Páginas

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O grande valor de caminhar com Deus


"15 E no dia em que foi levantado o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho; e à tarde estava sobre o tabernáculo com uma aparência de fogo até à manhã. 16 Assim era de continuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo. 17 Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam. 18 Segundo a ordem do SENHOR, os filhos de Israel partiam, e segundo a ordem do SENHOR se acampavam; todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, ficavam acampados. 19 E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel cumpriam a ordem do SENHOR, e não partiam. 20 E, quando a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo, segundo a ordem do SENHOR se alojavam, e segundo a ordem do SENHOR partiam. 21 Porém, outras vezes a nuvem ficava desde a tarde até à manhã, e quando ela se alçava pela manhã, então partiam; quer de dia quer de noite alçando-se a nuvem, partiam. 22 Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então os filhos de Israel se alojavam, e não partiam; e alçando-se ela, partiam. 23 Segundo a ordem do SENHOR se alojavam, e segundo a ordem do SENHOR partiam; cumpriam o seu dever para com o SENHOR, segundo a ordem do SENHOR por intermédio de Moisés." (Números 9.15-22; versão de Almeida Corrigida e Revisada Fiel)


A citação acima narra poeticamente a caminhada dos filhos de Israel pelo deserto num período entre a saída do Egito (o êxodo) e a conquista de Canaã. Segundo a Bíblia, os israelitas viveram por 40 anos nesta condição, acampando em lugares diferentes (oásis e terra árida). E tanto o tempo de andança sob o calor escaldante daquelas areias quentes como a permanência num local poderiam variar.

"Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano..." (verso 22) - destacou-se

Igualmente, podemos dizer que a nossa vida aqui nesta terra se assemelha à caminhada dos antigos israelitas pelo deserto do Sinai. Podemos encontrar momentos de refrigério às sombras da palmeira de um oásis, permanecendo nesta condição confortável por uns "dois dias", "um mês" ou "um ano", assim como estamos sujeitos a ficar por um tempo indeterminado debaixo de um sol forte sem sabermos quando aquela exaustiva travessia vai terminar.

Esta percepção é de fundamental importância para que possamos encarar a vida com entendimento e fé. E digo fé porque quem crê em Deus sabe que não está perambulando sem rumo. Pois, mesmo nas noites frias e sombrias, há uma coluna de fogo. E, quando o sol queima as nossas cabeças, uma nuvem estará sempre nos protegendo.

Lembro que, numa igreja onde eu me congregava anteriormente, o pastor pregava em púlpito que o difícil não é ser crente, mas sim ser "ímpio", o que significaria não andar com Deus. E, apesar de não gostar muito do termo "ímpio" para caracterizar os incrédulos, entendi o que ele queria dizer.

Ora, como resistir e superar os tormentos desta nossa peregrinação sem Deus?

Sinceramente acho muito difícil. Aliás, acho até impossível!

E aí não falo exatamente do incrédulo que diz ser ateu, mas também do crente que, nos períodos de dificuldades, passa pelo deserto sem se lembrar do seu Criador.

Se vivo com Deus, experimento a esperança, meus ânimos são renovados e tenho um objetivo que é a realização de um ideal - trabalhar para estabelecer o seu reino neste mundo.

Entendo que ser crente proporciona algo que eu chamaria de saúde espiritual, o que não é fácil de se administrar porque podemos nos resfriar ou nos adoentar em vários momentos. Viver pela fé não significa ser um super herói de aço, mas envolve o desafio constante da dúvida, o enfrentamento do nosso próprio medo, o esgotamento mental e a dor.

Contudo, a fé faz com que possa prevalecer aquela determinação do tipo "eu não vou desistir". Ou "caí, mas eu me levanto".

Certamente que caminhar com Deus não significa você se alienar ou tapar o sol com a peneira em relação aos seus problemas. É antes de mais nada encarar a realidade sem fazer do seu combustível a ilusão. Pois inclui o ato de promover a transformação do deserto em terra agricultável através da inteligência que o Criador nos dá, sem jamais desistirmos de viver. E, assim como a coluna de fogo nos aquece para suportarmos a adversidade, ela também ilumina a alma para que possamos aproveitar os momentos e eventos como, clareando a escuridão como se fosse dia.

Deve-se notar que, nesta longa peregrinação de quatro décadas, os israelitas caminharam sob o mandado de Deus. A luz que os iluminava durante a noite pode ser comparada com a sua Palavra. Isto significa que precisamos buscar sempre a compreensão divina, conforme a conhecida citação do Salmo 119 (o maior capítulo da Bíblia):

"Lâmpara para os meus pés é a tua palavra
e, luz para os meus caminhos.
"
(Sl 119.105; ARA)

Olhando para Jesus, consigo ver nele a expressão exata e autêntica desta luz de um modo humano e palpável. Em toda a sua vida, ele serviu obedientemente o Pai. Seus atos não foram escolhas independentes, mas estiveram sob a direção do Espírito Santo. E a si mesmo se esvaziou, escolhendo o caminho da não exaltação pessoal e do serviço ao próximo que atingiu o seu ponto máximo com a morte na cruz.

Que em toda a nossa travessia pelo deserto possamos olhar para Jesus e com ele aprendermos todas estas bem-aventuranças!


OBS: A imagem acima refere-se à ilustração originalmente encontrada na Holman Bible de 1890 - "O Tabernáculo no Deserto"

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Povo e indivíduo


Um dos graves erros cometido pelas revoluções socialistas do século XX foi a desvalorização do indivíduo em face do coletivo, tratando pessoas como se fossem massa.

Entretanto, não há como formar a unidade de um povo sem primeiramente considerar o valor individual de cada ser humano, bem como da família. Pois cada homem possui em mesmo um valor que não tem medida, de modo que o povo resulta da soma de todos os entes que o compõe.

"Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça." (Números 1.2; ARA) - destacou-se

Sem dúvida que a auto-estima de uma nação deve ser gerada na alma de cada homem e mulher, afim de que se torne perceptível a importância que um indivíduo tem nesta condição e também como povo. Pois, percebendo o valor que tem, o indivíduo pode então libertar-se da opressão imposta pelas classes dominantes, conquistando sua identidade pessoal e levantar a cabeça como um ser politicamente livre.

Infelizmente, as revoluções socialistas do século XX não foram capazes de libertar verdadeiramente os povos das injustiças cometidas pelo trabalho exploratório do capitalismo. O homem que antes fora escravo, depois servo nos feudos medievais e proletário nas fábricas, acabou tornando-se submisso ao Estado, privado da liberdade de pensar, contestar a nova ordem estabelecida e até mesmo de relacionar-se com Deus.

Além do mais, deve-se considerar que a massificação não pode produzir no homem um senso de responsabilidade, seja no sentido pessoal ou coletivo. Pois, se o homem desconhece o valor incalculável que tem como objeto da existência, dificilmente a sua consciência irá se despertar para a necessidade de sua participação na criação de um mundo melhor.

Assim, tanto os regimes comunistas quanto o nazismo e o fascismo foram incapazes de fincar raízes nos povos que viveram debaixo de suas sangrentas ditaduras, onde o indivíduo e a família foram inegavelmente esmagados.

Segundo a Bíblia, Deus conhece cada um de seus filhos. É o que diz o verso deste Salmo:

"Conta o número das estrelas,
chamando-as todas pelo seu nome
."
(Salmo 147.4; ARA)

Ou então como diz outra tradução: "Somente Ele conhece todo o incontável número de estrelas e atribui um nome a cada uma delas" (Sêfer).

Compreende-se que, ao nos chamar pelo nome (ou nos atribuir um nome), o Criador reconhece as características de seus filhos, valoriza imensuravelmente a nossa existência dentro de um universo tão vasto e demonstra o seu profundo amor por aquilo que criou.

Igualmente, é assim devemos procurar tratar o nosso semelhante e trazermos o respeito pela individualidade para as políticas sociais.

Para finalizar, gostaria de compartilhar aqui a letra de uma música chamada "Quero que Valorize o que vocE tem", a qual, desde os tempos de adolescente, canto dentro da igreja:

"Quero que valorize o que você tem
você é um ser você é alguém
tão importante para Deus.
Nada de ficar sofrendo angústia e dor
neste seu complexo interior
dizendo às vezes que não é ninguém
Eu venho falar
do valor que você tem.
Ele está em você
o Espírito Santo se move em você
até com gemidos
Inexprimíveis
inexprimíveis
Aí você pode então perceber
que prá Ele há algo importante em você
Por isso levante e cante exalte ao Senhor
Você tem valor
"

Portanto, através da valorização da individualidade, um povo poderá se tornar verdadeiramente capaz de elaborar metas e objetivos bem definidos e, responsavelmente, cumpri-los, escrevendo sua página na História.


OBS: A foto acima refere-se à Assembleia do soviete de Petrogrado, Rússia, ocorrida em março de 1917.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O leitmotiv bíblico do pensar socialista

"E os produtos do descanso da terra serão livres para comer, para vós e para todos, igualmente - para ti, para teu servo e para teu hóspede que habitar contigo. E para teu animal e para o animal selvagem que houver em tua terra, todo o seu produto será para comer." (Levítico 25.6-7; Sêfer)

"O sábado da terra garantirá comida para vós, para ti, o teu servo, tua serva, o assalariado ou aquele que mora contigo, em suma, os que vivem em teu meio. Quanto ao teu gado e aos animais selvagens da tua terra, alimentar-se-ão de tudo o que a terra produzir." (Tradução Ecumênica da Bíblia - TEB)


Milênios antes do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) nascer e do surgimento do movimento ambientalista, a instrução bíblica já orientava o povo de Israel a promover a tão falada inclusão social dos dias atuais, bem como estimulava a nação a conviver harmonicamente com o ecossistema silvestre trabalhado.

Os versos bíblicos que foram citados acima estão relacionados ao ano sabático (Shemitá), no qual haveria um "descanso" para a terra consistente na não ocorrência de plantio durante o período. E também seria um ano onde os israelitas ficariam liberados de grande parte de seus trabalhos cotidianos afim de estudarem melhor a Torá, conforme diz também Deuteronômio 31.10-13.

Assim, durante o ano da Shemitá (vocábulo que se traduz pela ação de "libertar"), os produtos que crescessem espontaneamente no campo deveriam ser distribuídos igualitariamente entre todos, o que incluía ricos e pobres, homens e mulheres, nacionais e estrangeiros residentes no país, animais domésticos e animais selvagens. Quem fosse credor de uma dívida deveria renunciar ao seu direito (Dt 9.2) e todos os cidadãos não poderiam deixar de emprestar ao necessitado sem a cobrança de juros (Lv 25.37).

Após o período de sete Shemitás, ocorria o Jubileu no quinquagésimo ano, compreendendo, além do repouso dos campos, o perdão absoluto das dívidas e o resgate das terras vendidas. Pois, entendendo que cada família tinha direito a uma terra, a lei de Moisés não permitia a aquisição perpétua da propriedade alheia mas só o arrendamento temporário, evitando assim que houvesse uma absurda concentração fundiária nas mãos de poucos.

Tal legislação teve por objetivo promover o equilíbrio da sociedade, evitando que os ricos ficassem cada vez mais ricos e os pobres mais miseráveis, combatendo algo que é tremendamente nocivo para qualquer povo - a formação de classes.

Pode-se dizer que a formação de classes sociais ocorre justamente pelas diferenças de participação das pessoas no processo produtivo e na partilha dos bens gerados, o que, consequentemente, vai influenciar no acesso ao poder político e nas formas como este passa a ser exercido. Em outras palavras, o modo de produção deixa de ser comunitário e as necessidades acabam sendo ignoradas ou tratadas insuficientemente devido à desigual distribuição dos benefícios do desenvolvimento.

Por outro lado, toda sociedade humana necessita de um aparelho produtivo e o desenvolvimento contempla a diferenciação que há entre as pessoas. Então, neste processo, é inevitável que venha a ocorrer uma acumulação de riquezas por parte de alguns enquanto outros poderão experimentar situações de risco econômico por motivos de enfermidade, acidente, inadequação, viuvez, nascimento de filhos, perdas familiares, fenômenos ambientais (secas ou enchentes), dentre outras causas. E, se este empobrecimento não for combatido por iniciativas de inclusão social, surgem riscos de rupturas políticas através de revoltas e o preocupante aumento da criminalidade.

No entanto, um fato interessante que se observa na proposta bíblica é que ela ultrapassa em muito o socialismo científico de Marx porque não exige que os homens passem pela dependência de um Estado afim de que as necessidades possam ser finalmente satisfeitas.

Originalmente, não era desejo da Torá que os israelitas viessem a constituir uma monarquia, mas sim pudessem continuar vivendo anarquicamente em suas tribos espalhadas pela terra de Canaã onde cada um assumiria a sua responsabilidade social praticando atos de caridade para com o seu próximo. E esta filantropia voluntária dispensaria a criação de um governo e a tão opressora tributação das famílias, permitindo que os recursos econômicos circulem com maior liberdade na própria sociedade.

Lamentavelmente, o rumo da história dos hebreus foi outro diverso daquele idealizado pela Torá. Sem estarem maduros naquela época para assumir tão nobre responsabilidade, os israelitas optaram por constituir um rei que os liderasse nos diversos aspectos, entregando a alguém o papel messiânico que, a princípio, sempre foi da própria nação sob a direção de Deus. E o Estado que deveria distribuir a justiça social, tornou-se em vários momentos um terrível instrumento dos ricos para explorar o restante da população, conforme foi denunciado pelos profetas bíblicos. As prescrições sobre os anos sabáticos não foram observadas (Jr 34.8-16) e o resultado foi a ruína do próprio reino com o consequente exílio de 70 anos na Babilônia.

Felizmente, os judeus conseguiram sobreviver até o globalizado 2011 (ou o ano 5771), atravessando períodos de dominação de vários povos, inquisições religiosas e holocaustos nazistas. E foi nos momentos mais difíceis que esta milenar cultura superou as adversidades, preservando os seus valores através do ensino da Torá nas sinagogas espalhadas fora do território de Israel.

Sem dúvida que a essência das prescrições éticas e sociais é um princípio eterno, aplicável em todas as épocas e em quaisquer circunstâncias. Deste modo, as Mitsvot (mandamentos) do Monte Sinai continuam sendo nos dias de hoje um farol capaz de iluminar e inspirar os homens a praticarem a justiça social em todas as nações, independentemente do regime político a ser adotado, onde as necessidades das pessoas precisam ser prioritariamente satisfeitas.


OBS: A palavra leitmotiv vem de uma expressão idiomática do alemão e genericamente significa a causa lógica conexiva entre dois ou mais entes quaisquer.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carta Aberta dos Bombeiros à População do Rio de Janeiro


Acho fundamental apoiarmos esta causa dos bombeiros aqui do Estado do Rio de Janeiro. Segue o texto de um comunicado enviado por esta nobre categoria à população fluminense que está sendo divulgado via e-mail por iniciativa do Cel. Robson Simas e de outras pessoas que têm colaborado repassando para suas respectivas listas de contatos virtuais.

Chega de autoritarismo e de covardia!


CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Povo Fluminense,
Os Bombeiros do Rio de Janeiro, profissionais trabalhadores, ordeiros e competentes, em respeito à população que sempre defenderam, por vezes com o sacrifício da própria vida, vem a público esclarecer o que tem ocorrido na Corporação e no Governo do Estado e o que levou companheiros e seus familiares a desafiarem os desmandos do Comandante Geral Cel Pedro Marco e do Governador Sérgio Cabral.
Como sabemos, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro é uma corporação voltada para a preservação de vidas e proteção de Bens da população do Estado do Rio de Janeiro.
Ao longo da sua existência, o CBMERJ sempre se pautou pela hierarquia e disciplina e também pela credibilidade de seus serviços, estando ao lado da população Fluminense em todas as suas aflições e enfrentando com bravura as calamidades naturais que atingem o Estado. São inúmeras as vidas salvas e os bens preservados pelos profissionais do Corpo de Bombeiros, que a população chama carinhosamente de Heróis. Ao nos formarmos, juramos defender a população com o Sacrifício da nossa própria vida e assim temos feito ao longo desses 155 anos de existência.
A Corporação recolhe cadáveres, combate os mosquitos da dengue, atua nas UPAS, guarnece o sambódromo no carnaval e atua no Rock in Rio (sem remuneração extra, embora o evento seja cobrado ao público), além de exercer as suas funções de salvamentos e combate à incêndio, recebendo um dos PIORES SALÁRIOS pagos pela categoria no Brasil (tabela ao Final).
O reequipamento da Corporação não é mérito do Governador, mas sim da população do Estado do Rio de Janeiro que paga a taxa de incêndio e que, ainda assim, não sabe que os recursos não são totalmente destinados à Corporação.
A Ira do Sr. Sérgio Cabral, com os Bombeiros, vem de 2009, quando foi vaiado pela Corporação durante o lançamento da Campanha “Cultura Antidengue” no ginásio do Maracanãzinho e desde então tem discriminado os Bombeiros militares, sejam nas gratificações (usando seu poder de discricionariedade) seja nas condições de trabalho (vocês viram alguma homenagem aos heróis que morreram na calamidade da Região Serrana?)
Agora, a população do Estado do Rio de Janeiro, assiste a sua Corporação de heróis ser aviltada e achincalhada pelas atitudes ditatoriais do Governador Sérgio Cabral que culminou com os manifestantes adentrando o Quartel Central da Corporação, no ultimo dia 03, para serem ouvidos pelo seu Comandante Geral, que omisso, serviu de “pau mandado” do governador Sérgio Cabral e ignorou os clamores de sua Tropa, nem comparecendo ao local.
O Governador Sérgio Cabral, adotando os melhores recursos da DITADURA, mandou o BOPE invadir com tiros e bombas o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, ferindo militares honestos, mulheres e crianças indefesas. Atitude inadmissível em um Estado democrático de Direito!
Porque o Comandante Geral do CBMERJ, Cel Pedro Marco, não tomou as medidas necessárias para a retirada de seus militares do pátio do Quartel Central? Estavam todos desarmados e com seus familiares. Não era necessário o uso da força e sim do diálogo. Os Bombeiros são pacíficos por natureza.
O Governador nunca gostou da Corporação. Nomeou para Secretário o Ex médico do CBMERJ Sérgio Côrtes, um homem que deixou a Corporação por não concordar com os baixos salários e a carga de trabalho excessiva e agora nada faz para ajudar a Corporação, apenas integra os desmandos administrativos e superfaturados do Governo do Estado na área da saúde.
Assistimos perplexos ao Comandante Geral da PMERJ usurpar o Comando do CBMERJ e se dirigir, dentro do quartel dos Bombeiros, à tropa de profissionais honestos como se bandidos fossem.
Nossos militares foram presos e conduzidos aos quartéis da PMERJ como criminosos apenas por reivindicar dignidade profissional!
Se nossos companheiros erraram ao ADENTRAR a SUA SEGUNDA MORADA, o Governador foi CRIMINOSO e DITATORIAL ao ordenar a invasão do Quartel Central dos Bombeiros pelo BOPE com uso de FORÇA, TIROS E BOMBAS, como se ali fosse uma antro de criminosos e não de profissionais que arriscam a sua vida pela população, CAUSANDO FERIMENTO EM MULHERES E CRIANÇAS e obrigando a nossos companheiros ao confronto.

AJUDEM AQUELES QUE SEMPRE O SOCORRERAM!!!
NUNCA DEIXAMOS DE ATENDER E SOCORRER A POPULAÇÃO!
MOSTRE A SUA INDIGNAÇÃO POR ESSE ATO VIOLENTO E DITATORIAL DO GOVERNADOR SERGIO CABRAL!!!
MOSTRE O SEU APOIO AOS BOMBEIROS!
ENVIEM ESSA CARTA PARA TODOS OS SEUS AMIGOS.
ACOMPANHEM E APOIEM O NOSSO MOVIMENTO PELO SITE http://www.sosguardavidas.com

SALÁRIOS BRUTOS NO BRASIL:

01º - Brasília - R$ 4.129.73
02º - Sergipe – R$ 3.012.00
03º - Goiás – R$ 2.722.00
04º - Mato Grosso do Sul – R$ 2.176.00
05º – São Paulo – R$ 2.170.00
06º – Paraná – R$ 2.128,00 1
07º - Amapá – R$ 2.070.00
08º – Minas Gerais - R$ 2.041.00
09º - Maranhão– R$ 2.037.39
10º – Bahia – inicial - R$ 1.927.00
11º - Alagoas - R$ 1.818.56
12º - Rio Grande do Norte – R$ 1.815.00
13º - Espírito Santo – R$ 1.801.14
14º - Mato Grosso – R$ 1.779.00
15º - Santa Catarina – R$ 1.600.00
16º - Tocantins – R$ 1.572.00
17º - Amazonas – R$ 1.546.00
18º - Ceará – R$ 1.529,00
19º - Roraima – R$ 1.526.91
20º - Piauí – R$ 1.372.00
21º - Pernambuco – R$ 1.331.00
22º - Acre – R$ 1.299.81
23º - Paraíba – R$ 1.297.88
24º - Rondônia – R$ 1.251.00
25º - Pará – R$ 1.215,00
26º - Rio Grande do Sul – R$ 1.172.00
27º - Rio de Janeiro - R$ 1.031,38 (SEM VALE TRANSPORTE)

O RIO DE JANEIRO é o Estado que mais recebe investimentos no Brasil, é o 2º que mais arrecada impostos. Pretende Sediar o Rock in Rio, as Olimpíadas militares, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.
Há algo de errado e Podre no Governo do Exmo Sr Governador Sérgio Cabral Filho!!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Liberte-se do auto-engano!


“e conhecereis a verdade,
e a verdade vos libertará”.

(Evangelho de João 8.32; ARA e BJ)

Uma das citações bíblicas que muito me entusiasma é esta passagem do 4º Evangelho onde supostamente Jesus teria dialogado com os judeus que aceitaram a sua mensagem somente no plano intelectual. Embora eu entenda que não se trate aqui de um dito original do judeu Iehoshúa ben Iossêf, que viveu nas primeiras décadas da era comum, concordo com a afirmação da frase cuja autoria atribuo a escritores gregos anônimos do século II E.C. Claro que de um ponto de vista bem mais amplo.

Se interpretada restritivamente em seu contexto, a célebre citação evangélica vai depender da leitura do verso anterior onde os ouvintes são exortados a “permanecerem” nas palavras do Cristo helenizado, significando a aceitação obediente do ensinamento transmitido pela Igreja. Então, como consequência de uma atitude de acolhimento e prática da orientação dos padres, o devoto conseguiria experimentar a tão sonhada liberdade, a qual, segundo a visão bitolada do cristianismo, tem sido deturpada e mal usada como estímulo ao proselitismo ao se interpretar equivocadamente este verso: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).

Confesso que não encontro no contexto anti-semita do 4º Evangelho uma resposta suficiente e satisfatória capaz de permitir desenvolver melhor o sentido da frase sem criar mais uma variante doutrinária do cristianismo. Dos comentários bíblicos que examinei, o que melhor comunicou-se comigo foi uma nota da Bíblia de Jerusalém, mas mesmo assim a explicação não foi elucidativa, o que me levou a afastar-me da exegese bíblica afim de tentar refletir de uma maneira mais ampla usando os próprios neurônios. Só que, ainda assim, quero compartilhar um pouco do que cheguei a pesquisar:


“A verdade é a expressão da vontade de Deus a respeito do homem, tal qual nos foi transmitida por Cristo (8,40.45; 17,17). Nós a 'conhecemos' no sentido (semítico) que ela habita em nós (2Jo 1-2), como um princípio de vida moral: 'caminhamos' (= vivemos) segundo suas diretivas (3Jo 3-4; Sl 86,11), 'fazemos a verdade' (3,21; 1Jo 1,6; cf. Tb 4,6), i.é, agimos em conformidade com aquilo que ela exige de nós. Ela se opõe portanto ao 'mundo' (1,9+) como uma espécie de meio ético: aqueles que pertencem ao 'mundo' só podem odiá-la (15,19; 17,14-16), aqueles que são 'da verdade' obedecem à mensagem de amor que Cristo nos transmitiu da parte de Deus (18,37; 1Jo 3,18-19). Eles são santificados pela verdade como também pela palavra de Cristo (17,17; 15,3). Uma vez que essa verdade nos é dada por Cristo, este pode afirmar que ele é a Verdade que nos conduz ao Pai (14,6+), assim como, depois de sua volta para junto do Pai, é o Espírito que, conduzindo-nos em toda a verdade (16,13), será a Verdade (1Jo 5,6), ou o Espírito da verdade (14,17+).” (Comentários extraídos da BJ)


Como é possível observar, a teologia cristã deixa a desejar sobre a operação do poder libertador da verdade. E, fazendo uma proposital desconstrução doutrinária, busco então pelo método indutivo meditar pessoalmente no assunto, coisa que tem me levado a promover o despertamento das pessoas. Não focando num mero esclarecimento informativo, mas sim na aceitação da realidade, o que nos leva a romper com o auto-engano mental. Logo, basta pensarmos em exemplos do que pode significar o “desconhecimento” da verdade.

Além do fanático religioso que ilude a si mesmo ao permitir que um sacerdote decida por ele sobre suas escolhas existenciais, penso também no correligionário político, no alcoólatra que recusa a admitir a impossibilidade de tomar o primeiro gole ou na esposa traída que se recusa a pedir a separação do marido alimentando expectativas de que um dia ele retorne para casa. E, neste sentido, não podemos nos esquecer que as instituições religiosas contribuem nocivamente para que o devoto , em algumas hipóteses, permaneça debaixo do engano.

O exemplo da mulher chifrada seria um dos mais comuns que lota os confessionários e gabinetes pastorais, sendo que raramente um ministro eclesiástico incentiva que a esposa em tal situação valorize a sua dignidade feminina separando-se de vez do cafajeste afim de partir para um novo relacionamento. Na prática, vários pastores charlatões usam situações deste tipo como iscas e chegam a dar conselhos ridículos como? “minha filha, você precisa orar mais a Deus para trazer de volta o seu marido. Faça a corrente da libertação e comece a campanha dos doze apóstolos que Jesus vai te abençoar”.

Igualmente um pai de santo apresenta como sugestão a pessoa fazer um “trabalho” para que o marido seja afastado da amante. Trata-se de um tipo de solução mágica e de grande aceitação na cultura popular brasileira, em que a vítima, deixando de intervir no mundo real, busca um auxílio da metafísica afim de que os orixás briguem em seu favor.

Contudo, há outros tipos de engano como a repressão moral que tanto a religião como a sociedade impõem. Seria a hipótese de um padre mais esclarecido, ao invés de recomendar rezas para Santa Rita (a padroeira das causas impossíveis), incentivar a esposa traída a tomar uma atitude refletida debaixo de falsos dilemas. Apelando para uma ideia falsa de santidade, o sacerdote orienta a mulher que suporte a situação, privando-se de um outro relacionamento e de prazeres sexuais, apontando como justificativa não só que o divórcio seria pecado como também enaltecendo a virtude de que a mãe proteja a família: “Seja corajosa como foi Maria, minha filha. Se você separar-se de seu marido, os filhos podem sofrer abalos psicológicos com a ausência do pai e a dor da separação...”

Acontece que induzindo a devota a viver com uma mentira, as igrejas cristãs têm contribuído para perpetuar milênios de desigualdade sexual e de patriarcalismo. Isto porque o contrário (a mulher trair o homem) não é conduta tolerada dentro da nossa sociedade latino-americana machista e cheia de preconceitos. Porém, não podemos esquecer que o sacerdote enganador também é enganado.

É claro que em matéria de manipulação religiosa existem falácias ainda melhor elaboradas. Porém, no jogo do poder pela consciência dos crentes, o engano é cometido até dentro das cúpulas das igrejas onde os ministros eclesiásticos sabem muito bem que possuem necessidades e carências como todo homem neste mundo embora vistam máscaras de santos.

Mesmo que os “jogadores” possam estar cientes de que estão sentados em volta de uma mesa de pôquer, no fundo todos estão vivendo com uma mentira e achando que poderão extrair vantagens através daquele sistema de demagogias. Pois, ao invés de se levantarem da “mesa” e fazer um trabalho realmente revolucionário e libertador, onde até o pastor possa ser pastoreado pelas ovelhas, o líder enganador prefere continuar preso na armadilha das dissimulações “blefando” aqui e ali.

Ora, nada melhor do que a realidade para nos turar do encantado país de Alice. A derrota, a traição dos líderes, as crises econômicas e a própria morte são ferramentas utilizadas pela existência afim de que acordemos das ilusões cultivadas por nós mesmos. E aí percebemos que os ídolos mudos perante os quais nos prostramos não são nada. Inclusive as ideias construídas pela nossa mente acerca da Divindade.

Conhecer a verdade não nos impede de sofrer, angustiar, decepcionar ou morrer. Continuamos a princípio vivendo na mesma situação só que sem alimentarmos o auto-engano. Então, a partir daí, podemos começar a fazer escolhas que nos conduzem rumo a um agir conforme a reflexão da consciência, enfrentando as dificuldades e não mais fugindo dos problemas.


OBS: A ilustração acima refere-se à alegoria do Platão sobre o Mito da Caverna. É datado de 10 de março de 2005 e a sua autoria é atribuída a Mats Halldin, conforme a Wikipédia.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sansão e a operação da graça de Deus

A cinematográfica história bíblica de Sansão confirma surpreendentemente a operação da graça divina.

Os capítulos 13 a 16 do livro de Shofetim (Juízes) contam a história do lendário líder do Israel primitivo desde o nascimento até a sua morte. Relata a narrativa que, por causa do pecado do povo, Deus havia entregue os israelitas de baixo da opressão dos filisteus durante um período de quarenta anos até que o Anjo do SENHOR visitou um casal cuja esposa era estéril, prometendo-lhes um filho que começaria a livrar Israel das mãos do adversário.

Para que Sansão pudesse cumprir sua missão, Deus lhe dotou de uma grande força física e várias proezas foram por realizadas por seu intermédio durante os vinte anos em que liderou Israel. Porém, ele deveria cumprir com o voto nazireu, o qual, segundo a lei mosaica, impunha que a pessoa consagrada a Deus não cortasse o cabelo, nem tocasse num cadáver ou tomasse qualquer tipo de bebida alcoólica, conforme o Anjo havia determinado à sua mãe:

“porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar Israel do poder dos filisteus”. (Jz 13.5; ARA)

Sansão, todavia, não foi obediente a Deus e desperdiçou a sua vida. Ao invés de concluir a sua obra para a qual foi chamado e derrotar de vez com os filisteus, ele violou os votos do nazireado e as leis de Deus em muitas ocasiões, deixando-se conduzir por seu apetite sexual a ponto de fazer escolhas erradas. Seus dons e habilidades foram utilizados sem prudência.

Na época de seu casamento com uma filisteia, Sansão quebrou dois de seus votos que deveria guarar como nazireu. Ou seja, bebeu vinho e retirou um favo de mel que havia se formado no cadáver de um leão que matara dias atrás.

A pior tragédia de Sansão, entretanto, ocorreu quando ele se apaixonou perdidamente por Dalila (provavelmente uma filisteia), a qual, com muita insistência, induziu-o a contar onde estaria o segredo de sua força. O texto bíblico diz que Dalila o importunava todos os dias até que, finalmente, Sansão confessou que, se sua cabeça fosse raspada, a força prodigiosa que Deus lhe dava iria deixá-lo de modo que ele se tornaria como qualquer outro homem (Jz 16.17).

Dalila, após receber dinheiro dos filisteus, traiçoeiramente raspou as tranças de Sansão e o entregou aos seus adversários. E, no momento em que foi avisado por Dalila sobre um novo ataque dos filisteus contra ele, Sansão ainda pensava que iria se livrar daquela situação como nas vezes anteriores, mas o próprio texto diz que “o SENHOR já tinha se retirado dele” (Jz 16.20).

Depois de capturarem Sansão e cegarem seus dois olhos, os filisteus levaram-no para a região de Gaza. Ali, no país dos filisteus, Sansão passou a executar o trabalho braçal de moer grãos dentro da prisão. Contudo, o texto bíblico nos diz que os seus cabelos tornaram a crescer novamente.

Houve então um dia em que os filisteus resolveram festejar a captura de Sansão oferecendo um sacrifício a Dagom, o deus deles. Para tanto, trouxeram Sansão do cárcere e começaram a se divertir com aquele episódio.

Aconteceu que, vivendo o seu fundo de poço, Sansão voltou-se para Deus e, nos últimos momentos em que viveu, experimentou o que é depender unicamente do SENHOR e não de si mesmo, fazendo esta oração:

“SENHOR Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só desta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos.” (Jz 16.28)

Naquele momento difícil, Sansão encontrou-se com a abundante graça de Deus. Pois, mesmo depois de ter quebrado todos os votos do nazireado, ele foi novamente usado pelo Eterno para matar mais filisteus do que em todas as vezes anteriores. Diz a Bíblia que Sansão derrubou as duas colunas que sustentavam o templo de Dagom, de modo que a casa desabou sobre todos os príncipes dos adversários e sobre o povo que ali estava, apesar da queda dos escombros tê-lo matado também.

Segundo esta história da Bíblia, cujos valores chocam a nossa cultura contemporânea (pois além do anti-universalismo tem-se um atentado de terrorismo), podemos compreender que o trágico resultado superou em muito todas as mortes dos filisteus que Sansão fez durante a sua vida (antes de quebrar o terceiro voto do nazireado). Ali Deus não pediu contas da infidelidade de Sansão (nem fez cobranças morais sobre suas relações sexuais ilícitas com mulheres estrangeiras), mas lhe concedeu graça paa que cumprisse o seu propósito messiânico em favor do povo de Israel contra os opressores filisteus.

Assim, apesar de todos os erros de rebeldia que cometeu no passado, Sansão morreu justificado, tendo cumprido aquilo que o Anjo do SENHOR disse a seu respeito, no sentido de que iria começar a livrar Israel das mãos dos filisteus, sendo que o seu nome é citado como um herói da fé no Novo Testamento. Na epístola aos Hebreus, Sansão aparece na lista dos homens que “por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros” (Epístola aos Hebreus 11.33-34).

Sem dúvida que, no pior momento, Sansão tirou força da fraqueza como diz o texto do Novo Testamento. E, embora a sua vida pudesse ter sido muito melhor, foi com o sofrimento decorrente da desobediência que Sansão aprendeu a depender de Deus e não do dom sobrenatural que havia recebido.

Igualmente é desta maneira que vejo Deus operando com graça sem medida na vida das pessoas que se voltam para o seu Criador. É quando Deus tira o homem do mais profundo abismo e este assume a consciência de que todos os seus cartuchos queimaram e que ele não tem nada a oferecer ao Eterno, passando a depender unicamente de sua misericórdia e bondade.


OBS: A ilustração deste artigo refere-se ao quadro do pintor dinamarquês Carl Heinrich Bloch em que Sansão é retratado girando um moinho na prisão dos filisteus para moer grãos conforme a passagem de Jz 16.21b.