A divulgação do áudio envolvendo as gravações entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado sacudiu esta segunda-feira em Brasília, criando a primeira crise no governo Temer. Em sua conversa, o ministro afastado chegou a falar em "pacto" a fim de "estancar a sangria" representada pela Lava Jato, indicando o afastamento de Dilma como uma "saída".
"Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar, ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?" (clique AQUI para ler os principais trechos das gravações noticiados pela Folha)
No entanto, se os corruptos apostaram suas fichas sujas no impeachment, acreditando num eventual panos quentes sobre as investigações contra eles, encontram-se redondamente enganados. Pois, ainda que, por 500 anos, tenhamos sido o país da impunidade, as instituições brasileiras agora tomam outro rumo. E, acima de qualquer governo, existe o Estado assim como não podemos ignorar o fato de que há hoje em dia um operante observatório social independe dos partidos políticos que disputam o poder.
De acordo com as declarações de hoje do juiz Sérgio Moro, a Lava Jato, que ainda está em andamento, mostrou "indícios de corrupção sistêmica, profunda e penetrante no âmbito da administração pública" do país. Apesar disso, segundo o magistrado, não houve respostas "institucionais" diante da insatisfação popular contra a corrupção:
"No caso da Petrobras, por exemplo, há indícios que todos os grandes contratos envolviam o pagamento de propina. O nível de deterioração da coisa pública é extremamente preocupante (...) A quantidade de pessoas nas ruas revelou insatisfação e não tivemos respostas institucionais mais relevantes".
Em meio a esse cenário ainda bem instável na política, penso que devemos caminhar de maneira proativa, buscando o bem do Brasil em todos os sentidos, sem nos deixarmos enganar pelos discursos mentirosos e oportunistas vindo daqueles que tentam tirar proveito das crises para se promoverem. Quem possuir discernimento não se deixará levar pela lábia do PT no sentido de que o impeachment teria sido um "golpe", como mais uma vez afirmou a presidenta Dilma na noite desta segunda-feira (ler matéria Áudio de Jucá deixa 'evidente' caráter 'golpista' do impeachment, diz Dilma no G1), mas fará ponderações sábias.
Assim, doa a quem doer, as operações da Polícia Federal devem continuar "pregando no deserto", como bem falou o Moro, a fim de que todos os corruptos sejam responsabilizados. E, da mesma maneira, a recuperação da economia precisa se desenrolar como um processo contínuo executado por uma equipe de trabalho austera comandada pelo ministro Henrique Meirelles. Aliás, ele prometeu que irá anunciar amanhã medidas legislativas e administrativas para salvar o Brasil:
"Nós estaremos trabalhando de hoje para amanhã. Serão longas 24 horas. Gostaria de dizer que a ideia é um plano de voo, de direção, com medidas que tenham efeitos plurianuais e que tenham impactos permanentes, que não estejam só focadas no resultado desse ano, do próximo.. Devemos dar uma linha de ação que, em sendo aprovada pelo Congresso, tenhamos uma grande segurança por parte da sociedade, dos analistas, dos bancos, de todos"
Desejo ver essa superação e espero que o Congresso colabore. Afinal, nem só de investigações vive um país e os problemas relacionados à política jamais podem impedir uma nação grandiosa como a nossa de voltar a crescer.
Vamos em frente! Viva o Brasil!
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