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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não perca a maior oportunidade da sua vida!

A multidão falou: "A Lei nos ensina que o Cristo permanecerá para sempre; como podes dizer: 'O Filho do homem precisa ser levantado'?" Disse-lhes então Jesus: "Por mais um pouco de tempo a luz estará entre vocês. Andem enquanto vocês têm a luz, para que as trevas não os surpreendam, pois aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo. Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz". Terminando de falar, Jesus saiu e ocultou-se deles. (Evangelho segundo João 12.34-36; Nova Versão Internacional - NVI)


A passagem acima mostra Jesus discutindo com pessoas em Jerusalém em sua última semana. Nosso Senhor, dentro de alguns dias, iria ser "levantado" pelos romanos, isto é, crucificado. E, ao dizer que ele iria ser morto daquela maneira pelos gentios, suas palavras contrariaram as concepções ou expectativas que a maioria de seu povo tinha acerca da obra do Messias. Isto porque os judeus aguardavam ansiosamente por um descendente de Davi que, quando se manifestasse, restabeleceria de imediato a realeza soberana da nação como nos tempos antigos.

Ao advertir seus ouvintes, Jesus estava dizendo que os judeus deveriam crer nele antes que fosse tarde. Porém, como aquelas pessoas estavam com seus corações fechados e indispostas para crer, Jesus se ocultou delas. E, ao que tudo indica, aquela geração não soube aproveitar o tempo em que fora visitada por Deus na pessoa do Filho, manifestado no forma humana.

Mesmo que as advertências de Jesus tenham se dirigido a um público daquela época, não podemos nos esquecer que tais palavras também têm aplicação para os nossos dias.

A morte de Jesus na cruz reconciliou a humanidade com Deus. Quando o Senhor foi "levantado" pelos romanos, sendo Ele inocente de toda e qualquer acusação, seu sacrifício pôde trazer perdão para todos porque o nosso pecado foi punido na sua carne. Por isso, todo aquele que crê em Jesus tem a vida eterna.

Quem crê em Jesus não é julgado pelos seus pecados, mas quem não crê já está condenado (ver João (3.18-31,36), o que significa uma escatologia já realizada, isto é, permanecer debaixo da condenação imposta ao homem pela sua queda.

Erramos quando tentamos separar o mundo do presente do mundo do futuro, no sentido de conceber apenas uma ressurreição escatológica, esquecendo-nos que Jesus é a ressurreição e a vida de maneira que todo aquele que Nele crê já vive eternamente:


Disse-lhe Jesus: "O seu irmão vai ressuscitar". Marta respondeu: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia". Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim não morrerá eternamente. Você crê nisto?". Ela lhe respondeu: "Sim, Senhor, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo". (João 11.23-27; NVI)


Ora, na vida todos perdem grandes oportunidades. Seja a chance de fazer um bom negócio, conseguir um grande emprego, visitar belíssimos lugares ou de conhecer pessoas maravilhosas. Porém, a maior oportunidade que um homem pode ter em toda a sua existência é crer em Jesus, entregando sua vida para Ele.

Quando cremos em Jesus de todo o nosso coração, isto é, aceitando com obediência a sua Palavra, nascemos de novo e ressuscitamos espiritualmente. Mesmo que venhamos a enfrentar a morte física, esta não terá poder nenhum sobre nós porque a partir da nossa conversão passamos a gozar da vida eterna.

Peço a Deus que não percamos o tempo da nossa visitação. Ainda há "luz" e, se você está hoje ouvindo a Mensagem do Evangelho, é porque existe oportunidade para sua alma. Abrace-a. Não deixe que ela passe. Caminhe enquanto há luz!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os Correios não podem cobrar por telegrama fonado de mais de 90 dias que a concessionária de telefonia deixou de repassar ao consumidor


Recebi ontem um boleto de cobrança dos Correios referente a um telegrama fonado de 24/08/2006 cujo valor não teria sido repassado pela concessionária de telefonia fixa ao consumidor, o que me causou perplexidade por causa do grande lapso temporal em relação à época da prestação do serviço.

Entendo que a ECT não pode cobrar por serviços supostamente realizados há quatro anos atrás. Isto porque, com base no artigo 61 da Resolução n° 85 de 30.12.1998, da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que regulamenta o telefone fixo comutado no Brasil, o débito referente à cobrança telefônica deve ser apresentado ao assinante no prazo máximo de 90 (noventa) dias contados da efetiva prestação do serviço.

Embora tal norma da ANATEL refira-se às chamadas telefônicas, parece-me que o mesmo entendimento pode também ser aplicados a serviços de terceiros que são cobrados através da conta telefônica.

Vale ressaltar que cobranças retroativas impedem que o usuário possa verificar com exatidão se os serviços cobrados foram realmente executados bem como não terá certeza se os valores já foram ou não cobrados. Logo, para que se preserve a estabilidade das relações jurídicas no país, não acho nem um pouco razoável que os Correios cobrem por serviços prestados ao consumidor há mais de noventa dias. Ainda mais numa época em que as pessoas, após receberem uma quitação anual de seus débitos com as companhias de telefone, podem jogar fora todas as faturas referente ao período.

Outrossim, se a concessionária de telefonia deixa de repassar ao consumidor as cobranças por eventuais serviços de terceiros, não pode o consumidor vir a ser surpreendido com uma cobrança retroativa de mais de quatro anos por causa de erros cometidos pela Telemar.

Portanto, como as cobranças de serviços prestados há mais de 90 dias são indevidas, deve a ECT abster-se de cobrá-las. E, caso alguém seja surpreendido por uma cobrança semelhante tem todo o direito dessas de contestá-la no Procon e na Justiça. Ou então pagar a conta e pleitear judicialmente a sua devolução de igual valor ao dobro segundo o artigo 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90).

Edir Macedo apoia Dilma e chega a defender o aborto em público!

Chega a ser repugnante esta pregação do "bispo" Edir Macedo da Igreja Universal onde ele se diz favorável ao aborto como uma forma de planejamento familiar.

Embora a Bíblia não trate especificamente sobre a questão do aborto, mas é óbvio que a proibição está implícito no "não matarás". Tanto é que Êxodo 21.22-25 prevê a mesma pena a alguém que comete um homicídio e para quem causa a morte de um bebê no útero. Além do mais, outras passagens bíblicas mostram que Deus se importa com o ser humano antes do seu nascimento.


"Antes de formá-lo no ventre
eu o escolhi;
antes de você nascer, eu o separei
e o designei profeta às nações".

(Jeremias 1.5; NVI)

"Tu criaste o íntimo do meu ser
e me teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável.
Tuas obras são maravilhosas!
Digo isso com convicção.
Meus ossos não estavam escondidos de ti
quando em secreto fui formado
e entretecido como nas produndezas da terra.
Os teus olhos viram o meu embrião;
todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro
antes de qualquer deles existir".

(Salmo 139.13-16; NVI)


Com base nesses versículos (eu poderia até citar mais trechos da Bíblia), dá para compreender claramente que o aborto é uma das maiores violências contra a vida, um crime praticado contra um ser indefeso que, embora sem consciência de que está sendo assassinado, é destinatário dos planos e das bençãos de Deus.

Ora, como pode um homem dizer que prega o Evangelho de Cristo e ao mesmo tempo faz uma defesa pública do aborto?

Pode de uma mesma fonte sair água doce e água salgada?

Por acaso colhemos milho de um pé de feijão?

Curiosamente, Edir Macedo está apoiando a candidatura de Dilma Rousseff e nisto, pelo menos, acho que ele está sendo coerente em votar numa pessoa que pense como ele. Porém, em relação à Bíblia que ele carrega debaixo do braço, a mensagem pregada pelo "bispo" em púlpito é manifestamente incompatível com o que diz a Palavra de Deus.

Assista o vídeo:


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uma nova onda ataca na internet: o sexting

Hoje, aos meus 34 anos e meio de idade, descobri uma nova palavra que até então jamais fazia ideia do que seria - o sexting.

O vocábulo em destaque trata-se de mais um neologismo anglicano que se incorporou à nossa língua (uma união das palavras em inglês sex e texting), referindo-se ao envio de materiais pornográficas e sensuais através de telemóveis ou computadores conectados à internet a ponto de se tornar uma prática bem comum entre adolescentes nos últimos cinco anos.

Tudo começou com a troca de mensagens de conteúdo erótico através das mensagens de texto nos telefones celulares. Depois, com as novidades tecnológicas, as imagens passaram a ser também divulgadas, em que jovens e adolescentes não tiveram restrições em exibir seus corpos nus ou seminus através de celular, e-mail, webcam, sites de relacionamento, etc.

Segundo uma pesquisa feita em fevereiro deste ano pela organização não-governamental Safernet com 2.159 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos, foi constatado que 11% deles já experimentaram o sexting, publicando na internet mensagens íntimas ou fotos em poses sensuais. De acordo com Rodrigo Nejm, diretor da ONG, "eles querem aproveitar o momento. Não pensam que a foto pode ser vista por futuros chefes, esposas, maridos e filhos. Outro perigo ainda pior é a pornografia infanto-juvenil. Será que não sabem que as fotos vão parar em sites pornográficos".

De acordo com uma matéria publicada na Folha de São Paulo (27/05/2009), outra pesquisa feita em 2008 nos Estados Unidos apontou que 20% dos jovens norte-americanos dizem ter enviado pela internet fotos de nudez total ou parcial de si próprios. E, 39% deles afirmam ter enviado ou postado mensagens sexualmente sugestivas.

Tal comportamento é de deixar as demais gerações perplexas! Para alguns psicólogos, o fato de uma adolescente expor suas fotos íntimas na internet pode estar relacionado com o desejo de se tornar uma pessoa popular, uma espécie de auto-afirmação.

Entretanto, muitos casos de sexting acabam mal. Além de crianças e adolescentes estarem produzindo material que poderão ser utilizados por pedófilos exploradores da pornografia infantil, há sempre colegas de escola, ex-namorados (ou "ficantes") que agem mal intencionados procurando se aproveitar do material colhido por eles na rede de computadores. Assim, vários casos já foram parar até na Justiça, sendo que um dos mais famosos é de Daniela Cicarelli, depois que ela foi flagrada por um paparazzi tendo relações sexuais com o namorado numa praia da Espanha e as cenas foram parar num vídeo do YouTube.

A verdade é que, antes do nosso adolescente ter se tornado um refém de suas próprias fotos ou vídeos, não podemos nos esquecer que a sua educação há muito tempo foi abandonada. Não acho que a tecnologia seja a culpada, mas é certo que a nova geração sofre pela ausência de valores cristãos. Nas últimas décadas, criou-se no Ocidente uma cultura atéia e hedonista (há psicólogos que chegam a ver o sexting como um "prevenção" para DSTs e gestação não planejada), sendo certo que existe todo um mercado capaz de tirar proveitos da situação, não sendo demais lembrar que, até abril deste ano, a propaganda da Microsoft mostrava um adolescente tirando uma fotografia por dentro de sua camisa, enviando-a depois para uma colega através do telefone Kin.

Mas o que os pais podem fazer para protegerem seus filhos já que a grande maioria dos jovens faz uso frequente dos sites de relacionamento e dos comunicadores instantâneos, além de ter mais habilidade do que a geração anterior?

Entendo que os pais não podem deixar de exercer autoridade sobre os filhos, o que encontra amparo tanto na Bíblia quanto na legislação brasileira. Controlar o que a criança ou o adolescente anda vendo na internet não viola a sua privacidade, sendo às vezes uma medida necessária. Porém, o diálogo é fundamental afim de que seja explicado ao jovem sobre os riscos de determinados comportamentos e como eles poderão se proteger. Aliás, é isto que a Palavra de Deus orienta:


"Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar" (Deuteronômio 6.6-7; Nova Versão Internacional - NVI)


Mais de 3.000 anos depois, esta Torá recebida por Moisés permanece tão atual quanto na época em que os israelitas escaparam da escravidão do Egito. É preciso que os pais amem a instrução de Deus. E também é necessário que a mãe e o pai estejam dispostos a conversar desde cedo com a criança, envolvendo-se com os seus conflitos, acompanhando seus dramas e lhes transmitindo uma formação para toda a vida.

Dentro desse contexto, considero oportuno que os cristãos abracem e divulguem campanhas como esta da Safernet e do Ministério Público, as quais estão sendo divulgadas na mídia, pois se trata de uma oportunidade para a Igreja incentivar o diálogo dentro das famílias através de uma educação sempre atual capaz de promover a proximidade entre pais e filhos.


domingo, 24 de outubro de 2010

Eternidade sem saudades

Nesta tarde de domingo, quando desci de meu apartamento para levar os filmes de volta para a locadora, fui abençoado com um agradável vento primaveril.

No entanto, a mistura dos raios solares de final de tarde com aquele sopro refrescante da natureza (nem tão frio, mas não quente), trouxe-me a sensação dos bons momentos do meu passado, despertando emoções de nostalgia.

Como seria bom se pudéssemos perpetuar as boas experiências que tivemos, as quais ocorreram naturalmente sem que tivéssemos executado tais acontecimentos. Bem que eu gostaria de celebrar a Vida com minha esposa como nos tempos em que a saúde lhe sobrava. Também viveria com mais intensidade aqueles bons momentos com parentes e amigos que já não mais se encontram comigo.

Antes que a tristeza tomasse o lugar daquelas agradáveis sensações climáticas, lembrei-me do Eterno Deus. Trouxe à memória Aquele que criou todas as coisas e cujo Reino jamais terá fim.

Minha fé no Eterno fez com que minha alma recusasse toda nostalgia e comecei a pensar nas coisas que durarão para sempre, pois a existência não se resume às coisas deste mundo e a minha vida encontra-se com o Messias Jesus.

Na companhia do Santo, resolvi caminhar um pouco mais depois que devolvi os DVDs à loja. Dei uma volta por trás do quarteirão de minha casa, sentindo-me em paz e menos só enquanto passava por ruas que, durante os demais dias da semana, tornam-se mais movimentadas naquela hora do dia.

Finalmente, mais animado com a Vida, resolvi compartilhar este vislumbre da eternidade.


Então pedi:
Ó meu Deus, não me leves no meio dos meus dias.
Os teus dias duram por todas as gerações!
No princípio firmaste os fundamentos da terra,
e os céus são obras das tuas mãos.
Eles perecerão, mas tu permanecerás;
envelhecerão como vestimentas.
Como roupas tu os trocarás
e serão jogados fora.
Mas tu permaneces o mesmo,
e os teus dias jamais terão fim.
Os filhos dos teus servos terão uma habitação;
e os seus descendentes serão estabelecidos na tua presença.

(Salmo 102.24-28; Nova Versão Internacional - NVI)

Você precisa do meio ambiente!

Atualmente, depois de décadas de destruição ambiental, produtores rurais do Centro Oeste brasileiro já andam preocupados com a preservação do ecossistema amazônico, pois estão cientes da redução na quantidade de chuvas que poderá afetar diretamente a agricultura ao sul do "arco do desmatamento". Por isso, é muito vídeos como este da organização não-governamental WWF.

Através das animações é mostrado que o desmatador amanhã pode ser vítima da destruição que ele mesmo pratica. O objetivo da campanha, iniciada em 2007, foi de conscientizar a população quanto ao fato de que pequenas ações isoladas, tanto positivas como negativas, podem dar início a um efeito cascata de proporções planetárias. A criação é de Rodolfo Sampaio, Julio Andery e Arício Fortes.


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Hélio Bicudo declara apoio a José Serra!

Um dos mais renomados juristas brasileiros, Dr. Hélio Pereira Bicudo, militante dos direitos humanos, autor de livros e ex-vice prefeito de São Paulo na gestão de Martha Suplicy (2001-2004), confirmou publicamente o seu apoio ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Para Hélio Bicudo a alternância de poder é fundamental para a democracia de um país afim de se evitar aquilo que ele chamou de "sistema mexicano de continuísmo" em que um partido, instalando-se por muito tempo no poder, contribui para aumentar o passado de corrupção.

Achei bem sensatas as suas opiniões, sendo que devemos levar em conta que a análise parte de um homem que, na sua longa trajetória de vida de 88 anos, sempre esteve ao lado da democracia (tanto é que se desfiliou do PT em 2005). Assim como ele, penso ser importante o Brasil buscar uma renovação, mesmo que estejamos alternando entre petistas e tucanos.

A seguir compartilho um vídeo extraído do Youtube onde Hélio Bicudo apresenta as justificativas de seu apoio a Serra e por que não votará na Dilma.


Mais uma cidade agora proíbe a realização de rodeios

Excelente esta notícia que compartilho a seguir e acho que foi uma significativa vitória dos movimentos de proteção dos animais obtida ontem aqui em Nova Friburgo. ONGs e militantes conseguiram que os vereadores da Câmara Municipal, por unanimidade, proibissem a realização de rodeios. Muito bom!

Dou meus parabéns a todos os ativistas que, desde 2007, estão lutando continuamente contra eventos deste tipo, fazendo protestos e abaixo-assinado, escrevendo artigos, conscientizando a população e representando perante o Ministério Público diante dos casos concretos de ameaça ou de agressão aos direitos dos animais.

Daqui pra frente é preciso fiscalizar e cobrar a execução da nova lei.


Proibidos os rodeios

Não serão mais permitidos, em Nova Friburgo, rodeios e outros eventos onde haja maus tratos a animais.

O Projeto de Lei nº5987/10, que proíbe, no âmbito do Município de Nova Friburgo, a realização de rodeios, touradas ou eventos similares que envolvem maus tratos e crueldades a animais, foi aprovado hoje (19) em Plenário.


Fonte: http://www.camaranf.rj.gov.br:8180/cmnf/noticias/proibidos-os-rodeios

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ministra Eliana Calmon revela os podres do Judiciário brasileiro

Penso que o nosso Judiciário ainda precise mudar bastante para que a democracia e o Estado brasileiro possam ser aperfeiçoados. Até a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pode-se dizer que apenas as nomeações políticas nos Tribunais Superiores e o Quinto constitucional previsto no artigo 94 da Carta Magna oxigenavam a medíocre monarquia dos magistrados. Com o CNJ, agora os juízes podem ser mais fiscalizados (pelo menos em tese). No entanto, entendo ser necessário rever a composição do órgão para que mais representantes da sociedade civil tenham assento no conselho.

Compartilho a seguir uma excelente matéria disponibilizada no site da Seccional da OAB no Rio de Janeiro, na qual a ministra Eliana Calmon abre o jogo e expõe sua crítica em relação ao Poder Judiciário. Concordo quando ela diz que não haver lei "que resolva", indicando ser a "falta de caráter" a raiz do problema. Afinal, a falta de comprometimento profissional, o apadrinhamento de pessoas e outras coisas mais não deixam de ser um problema cultural da sociedade brasileira.


Corregedora do CNJ diz que é comum troca de favores entre juízes e políticos


Do site do STJ

14/10/2010 - A ministra Eliana Calmon é conhecida no mundo jurídico por chamar as coisas pelo que são. Há onze anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana já se envolveu em brigas ferozes com colegas a mais recente delas com então presidente César Asfor Rocha. Recém-empossada no cargo de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra passa a deter, pelos próximos dois anos, a missão de fiscalizar o desempenho de juízes de todo país. A tarefa será árdua.

Criado oficialmente em 2004, o CNJ nasceu sob críticas dos juízes, que rejeitavam ideia de ser submetidos a um órgão de controle externo. Nos últimos dois anos, o conselho abriu mais de 100 processos para investigar a magistratura e afastou 34.

Em entrevista à revista Veja, Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama. Ela diz que o Judiciário está contaminado pela politicagem miúda o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua são os patrocinadores das indicações dos ministros.


Leia abaixo a entrevista.

Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?

Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou, corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juizes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.

A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende dessa troca de favores?

O ideal é que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário.

Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?

Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Poder Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.

A tese que a senhora critica foi usada pelo ministro César Asfor Rocha para trancar a Operação Castelo de Areia, que investigou pagamentos da empreiteira Camargo Corrêa a vários políticos.

É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve ser considerada. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdadeira, e a investigação chega ao tribunal com todas as provas, você vai desconsiderar? Tem cabimento isso? Não tem. A denúncia anônima só vale quando o denunciado é um traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder.

Existe essa relação de subserviência da Justiça ao mundo da política?

Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político.

Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.

Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: "Claro, se não tivesse, não estaria aqui". Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.

No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?

Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicacão política.

Há um assunto tabu na Justiça que é a atuação de advogados que também são filhos ou parentes de ministros. Como a senhora observa essa prática?

Infelizmente, é uma realidade, que inclusive já denunciei no STJ. Mas a gente sabe que continua e não tem regra para coibir. É um problema muitio sério. Eles vendem a imagem dos ministros. Dizem que têm trânsito na corte e exibem isso a seus clientes.

E como resolver esse problema?

Não há lei que resolva isso. É falta de caráter. Esses filhos de ministros tinham de ter estofo moral para saber disso. Normalmente, eles nem sequer fazem uma sustentação oral no tribunal. De modo geral, eles não botam procuração nos autos, não escrevem. Na hora do julgamento, aparecem para entregar memoriais que eles nem sequer escreveram. Quase sempre é só lobby.

Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?

Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a "juizite".


Fonte: http://pub.oab-rj.org.br/index.jsp?conteudo=13597

Quando a nossa fraqueza vira força

O reverendo Caio Fábio D'Araújo Filho pode ser uma pessoa de vida polêmica e controvertida no meio cristão, mas tenho encontrado um grande prazer em ouvi-lo pregar. É um cara muito perseguido por denunciar os pastores evangélicos enganadores, os quais, por sua vez, tentam escandalizá-lo aproveitando-se de um episódio de adultério que marcou sua vida na década de 90.

Tive meus primeiros contatos midiáticos com o Caio Fábio justamente no comecinho dos anos 90. Naqueles tempos, eu ainda não compreendia muito bem a sua mensagem, a qual costumava aceitar como mais uma pregação, sem discerni-lo de outras personalidades do meio evangélico como a então missionária Valnice Milhomens Coelho do movimento neopentecostal.

Posso dizer que não cheguei a acompanhá-lo com frequência naqueles tempos e fui me decepcionando quando soube de notícias que falavam de seu forte envolvimento com a política, tendo sido ele citado em escândalo.

Recentemente, ao reencontrar Caio Fábio através da internet, surpreendi-me ao vê-lo com uma aparência um tanto diferente, com cabelos longos e vestindo roupas exóticas que me fazem lembrar um cidadão do Oriente. Porém, não foi a aparência que mais me chamou a atenção e sim o fato daquele homem pregar sem usar a máscara de pastor. Senti unção nas suas palavras.

Tomei a iniciativa de pesquisar mais sobre o Caio Fábio e descobri coisas ainda mais surpreendentes. Fiquei maravilhado com a maneira como ele soube deitar-se na graça de Deus quando lidou com o problema do adultério que havia causado o seu divórcio com Alda Maria Fernandes após 19 anos de matrimônio. Caio escreveu Confissões de um pastor, livro publicado pela editora Mundo Cristão onde ele abre o jogo sobre a farsa que viveu durante anos até buscar em Deus a restauração da legitimidade de sua vocação pastoral.

Não li o livro, mas posso me admirar pela ousadia e sinceridade teve aquele homem! Como nós moralistas precisamos de uma dose dessa coragem para arrancar de vez todas as nossas máscaras, lutarmos abertamente contra cada um dos pecados, pedirmos perdão publicamente e não escondermos quem somos!?

Fuçando sua página na internet, pude observar como que a experiência negativa que Caio Fábio teve no passado tornou-se uma fonte de benção para ajudar outras pessoas que hoje estão tentadas ou sofrendo consequências pelas suas escolhas erradas. Foi o que li na resposta que ele deu a um e-mail de aconselhamento pastoral cujo título era "MINHA VIDA VIROU UMA LOUCURA..." onde o autor se apresentou como um homem casado que se envolveu com uma mulher mais jovem. Ao responder, Caio Fábio tratou do assunto com grande maturidade sem fazer julgamentos errados e tirando lições de seu próprio fracasso.

Leiam:


----- Original Message -----

From: MINHA VIDA VIROU UMA LOUCURA...

To: contato@caiofabio.com

Sent: Sunday, September 13, 2009 3:23 PM

Subject: TUDO VIROU UMA LOUCURA...


Caro irmão Caio Fábio,

Tenho ido às reuniões do Caminho em Brasília, único lugar que tem me dado consolo espiritual depois de tanto vagar por aí.
Já submeti meu caso há várias opiniões, e apenas recebido orientações conforme a teologia e opiniões tradicionais. Não julgo a ninguém por isso.
Sei que meu caso é complexo de entender e de se orientar mas para Jesus nada é impossível. Em quantas situações ele tirou soluções do nada!
Me converti aos 16 anos e hoje estou com 43. Me casei com 21 anos com uma mulher serva de Deus, fiel até hoje ao Senhor. Tenho um casal de filhos de 19 e 21 anos. Me considero o tipo de cristão consagrado pois sempre servi intensamente nos movimentos das igrejas por onde passei.
Vim para Brasília há 7 anos de forma abençoada por Deus. Mas não soube aproveitar a porta da benção e comecei a me envolver com mulheres na oportunidade em que freqüentava meu curso superior. Foram várias experiências traumáticas, algumas delas minha esposa tomou conhecimento, pois minha personalidade não permite esconder, além do discernimento espiritual dela, mas todos superados.
Em 2007 eu resolvi encerrar esta brincadeira de envolvimentos e voltar a ter uma vida plena com minha família. Mas já estava muito marcado e fragilizado espiritualmente por falta de ida às reuniões cristãs, além de decepções com o lugar em que sempre freqüentei.
Já durava uns 6 meses de aparente tranqüilidade quando um dia encontrei uma jovem que é do serviço geral no meu trabalho. Ela falou dos vários problemas que passava com o homem com quem vivia e, ao invés de levar uma palavra de salvação, eu terminei servindo como salvação para os problemas dela. Me envolvi, dei apoio, até que ela o largou e foi morar numa kit que eu aluguei.
O conflito começou. Ela se apegou demais a mim (apesar de qualquer pessoa que analisar a situação interprete como aproveitamento da parte dela, o fato é que, pelos vários fatores que se passou entre nós, ela ficou e ainda é até hoje apaixonada por mim). Minha esposa soube, familiares souberam, os filhos souberam, amigos também. Então resolvi deixar minha família e viver com ela. Passei uma semana e, comovido, não resisti e fui morar com um amigo por quase três meses até voltar novamente para casa. Apesar de tudo, não a deixei e continuei a visitá-la enquanto vivia com a família. Finalmente ele veio a engravidar e hoje está com sete meses.
Minha filha se voltou contra mim, deixou de falar comigo e retornou para a cidade de onde viemos para estudar e morar com os avós. Meu filho foi para outra cidade, pois passou num concurso militar. Estou eu e minha esposa que ainda persevera e me diz que Deus não permite que ele me deixe, apesar de tudo. São dois anos de sofrimento para todos.
Eu gosto dela, ainda mais agora que vai ter uma filha de nosso relacionamento. A considero uma boa pessoa apesar de toda a ignorância espiritual e social que ela possui. Já pedi para ela viver, me deixar, que eu a apoiarei no que for preciso. Ela sempre diz que não entende porque, mas não consegue me deixar, vontade até que tem.
Por outro lado, pastor, eu tenho um profundo sentimento por minha família que creio ser de Deus. Nós éramos tão felizes, meus filhos sempre me respeitaram, meus parentes todos me admiravam, foi por meu intermédio que quase todos eles vieram ao Senhor.
Hoje me sinto um canalha, atrapalhei a vida de muitos, perdi amigos e sou visto no trabalho como um cristão fracassado (o mal exemplo). Estou pleiteando retornar para minha cidade pelo meu trabalho, a pedido de minha esposa e com o apoio dos parentes. Já disse para a outra que estou para fazer isto. Mas fica a culpa, a dúvida, enfim, sentimentos que nem eu sei explicar.
Me sinto perdido, às vezes dá uma vontade enorme de pedir transferência para outro lugar no Brasil onde eu possa viver sozinho, sem nem uma nem outra. Sei que colho o que semeei, que sou o culpado de tudo nesta história. Mas ainda resta um fio de esperança, de uma fé que não me permite negar e me afastar do Senhor.
Peço-lhe com lágrimas que me dê uma palavra, qualquer que seja, para que, quem sabe eu possa me nortear na vida.
Obrigado e que Deus continue lhe usando.

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Resposta:


Meu irmão amado: Graça e Paz!

Você se converteu aos 16, casou aos 21 e foi...

Aos 40 anos a bomba explodiu...

Tudo o que fora reprimido ou abafado antes da hora..., tipo: sua libido e desejo de ter namorado mais... — ficou acumulado..., e, com o reforço da moral religiosa e com o amor que você sentia pela sua esposa e família, tudo foi sendo levado sem dores...

Entretanto...

Quando surgiram as decepções com a “igreja” — que era a “avalista de sua moral e de sua santidade” — sua alma cansada começou a desistir do “bem”...

Ora, quando a “igreja” é a mantenedora da “espiritualidade” de alguém e a pessoa se “decepciona” com ela, com a “igreja”, então, quase que automaticamente no caso de homens..., a pessoa vai e trai a mulher como quem ganhou das “loucuras e incoerências” da “igreja” uma “permissão negativa” para fazer o que queira em face do engano dos supostos guardiões da verdade...

Na realidade há duas coisas em operação...

A 1ª é a crise de um homem de meia-idade e que não teve em nenhum momento antes a vida de um jovem...

A 2ª é a crise espiritual..., que tem na “igreja” a sua “simbolização”..., e que foi o dreno das energias restantes..., razão pela qual hoje você está assim..., como quem morre...

De fato, creia: você gosta da menina... Afinal, por que você não gostaria? Ela é jovem, frágil, indefesa, apaixonada, carente, dependente..., toda necessitada...; e mais: ávida por você sexualmente!... E ainda...: agora ela tem um filho seu no ventre... Ora, nesse sentindo não há como um homem bom, que fez uma grande cagada..., não vir a ter que gostar [e muito...] da pessoa [mulher] que supostamente foi a “causa” de tal desconstrução... Sim, é quase uma obrigação moral...

Entretanto, caso você insista em ficar com ela, saiba:

1. Você perderá tudo o que amou até hoje... Mulher, filhos, amigos, parentes, etc. Não ficará nada...

2. Logo..., morando com a menina, você descobrirá o quão maravilhosa a sua esposa era e você não via... Sim, pois logo você terá todos os problemas de sempre..., mais os milhões de problemas gerados pela situação..., mais sua angustia por estar vivendo angustiado com “ela”..., mais a sua angustia por não ter a companhia da família..., mais tudo o que acontece na alma de um homem bom em angustia existencial... — que são realidades que oprimem a alma de um homem até a morte...

Então, você verá que ficou com ela como quem cobre uma culpa criando milhões de outras...

Por outro lado..., não há tentação maior para um homem nessa área..., do que saber que existe uma menina-mulher-apaixonada..., que diz que somente quer você..., que implora a sua visita a fim de “atendê-la”..., e que uma vez “atendida”... faz você se sentir o macho dos machos...

Tudo fantasia... Mas é assim que alma segue no engano!...

Não digo que seja fantasia dela... Não! Fantasia é a situação de engano geral: seu engano e engano dela...

O que posso lhe dizer é que não creio que o seu futuro será feliz estando você no estado em que está!...

Já estive em situação bem mais complexa...

Resultado... Eu sei o que lhe digo... E sei que somente uma decisão na verdade... [e não na carne...] é que poderá salvar você de um futuro sem futuro além da dor...

Assuma as suas responsabilidades como pai em geral... Dos filhos que já tinha e do que agora terá... Mas não fique com a moça, a menos que seja amor mesmo [o que dificilmente eu possa lhe dizer que seja!], pois, ficar com ela fará tanto você quanto ela profundamente infelizes...

Qual é a troca que você está fazendo?...

Trocando tudo e todos por ela?...

Claro que não! Você sabe que ela não é a razão, não é a causa... Sim, você sabe que ela foi apenas o agente catalisador de agentes outros que estavam em operação em seu coração decepcionado...

Ela não é a causa de sua separação... Não é amor que une você a ela... É culpa com tesão... É o narcisismo de um macho alimentado pela carência de uma mulher-menina... É a sua “bondade” querendo pagar responsavelmente o preço da mentira como fantasia do “gostar”...

Fugir sozinho não adianta...

Você tem é que encarar de frente...

Se não sabe o que quer, fique só...

Ficar com ela a fim de decidir..., apenas o encalacrará para sempre...

Em minha opinião não tem como isso vir a ser bom para ninguém...

Mas é apenas um sentimento meu..., baseado em milhares de experiências..., sendo que eu mesmo, na minha própria pele, sei o que lhe digo...

Esta é a ajuda que posso lhe dar...

Quanto ao mais..., continue indo ao Caminho em Brasília... E mais: leia muito o site... Veja as milhares de situações semelhantes à sua... E veja como isto acaba sempre...

Receba meu amor no Senhor!

Nele, que não nos chamou para a insensatez como vida,

Caio

14 de setembro de 2009

Lago Norte

Brasília

DF



Fonte: http://www.caiofabio.net/conteudo.asp?codigo=05275


Que Deus nos dê força para que sejamos capazes de tirarmos a máscara e enfrentarmos os nossos fracassos com coragem afim de que amanhã também possamos ajudar quem também se acha numa situação de dificuldade!

sábado, 16 de outubro de 2010

Uma música de excelente qualidade!

Compartilho a seguir um louvor da mais qualidade, "Quero ser encontrado fiel", título do CD de num dos últimos lançamentos de Asaph Borba pela Life Produções, o qual foi colocado no Youtube pela própria Adorarnet.


Horário de verão outra vez

Lembro que eu ainda tinha meus nove anos de idade quando o José Sarney obrigou os brasileiros e brasileiras a adotarem o horário de verão. O ano era 1985 e eu tive que levantar mais cedo para ir à escola.

Até hoje o argumento do governo tem sido a economia de energia nos horários de pico, mas sabemos muito bem que o país lucra muito pouco se comparado com o tamanho da produção brasileira. Quando chega o verão e a vazão dos rios aumenta, tal contenção acaba se tornando até desnecessária.

É meio complicado para um ecologista não apoiar o horário de verão, mas tenho argumentos que podem ser avaliados.

Um dos meus motivos é que perdemos mais ainda a noção do tempo. Por exemplo, é comum algumas pessoas esquecerem que os bancos e as repartições públicas já fecharam mesmo o dia estando ainda claro.

No mundo antigo, a hora era percebida de maneira bem diferente do que nos dias de hoje. O relógio era solar e, conforme a estação do ano e o grau de latitude da região (o distanciamento da linha do Equador), cada hora poderia ter mais ou menos do que 60 minutos. Era um tempo mais orgânico, digamos assim.

Lendo as versões mais antigas da Bíblia, como a tradução de João Ferreira de Almeida, por exemplo, é comum encontrarmos nas narrativas do Novo Testamento o autor utilizando termos como a "terceira hora do dia", "hora sexta" ou "hora nona". É o que se lê no relato da crucificação do Senhor e no discurso de Pedro ocorrido no dia Pentecostes:

"Já era quase a hora sexta, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona" (Evangelho segundo Lucas 23.44; ARA)

"Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia." (Atos dos Apóstolos 2.15; ARA)

Nos tempos de Jesus, a primeira hora do dia começava a ser contadas quando o dia amanhecia. E, conforme a época em cada região, isto poderia acontecer antes ou depois das seis horas da manhã do nosso horário artificial. Então, quando o sol se punha, terminava o dia começando outro de modo que tanto no inverno quanto no verão o dia tinha sempre suas doze horas, mas estas poderiam ser mais longas ou mais curtas.

Isto não fazia parte apenas da concepção dos escritores gregos do Novo Testamento, mas também dos judeus. Pois é o que podemos depreender do próprio relato da criação do mundo que também faz parte da Torá judaica:

"E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia." (Gênesis 1.4-5; ARA)

Nos tempos de hoje, as pessoas trabalham tão concentradas em ambientes fechados que nem ao menos param pra assistirem o por do sol. Dentro de um shopping center (principalmente nesses modelos de prédios muito utilizados até os anos 80 e 90), um consumidor pode ficar totalmente alienado quanto à passagem do tempo, o que não me parece ser um hábito saudável.

Mas já que teremos mais um ano com horário de verão (parece que nem Dilma ou Serra pretendem mudar isto), temos aí uma grande oportunidade para podemos não só assistir o por do sol como também caminharmos no final das tardes, encontrarmos pessoas na rua e nos curarmos do stress. Um excelente momento de relaxamento e de meditação.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Consciência política combina com a Igreja?

SIM!!!!!!!!!

As igrejas cristãs não podem ser currais eleitorais de políticos safados e de lobos que se vestem de pastores, mas também não podem ser locais onde se cultiva a alienação política.

Estamos dentro de um processo eleitoral e considero mais importante um pastor se preocupar com a consciência política do povo de Deus do que utilizar o púlpito para convencer os frequentadores em favor de seus candidatos.

Falar sobre política na Igreja, mesmo se for para abrir as mentes, é uma tarefa difícil numa época em que a corrupção parece ter tomado conta do meio pastoral. Principalmente porque a manipulação, para corresponder dialeticamente ao desgaste dos líderes evangélicos politiqueiros, também vai se aperfeiçoando.

Neste sentido, apóio eventos como este da Igreja Batista da Serra, situada no bairro Cascatinha, em Nova Friburgo, o qual compartilho a seguir e acho que cada congregação deveria fazer o mesmo, dando oportunidades para todos se expressarem com liberdade.



(vídeo colocado no Youtube pelo idealizador do blogue "Café com Gente")

Dias frios na primavera friburguense

Nestes últimos dias, até que tem esfriado bem aqui em Nova Friburgo! Há quem diga que o clima da cidade chega a fazer as quatro estações no mesmo dia, mas acho um exagero.

O certo é que passamos o feriadão de 12 de outubro sentindo frio, vestindo agasalhos quentes e dormindo com pelo menos três cobertores. À noite esfriava bastante e minha esposa voltou a ficar coberta no sofá da sala enquanto assistimos a TV

Por outro lado, tem chovido mais do que no invernão do meio do ano. Ainda não são aqueles aguaceiros torrenciais que ocorrem no verão. Mas, graças às gotinhas que têm caído do céu, a temperatura andou baixando aqui na serra.

Esta última noite, por exemplo, dormi mais uma vez com os três cobertores consecutivamente e, novamente, ainda coloquei por cima aquele meu poncho boliviano feito com o pêlo da lhama que havia comprado para passar o frio (conferir postagens anteriores sobre o inverno).

Até parece inverno, não é mesmo. Mas não é. Pois, se fosse, eu andaria muito mais agasalhado do que estou. Diria que lembra um pouco os dias de frio que fazem em julho na cidade do Rio de Janeiro...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O exemplo dos mineiros chilenos

"Coloquei toda a minha esperança no SENHOR;
ele se inclinou para mim
e ouviu o meu grito de socorro.
Ele me tirou de um poço de destruição,
de um atoleiro de lama;
pôs os meus pés sobre uma rocha
e firmou-me num local seguro."

Salmo 40.1-2; Nova Versão Internacional - NVI)


Espero ainda saber mais detalhes das experiências pessoais dos 33 mineiros que foram libertados no Chile. Sei que um deles, ao chegar à superfície, exibiu uma Bíblia de modo que estou de certo modo curioso para conhecer melhor os relatos daquele homem, acreditando também que excelentes livros ainda serão publicados.

Muitas das vezes reclamamos e murmuramos por coisas bem simples do nosso cotidiano. É comum surgir aquela indagação no nosso íntimo se de fato merecemos as lutas que passamos e, na prática, agente acaba ficando com um probleminha não resolvido com Deus que nem sempre temos a coragem de admitir.

Depois de ficarem mais de dois meses presos naquela mina, aqueles homens não demonstraram nenhuma frustração e um deles parecia estar disposto a rever sua maneira de encarar a vida.

"Mas tínhamos fé, esperança de que algum dia seríamos resgatados. E agradecemos a Deus", disse o líder dos mineiros Luis Urzúa mostrando o seu contentamento.

O dramático episódio ocorrido na mina San José mostra-nos também uma experiência real do que é passar por uma provação. Ninguém ali foi super homem. Todos eles agiram dentro dos limites da nossa humanidade, pois, além de terem sentido fome, também chegaram a se sentir desanimados de maneira que da fraqueza tiraram força.

Pouco me importa qual era a orientação religiosa daqueles mineiros. Se seguiam o catolicismo romano, se alguns eram evangélicos, se estavam desviados de alguma igreja ou se tinha ateus no meio deles. Porém, no dia 30/08/2010, quando todos ainda estavam soterrados, o pastor Carlos Parra Diaz, da Igreja Adventista do Sétimo Dia da região do Atacama, enviou-lhes inesquecíveis presentes - 33 Bíblias.

Quais foram os frutos que a Palavra de Deus produziu nos corações daqueles homens? Creio que a paciência, a fé, a superação e a gratidão mostram ao mundo inteiro o quanto a mensagem contida na Bíblia é poderosa. Algo que nem as edições dos telejornais conseguiram deixar de mostrar.


(vídeo extraído de http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1356236-7823-RESGATE+DOS+MINEIROS+CHILENOS+TERMINA+COM+SUCESSO,00.html em 14/10/2010)

Em seu desabafo, Ciro reconheceu que Serra é mais preparado do que Dilma

Uma das ocasiões em que o ser humano consegue ser mais sincero nas suas afirmações é quando ele é derrotado e se sente arrasado, decepcionado e com suas expectativas frustradas. Nesta entrevista de Ciro Gomes no SBT Brasil, ele declarou que Lula perdeu a humildade, reconhecendo que José Serra é de fato o candidato mais preparado para governar o Brasil.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

O planeta já não é mais o mesmo! E nós cristãos? O que temos feito?

"O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e granizo e fogo misturado com sangue foram lançados sobre a terra. Foi queimado um terço da terra, um terço das árvores e toda a relva verde. O segundo anjo tocou a sua trombeta, e algo como um grande monte em chamas foi lançado ao mar. Um terço do mar transformou-se em sangue, morreu um terço das criaturas do mar e foi destruído um terço das embarcações. O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, queimando como tocha, sobre um terço dos rios e das fontes de águas; o nome da estrela é Absinto. Tornou-se amargo um terço das águas, e muitos morreram pela ação das águas que se tornaram amargas. O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferido um terço do sol, um terço da lua e um terço das estrelas, de forma que um terço deles escureceu. Um terço do dia ficou sem luz, e também um terço da noite." (Apocalipse 8.7-12; Nova Versão Internacional - NVI)


Se estas profecias das quatro primeiras trombetas já se cumpriram, estão se cumprindo, vão se cumprir ou são meramente simbólicas, não tenho condições de responder. Mas o certo é que a passagem encontrada no livro do Apocalipse serve para ilustrar a atual condição ambiental do planeta.

Caso venhamos a admitir que tais profecias tenham se cumprido (ou estão se cumprindo), então é a própria mão do homem que danifica a natureza. Ou seja, a humanidade está preparando sua própria cova!

Há cristãos que não ligam para o discurso ambiental. Acham que devem apenas aguardar o mundo vindouro aceitando passivamente as catástrofes ecológicas como um julgamento divino, mas se esquecem que, enquanto vivemos aqui precisamos cuidar do planeta pensando não só em nós mas também nas futuras gerações. Logo, não temos o direito de destruir e precisamos aprender a nos utilizarmos dos recursos naturais com responsabilidade.

Suponhamos que Deus tenha escolhido que o fim do mundo se dará através de uma tragédia ambiental provocada pelo homem. Bem, neste caso, não quero ser o agente causador do mal. Pois, mesmo que a história tenha sido traçada de uma maneira, ai daqueles que se prestarem para tal fim. Serão instrumentos do juízo divino e depois serão julgados.

Neste sentido, as igrejas têm um papel fundamental na conscientização. Devem os pastores, padres, diáconos, professores de escola bíblica e demais lideranças contribuírem para que o povo de Deus assuma posições. Seja nos hábitos pessoais ou perante a própria comunidade, reivindicando mais qualidade de vida, protestando contra atos destrutivos em relação à natureza e educando seus filhos.

Leonardo Boff, autor da Teoria da Libertação e ex-frei católico, prega que o ser humano precisa incorporar uma nova visão sobre o planeta, levando em conta que não é habitante exclusivo do mundo em que vive. Segundo ele, "não temos o monopólio sobre a biosfera, aqui vivem plantas e animais, há o solo. Respeitar tudo isso chama-se desenvolvimento sustentável".

Quando é que alcançaremos tal consciência? Não vejo outra maneira mais profunda de despertá-la senão pelo desenvolvimento da espiritualidade.

A seguir compartilho um vídeo extraído o Youtube que foi compartilhado pelo seu próprio criador. Ad imagens ajudam a formar o atual diagnóstico do nosso tão ferido planetinha.


Serra tem mostrado mais atenção com o meio ambiente do que Dilma!

Durante os programas eleitorais, na campanha no primeiro turno, minha esposa constatou que a candidata do PT, Dilma Rousseff, quase não falava em meio ambiente. Passei então a observar suas falas durante as apresentações na TV (não assisti todos os programas eleitorais), e observei que, apenas um dia, a petista falou brevemente sobre o desenvolvimento de tecnologias limpas, mas dentro do velho discurso desenvolvimentista que às vezes lembrava até o tempo dos militares.

No entanto, repetidas vezes, Serra tem afirmado compromissos com a defesa ambiental do país. Ontem mesmo, em Goiás, ele disse ser "um ambientalista". Ora, mesmo que o tucano esteja de olho nos eleitores da Marina (eu sou um deles), sei que realmente o governo do PSDB foi mais sensível à preservação da natureza do que esses oito anos de administração petista. Recordo-me que, durante a conferência ocorrida na Dinamarca, Dilma chegou a desautorizar o então ministro Carlos Minc sobre posições expostas pelo Brasil, conforme consta no trecho desta notícia extraída por mim do "Blog Reinaldo Azevedo" da Revista Veja:


"A ministra da Casa Civil e chefe da delegação brasileira na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-15), Dilma Rousseff, voltou a desautorizar o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao afirmar que o Brasil, em nenhum momento, pediu recursos para se adaptar às mudanças climáticas. Mais cedo, Minc, durante entrevista, dissera que o Brasil abrira mão dos recursos (...) Dilma tomou a frente de toda a discussão em torno das mudanças climáticas. No domingo, por exemplo, Minc havia agendado uma entrevista para o final da tarde. No entanto, acabou cancelando-a. Ao invés dele, quem falou, por 1h15m, foi Dilma. Minc sentou-se ao lado da ministra e, nas vezes em que tentou falar algo, foi interrompido por Dilma, que fez questão de demonstrar que tinha estudado o assunto, citando, inclusive de memória, artigos do Protocolo de Kioto, sobretudo no que se refere às obrigações dos países ricos."


Ora, só podemos de fato julgar um candidato olhando para o que ele fez quando teve nas mãos um pouco de poder. E, em Copenhague, no ano de 2009, Dilma mostrou que não é lá tão amiga da natureza...

A seguir compartilho um vídeo onde José Serra discursa sobre meio ambiente. Embora eu não tenha dúvidas de que suas posições econômicas possam prevalecer, observo uma sensibilidade maior do candidato com as questões ambientais.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Lugar de pássaro é solto na natureza!

Pode ainda levar alguns anos para que a sociedade brasileira aprenda de vez que o lugar dos pássaros não é em gaiolas, mas sim soltos junto à natureza. Trata-se de um problema cultural que, através das escolas e do apoio da mídia, poderá ser resolvido com as novas gerações.

Recordo-me que, nos primeiros anos de minha infância (final dos anos 70 e começo dos 80), havia algumas gaiolas de pássaro na casa de uma das minhas bisavós no Rio de Janeiro, mãe da avó materna. Na época, eu não tinha lá tanta noção ecológica e achava bonitinho poder ver, ainda que preso, um canarinho amarelo, um casal de pássaros e outra ave vermelha. Com o tempo, foram todos morrendo e não sei como o canarinho acabou sendo morto pelo ataque de um rato. Então, que eu me lembre, a bisa nunca mais teve passarinho preso dentro de casa.

Felizmente, lá pelo final dos anos 90, quase no século XXI, fui criando dentro de mim uma consciência ecológica. Hoje penso o quanto é terrível tirar a liberdade de um animal. Não é só porque ter animais silvestres presos contribui para a extinção de espécies, mas também precisamos compreender o quanto é desumano impedir que um passarinho possa voar livremente pelos céus. Ainda mais quando Deus mandou às aves que voassem pelos céus (Gênesis 1.20).

Como incentivar as pessoas a lerem mais a Bíblia nas igrejas?


“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” (Evangelho segundo João 5.39; versão de Almeida Revista Atualizada - ARA)
ou
“Vós perscrutais as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna; ora, são elas que dão testemunho de mim.” (versão da Bíblia de Jerusalém)


Tenho observado que muitas congregações cristãs sofrem de um idêntico problema – a falta de hábito das pessoas quanto ao estudo frequente da Bíblia. Alguns pastores, no começo de cada ano, chegam a distribuir roteiros que viabilizam a finalização dos sessenta e seis livros do cânon protestante através da leitura diária de capítulos, o que, infelizmente acaba sendo seguido por poucos já que nem toda a congregação consegue envolver-se com o projeto.

A meu ver, a Igreja comete um enorme erro por não estudar coletivamente a Bíblia dentro de um propósito contínuo capaz de incluir os encontros das comunidades. Apesar de muitas congregações terem suas escolas dominicais e alguns pastores iniciarem novos estudos periódicos, falta-nos uma tradição capaz de gerar o tão almejado costume. Então, enquanto uma parte da comunidade dedica-se a um estudo individual das Escrituras durante a semana, a grande maioria acaba mesmo abrindo a Bíblia quando está assistindo o culto na igreja.

Embora a leitura individual não deixe de ser uma experiência significativa, pode não ser tão rica quanto o aprendizado coletivo em comunidade. Sem uma orientação direcionada, muitos acabam abrindo o livro aleatoriamente na expectativa de que, por uma intervenção divina milagrosa, vão encontrar numa página qualquer alguma passagem condizente com a circunstância de vida enfrentada, o que, infelizmente, vem a se tornar um motivo de frustração e de desânimo caso a resposta não venha desta maneira.

No Manual Bíblico da SBB (Sociedade Bíblica Brasileira), encontrei relevantes trechos de dois valiosos artigos estrangeiros traduzidos para o português que, no desenvolvimento textual, tocam no importante assunto a respeito do estudo em grupo das Escrituras. Em nenhum deles é criticado o estudo individual. Porém, ambos reconhecem o enorme proveito que podemos encontrar na experiência coletiva. Stephen Travis, em “Lendo a Bíblia”, fundamenta que a maioria das mensagens bíblicas destina-se para comunidades, motivo pelo qual a leitura em grupo é melhor:

“Ler a Bíblia pode ser uma tarefa difícil. Às vezes é emocionante, renovador. Mas às vezes ficamos perplexos. Como podemos começar e continuar lendo? (…) Os livros da Bíblia foram escritos em grande parte para uma comunidade, não para indivíduos. Então veremos que sua mensagem se dirige a nós mais claramente quando estudamos a Bíblia com outras pessoas do que quando o fazemos sozinhos.”

Por sua vez, John Goldingay, em “Dicas para entender”, também reconhece proveito na leitura em grupo e no debate que o encontro pode proporcionar:

“Uma segunda característica das histórias bíblicas, como de qualquer história, é que ela é escrita para um público (…) Quando lemos a Bíblia com um grupo de pessoas e a discutimos com elas, ficamos mais próximos daquilo que seus autores tinham em mente, pois a prática da leitura e do estudo silencioso e individual é algo típico dos tempos modernos.”

Penso que precisamos adotar melhores métodos de estudo bíblico capazes de resgatar o espírito comunitário do primeiro século que havia na Igreja de Atos dos Apóstolos. Nos dias atuais, apesar dos compromissos cotidianos dificultem uma aproximação diária entre os irmãos nos centros grandes e médios urbanos, podemos manter uma sintonia cotidiana com os propósitos eclesiásticos que nos coloque em unidade espiritual não só quanto à congregação onde nos reunimos como também em relação aos cristãos de todo o mundo.

Os judeus, com toda a pluralidade que têm, conseguem preservar uma unidade entre si pela leitura de porções semanais da Torá chamadas de Parashot Ha-Shavuah. São ao todo cinquenta e quatro porções em que a cada Shabat (sábado) e festas bíblicas, nas sinagogas, são estudadas uma Parashat do Pentateuco bíblico, seguindo um ciclo do calendário lunissolar judaico que se inicia no mês de Tishrei (por volta de setembro/outubro do sistema gregoriano). E, além das porções da Torá, eles têm também a leitura complementar de outros textos bíblicos extraídos do Antigo Testamento como os Salmos, os profetas, os livros de sabedoria e históricos (nas comunidades judaico-messiânicas, formada por judeus e demais pessoas convertidas a Jesus, é incluída nesse estudo porções do nosso Novo Testamento).

Tal leitura complementar é chamada de Haftarah e está relacionada à Parashat da semana, tratando-se de um costume bem antigo que, provavelmente, tenha se originado no século II a.C., durante o domínio grego na Palestina. Porém, não é apenas aos sábados que os judeus estudam a Tanak (nome da Bíblia hebraica). Os rabinos orientam a leitura diária e sequencial de partes da porção semanal da Torá de domingo até sexta-feira, o que, na prática, torna-se uma preparação para um estudo coletivo daquela Parashat na sinagoga aos sábados, bem como dos demais textos complementares.

Parece-me que, neste e em outros aspectos, temos muito a aprender com os judeus! Muitos cristãos ignoram as tradições judaicas porque erroneamente consideram o judaísmo suplantado por Jesus. Tem gente que nem lê o Antigo Testamento! Porém, além de Paulo declarar a utilidade da Tanak (conferir com 2ª Timóteo 3.16-17), o próprio Senhor Jesus baseou seu ensino oral nas Escrituras hebraicas, tendo dito que elas dão testemunho a seu respeito (falam sobre a obra do Messias), conforme se lê na transcrição bíblica inicial deste artigo.

É certo que o nosso Novo Testamento diz claramente que os povos convertidos a Jesus não precisam aderir à cultura judaica. O Concílio de Jerusalém (capítulo 15 de Atos) e as cartas paulinas são bem claras quanto à desnecessidade da circuncisão para a salvação, a qual se opera pela fé e não pelas obras da Lei. Na sua Epístola aos Gálatas, o apóstolo se admirou pelo fato de que aquela comunidade cristã estivesse guardando até as datas especiais do judaísmo: “Vocês estão observando dias especiais, meses, ocasiões específicas e anos! Temo que meus esforços por vocês tenham sido inúteis.” (Gl 3.10-11; Nova Versão Internacional – NVI)

Penso que causaria um choque cultural indesejável se os cristãos, depois de muitos séculos, mudassem seus calendários e, repentinamente, passarmos a dizer que o dia 11 de outubro de 2010 agora deve ser datado como 03 de cheshvan de 5771. Contudo, podemos observar alguns métodos praticados pelos judeus e os adaptarmos à realidade de nossas congregações.

Minha proposta é que a Igreja possa elaborar o seu próprio roteiro anual de leitura bíblica sequencial com porções do Novo Testamento, as quais seriam complementadas por textos do Antigo Testamento, incluindo obviamente o os cinco livros de Moisés, os Salmos, os profetas e Provérbios, bem como os demais livros históricos e de sabedoria. Então, em estudos bíblicos dominicais, seria feito pela manhã um estudo em grupo daquilo que foi lido por casa um individualmente no decorrer da semana passada. Inclusive, várias igrejas no Brasil e no mundo podem adotar o mesmo roteiro, o que contribuiria para a unidade do povo de Deus.

Certamente que, se o estudo bíblico em grupo passar a direcionar a nossa leitura diária das Escrituras, estaremos ganhando muito mais do que mera informação bíblica. A maior necessidade da Igreja nos dias atuais continua sendo o discipulado, o que é bem diferente de imprimir nas mentes das pessoas uma formação teológica de intelectualismo abstrato. Por isto, o conhecimento bíblico precisa ser encarado como uma aplicação no cotidiano, tornando-se algo que nos integre com a vida, ajudando-nos nos relacionamentos com as pessoas e no enfrentamento das diversas situações que surgem. Por isso, o aprendizado coletivo baseado na troca de experiências tem muito a contribuir.

Para finalizar, torna-se oportuno transcrever a mensagem que Paulo enviou a Timóteo, a qual permanece tão atual quanto foi na época apostólica e nos ensina para que serve o conhecimento bíblico:

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda a boa obra." (Segunda Epístola de Paulo a Timóteo 3.16-17; NVI)

sábado, 9 de outubro de 2010

Pr. Luiz Sayão: A TEOLOGIA DO NENÊ! É uma infantofobia geral. A discriminação é total. Os nenês não têm vez.

Muito bom este texto! Numa época em que tem gente por aí defendendo o aborto como sendo um avanço para a sociedade, torna-se indispensável lutarmos pela conservação de valores como a vida e a família. Vale a pena ler este texto que recebi via e-mail:


É uma infantofobia geral. A discriminação é total. Os nenês não têm vez. A mídia apresenta com freqüência a defesa dos direitos dos mais diversos grupos. O direito dos negros, árabes, mulheres, índios, adolescentes e etc são manifestos. Até as mais diversas preferências sexuais também recebem sua apologética! Animais silvestres, plantas raras, gatos, cachorros também são contemplados. Até objetos cúlticos populares são protegidos legalmente contra a discriminação. Já no caso dos nenês, isso não acontece! Os milhões de abortos praticados são “entendidos” a partir dos “problemas sociais”. As centenas de nenês abandonados pelos pais merecem apenas dó; mas, a mãe, é claro, não tem culpa. Se ela tivesse matado uma arara, aí sim, seria um crime inafiançável, mas abandonar um nenê… Temos de entender o que a levou a fazer isso. Não podemos julgar!!! Os nenês jogados pela janela pelas mães ou maltratados em casa deviam ter maturidade para entender que as mães e as mulheres têm problemas de depressão e de estresse. Infelizmente, não existe o sindicato de defesa dos nenês para reclamar o direito dos mesmos. Assim, a infantoclastia se generaliza.
Na Bíblia, porém, não é assim. Os nenês têm lugar especial. Ainda que a maioria dos religiosos e teólogos não se importe muito com eles também. Nem mesmo, os teólogos libertários, mais atentos a causas sociais, importam-se com os nenês! No caso de Deus, é diferente. É impressionante como Deus gosta de nenês. Para começar, sua primeira ordem para o primeiro casal criado é simples: “Sejam férteis e multipliquem-se!”, ou seja: “Tenham nenês” (Gn 1.28). Quando Deus constrói sua história de salvação através da Bíblia, os nenês têm papel importante. E tem mais! Nunca nenhum deles voltou-se contra Deus! A preocupação dos patriarcas escolhidos por Deus em Gênesis era ter nenê! Abraão, o homem de fé, só ficou realmente feliz quando nasceu o nenê de Sara, sua mulher. A alegria foi tanta que o nome do nenê era “riso”, significado do nome Isaque (Gn 21.5-6). Depois, quando Rebeca, mulher de Isaque, tem dificuldades de ter nenê, mais uma vez, a bondade de Deus manifesta-se: nasce um nenê, ou melhor, dois: Esaú e Jacó. A história da redenção divina poderia concentrar-se em batalhas ou em visões apenas, mas Deus faz questão de mostrar a primazia do nenê. Toda vez que alguma coisa especial vai acontecer lá está, adivinhe, o nenê. Um pouco mais adiante, a situação do povo ficará muito difícil no Egito. Quem surgirá para libertar o povo? Um anjo? Um arcanjo? Que nada! De novo, um nenê. Moisés, o nenê, que era um menino bonito e extraordinário (At 7.20), foi o grande libertador. Os maus odeiam os nenês, por isso, Moisés é o grande sobrevivente do holocausto contra os nenês promovido no Egito pelo faraó. Lembre-se, quanto mais perverso, mais ódio aos nenês. Esse foi o caso de faraó (Ex 1.22) e de Herodes, nos tempos de Jesus (Mt 2.16-18). No final da época dos juízes, no momento mais crítico da história do povo, outro nenê, muito esperado, vai fazer diferença. Graças às orações de Ana e à bondade divina, Samuel, o nenê, chegou trazendo esperança para Israel (1Sm 1.20).
A supervisão divina na formação de um nenê merece atenção especial na Bíblia. O salmista dá-nos os detalhes, valorizando o nenê ainda não nascido, digno perante Deus, sem valor para os homens maus: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.” (Salmo 139.13-16)
No aspecto teológico, os nenês também estão numa situação privilegiada. Por exemplo, a relação dos fiéis genuínos com Deus tem como paradigma “os nenês”: “Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste” (Mt 18.10). Quando chegamos ao campo da hermenêutica, ou da recepção e compreensão da revelação divina, novamente a vantagem é de quem é mais parecido com um nenê: “Naquela ocasião Jesus disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos (literalmente “nenês”). Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado’.” (Mt 11.25,26)
Hoje em dia há uma grande discussão litúrgica na igreja. Qual é o louvor correto? Que instrumento usar? Que estilo é melhor? Tradicional? Avivado? Contemporâneo? Devemos louvar de frente? De costas? Sem costas? De lado? Tudo bobagem! Quem tem a resposta? De novo, os nenês!!! Basta ler a Bíblia. E lhe perguntaram: “Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?” Respondeu Jesus: “Sim, vocês nunca leram: “ ‘Dos lábios das crianças (literalmente “nenês”) e dos recém-nascidos suscitaste louvor’”? (Mt 21.16). Aqui é até mais fácil entender: nenês não vendem cds, não cantam para aparecer, são absolutamente sinceros e não têm palavreado vazio de crente!!!
Talvez esta primazia dos nenês e a predileção divina por eles explique o ódio contra os pobres pequeninos. Imaginem só: no mundo “civilizado”, é um “direito” matar nenês antes que nasçam, mas … tudo dentro da “lei”, como na época no estado nazista de Hitler. O chamado primeiro mundo está sofrendo por falta de nenês. As pessoas instruídas, cultas e ricas não gostam de nenês. Isso pode diminuir o valor delas na sociedade! Os psicólogos estão mostrando que muitas pessoas têm problemas sérios hoje porque foram maltratados quando eram nenês. Infelizmente, há até comércio de nenês! Que horror! Cuidado! O Deus, que é o Deus dos nenês, pode ficar irado e resolver agir!
A grande verdade é que o lugar do nenê é tão especial que Deus resolveu invadir a história humana na figura de um nenê. Em vez de descer diretamente do céu, ou de chegar repentinamente com um exército celestial para implantar seu reino, Deus preferiu a forma mais sublime de aproximar-se do homem: Vir como um nenê. Veja o que diz Lucas: “Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lc 2.6-7)
Diante disso, vale aqui lembrar as palavras de Madre Teresa de Calcutá, que parece ter percebido grande parte dessa importante realidade: “Temos medo da guerra nuclear e dessa nova enfermidade que chamamos de AIDS, mas matar crianças inocentes não nos assusta. O aborto é pior do que a fome, pior do que a guerra”.
Aqui vai um conselho espiritual. Antes de ler a Bíblia e de fazer uma oração, procure um nenê, de preferência dormindo, e gaste dois minutos em silêncio olhando bem para ele. Pronto, você está pronto para meditar e orar. Depois de tudo isso, acho que está na hora de parar por aqui. Já escrevi muito. Como um nenê, desculpem-me, preciso chorar.

Dilma defende a descriminalização do aborto!

Durante sabatina realizada pela Folha de São Paulo em outubro de 2007, Dilma Rousseff defendeu a desciminalização do aborto e confessou ser socialista. Não há como ela agora desfazer isto agora! O que foi dito pela candidata precisa ser conhecido pelo eleitor para que possamos ir às urnas conscientes das posições por ela defendidas. Como cidadão, eu não concordaria que os escassos recursos públicos do SUS fossem destinados para matar fetos e embriões inocentes.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Bancada evangélica diminuiu! Aleluia!

Embora a opinião dos evangélicos tenha sido decisiva para que houvesse um segundo turno nas eleições presidenciais, foi menor o número de parlamentares da dita "bancada evangélica" no Congresso Nacional, o que demonstra que a tendência de crente votar em crente já está ficando ultrapassada. Em 22/09/2010, eu já havia diagnosticado no artigo "Quem disse que crente só pode votar em crente?" a nova tendência no eleitorado evangélico que, embora ainda seja minoritária, tende a crescer.


Estes são os nomes dos deputados federais evangélicos eleitos aqui pelo Rio de Janeiro: Garotinho (1º, 694.862 votos); Eduardo Cunha (5º, 150.616 votos); Washington Reis (9º, 138.811 votos); Arolde de Oliveira (13º, 99.457 votos); Filipe Pereira (14º, 98.280 votos); Andreia Zito (22º, 82.832 votos); Benedita (30º, 71.036 votos); Doutor Adilson Soares (38º, 51.011 votos); Neilton Mulim (41º, 41.480 votos); Liliam Sá (43º, 29.248 votos); Aureo (44º, 29.009 votos).


A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional encolheu para o período 2011-2014. Se eram mais de 40 parlamentares até a atual legislatura, o número para começar a nova legislatura ano que vem não deve ultrapassar a casa dos 30 parlamentares. Apenas a "Bancada Assembleiana", por assim dizer, teve aumento.

Na legislatura de 2003-2006, ocorreu o recorde de deputados federais assembleianos eleitos: 22. Na legislatura seguinte (2007-2010), esse número caiu drasticamente para 5 deputados federais. Agora, após o pleito de ontem, houve um significativo aumento: haverá 12 deputados federais assembleianos na próxima legislatura.


Atualizado terça-feira, dia 5, às 14:58
Data: 4/10/2010 09:12:56
Fonte: CPAD News

Antes de divulgarmos algo, é importante verificar a veracidade da fonte!

Durante a campanha eleitoral do primeiro turno, recebi vários e-mails informando que a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, teria dito a um repórter da revista Veja, durante a inauguração de um comitê em Minas Gerais, que "nem mesmo querendo, Cristo me tira esta vitória. As pesquisas comprovam o que estou dizendo. Vou ganhar no primeiro turno".

Confesso que me senti tentado a sair divulgando a mensagem, inclusive pensei em reproduzi-la neste blog já que estava apoiando a Marina e sou contra a permanência do PT no governo por causa de minhas convicções políticas. Só que não vi nenhum dos candidatos de oposição se aproveitando publicamente deste suposto fato, pois, evidentemente, se fosse algo incontestável, teria sido um prato cheio para Serra e Marina usarem nos seus programas de TV. Além do mais, quando é que foi que Dilma falou estas palavras? Onde está o tal repórter da Veja? Em que exemplar da revista isto chegou a ser publicado?

Felizmente, consegui controlar o impulso da carne descartando aquela mensagem e avisei uma das pessoas que tinha me mandado o e-mail sobre a ausência de fontes dessa notícia.

Ora, o fato é que muitos evangélicos saíram por aí propagando coisas sem nenhuma noção do que estavam dizendo. Agiram por emoção, seguindo orientações de seus líderes manipuladores.

Nós cristãos precisamos tomar cautelas para não igualarmos o nosso modo de atuar em campanhas à maneira como o mundo pratica. Penso que precisamos ser diferentes. Vivemos numa democracia, temos o direito de participar dela. Porém, zelar pela nossa ética e pelo embasamento de nossos argumentos é fundamental.

Uma análise crítica da participação dos evangélicos nas eleições

Compartilho a seguir trechos do artigo de Robinson Cavalcanti, Eleições: evangélicos fazem papelão na ‘Guerra (nada) Santa’, publicado numa página de internet. Embora o comportamento do eleitorado cristão tenha sido decisivo para que houvesse um segundo turno, não podemos nos esquecer que grande parte da comunidade evangélica ainda não é capaz de analisar as candidaturas de forma madura e ampla, tornando-a, na grande maioria, presa fáceis de líderes manipuladores da opinião pública.


1. As invencionices mirabolantes no plano moral e no plano religioso indicam a pobreza da ausência de partidos fortes, ideologias nítidas e programas claros e objetivos para o julgamento dos eleitores, que é o que, no fundo, interessa para uma boa gestão da coisa pública, para a afirmação da cidadania, e para a promoção do bem-comum.


2. Com uma cultura política limitada, muitos evangélicos, de diversas denominações, foram presas fáceis e massa de manobra para políticos espertalhões (e líderes religiosos comprometidos com essa experteza). O resultado, em termos do que circulou, principalmente pela internet, foi vergonhoso. Uma coisa é certa: a comunidade evangélica se apequenou nesse pleito e saiu arranhada em sua imagem e credibilidade.


3. É hora de saco e cinza, de autocrítica, de arrependimento, de iluminação do pensamento pelo Espírito da Verdade, para que, nas futuras eleições, nosso quantitativo se relacione com o qualitativo, e possamos dar um testemunho maduro, que concorra para o bem da Pátria terrena. E que essas “guerras (nada) santas” seja apenas uma lamentável página do passado a ser esquecida.


Íntegra do artigo em: http://www.creio.com.br/2008/mensagens01.asp?noticia=595

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O segundo turno vem aí!

Acho super positivo que nestas eleições presidenciais tenhamos um segundo turno no Brasil.

Embora me pareça difícil José Serra crescer nas intenções de votos a ponto de poder vencer a candidata petista, não se trata de algo impossível. Ainda mais se Marina Silva vier a apoiá-lo, o que seria bem lógico já que o governo do PSDB teve muito mais respeito pelo meio ambiente do que o PT, principalmente no segundo mandato de FHC quando defendemos excelentes propostas na conferência Rio + 10 (2002).

Nos próximos dias, Dilma precisará fortalecer suas alianças e resgatar cabos eleitorais rebeldes, como o peemedebista gaúcho Pedro Simon que apoiou Marina no meio da campanha. Acredito também que ela deverá fazer concessões que reduzirão a influência do PT em seu governo e ainda necessitará dar enfrentamento aos ataques da oposição como responder mais detalhadamente às críticas de igual para igual, tendo com Serra o mesmo tempo de TV na propaganda gratuita.

Por sua vez, José Serra terá que adotar um discurso mais objetivo e que satisfaça às necessidades do seu eleitor, caso queira convencer as pessoas sobre o porquê de escolher sua candidatura sabendo que Dilma tem a seu favor o bom desempenho da economia brasileira. Assim, se o PT tem a seu favor a geração de empregos nos últimos anos, caberá ao PSDB focar na elevação do custo de vida que é inerente a todo crescimento econômico, não se esquecendo de bater no achatamento das aposentadorias que vem ocorrendo a cada ano depois do fator previdenciário.

Enquanto PT e PSDB polarizam pela quinta vez consecutiva a disputa pela cadeira número 1 do país, num período de 16 anos, como fica a situação do povo brasileiro? Não são de promessas que as pessoas vivem! Pois, enquanto os políticos se mordem e arranham no palco (tudo não passa de um teatro), pessoas estão sofrendo nas portas dos hospitais, os salários permanecem insuficientes para satisfazerem todas as necessidades básicas de um ser humano, parte da riqueza nacional é apropriada pelos impostos, os alunos vão passando de ano sem aprender corretamente, a Amazônia vai sendo saqueada por madeireiros e pecuaristas, a violência cresce, etc.

Não há como negar que, desde o breve governo de Itamar Franco, a nação vem melhorando em diversos níveis a passos lentos. A estabilidade monetária, que foi um projeto global para vários países (não só o Brasil), criou condições para que tivéssemos uma economia sustentável. E, se hoje o governo pode ordenar o crescimento brasileiro, foi porque Itamar e FHC observaram atentamente as regras traçadas pelo Consenso de Washington (1989):

- Disciplina fiscal;
- Redução dos gastos públicos;
- Reforma tributária;
- Juros de mercado;
- Câmbio de mercado;
- Abertura comercial;
- Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições;
- Privatização das estatais;
- Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas);
- Direito à propriedade intelectual.


É certo que não só o Brasil como outros países tiveram que abandonar o dogmatismo inicial de todas essas propostas, principalmente depois da crise asiática (1997) quando inúmeras bolsas asiáticas quebraram pelo mundo. Contudo, até o PT quando chegou ao poder (2003), preservou algumas dessas medidas de austeridade econômica, apesar de ter negligenciado outras.

Atualmente, com a crise na Europa, que atinge de maneira mais acentuada a Grécia, torna-se indispensável repensarmos algumas propostas que foram anteriormente praticadas afim de que o Brasil não se veja futuramente num quadro de inflação descontrolada. E, neste sentido, parece-me fundamental o futuro governo reduzir os gastos públicos e promover uma profunda reforma tributária capaz de aliviar a pesada carga dos impostos sobre o setor produtivo.

Quanto à abertura comercial e à privatização de estatais, é bom que o Brasil mantenha essas conquistas dos anos 90. E, portanto, até a exploração do pré-sal deve ser feita dentro deste conceito que tem dado certo, continua sendo aplicado pelos países escandinavos e atrai muitos investimentos privados (se bem que sou contra o país ficar sujando o meio ambiente com a extração de um combustível que tanto contribui para as alterações climáticas do efeito estufa).

Já os direitos sobre a propriedade industrial, tal regra não pode continuar sendo aplicada como absoluta quando há um conflito com o interesse social. E, neste caso, o próprio PSDB também fugiu ao padrão do Consenso de Washington quando José Serra, então ministro da saúde de FHC, quebrou as patentes dos medicamentos criando os genéricos para beneficiar inúmeros consumidores.

Finalmente, no que diz respeito ao afrouxamento de leis trabalhistas, penso que, neste aspecto, as regras do Consenso de Washington mostraram-se inadequadas, pois é necessário resgatar o respeito e a dignidade do trabalhador visto que se cuida de um ponto chave para resgatarmos a estabilidade social. A economia não pode ser colocada acima das pessoas e este foi o principal fator que gerou tantos movimentos contrários à globalização. Logo, o próximo presidente precisa compreender o quanto o trabalho e a família são importantes.

Mas será que o PSDB ainda representa uma volta a esses valores que colocaram o Brasil nos trilhos nos anos 90?

Com toda a sinceridade, tenho dúvidas se os tucanos de hoje não cometerão muitos dos pecados da gastança praticados pelo PT e que a tão aguardada reforma tributária ainda continuará para um outro governo. Contudo, de uma coisa tenho certeza. Um presidente do PSDB respeitará mais as liberdades políticas e o meio ambiente. FHC foi um excelente presidente para o regime democrático e conseguiu que, neste aspecto, a Constituição Federal de 1988 se tornasse uma realidade.

sábado, 2 de outubro de 2010

Um louvor a Deus na terra de Israel

A seguir compartilho a música Selah de Asaph Borba, disponível no DVD "Alegre-se Israel", e que foi colocada no Youtube pela própria gravadora Adorarnet. Foi inspirada no Salmo 67 e gravada em frente ao Muro das Lamentações. Maravilhoso!


O verdadeiro sentido da revelação bíblica

Será que a Bíblia não passa de simples narrativas e de uma coletânea de preceitos que regram o cotidiano? Ou existe uma orientação mais profunda que vai além de suas belas histórias?

Engana-se quem não atenta para a profundidade das passagens bíblicas, ignorando as verdades e os segredos contidos em cada uma das palavras, as quais sustentam o mundo e trazem consigo um outro sentido profético que nem sempre somos capazes de compreender. Pois, até nos acontecimentos que nos parecem banais, há grandes tipologias e alusões à obra feia por Cristo.

Por outro lado, não vejo lá tanto proveito nas interpretações místicas que surgem por aí (quase sempre tiradas de versículos isolados de seu contexto), o que acaba sendo um desvirtuamento e até uma fuga da orientação divina. Pessoas ficam tentando elaborar teologias para identificarem a pessoa do "anticristo", ou o ano em que Jesus voltará, apegando-se a uma suposta cronologia de seis mil anos a contar de Adão enquanto que o próprio Senhor esclareceu que ninguém nada sabe quanto ao dia e a hora de sua segunda vinda.

Confesso que, por muitos anos, lia as profecias bíblias procurando pistas que me ajudassem a prever os acontecimentos do futuro relacionados aos últimos dias. Escatologia foi algo que sempre me atraiu, desde o final da infância quando já estudava com assiduidade alguns dos textos bíblicos. E, durante algum tempo, num período mais recente de minha caminhada espiritual, eu ainda ficava a indagar sobre o que falaram os sete trovões em Apocalipse 10.4 já que voz vinda dos céus tinha impedido João de registrar.

Contudo, um dia resolvi contentar-me em não saber tudo o que Deus planejou para o seu devido momento, quando li a seguinte passagem no livro de Deuteronômio, deixando de lado minhas preocupações tolas:

“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos as palavras desta lei. (Deuteronômio 29.29; Nova Versão Internacional – NVI)

Acredito que as revelações bíblicas não foram dadas para que fiquemos indagando acerca de detalhes escatológicos que são desnecessários para a caminhada do homem nesta vida. Coisas do tipo quantos céus existem, ou sobre quais os caminhos que percorre a alma depois da morte, parecem-me inúteis para o nosso aprendizado cotidiano afim de que cresçamos no exercício do amor, praticando o perdão, a tolerância, a caridade, a humildade, a pureza, a pacificação de conflitos e o domínio próprio, dentre outras virtudes espirituais.

Durante o seu ministério, conforme registrado nos Evangelhos, Jesus nos deixou exemplos de interpretação das Escrituras afim de que possamos compreender qual a vontade de Deus para os nossos dias e tomarmos posse em vida do reino celestial. Sendo ele a própria Palavra de Deus encanada, o Senhor explicou com autoridade o sentido profundo da união entre o homem e a mulher quando indagado pelos fariseus a respeito do divórcio:


E, aproximando-se alguns fariseus, o experimentaram, perguntando-lhe: É lícito ao marido repudiar sua mulher? Ele lhes respondeu: Que vos ordenou Moisés? Tornaram eles: Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar. Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do vosso coração, ele vos deixou escrito esse mandamento; porém, desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem a seu pai e mão [e unir-se-á a sua mulher], e, com sua mulher, serão os dois uma só carne. De modo que já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. Em casa, voltaram os discípulos a interrogá-lo sobre este assunto. Ele lhes disse: Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério. (Evangelho segundo Marcos 10.2-12. versão de Almeida Revista e Atualizada - ARA)


Que avanço para aquela época, não?! Ao dar sua interpretação da Torá, Jesus buscou nas origens da criação qual o verdadeiro sentido da união ente o homem e a mulher, igualando a condição de ambos os sexos quanto à observância dos mandamentos. Ainda mais numa época em que a poligamia masculina ainda era socialmente tolerada e foi largamente praticada até alguns séculos antes de Cristo (quase um milênio atrás, o rei Salomão tivera um numeroso harém de setecentas esposas e trezentas concubinas).

É verdade que, de acordo com as próprias histórias bíblicas, nenhum dos homens compreendeu completamente o sentido revelado das Escrituras e ainda assim Deus interagiu com a dureza de coração da humanidade. Nos momentos de maior ignorância do povo israelita que se encontram registrados no Livro de Juízes, sacrifícios foram oferecidos sem nenhuma observância das normas da Torá. Sem estarem investidos do sacerdócio levítico exclusivo dos descendentes de Arão, Gideão e os pais de Sansão tiveram seus holocaustos aceitos pelo Anjo do SENHOR. E, quanto ao sacrifício insano de Jefté, que prometeu oferecer quem primeiro viesse lhe saudar ao retornar para a casar depois da vitória da batalha, eis que, por patente ironia, Deus permitiu que a escolhida fosse justamente sua única filha. Contudo, Sansão, Jefté e Gideão têm seus nomes exemplificados no rol de heróis da fé do capítulo 11 da Epístola aos Hebreus (verso 32) enquanto que o rei Uzias, certamente um conhecedor da Lei, foi castigado com lepra por ter tentado usurpar as funções sacerdotais (ver 2 Crônicas 26.16-21).

Acredito que Deus não leva em conta a nossa ignorância quanto à sua vontade. Porém, a partir de Jesus, o Evangelho é pregado e o Reino dos Céus anunciado de modo que somos chamados para andarmos na sua luz. Ao estabelecer o verdadeiro intuito da Torá e revelar o propósito de seu ensino, o Senhor nos mostra que o cumprimento dos mandamentos se dá através de uma vida sinceramente destinada à obediência.

Curiosamente, na tentação de Jesus, o diabo chegou a usar até um trecho do Salmo 91 para que o Senhor se jogasse de um lugar alto e fosse acolhido pelos anjos de Deus (Mt 4.6). Durante as perseguições sofridas em seu ministério, Jesus foi acusado por várias vezes de violar o sábado (o quarto mandamento do decálogo) em razão de ter curado pessoas neste dia separado. Certa ocasião, quando os fariseus reclamaram dos discípulos de Jesus por estarem colhendo espigas nos campos para comer, o Senhor lhes deu esta sábia resposta:


Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado. (Evangelho segundo Marcos 2.25-28; ARA)


Com estas palavras, Jesus restabeleceu o sentido do sábado que é o mandamento estimulador da vida instituído na criação, contrastando-o com as sufocantes tradições dos homens cujas regras chegavam a limitar até o número máximo de passos. Como senhor do sábado (e também Senhor da criação), mais uma vez Jesus estava ensinando sobre o real sentido das Escrituras, resgatando a compreensão original.

É certo que nem Moisés, nem os profetas israelitas e nem Jesus deixaram prescrições explícitas que solucionassem cada detalhe dos problemas cotidianos que enfrentamos. Há momentos em que, mesmo abrindo a Bíblia, não encontramos escrita qual a revelação divina para as nossas vidas. Por isso, é que o próprio salmista diz que devemos meditar (refletir) na lei do SENHOR “de dia e de noite”, o que ocorre quando praticamos uma aceitação obediente dos mandamentos.

Como iremos compreender as Escrituras? Existem métodos que nos possibilitem aprender esses conhecimentos?

Contrariando a lógica, o próprio texto bíblico nos esclarece que o temor do SENHOR é a chave do saber (confere com Provérbios 9.10). Ou seja, é a través da reverência que alcançamos a sabedoria e o conhecimento do Santo. Então, quando buscamos a Deus de todo o coração, certamente Ele não ocultará aquilo que lhe é agradável, dando-nos direção pela sua graça. Neste sentido, permanece mais do que atual esta oração do salmista:

“Abre meus olhos para eu contemplar
as maravilhas que vêm da tua lei.
Eu sou peregrino na terra,
não escondas de mim teus mandamentos”

(Salmo 119.18-19; versão da Bíblia de Jerusalém)