos chama para enxugarmos as lágrimas, deixarmos de lado o luto e nos abrirmos para a celebração de um novo começo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Política de cidades do interior

Quase não tenho ouvido nas ruas as músicas dos candidatos a presidente nestas eleições. Também não é para tanto. Nova Friburgo, a cidade onde moro no interior Rio de Janeiro, tem apenas 141.776 eleitores (dados do TRE em 2008), de modo que, por aqui, ainda nem existe o segundo turno nas eleições municipais para prefeito.

Para os friburguenses, pode-se dizer que Brasília é algo meio virtual. E, se eu não tivesse ido até lá escondido de minha família numa manifestação estudantil dos anos 90, quando tinha meus 17 anos, poderia jurar de pés juntos que a capital federal talvez fosse uma lorota tão bem contada quanto a viagem do homem a Lua. Diria que Brasília é uma invenção dos norte-americanos, dos militares ou dos políticos que fingem trabalhar.

Mas falando sério (este país de sério não tem nada), a verdade é que Brasília de fato está muito distante das pequenas cidades brasileiras, uma esfera de poder que de longe interage conosco determinando um expressivo percentual das nossas verbas municipais, sustentando a educação e a saúde de milhões de munícipes. É um ovni pousado sobre o Planalto Central que apenas dita as regras para os caipiras do país sem que seus representantes interajam conosco pessoalmente.

Faz muitos anos que Nova Friburgo não recebe um chefe de Estado. Nos tempos do Império, isto aqui ainda foi um lugar importante. Sim. Dom Pedro II, embora gostasse mais de Petrópolis, veio várias vezes pra cá. É o que nos conta a ilustre historiadora da Universidade Cândido Mendes Janaína Botelho em seu artigo publicado no jornal local A Voz da Serra, revelando um dos segredos do monarca:


“O que tanto fazia D. Pedro II em Nova Friburgo? Há o registro de diversas passagens do Imperador à cidade. De acordo com a ata da Câmara de 1868, Nova Friburgo recebeu a visita de Sua Augusta Majestade Imperial nesse ano. Essa notícia é confirmada pelo jornal O Nova Friburgo, de 1935, onde a princesa Izabel escolheu a Cascata Pinel para oferecer à embaixada chilena uma “festa campesina”, contando com a presença do ilustre imperador, d. Pedro II, e do marido da princesa, o conde d’Eu. Em 18 de dezembro de 1873, d. Pedro II retornaria a Friburgo a convite de Bernardo Clemente Pinto Sobrinho, o segundo barão de Nova Friburgo, para inauguração do prolongamento da Estrada de Ferro Cantagalo, no trecho de Cachoeiras a Friburgo. Já em 1874, a vinda do imperador a Nova Friburgo foi para acompanhar a princesa Izabel em um tratamento à base de hidroterapia em razão de sua suposta infertilidade. Nessa ocasião, veio acompanhado de sua amante, a condessa de Barral, dama de companhia da princesa. Casado com d.Teresa Cristina, o imperador teve um delicado e misterioso romance com a baiana, a condessa de Barral. Numa época de casamentos arranjados, d.Pedro II encontrou a sua “alma gêmea”, como ele relata em seu diário, numa mulher inteligente, despojada, culta e que vivera boa parte de sua vida em Paris. Ficaram todos hospedados no Hotel Leuenroth. D. Pedro II retornaria a Friburgo dois anos depois, em 1876. De acordo com o livro de Alcindo Sodré, Abrindo um cofre, d. Pedro II passou um vasto período em Friburgo, já que em sua correspondência com a condessa de Barral, cita o nome da cidade em diversas ocasiões. Veio a Friburgo possivelmente para tomar as duchas do Instituto Hidroterápico”


Ainda na República, alguns presidentes visitaram a cidade, dentre os quais o populista Getúlio Vargas. Em 1943, ele passou pela serra para inaugurar uma unidade da LBA (Legião Brasileira de Assistência). E temos aqui, numa de nossas principais praças, uma estátua em homenagem a ele e há quem diga que Vargas possa ter se inspirado no estatuto da extinta Sociedade União Beneficente Humanitária dos Operários, fundada em 1894, para implantar algumas normas do seu plano de seguridade social.

No entanto, a verdade é que, nos dias atuais, nenhum dos principais candidatos a presidente veio até aqui pedir votos. Num de meus debates do Orkut com um vereador friburguense candidato a deputado federal pelo PSDB, ameacei dizendo que sairia pelado na Praça Getúlio Vargas se ele conseguisse trazer o José Serra até nós. Isto porque, no ano passado, o ilustre edil havia decidido agraciar o homem forte do seu partido com um título de “Cidadão Friburguense”, apesar de haver tantas outras pessoas na cidade que, anonimamente, desenvolvem um espetacular trabalho social sem nenhum apoio institucional. E, mesmo com tamanha bajulação, Serra nem ao menos veio aqui pessoalmente agradecer a honraria.

Mas fazer coisas ridículas deste tipo ocorre com frequência nas cidades pequenas. Políticos de fora que nem ligam para o município, ou que nem sabe se existimos, constantemente são homenageados por prefeitos e vereadores nessas caras cerimônias patrocinadas pela Câmara Municipal com o dinheiro público. São atitudes medíocres e que chegam a ser até patéticas, as quais não passam de um puxa-saquismo servil ao invés de expressarem uma revolta dos interioranos contra o descaso praticado pelas autoridades do país.

No seu artigo de hoje, intitulado “Como 2012 afeta 2010 nos Municípios”, César Maia, candidato ao Senado pelo DEM, enviou a seguinte mensagem aos seus correspondentes via e-mail:


“Mas essa lógica, projetada para 2012, não funciona. A disputa pelo poder local não terá como pano de fundo a eleição presidencial e a "causa maior". Quando os pré-candidatos a prefeito e a vereador atuam na campanha de 2010, olham para 2012, quanto a que candidatos a deputado estadual, federal e senador, uma vez eleitos, poderão ajudar ou atrapalhar seus projetos. E mesmo, virem a ser seus principais adversários nas eleições a prefeito. Quando um prefeito candidato em 2012 à reeleição, ou um vereador pré-candidato a prefeito, ou o candidato a prefeito que perdeu a eleição em 2008, avaliam o quadro de 2012 e chegam à conclusão que a vitória de um deputado ou senador que tem relações muito próximas e de compromisso político com seu futuro adversário, e que esta poderá fortalecer a esse, como desdobramento passa a apoiar candidaturas fortes capazes de derrotar, hoje, quem apoiará seu adversário amanhã. A lógica de 2010 não prevalece em 2012, e não prevalece desde já. Isso explica porque no Brasil todo surgem, em nível municipal, apoios que parecem cruzados e estranhos quando se tem apenas a eleição de 2010 como parâmetro. Mas quando se inclui na análise a eleição de 2012 e a natural racionalidade em relação a ela, se entende que não são estranhos: são lógicos, necessários e de nada adianta querer alterá-los, pois no dia a dia eleitoral é esse que prevalecerá.”


Se olharmos a coisa por esse ângulo, talvez possamos compreender o show das bajulações de uma outra forma, como um falso palanque armado para atrair os políticos de fora com outras intensões. Ou seja, trata-se de uma esperteza de políticos locais para manipularem os tubarões de fora e serem manipulados.

Em eleições dos anos de Copa do Mundo, como esta de 2010, raramente as cidades pequenas conseguem eleger seus candidatos e todos ficam competindo entre si pra ver quem terá um número maior de votos no mesmo colégio eleitoral numa expectativa de medir o cacife, de modo que suas campanhas não costumam passar das fronteiras do município. Uns não se candidatam, mas resolvem apoiar pessoas de fora com a finalidade de atrapalhar as ambições dos concorrentes nos anos olímpicos, como disse o artigo acima citado. Por esses motivos é que não costumo ouvir muitos carros de som do Serra ou da Dilma por aqui, assim como não tenho o prazer ou desprazer de encontrá-lo na minha cidade.

Peço agora a ajuda aos internautas de São Paulo para que me respondam estas perguntas: Será que o Serra e a Dilma existem de verdade, ou são invenção da TV GLOBO? E o Lula? Existe mesmo? Afinal, em oito anos de mandato, ele nunca pôs os pés aqui...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Respostas de Marina sobre criacionismo, aborto, casamento gay, liberação da maconha, etc.

Achei muito sábio o posicionamento da candidata em sua entrevista ao jornal O GLOBO. Faltou ela enfrentar melhor a questão da criminalização da homofobia, o que deve ser visto com bastante cautela para que a liberdade de expressão amanhã não seja censurada. Porém, pelo que Marina falou sobre o casamento gay já fico mais tranquilo, sabendo que a minha candidata é de fato uma pessoa sensata e que tem sensibilidade para tratar de todos esses problemas.

Juventude, ensino, trabalho e uma nova sociedade

Tenho visto nestas eleições vários candidatos discursando sobre o ensino técnico e profissionalizante como uma solução para inserir o jovem no mercado de trabalho.

Não discordo da proposta e acho até que o governo deveria oferecer cursos profissionalizantes que também reintegrassem trabalhadores de meia idade que hoje estão desempregados ou precisando de uma oportunidade num país onde as empresas literalmente fecham as portas para quem tem mais de 40 anos. Por outro lado, deve-se pensar sempre nos jovens a dar a eles oportunidades de inserção ativa na sociedade e no mercado de trabalho, juntamente com a possibilidade de terem uma formação global para enfrentarem a vida.

Atualmente, em que a quantidade de mão-de-obra inativa só vem crescendo, acho uma grande perda que a garotada abaixo dos 16 anos não esteja trabalhando e contribuindo para o sistema previdenciário. Muitos falam mal do trabalho do menor, mas eu vejo aspectos bem positivos, desde que não se trate de uma atividade vil e exploratória capaz de impedir o adolescente de progredir normalmente nos seus estudos. E, caso precise ficar seis horas trabalhando ou mais, muitas das vezes o jovem pode ter um aproveitamento ruim na escola.

Mas será que o trabalho não pode auxiliar na formação do menor? Se meninos e meninas com 12 anos fossem para um trabalho-estágio por até quatro horas diárias numa empresa perto de casa, nossos adolescentes não seriam beneficiados com tal experiência?

Acho que a resposta vai depender do tipo de atividade, das condições de trabalho e da quantidade de horas laboradas pelo adolescente.

A empresa que contrata o menor deveria ser um apêndice da escola. Um local onde o jovem recebesse parte da sua formação para se tornar no futuro mão-de-obra especializada e não ter tantas dificuldades na hora de arranjar o seu primeiro emprego.

Contudo, não é apenas disto que o nosso país precisa, caso queira formar verdadeiros cidadãos capazes de contribuir para a construção de uma grande nação. Entendo que a escola precisa ajudar na formação do caráter do indivíduo, estabelecendo regras respeitosas de comportamento que tornem o indivíduo responsável.

Em falar na responsabilidade, acho que este é um grande problema da juventude de hoje. Mesmo depois dos 18 ou 21 anos, parece que a adolescência vai sendo prolongada até o rapaz ou a moça sair da faculdade, fato que tem criado adultos imaturos de maneira que não só no Brasil como em países da Europa Ocidental encontramos pessoas com mais de 30 anos vivendo com os pais e sendo sustentadas por eles.

Ora, e se os jovens passassem a se casar mais cedo, por volta dos 17 anos, como ocorria com mais frequência há 100 anos atrás?

Penso que esta seria uma grande solução para formar adultos responsáveis, bem como diminuir o contato dos jovens com as drogas e o sexo ilícito. Porém, seria necessário o mercado disponibilizar oportunidades de trabalho para esses jovens casais e o governo dar condições para que o rapaz pudesse sair mais cedo da casa dos pais.

Atualmente não só o Brasil como a sociedade ocidental em geral encontram-se em evidente decadência que se manifesta também na crise previdenciária. Em países europeus, fascistas apresentam como solução fechar as fronteiras e o recrudescimento de leis contra a imigração estrangeira. Já os liberais continuam propondo mudanças nas regras da aposentadoria que acabam aumentando o tempo de contribuição do trabalhador. Só que poucos têm coragem para enfrentar os graves equívocos cometidos pelas políticas de bem estar do menor.

Alguns que estiverem lendo este texto poderão pensar que estou sendo um nazista em relação aos nossos jovens. Mas não é nada disto que eu quero propor. Tenho hoje uma forte preocupação com o envolvimento da juventude com o crime, o que tem suas explicações na ociosidade de quem é sustentado apenas para estudar, armazenando energias que poderiam estar sendo gastas numa empresa e no casamento.

Há que se considerar que o sexo é algo que faz muito bem para qualquer indivíduo. Uma boa frequência de relações sexuais, inclusive para os jovens, é importante para a saúde física e mental. Logo, se um rapaz se casa aos 17 com uma menina da mesma faixa etária, ele estará canalizando sua energia sexual de maneira saudável, ficando menos vulnerável à aids, à violência e ao consumo de álcool ou de drogas, bem como passaria seu tempo cultivando objetivos de vida produtivos como melhorar no emprego, comprar coisas para o lar, criar os filhos, etc.

Se quisermos que o Brasil tenha futuro, entendo ser indispensável refletirmos sobre questões como essas pois do jeito que está as coisas só tendem a piorar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O caminho do amor

Por mais que eu tenha enormes pontos teológicos de divergências em relação ao catolicismo, exemplos como os que foram deixados por Madre Teresa de Calcutá, ou pela brasileira Irmã Dulce na Bahia, são capazes de refrear o meu sectarismo e abrir os olhos para contemplar o agir de Deus através das pessoas que resolvem seguir a Jesus com a sinceridade de seus corações.

Desde que recebi uma sólida formação doutrinária entre os batistas, no começo dos anos 90, até hoje eu me identifico teologicamente com esta denominação do protestantismo, apesar de ter me congregado cinco anos na Igreja Evangélica Maranata. Porém, tenho aprendido que Deus age bem acima das nossas concepções de vida, ora nos confrontando e às vezes interagindo conosco independentemente de ainda nos mantermos arraigados aos valores de uma cultura.

Iremos compreender toda a Verdade durante nossa breve existência sobre a face da terra?

Partiremos daqui perfeitos e andando na estatura espiritual de Cristo?

Conheceremos todos os mistérios divinos e toda a teologia?

Conseguiremos fazer o bem a todos os pobres?

Será que vamos ter oportunidades para reparar todos os males praticados no passado contra as pessoas que algum dia magoamos?

Embora Deus não rebaixe o seu elevado padrão moral, Ele sabe que jamais chegaremos ao seu nível nesta vida. Creio também que Ele sabe que uns poderão ir mais longe do que os outros em suas caminhadas. Porém, Ele nos pede que guardemos os seus mandamentos através da prática do amor.

A base do ensino de Jesus em seu breve ministério entre os israelitas foi o amor. Em sua última semana na cidade de Jerusalém (suponho que na terça-feira), um escriba lhe questionou qual seria o maior dos mandamentos da Torá e recebeu a seguinte resposta do Senhor sobre o amor, ligando o Shema de Deuteronômio 6.4-5 a Levítico 19.18:

Respondeu Jesus: “O mais importante é este: 'Ouça, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus, o Senhor é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças'. O segundo é este: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'. Não existe mandamento maior do que estes. (Evangelho segundo Marcos 12.29-31; Nova Versão Internacional - NVI)

O escriba então aprovou a resposta dada por Jesus, acrescentando com sua sabedoria teológica que amar a Deus e ao próximo como a si mesmo “é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas”, provavelmente baseando-se no profeta Oseias. Porém, em seguida, Jesus disse que aquele homem não se encontrava “longe do Reino de Deus”.

Analisando este último detalhe da conversa que encontramos apenas no Evangelho de Marcos, podemos perceber que o escriba, embora não estivesse “longe”, ainda precisava experimentar e viver no Reino de Deus, mesmo conhecendo amplamente com o intelecto a Torá e os profetas. Isto é, a Bíblia que tanto Jesus quanto os fariseus liam.

Então o que realmente estava faltando ao escriba?

Lendo um comentário na minha Bíblia de estudos, verifiquei que a resposta dada por Jesus ao escriba também faz lembrar os diálogos que teve com o jovem rico e com Nicodemos, quando o Mestre deixou-os perplexos com estas afirmações:

Jesus olhou para ele e o amou. “Falta-lhe uma coisa”, disse ele. “Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me.” (Marcos 10.21; NVI)

“Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo.” (João 3.7; NVI)

Ora, nas três situações Jesus estava lidando com israelitas que conheciam os mandamentos da Lei de Deus desde criança. Foram educados conforme os preceitos da Torá, eram capazes de recitar trechos da Bíblia (até então só tinha sido escrito o Antigo Testamento), cultuavam um único Deus e talvez até praticassem atos de caridade. Observem que o jovem rico chegou a declarar que observava o 5º, o 6º, o 7º, o 8º e o 9º mandamentos do decálogo, bem como o “não enganarás a ninguém”, mas ainda assim estava preocupado em “herdar a vida eterna”. Contudo, apesar do conhecimento e da formação religiosa que tinham, faltava-lhes vivenciar o governo do Pai Celestial em seus respectivos cotidianos.

E nos dias de hoje? Será que as pessoas nascidas e educadas dentro de uma cultura cristã vivem no Reino de Deus?

Tanto os evangélicos quanto os católicos são ensinados desde cedo sobre as palavras da oração do Pai Nosso pronunciado repetidas vezes que “venha a nós o vosso reino”, porém sem compreender no coração qual o significado disto. E enquanto muitos católicos acham que têm a vida eterna só porque passaram por um batismo infantil deixando de ser "pagão", evangélicos escondem-se atrás da confissão de fé que algum dia fizeram numa igreja ao levantarem as mãos e repetirem com a boca a oração do pastor.

Penso que não somos chamados para alimentarmos vãs preocupações se iremos de fato herdar a vida eterna quando morrermos pois carregar um fardo como este demonstra até falta de fé no amor de Deus e desconhecimento da obra de Cristo. Jesus em seus ensinamentos simplesmente nos convida para seguir um caminho de amor afim de que vivamos para Deus e para o próximo, o que significa estar no Reino de Deus e experimentar a diariamente Vida.

Agnes Gonxha Bojaxhiu, mais conhecida como a Madre Teresa de Calcutá, mesmo rezando o Credo e a Ave Maria, entendeu o que significa o amor. Aquela mulher viajou para um país dividido em castas que até hoje é cheio de desigualdades, fomes, misérias e tragédias, mas ainda assim decidiu amar o seu semelhante.

Certamente que ela poderia ter trilhado uma carreira mais cômoda e tranquila dentro do catolicismo, talvez passando seus dias dentro de um convento como fazem muitas das freiras. Porém, Madre Tereza preferiu amar os moribundos e os leprosos da Índia, dando sentido à sua vida e sendo também sal e luz de um século cheio de ódio que foi manchado por duas guerras mundiais.

De igual modo, também no Nordeste do Brasil, terra de secas, famílias miseráveis e coronéis poderosos, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, foi chamada de “anjo bom da Bahia” por dedicar sua vida à caridade dando abrigo a mendigos e trabalhando com doentes, idosos, pobres e menores carentes. Com persistência e mobilização social, ela fundou um hospital e um orfanato na região metropolitana de Salvador, fazendo o bem a milhares de pessoas.

Nos tempos atuais, muita gente não tem falta de bens materiais de primeira necessidade, mas carece de atenção, reconhecimento, paz, felicidade e, principalmente, de uma vida com significado de maneira que vivem sempre frustradas, sendo isto uma das explicações para tantos casos de depressão e desejos de suicídio. Tornamo-nos uma sociedade que coloca o “eu” acima de tudo, valorizando mais o dinheiro e o status do que as pessoas ao nosso redor. E o pior é que tal comportamento também pode incluir pessoas religiosas e que foram formadas dentro de uma cultura cristã evangélica ou católica como a grande maioria dos brasileiros.

O que posso dizer de muitos dos meus compatriotas no presente? Somos uma nação em que desde pequenos aprendemos ser Jesus o Cristo e o Filho de Deus, mas ainda não estamos vivendo de fato o Reino de Deus. Perguntar para um brasileiro se ele “aceita Jesus” parece piada porque, certamente, as pessoas dirão que sim, o que apenas as coloca perto do Reino mas não dentro.

Ao ser confrontado por Jesus, o jovem rico foi convidado a amar seu próximo e isto implicava em morrer para si mesmo, abrindo mão de tudo o quanto possuía. Ali o Senhor colocou uma condição de mudança de conduta para que o rapaz pudesse segui-Lo – dar tudo aos pobres. Com isto, Jesus deixou claro que não queria discípulos que conhecesse seus ensinos apenas com a mente, mas que fossem capazes de experimentar a prática do amor, exercitando a fé.

Quantas vezes lemos a Bíblia e compreendemos apenas o texto, mas não a Mensagem?

Sempre que oramos estamos expressando a Deus aquilo que sentimos e nos abrindo para Ele, ou a nossa oração é apenas uma repetição mecânica de palavras sem nenhum sentido?

Que religiosidade capenga é essa em que precisamos nos isolar, evitar a conflituosa convivência humana e fugirmos de qualquer tipo de interferência capaz de nos desconcentrar?

Será que não podemos nos conectar a Deus mesmo em meio aos conflitos, ao desespero e às tempestades da vida?

Quando olho para Jesus e leio os relatos dos Evangelhos mostrando que o Mestre acolheu as crianças, vejo o quanto ainda me falta para aprender os ensinos de Jesus. Numa passagem que encontramos em todos os sinóticos (Mt 19.13-15; Mc 10.13-16; Lc 18.15-17), os discípulos não queriam que trouxessem as crianças para Jesus, mas o Senhor indignou-se e lhes disse que deixassem vir a Ele os pequeninos porque “dos tais é o reino dos céus”.

Imagino que, nesta situação, talvez Jesus estivesse exausto de suas andanças pela Palestina assim como todos nós caminhamos fatigados pelos mais variados problemas. Só que o Mestre, mesmo gastando suas energias para ajudar pessoas, junto com as perseguições que sofria, ainda tinha disposição para receber as agitadas crianças e quem sabe até brincar com elas. E, por incrível que pareça, Ele estava nos apontando o caminho para termos uma mente e um espírito saudável, isto é, como entrarmos no Reino de Deus.

Precisamos receber o Reino de Deus como uma criança (Mc 10.14), o que, inegavelmente, exige a experiência de um novo nascimento, um esvaziamento de nós mesmos, despindo-nos do orgulho, das mágoas, dos ressentimentos e das preocupações com as coisas desta vida. Então, quando praticamos isto, entramos verdadeiramente debaixo do governo de Deus, passando a ter prazer em estar aos pés de Jesus para ouvir sua Palavra.

Bem, de acordo com o meu editor de texto, acho que já escrevi o bastante até aqui e acho que me faltarão palavras para descrever o que significa o caminho do amor. Mesmo que eu venha a publicar um livro sobre o assunto, de nada adiantará porque estarei expressando nada mais do que uma doutrina, coisa que os teólogos poderão fazer com muito mais conhecimento bíblico. Porém, com toda a minha limitação, só posso pedir a Jesus que me ensine a amar como Ele amou, ajudando-me a sair da virtualidade dos sermões para a realidade dos gestos de amor, coisa que só a experiência do dia à dia pode ensinar. Logo, termino com uma oração como uma resposta positiva ao mandamento dado pelo Senhor:


Jesus, eu quero amar!

Não sei ainda expressar com a minha mente o que é o amor. Vivo a maior parte do tempo no meu mundo intelectual, tentando elaborar conceitos e regras através de seus ensinamentos. Porém, quando me deparo com a dura realidade, vejo o quanto ainda preciso aprender.

Jesus, eu quero amar!

O Senhor não nos escreveu livros diretamente de suas penas, mas deixou gravada nos corações dos homens a sua Mensagem de modo que muitos não cessaram de falar de seu amor. Então, que possamos expressar este amor pelas nossas ações, as quais valem mais do que mil palavras.

Jesus, eu quero amar!

O mundo oferece tantos atrativos de poder, prazeres e bens materiais que podem nos levar a perder o foco. Só que, quando soo embriagado pelo engano do pecado, percebo que viver sem o teu amor não faz sentido e aí retorno correndo para ti.

Jesus, eu quero amar!

Que eu seja capaz de abrir mão de mim mesmo e suportar o meu próximo com suas necessidades, defeitos ou diferenças, tendo como alvo servir ao invés de ser servido, dar sem nada esperar receber em troca.

Jesus, eu quero amar!

Como uma criança, que eu possa receber o Reino de Deus no meu coração, confiando sem pedir provas, agindo com espontaneidade, pedir com simplicidade e aceitar ser amado, acolhendo a Divina Presença em qualquer circunstância da vida.

Jesus, eu quero amar!

Maravilhosos são os Teus ensinamentos, Senhor, e quero que a tua Palavra, que perto está de mim, seja realidade em minha vida. Que o meu coração não Te esqueça e que a cada dia eu possa banhar-me no teu perfume, renovando a minha esperança, dispondo-me a fazer a Tua vontade, perdoando e pedindo perdão, sabendo que minha vida está em Tuas mãos.

Jesus, eu quero amar!

Amém!