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quinta-feira, 26 de maio de 2016

A barbárie brasileira




"Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo." (Juízes 21:25; NVI)

A que ponto chega a humanidade? Os apocalípticos que me perdoem, mas não há nada novo debaixo do sol. O estupro coletivo da adolescente de 16 anos, ocorrido no último sábado, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (ler a matéria 'A Índia é aqui': Impunidade fez estupro coletivo virar motivo de ostentação, diz promotora no G1), lembrou-me aquele episódio da Bíblia quando os homens da cidade de Gibeá violentaram a concubina de um levita, conforme encontra-se narrado no capítulo 19 do Livro de Juízes:

"Mas os homens não quiseram ouvi-lo. Então o levita mandou a sua concubina para fora, e eles a violentaram e abusaram dela a noite toda. Ao alvorecer a deixaram. Ao romper do dia a mulher voltou para a casa onde o seu senhor estava hospedado, caiu junto à porta e ali ficou até o dia clarear. Quando o seu senhor se levantou de manhã, abriu a porta da casa e saiu para prosseguir viagem, lá estava a sua concubina, caída à entrada da casa, com as mãos na soleira da porta." (Juízes 19:25-27; NVI)

Felizmente, no episódio do Rio, a vítima sobreviveu. Somente hoje a adolescente foi levada para o Hospital Souza Aguiar onde passou por exames e tomou um coquetel de medicamentos para evitar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, os abusos sofridos e que foram gravados no vídeo são revoltantes. Expõem uma inversão de valores éticos, uma total desumanidade e crueldade. Algo que não pode ficar por isso mesmo! Pois, como bem comentou a promotora de São Paulo na referida matéria do G1, trata-se da certeza da impunidade que esses criminosos têm ao cometerem a ação delituosa:

"A impunidade anda de mãos dadas com a violência. Precisa haver uma punição exemplar e essa punição tem que ser divulgada para que a sociedade saiba. Temos que conscientizar essa sociedade de que quem compartilha, quem faz piada, (está agindo de modo) tão grave quanto ao do estuprador."


Considero muito triste a decadência moral de nossa sociedade. O ocorrido prova que temos um Estado ausente, o qual tenta justificar a sua omissão na área de segurança pública como sendo impossível estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sendo certo que os rigores da nossa legislação bem como os serviços educacionais deixam muito a desejar.

Chega de impunidade!



OBS: Foto - Reprodução/G1

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