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domingo, 27 de março de 2011

“Está nascendo um novo líder no morro do pau da bandeira”

Ao assistir “Tropa de Elite 2”, observei que um trecho da música “Zé do Caroço” de Leci Brandão aparece brevemente no filme. Sua inserção dá a entender que o “novo líder” seriam os milicianos que estão ocupando o lugar dos traficantes nas comunidades carentes do Rio de Janeiro.

Sem dúvida, o filme foi um recorde de bilheteria em 2010 e na história do cinema nacional, visto que, desde “Dona Flor e seus dois maridos”, jamais outra produção brasileira havia motivado tanto o público. E há quem diga que, se Tropa 2 houvesse passado antes das eleições, o desempenho de Sérgio Cabral teria sido influenciado em sua re-eleição ao governo do Rio de Janeiro. Pelo menos em relação aos números da sua votação, o que provocaria talvez um segundo turno e daria ao Gabeira uma melhor expectativa para as eleições municipais de 2012.

Há tempos que deixei de morar no Rio de Janeiro embora seja nascido lá. E, mesmo quando vivia na Cidade Maravilhosa, não cheguei a conhecer suficientemente a realidade de uma favela. Fui criado no Grajaú, bairro da Zona Norte carioca, sendo que apenas estive de passagem em alguns locais considerados como sendo de risco, tendo conhecido mais sobre as comunidades carentes pelas empregadas domésticas moradoras destas áreas, as quais trabalharam para minha família. Minha criação numa localidade de classe média do Rio de Janeiro e na mineira cidade de Juiz de Fora não me permitiram conhecer algo além daquilo que a mídia costumava mostrar nos telejornais. Então, quando assistia as notícias, eu me revoltava pela falta de ação do Poder Público, desejando que as forças policiais um dia invadissem todos os morros cariocas.

Contudo, ao conhecer minha esposa Núbia, passei a ter contatos com algumas comunidades carentes da região do Fonseca, bairro de Niterói, no lado oposto ao Rio de Janeiro na baía de Guanabara. Quando começamos a namorar, em 1999, ela e sua família moravam numa das várias comunidades dominadas pelo tráfico de drogas. Na época, os comandos disputavam entre si aquelas áreas pois se tratam de importantes pontos para o negócio ilícito próximos à movimentada Alameda São Boaventura, uma das principais vias de acesso no município de Niterói.

Lembro que, atrás de uma das casas onde a família de minha esposa chegou a morar, há vários anos atrás, instalou-se uma contabilidade clandestina do tráfico e que estava situada no mesmo terreno de um mesmo proprietário. Não se vendia drogas no local, mas os membros da organização criminosa guardavam o dinheiro daquele comércio, sendo que a existência de uma família de pessoas trabalhadoras na residência da frente acabava servindo para encobrir as atividades. E, quem morava na área jamais iria ousar fazer uma denúncia, sabendo que seria uma fria colaborar com a polícia. Ainda mais quando não se tem outra opção melhor para morar e nenhuma proteção do Estado. Então, certo dia, um dos meliantes subordinados ao tráfico ficou “devendo” dinheiro aos PMs por algum motivo ilícito e os agentes resolveram cobrar a quantia indo até onde o meu falecido sogro morava. Sem portarem qualquer mandado judicial, abordaram com armas uma residência de pessoas trabalhadoras no horário noturno e perturbando a paz de uma família que nada tinha a ver com o movimento de drogas na localidade.

Atualmente, o governo do Rio de Janeiro tenta mostrar ao mundo uma realidade diferente, como se a Cidade Maravilhosa tivesse voltado a ter paz. No final de 2010, quando foram feitas operações militares no Complexo do Alemão, o Brasil inteiro parou diante das imagens de TV como se a situação estivesse mesmo mudando com a expulsão dos bandidos de uma das principais áreas de venda de drogas do país que antes já era comandada de dentro dos próprios presídios. Mas será que o governo alcançou a tão desejada pacificação? Ou tudo não se trata de uma grande farsa para o Obama ver e o mundo acreditar que poderá comprar os pacotes para assistir aos jogos olímpicos de 2016?

Tenho pra mim que, a exemplo do que mostra o filme Tropa de Elite 2, estamos assistindo a substituição de um líder por outro (ou de um sistema por outro). Sai o traficante e entra um novo ditador nas comunidades – o miliciano. Os bandidos perdem seu principal “emprego”, mas mudam de atividade (vão investir em assaltos, por exemplo) ou procuram outra cidade, sendo que uma parte do negócio ilícito de drogas e de armas parece continuar sendo movimentado por gente de confiança e dentro de um volume controlado, mas sob uma tolerância do Estado. O interior fluminense corre o risco de tornar-se mais violento e as demais metrópoles do país, como as capitais do Nordeste, parecem que estão virando o novo “mercado” dos traficantes cariocas.

Apesar de tudo, creio que há uma interação dialética no desenrolar dos fatos, permitindo que a crise de transição dessas comunidades abra caminho para a construção de uma nova realidade socialmente mais inclusiva. Não acho que o Rio de Janeiro mudará por causa da presença policial nas favelas ou porque os governos apresentam projetos eleitoreiros de re-urbanização, os quais tornam-se paliativos. Acredito, porém, que a presença de pessoas da sociedade civil fiscalizando o Estado pode fazer alguma diferença e influenciar na organização dos moradores dessas áreas sofridas afim de que defendam seus direitos e não se tornem vítimas da opressão dos políticos que hoje governam este estado. E aí a classe média intelectualizada tem diante de si o desafio de sair de seus bares e cafés elitizados afim de contribuir decisivamente para transformar a realidade social.

OBS: A foto acima foi extraída do site de notícias do Estado do Rio de Janeiro - o Portal do Governo: http://www.rj.gov.br/web/guest

Vontade de tomar banho de cachoeira!

Hoje (27/03/2011), senti uma profunda saudade dos meus passeios na floresta e banhos de cachoeira. Depois de estar com o pessoal da Igreja pela manhã, vim andando do bairro Cascatinha ao Centro de Nova Friburgo, passando pela Via Expressa onde há uma ciclovia paralela à pista dos carros que é bem propícia para caminhar.

Com o dia ensolarado, apesar de ser começo de outono, senti bastante calor e então desejei dar um mergulho num rio. E, estando já em casa, veio à minha memória o rio Macacu cujas águas devem estar bem refrescantes nesta época do ano.

Em Cachoeiras de Macacu dá para tomar banho de rio até abril. Mesmo sendo um município vizinho, não é um lugar muito frequentado pelos friburguenses. Mas dá bastante gente da região metropolitana do Rio de Janeiro, São Gonçalo e Niterói. E há locais que já vi lotados de ônibus de excursão enquanto outros são recantos quase desconhecidos.

Meses após ter me estabelecido em Nova Friburgo, passei a explorar as belezas naturas do município vizinho que tem praticamente um terço de seu território na Serra do Mar, com inúmeras nascentes que foram belíssimas quedas d'água que vão formando o rio Macacu, como o próprio nome da cidade diz. Então, sendo ainda estudante e com bastante tempo pela frente, não me cansei de conhecer lugares novos, andando por trilhas e muitas vezes mergulhando nos poços de água doce.

Por várias vezes Núbia me acompanhou e, em outras ocasiões, eu seguia sozinho pela estra a fora. Na época ainda éramos namorados. Ela estava muito melhor de saúde e não se importava de andar quilômetros para conhecer uma cachoeira. Com ela, fui até Santa Fé, subindo pelo rio Boavista, um dos afluentes do Macacu. Também andamos por Guapiaçu e tomamos banho no Macacu, em Boca do Mato. E ainda percorremos a trilha da antiga estrada de ferro, que fora construída na época imperial, e hoje, sem os trilhos, é uma ótima opção para o ecoturista fazer um mergulho na história e na natureza.

Para quem quer opções não muito distantes, pode-se considerar que a rodovia Rio-Friburgo seria um parque a céu aberto quando corta a serra de Cachoeiras de Macacu. Aliás, ali é de fato um trecho do Parque Estadual dos Três Picos, o qual nem existia quando cheguei na região. E, antes da ex-governadora Benedita da Silva criar esta unidade de conservação, alguns monumentos naturais já compunham um roteiro ecológico nas proximidades da estrada como um centenário jequitibá e as sete quedas, ambos em Boca do Mato.

Lembrar dessas coisas me dão muita saudade e desejo por uma vida mais próxima da natureza pois faz tempo que não faço algum passeio recente na floresta. Um dia desses pretendo caminhar novamente. Se Deus quiser.

OBS: As fotos acima pertencem a três CDs foram cedidos por meu amigo cachoeirense Jorge Elpídio Medina, apelidado de Passarinho. Ele é autor de um projeto de inventário geográfico e hidrográfico do município de Cachoeiras de Macacu, feito em colaboração com os fotógrafos Denílson Siqueira, André Confort, Yuri Blacheire e Damião Arthur.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Dilma, pare de construir Angra 3!


Sou CONTRA o país promover a expansão da energia nuclear e acho que o Brasil deve interromper imediatamente o projeto de construção da usina de Angra III, de modo que faço meus estes sensatos posicionamentos do Greenpeace:


"Nuclear não representa riscos apenas em situações extremas, como o terremoto de alta magnitude no Japão. As usinas nucleares estão suscetíveis a inúmeros e diferentes tipos de acidentes, na geração, no transporte do combustível para as usinas e no descarte do lixo radioativo. O investimento não compensa. Angra I e II passam por desligamentos frequentes, só representam 2% da energia brasileira e custaram mais de R$ 20 bilhões ao cofres públicos. Angra III nem começou a ser construída e já custou mais de R$ 1,5 bilhão em equipamentos. Para ser concluída, precisará de mais R$ 9 bilhões. Sua tecnologia é ultrapassada, a geografia da região é instável e populosa e não há plano eficiente de evacuação. O Brasil é o país com um dos maiores potenciais de geração de energia limpa e segura do mundo, já que as renováveis podem dar conta do recado e atender a 93% de toda a demanda nacional. Definitivamente, não precisamos de energia nuclear."


Neste mês de março, depois da catástrofe nuclear do Japão, a ONG lançou uma petição eletrônica direcionada à Presidenta Dilma afim de que ela ponha fim ao projeto brasileiro de construção da Usina de Angra III. Trata-se da campanha "Pare Angra III" que tem sido divulgada na primeira página do site do Greenpeace:

http://www.greenpeace.org/brasil/pt/

Na minha visão, o risco da energia nuclear não compensa, sendo que as nossas duas principais metrópoles, Rio de Janeiro e São Paulo, encontram-se numa distância relativamente próxima às usinas de Angra, o que constitui uma ameaça à população brasileira.

Que possamos aprender com o sofrimento do povo japonês e parar com Angra III!

A China e a Alemanha já suspenderam os investimentos em novas usinas. Rússia, Bélgica, Suíça e Estados Unidos e até o ditador venezuelano Hugo Chavez andam repensando seus projetos nucleares. Então, por que o nosso país não pode seguir pela mesmo caminho, visto que temos um enorme potencial a ser explorado no ramo das energias alternativas?


OBS: Foto extraída do site da estatal Eletronuclear em http://www.eletronuclear.gov.br/professores/galeria_imagens.php?id_galeria=15

domingo, 20 de março de 2011

Será a religião que une o homem a Deus?


Hoje deparei-me com uma interessante questão ainda em aberto no Yahoo Perguntas:


"Você acredita que as religiões unem o homem à Deus mas separam os homens entre si?"
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110320185146AAzpOI8


Dentre os participantes que postaram antes de mim, encontrei as seguintes respostas:


"Religião é uma mer.da! Deus seja louvado!"

"religião não presta so sabe afasta o Ser Humano de Deus o une o homem a Deus é obedecer a Deus"

"Depende de como se vivencia a religião. Infelizmente a humanidade é opressora, e tem a tendência de separar mais do que de unir. Usa de qualquer desculpa para justificar seus atos, principalmente a religião, pois quando o faz desta forma veste o disfarce de estar agradando à Deus."

"Acredito, mas isso ocorre quando há o fantismo. O fanático religioso que se desune de outros que seguem outra doutrina."

"as religioes de hoje em dia estao fazendo o inverso, unindo os irmaos por motivos de suma importancia (R$), e mostrando um DEUS q eles(a igreja) querem"



Todas as respostas expressaram aspectos interessantes para pensarmos. Inclusive aquela que utilizou o palavrão (já nem tanto palavrão) que os mais pedantes preferem chamar de "cinco letras".

Deixando propositalmente de lado o sentido etimológico de religião, preferi considerar tal vocábulo com o seu significado atual para a maioria da sociedade, o qual nada tem a ver com a ideia de re-ligação ao Deus Eterno. Então, simplesmente escrevi que:


"Acredito que a religião desune os homens entre si e em relação a Deus. Jesus, com sua plena humanidade, vivenciada tão intensamente, mostrou o Caminho para o Pai. Quanto mais humanos nós formos, mas unidos e re-ligados a Deus estaremos. Ressalte-se que, se alguém não ama ao próximo a quem vê, como amará a Deus a quem não vê?"


Lendo os Evangelhos, podemos observar que ninguém foi mais humano do que Jesus!

Temos nas diversas passagens que compõem as quatro narrativas canônicas a apresentação de um Messias que nasceu nu como todo bebê vem ao mundo, chorou, sofreu, se alegrou, comeu, bebeu, recebeu as crianças, teve amigos, compadeceu dos pobres, irou-se por causa dos vendilhões do Templo, agonizou pedindo para que o Pai o livrasse da cruz e, finalmente, morreu.

Uma das maiores críticas que faço à religiosidade é que as pessoas acabam se escondendo atrás de um falso comportamento de espiritualidade e de santidade negando a própria natureza. Elas deixam de ser o que elas são para buscando se tornar algo não humano (ou que tenta negar o seu lado humano). Logo, muitas delas acabam se fechando para a convivência social, tornam-se amargas, chatas, alienadas, presas em si mesmas, distantes da realidade e cheias de conflitos doentios.

Cada vez mais tenho refletido que a nossa re-ligação com o Divino se passa pela interação amorosa com os demais seres humanos e todo o mundo visível.


"Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê." (1João 4.20; ARA)


Ora, este princípio da primeira carta de João é bem explicativo e esclarecedor. Mostra-nos a falência da prática religiosa e de ritos que estão divorciados da conduta amorosa pois para Deus é só esta a atitude do homem que tem valor no cumprimento dos seus mandamentos.

Em minha última postagem, em que abordei o tema do jejum, propondo a sua prática para fins de promoção da paz, precisava ter citado também esta notável reflexão do livro do profeta Isaías da Bíblia hebraica:


"Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se veres nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" (Is 58.6-8)


Pois bem. O que podemos compreender por soltar as ligadoras da impiedade, desfazer as ataduras da servidão, libertar o oprimido e despedaçar todo jugo?

Infelizmente, no decorrer da história, o que mais se assistiu foi a religião integrando os mais opressivos sistemas políticos e econômicos. Foi com o apoio da religião que reis e sacerdotes dominaram os povos, prática esta que perdura até os dias de hoje quando encontramos líderes corrompendo-se com os governantes. E uma das correntes utilizadas pela religião afim de aprisionar as pessoas foi o moralismo.

Por sua vez, repartir o pão com o faminto, recolher em casa os pobres desabrigados, vestir o nu e não se esconder do nosso semelhante significam obras sociais, caridade, amor e conexão com o próximo. E, dentro de um outro aspecto também relacional, representa uma inclusão de todos sem julgamentos morais, a promoção da dignidade humana e o encorajamento para um novo recomeço livre da culpa.

Que a cada dia a humanidade possa ter menos religião e mais re-ligação. Deixar de lado uma falsa espiritualidade para redescobrir sua humanidade.


OBS: A ilustração acima refere-se à "Criação de Adão", uma célebre pintura de Michelangelo, realizada entre os anos de 1508 e 1512, no teto da Capela Sistina (Vaticano).

quinta-feira, 17 de março de 2011

Jejum pela vida


“Então, disse Ester que respondessem a Mordecai: Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. Então, se foi Mordecai e tudo fez segundo Ester lhe havia ordenado. Ao terceiro dia, Ester se aprontou com seus trajes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte da residência do rei; o rei estava assentado no seu trono real fronteiro à porta da residência. Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, alcançou ela favor perante ele; estendeu o rei para Ester o cetro de ouro que tinha na mão; Ester se chegou e tocou a ponta do cetro.” (Et 4.15-5.2; ARA)


A passagem bíblica citada acima narra uma célebre passagem do Livro de Ester em que os judeus, vivendo sob o domínio do Império Persa, corriam o sério risco de serem exterminados. E isto estava previsto para acontecer por um decreto real, conforme o planejamento de um maquiavélico funcionário do governo chamado Hamã.

No entanto, o rei era casado com Ester, uma mulher judia e que fora criada por seu parente Mordecai. Só que o monarca desconhecia a nacionalidade de sua esposa.

Ao tomar conhecimento da trama genocida, Ester propôs interceder pelo seu povo perante o rei e, naqueles tempos, se qualquer pessoa ousasse entrar na presença do soberano da Pérsia sem ser convocado corria o risco de receber uma sentença de morte. Mesmo se fosse a rainha a lei seria aplicada. Mas a única exceção seria se o rei apontasse o seu bastão para o súdito que quebrou o protocolo do palácio.

Sabendo dos riscos que corria, Ester foi corajosa e colocou em primeiro lugar a vida de uma coletividade de pessoas, mesmo ciente de que a confortável posição que tinha como rainha e o seu pescoço estariam em perigo. Só que, antes de encarar sua missão, aquela jovem judia resolveu se preparar através da milenar prática do jejum.

Em diversos trechos da Bíblia, o jejum é observado. De acordo com a Torah judaica, trata-se de uma obrigação a ser considerada no Dia do Perdão (Yom Kippur) que ocorre entre os meses de setembro e outubro do nosso calendário. E, além desta ocasião, muitos momentos de jejum extraordinários foram praticados, inclusive por povos pagãos, como fizeram os habitantes de Nínive ao ouvirem a pregação do profeta Jonas que os advertiu sobre um juízo divino que poderia ocorrer contra aquela cidade.


“Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor. Chegou esta notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do se trono, tirou de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre cinza. E fez-se proclamar e divulgar em Nínive: Por mandado do rei e seus grandes, nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem os levem ao pasto, nem bebam água; mas sejam cobertos de pano de saco, tanto os homens como os animais, e clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um do seu mal caminho e da violência que há nas suas mãos.” (Jn 3.5-8; ARA)


Também no Novo Testamento, o Livro de Atos dos Apóstolos fala que o envio de Barnabé e Saulo para a obra missionária que fizeram na Ásia Menor foi precedida de jejum (At 13.1-3), o que demonstra sua importância dentro da Igreja de Cristo. Porém, o certo é que muitos momentos de crise e de angústia levaram indivíduos e coletividades a buscarem um relacionamento com Deus através de um jejum com fervor, dentro de um propósito estabelecido em cada coração.

Nos dias de hoje, em que a questão ecológica vem se tornando cada vez alarmante, evidenciando o estado de risco em que a vida no planeta se encontra, temos um forte motivo para jejuar.

O terremoto no Japão, seguido de um tsunami avassalador e das preocupantes explosões na usina atômica de Fukushima, cuja situação ainda se encontra indefinida, fez o mundo parar diante dos telejornais. Tais notícias reacenderam o debate sobre o uso da energia nuclear, pois evidenciam o perigo que o modelo econômico da nossa civilização vem causando para ela mesma.

Ora, o que aconteceria com as usinas nucleares e o monstruoso arsenal atômico dos Estados Unidos caso o Yellowstone entrar em erupção como foi há 640.000 anos que é um tempo considerado recente em termos de geologia? E se as usinas de Angra dos Reis tiverem o mesmo infortúnio de Chernobyl? Neste caso, será que metrópoles como o Rio de Janeiro e São Paulo não entrariam na zona de risco?

Junto a esta discussão devem ser adicionadas as preocupações com o clima, visto que a emissão abusiva dos gases do efeito estufa, agravada com o desmatamento das florestas, vem contribuindo para que o planeta sofra com maior intensidade e frequência catástrofes naturais.

Cerca de dois meses antes do terremoto no Japão, eis que, aqui em Nova Friburgo, cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro, ocorreu um dos mais graves deslizamentos de terra da história recente. Na madrugada de 12 de janeiro, um forte temporal deixou um rastro de centenas de mortes e muita destruição, as quais podem ser facilmente visualizadas com o auxílio do Google Earth.

Não há como negar a existência de fortes interesses econômicos e políticos que estão levando o planeta a um colapso ecológico através de um processo de destruição. Devido ao consumo excessivo de energia, a situação está se tornando incontrolável, sem que a fome de poder de uma minoria insana esteja sendo barrada.

Tudo indica que na base dessa crise ambiental esteja a questão ética, visto que o homem, há milênios, iniciou um processo de desrespeito à existência de todos os seres. Pois o que se tem visto a cada século é a mais absurda indiferença em relação à vida, tanto animal quanto humana, o que se evidencia com clareza nas guerras, fomes, genocídios e sistemas econômicos exploratórios. Inclusive, a própria história de Ester já alerta sobre a ameaça de um progrom que poderia ter ocorrido no século V antes de Cristo.


Assim, sendo a questão ecológica também uma crise ética do ser humano, vejo na prática do jejum um instrumento de paz colocado à disposição do cidadão comum nesses tempos de poder abusivo dos governantes mundiais. Junto com a oração e dentro de um propósito coletivo de resistência, o jejum torna-se a arma da fé, capaz de unir sentimentos e mudar o rumo da história. Pois será algo que em muito poderá nos ajudar em termos de preparação no tocante aos conflitos que precisam ser travados na defesa da vida.

Na data de 17/03/2011, em que os judeus comemoram a tradição do Jejum de Ester, penso que muito podemos aprender com a cultura dos povos orientais, os quais demonstram persistência e coragem na defesa de suas causas, apesar de chocarem muitas das vezes os valores que cultivamos aqui no Ocidente. Acredito que podemos nos espelhar nesses exemplos de perseverança, como a louvável conduta dos egípcios, os quais, continuamente, durante dias, foram aos milhares para a Praça Tahrir protestar e também orar ajoelhados pela queda de um presidente opressor.

Que possamos fazer o mesmo na defesa da vida em nosso planeta!


OBS: A primeira imagem acima refere-se ao quadro "Rainha Ester", de Edwin Longsden Long e pintado em 1878. Já a segunda gravura corresponde à obra de Rembrandt Harmenszoon van Rijn onde ele pinta o rei Assuero e Hamã no banquete de Ester (Et 5.1-14).

sábado, 12 de março de 2011

Nossa sociedade precisa se unir mais e protestar!

Hoje, dia 12/03/2011, fazem dois meses que ocorreu a maior tragédia climática de Nova Friburgo e Região Serrana.

Durante a manhã, houve uma reunião na Praça Demerval Barbosa Moreira afim de protestar contra as coisas que vêm acontecendo em relação à má administração dos recursos destinados às vítimas das chuvas. Foi quando resolvi sair do meu apartamento, que fica a alguns metros, numa rua perpendicular, e fui participar do ato.

Quem organizou a manifestação foi o Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, composto por entidades representativas dos trabalhadores, partidos políticos, o Conselho das Associações de Moradores e outros. Porém, resolvi não me importar com eventuais diferenças políticas ou ideológicas que eu pudesse ter com aquelas pessoas e resolvi dedicar algumas horas do meu descanso sabático a um movimento que considero como sendo de defesa da vida.

O que achei de mais positivo neste encontro é que não apenas autoridades e lideranças do movimento sindical tinham direito a voz. Qualquer cidadão podia ter acesso ao microfone e várias pessoas comuns, assim como eu, fizeram uso da palavra (aproveitei a ocasião para abordar a questão ecológica).

Na ocasiao, pude fazer contatos com a deputada estadual Janira Rocha do PSoL que esteve representando uma CPI da ALERJ que cuida dos assuntos relacionados à tragédia e está investigando as irregularidades cometidas no nosso município. Aproveitei para falar com ela sobre o que as igrejas daqui têm feito e recebi de sua parte elogios quanto a isto.

Além da deputada, fizeram uso da palavra os vereadores Renato Abi Râmia (PMDB) e Cláudio Damião (PT). E, ao final, quando o pessoal da InterTV já tinha se retirado, chegou o prefeito que foi sabatinado por alguns cidadãos.

A meu ver, a sociedade friburguense precisa se unir mais. Este ano mobilizou algumas dezenas de pessoas, mas é necessário que mais gente participe e se interesse. Por outro lado, creio ser indispensável haver um diálogo entre todos os grupos que estão atuando e vejo como uma ótima oportunidade a disposição demonstrada pela deputada Janira Rocha no sentido de ouvir denúncias de moradores e lideranças aqui da Região Serrana do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Apreciando um gostoso café na serra


O clima ameno de Nova Friburgo pede um bom cafezinho em qualquer época. Seja no frio inverno, onde as temperaturas quase todos os dias ficam abaixo dos 10 graus centígrados, ou no verão (neste feriado de Carnaval chegou a cair um pouco a temperatura por aqui), fica difícil dispensar uma bebidinha quente.

Para quem aprecia um café com classe e bom gosto, nossa cidade oferece interessantes opções. Uma delas é o Grão Café, situado nas ruas Monte Líbano e Alberto Braune, onde o turista pode encontrar um cardápio variado de bebidas preparadas com café, além de um ambiente agradável para conversar e passar a tarde. Principalmente se for na loja da Rua Monte Líbano cujo espaço é mais amplo do que o da avenida Alberto Braune.

No entanto, quem vem a Nova Friburgo e anseia degustar um café de qualidade, acaba consumindo grãos que vêm de outras regiões, geralmente de Minas Gerais. Pois, apesar da altitude propícia nos municípios vizinhos de Bom Jardim e Duas Barras, penso que tem faltado aos fazendeiros agregar mais valor ao produto através do cultivo orgânico que também pode ser feito debaixo das árvores nos resquícios da Mata Atlântica que restaram nas serras fluminenses.

Terra natal de Martinho da Vila, Duas Barras tem um grande potencial para atrair turistas, devido às suas construções antigas, fazendas históricas, belas paisagens, um bom clima serrano e bastante café, visto que se trata da segunda maior plantação do estado do Rio de Janeiro. Inclusive a própria Prefeitura reconhece e divulga os atrativos do município, como se pode ler em seu site:

"O município possui um grande potencial turístico devido à preservação da maior parte do casario colonial, formando um núcleo urbano bastante agradável. A associação do relevo acidentado com a rede hidrográfica variada dota o município de inúmeras cachoeiras e quedas d´águas. Além disso possui clima ameno. Vale lembrar que os rios de Duas Barras têm suas nascentes originadas dentro dos limites do município."

Porém, este importante produto da economia bibarrense e que trouxe considerável desenvolvimento ao município em outras épocas, precisa estar melhor integrado ao turismo e adaptado às novas exigências do consumidor, bem como à proteção do meio ambiente.

Atualmente, quando se vai à Europa, seja viajando ou por meio de reportagens especiais, pode-se observar o quanto a economia das regiões encontra-se integrada ao turismo. Na França, por exemplo, pode-se apreciar um bom queijo na região e visitar os locais de produção, conhecendo avanços da tecnologia e métodos ecológicos.

Por sua vez, o turismo na Serra Gaúcha também se mostra melhor desenvolvido do que no interior fluminense. Por ser uma importante região produtora de vinhos, lá o visitante pode saborear numa visita às fazendas aquilo que Plínio chamou de "sangue da terra".

Contudo, algumas iniciativas louváveis têm sido feitas aqui na região, as quais eu apoio e acho que podem progredir mais.

Realizada em 28 de novembro de 2010, num CIEP do município de Bom Jardim, a Festa da Flor & Café pode vir a se tornar um atrativo evento capaz de promover a cultura da região e fortalecer a produção agrícola local e seus atores envolvidos. Porém, é necessário que um trabalho desses tenha continuidade, receba divulgação, conte com o apoio institucional, envolva a comunidade e seja ampliado.



OBS: Segundo Brian Halweil, do WWI-Worldwatch Institute, o “café orgânico cultivado à sombra é melhor para o meio ambiente, melhor para o bolso do agricultor e tem um sabor melhor”.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Tenha uma quarta-feira de muita alegria e graça!

Terminou ontem o feriado carnavalesco, mas não acho que isto seja motivo para tristezas.

É momento de alegria e de graça! Principalmente para quem aproveitou o feriado de maneira sadia e agora vai retornar às suas atividades laborais ou estudantis, visto que a vida continua e deve ser celebrada em múltiplas ocasiões distintas.

Para os católicos, a quarta-feira de cinzas é considerado o primeiro dia da Quaresma e simboliza a conversão do crente. Nas missas, os padres colocam cinzas na testa do cristão que, por tradição religiosa, permanecem na cabeça da pessoa até o sol se por. E, a partir de então, algumas pessoas ficam se privando de comer carne até à Páscoa.

Ave Maria! Ainda bem que decidi seguir a Cristo livre das amarras doutrinárias do institucionalismo católico e evangélico!

Contudo, pelo fato da quarta-feira de cinzas corresponder ao dia seguinte após o Carnaval, muitos brasileiros associam este feriado de meio dia ao luto pelo fim da maior festa popular do país. Então, quem segue o catolicismo e resolveu cair na folia, mesmo sem ter cometido excessos, muitas vezes acaba se deparando com o sentimento aprisionador de que violou um mandamento e pecou.

Por sua vez, inúmeros evangélicos, quando brincam no Carnaval, sentem-se até mais culpados do que os católicos. Pois, no evangelicalismo brasileiro, a cultura carnavalesca ainda é tida como algo pecaminoso, totalmente impura e impossível de integrar uma diversão sadia, sem necessariamente alguém ter que praticar condutas de depravação sexual, atos de violência ou enveredar pelo consumo abusivo de álcool e de drogas.

Mas será que as pessoas devem se sentir culpadas e em pecado por agirem dentro da normalidade?

Somos humanos e o homem é um animal gregário. Logo, faz parte da nossa natureza levarmos uma vida em comunidade onde as festas populares, desde o começo da civilização e as eras pré-históricas, cumpriam o papel de aproximar as pessoas de um determinado grupo. Na Antiguidade, em quase todo o mundo, celebrava-se a colheita, a vitória de uma guerra, o nascimento de uma criança, recordações de acontecimentos históricos, o ano novo, a lua nova, o início do verão ou do inverno, o nascimento de uma criança, a entrada na adolescência, o casamento e a morte. E, não raramente, tais comemorações eram enriquecidas com algum significado religioso.

Infelizmente, o cristianismo acabou se tornando uma religião de pessoas tristes e fechadas para a sociedade. Criou-se uma dicotomia entre o espiritual e o secular, em que este chega a ser terrivelmente demonizado. E conviver com amigos não crentes dentro de uma festa, mesmo num ingênuo aniversário de criança, chega a ser mal associado com um trecho do Salmo 1º quando a Bíblia fala em "assentar-se na roda dos escarnecedores".

"A alegria só pode brotar de entre as pessoas que se sentem iguais", assim disse o romancista francês Honoré de Balzac. E o que ele falou faz sentido porque, no momento em que crio distinções morais em relação às demais pessoas do gênero humano, por me achar espiritual, acabo me privando de uma alegria plena no convício coletivo.

Segundo Caio Fábio, "Jesus não fala uma única vez, nos quatro Evangelhos, a palavra 'espiritual'. Esse chavão não passou por sua boca, por uma razão muito simples: para Jesus, não havia uma vida espiritual; para Jesus, a espiritualidade era a vida. Sobre a vida ele falou muito, e o tempo todo; sobre espiritualidade, não". (destacou-se)

Verdade seja dita que é o moralismo da sociedade, ditado muitas vezes pela religião, que acaba dando uma extrema relevância a determinados comportamentos que não agradam a um grupo dominante. Com isto, construiu-se no decorrer dos séculos uma moral que reprime com rigor condutas como o pecado sexual e a embriaguez, mas toleram outras "obras da carne" tão perturbadoras quanto, a exemplo do ódio, das rixas, dos ciúmes, da ira, das dissensões, das invejas, do egoísmo e da avareza. Aliás, há pastores que seguem a herética teologia da prosperidade e chegam a incentivar um repugnante apego ao dinheiro entre os seus seguidores, exceto se forem ofertar na igreja. E, quanto à dimensão coletiva do pecado, o cristianismo é muito superficial.

Entretanto é esta visão desproporcional, torta, tendenciosa e deturpada do pecado que tanto atrapalha os cristão na compreensão do arrependimento que deve acompanhar a fé no Evangelho. Por causa disto é que muitos têm dificuldade nos dias de hoje em experimentar a Metanoia, palavra grega que significa conversão.

Por outro lado, a conversão não significa uma mudança de cultura, mas sim de postura, devendo ser algo contínuo na vida da pessoa. Trata-se de algo que, na visão hebraica, corresponderia à Teshuvá (o retorno ao caminho certo), onde o homem reconhece sua tendência ruim e se abre para a generosidade da vida, considerando as oportunidades que ela continuamente nos dá e o quanto, em si mesma, é bela, perfeita e boa.

Ora, entendo que a conversão não deve fazer de ninguém uma pessoa triste, mas sim alegre e cheia de graça. E esta graça é que nos faz livres de mandamentos dos homens inventados por padres e pastores sem graça afim de que possamos graciosamente viver para a prática do amor, sem carregar peso na consciência ou cultivar restrições comportamentais.

Para os judeus, nas seis semanas que precedem a festividade de Pessach (Páscoa), existem quatro sábados especiais dentre os quais o Shabat Shecalim é o primeiro deles, tendo sido comemorado em 2011 neste dia 5 de março (que foi o sábado de Carnaval iniciado ao por do sol de sexta-feira). Então, é comum as pessoas que seguem as tradições judaicas cumprimentarem-se com estas palavras: "Chazak! Chazak! Venit'Chazek!" (Força! Força! Que sejamos todos fortalecidos!)

Meu desejo é que, após esta semana de feriado carnavalesco, sejamos realmente fortalecidos para vivermos este ano com muita alegria e graça, com bastante energia e força do Deus Eterno.

terça-feira, 8 de março de 2011

Parabéns, mulher!


"Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote, liderava Israel naquela época. Ela se sentava debaixo da tamareira de Débora, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, e os israelitas a procuravam, para que ela decidisse suas questões." (Juízes 4.4-5; tradução da NVI)


Neste 8 de março, no qual está sendo celebrado o Carnaval brasileiro, é também considerado o dia internacional da mulher como uma data fixa do calendário. Trata-se de um momento em que, se não fosse pela coincidência com maior festa popular do país, certamente teria mobilizado muito mais pessoas em defesa dos direitos feministas.

Mas que ocasião mais inoportuna para a comemoração de uma data tão importante e que, em 2011, caiu justamente no começo do mandato da primeira mulher presidente do país?

Apesar de não ter votado em Dilma Rousseff no dia 3 de outubro, mas sim em outra candidata, vejo que a eleição de uma mulher para ocupar a Presidência do Brasil, com 56 milhões de votos, significou de certo modo uma mudança marcante na nossa sociedade. Isto porque se trata da participação feminina em cargos de liderança, coisa que, por longos anos, foi negado no país.

Curiosamente, mais de três mil anos antes de Dilma, o povo de Israel já foi liderado por uma mulher - Débora, cujo nome de origem hebraica significa "abelha". E, de acordo com o texto bíblico citado acima, onde Débora é mencionada como "mulher de Lapidote", podemos deduzir que ela foi originalmente uma dona de casa, mas que passou a servir sua nação, sendo que em nenhuma outra passagem das Escrituras uma mulher ocupou um cargo político tão elevado.

Todavia, Débora viveu num tempo onde ainda não existiam reis e a liderança era algo conquistado ao invés de herdado. Ela, por sua notável sabedoria, era espontaneamente consultada pelas pessoas de seu povo, atendendo-as não dentro de um imponente palácio, mas sim debaixo de uma simples palmeira.

De acordo com a narrativa bíblica, Débora foi uma verdadeira motivadora dos israelitas para que fossem vitoriosos numa importante etapa de sua história que foi a libertação do domínio opressor de Jabim, rei de Canaã. Até então, pelo período de duas décadas, parece que Israel foi uma nação tributária de um reino que teria existido na região da Galiléia cujo comandante dos exércitos chama-se Sísera.

Divinamente inspirada, Débora incentiva Baraque a liderar uma tropa de homens afim de que eles lutassem contra Sísera e libertasse o país do poder dos cananeus. E, de acordo com o relato da Bíblia, os israelitas saem vitoriosos. Só que, ao final, quem mata Sísera não é Baraque, mas sim um outra mulher chamada Jael, uma perspicaz beduína que é mencionada no texto como "mulher de Héber" (verso 21).


Nos tempos de hoje, posso ver o Brasil, semelhantemente aos israelitas, lutando contra a pobreza, o desemprego, as injustiças e a falta de segurança, bem como em relação às deficiências na escolaridade e na saúde. Porém, não acho que esta batalha seja apenas de uma mulher só como se Dilma fosse a mãe do país, pois não podemos pensar que a história seja feita apenas por heróis como se presidentes, reis ou rainhas fossem os reais responsáveis pelo êxito.

Acredito que, com a união de todo o povo, temos grandes chances de sairmos vitoriosos contra os principais problemas que afligem a nação brasileira. Penso que todo este processo vai requerer a participação não só de homens, mas também de mulheres que sejam capazes de deixar de lado a apatia afim atuarem decisivamente diante de cada questão.

Como se vê na célebre história da Bíblia, Débora era a estrategista, a pessoa que organizava a nação de Israel. Porém, foram homens e mulheres que lutaram e expulsaram o invasor, tendo sido uma simples mulher do campo quem matou o general do exército inimigo.

Igualmente, desejo que não apenas a presidenta Dilma faça a sua parte, mas também as milhões de mulheres brasileiras que são mães, filhas, avós, trabalhadoras, donas de casa, aposentadas, esposas, solteiras, viúvas, divorciadas, professoras, operárias, médicas, advogadas, juízas, policiais, etc.

Sendo assim, quero encerrar este artigo parabenizando as mulheres de todo o país e convocando-as a contribuírem corajosamente para a construção de um futuro melhor.


OBS: As imagens acima foram extraídas do site da Presidência da República em http://www.presidencia.gov.br/presidenta sendo que o crédito da foto de Dilma com a faixa presidencial deve ser atribuído a Roberto Stuckert Filho / PR.

domingo, 6 de março de 2011

Chimarrão e tereré: dois hábitos muito saudáveis


A primeira ocasião de que recordo ter visto alguém bebendo chá de erva mate verde foi por volta de 1982, quando viajei ao Paraná na companhia de minha mãe. Fomos a Curitiba e depois a uma pequena cidade interiorana chamada São João do Triunfo, onde era bastante comum o uso da erva Ilex paraguaiensis. Porém, não cheguei a experimentá-la daquela vez.

Em 1985, quando passei a morar com meu avô paterno em Juiz de Fora (MG), aprendi um pouco mais sobre o chimarrão. Quando jovem, vovô tinha servido ao exército brasileiro por duas oportunidades no Rio Grande do Sul, em cidades que ficavam nos pampas, bem na fronteira com a Argentina. Lá ele aprendeu sobre a cultura sulina e o uso do bendito amargo, pelo que me transmitiu muitos dos seus conhecimentos. Segundo ele, o homem que bebesse chimarrão com açúcar iria "apanhar da mulher".

Nas fitas do Gaúcho da Fronteira, um dos cantores preferidos do meu avô, havia algumas músicas que falavam sobre o chimarrão. Uma delas assim dizia:


"Churrasco e bom chimarrão
Fandango, trago e mulher
É disso que o velho gosta
É isso que o velho quer"



Mesmo tendo conhecido o chimarrão junto com as deliciosas carnes macias dos pampas, meu avô já não mantinha o hábito de tomar um amargo nas últimas décadas de sua vida em Minas Gerais. Nem quando eu lhe trouxe uma cuia de presente ao retornar da viagem que havia empreendido até Porto Alegre em meados dos anos 90.

Um dia resolvi sair do armário e beber o chimarrão, o que só consegui fazer depois que o meu paladar já tinha gostado do sabor da cerveja aos 17/18 anos. Uma das vezes foi quando almocei numa churrascaria que, por cortesia e marketing, oferecia o amargo aos clientes que tivessem a ousadia de fazer um pedido desses.

Já o tereré (ou tererê), que é a versão gelada do chimarrão degustada pelos mato-grossenses e paraguaios, suponho tê-lo experimentado junto com um grupo de vestibulandos vindos de Campo Grande, os quais estavam em Juiz de Fora afim de tentarem uma vaga na UFJF. Fizemos então uma roda na pensão onde eles estavam hospedados, compartilhando a guampa de mão em mão, mas sem observar o sentido horário das tradições gaúchas.


Na ocasião em que visitei o Pantanal junto com Núbia (julho/99), bebi bastante tereré. Foi quando também encontrei um grupo de norte-americanos que estavam conosco no acampamento (metade dos turistas era formada por gringos) e eles já tinham assimilado o hábito daqui da América do Sul desde que vieram do Paraguai. Ainda assim, Núbia preferiu cerveja gelada e a brasileiríssima pinga.

Morando aqui em Nova Friburgo, incorporei de vez o hábito do chimarrão à minha vida. Durante um tempo, cheguei a consumi-lo quase que diariamente até ficar viciado. Bebia em jejum assim que acordava. E fiz do amargo um grande companheiro nas manhãs frias em que preparava o projeto de monografia durante os últimos períodos letivos da faculdade de Direito.

Fazendo hoje um uso mais moderado, costumo beber o chimarrão mais quando como carne em demasia, mesmo se for apenas um galeto que costumo comprar num restaurante quase em frente ao meu edifício. E recorro à erva não só afim de facilitar a digestão, mas também para combater o acúmulo da gordura no organismo, alimentando a crença de que a ação diurética possa evitar qualquer aumento indesejado no colesterol.

Será tudo isto verdade? Não sei. Mas, no ano passado, entrei num site bem interessante que fala sobre o chimarrão, onde são listados os seguintes benefícios que me pareceram razoavelmente esclarecedores:


•Estimulante da atividade física e mental
•Estimula a circulação
•Aumenta o ritmo cardíaco
•Facilita a digestão
•Favorece a evacuação (fezes) e a micção (urina)
•Promove a regeneração celular
•Elimina estados depressivos
•Aumenta a resistência de músculos à fadiga
•Aumenta a força muscular
•Desenvolve as faculdades mentais
•Tonifica o sistema nervoso
•Regulariza a respiração
•Facilita a digestão
•Promove sensação de bem-estar e vigor
•Regula as funções sexuais
•Efeitos cosméticos na pele
•Previne a arteriosclerose
•Melhora a memória
•Previne gripes e alergias
•Diurético
•Diminui o colesterol e triglicerídeos
•Aumenta o gasto energético
•Favorece o emagrecimento
•Previne a doença de Parkinson



De qualquer modo, nós brasileiros e povos do sul do continente devemos muito aos índios quíchuas, aimarás e guaranis, os quais nos deixaram um legado tão precioso, saudável e socializador que é o costume milenar da erva mate.


OBS: As informações sobre os benefícios do chimarrão foram extraídas de http://renatapinheiro.com/beneficios-e-maleficios-do-chimarrao/

Blog do Dr. Rodrigo Luz: Cinco anos de casamento

Blog do Dr. Rodrigo Luz: Cinco anos de casamento: "'Alegre-se com a esposa da sua juventude.' (Mishlê 5.18b; NVI) Nesta última sexta-feira, eu e Núbia completamos cinco anos de casamento f..."

Cinco anos de casamento


"Alegre-se com a esposa da sua juventude."
(Mishlê 5.18b; NVI)


Nesta última sexta-feira, eu e Núbia completamos cinco anos de casamento formal. Mas também estamos comemorando 12 anos de relacionamento comprometido, visto que nos amamos pela primeira vez no Carnaval de 1999, na localidade de Sana, situada bem nas serras macaenses.

A maioria dos países ocidentais considera o quinto ano de matrimônio como as bodas de madeira, mas que, aqui no Brasil, também é denominado bodas de ferro. Já o décimo segundo ano seriam as bodas de seda ou de ônix.

Particularmente eu considero o casamento civil algo sem importância para as relações entre as pessoas, exceto no plano jurídico, sem que haja qualquer interferência quanto à questão espiritual. Também penso que o matrimônio não depende da celebração pública para ocorrer perante Deus, mas não me desfaço da importância de que a sociedade possa comemorar o evento e se tornar ciente da união entre um homem e uma mulher.

De qualquer modo, eu e Núbia só passamos a viver juntos debaixo de um mesmo teto após assinarmos os papéis. Até então, depois que nos conhecemos no Sana, ficamos sete anos nos encontrando aqui em Nova Friburgo ou em Niterói (cidade onde ela foi nascida e criada), bem como chegamos a viajar para diversos outros lugares.

Não acho que namorar à distância seja 100% satisfatório e tão pouco uma espera de sete anos para juntar as escovas de dente, tempo que correspondeu praticamente ao mesmo que Jacob trabalhou para seu sogro Labão afim de casar-se com Raquel. Pra mim, os namoros deveriam ser breves, só com mãozinha dada, sempre com intenções de casamento e, finalmente, tornar-se logo um curto noivado que dure cerca de seis meses. Só que isto é apenas o que idealizo, pois, na realidade, sabemos que as coisas são bem diferentes pois ninguém tem uma história igual a um padrão.

No meu caso, a experiência de ter me casado com Núbia e estarmos vivendo juntos um quinquênio acabou sendo um significativo acréscimo de experiência aos sete anos que já tínhamos nos relacionado. Se antes o que predominou na nossa relação foi a euforia e a curtição nas viagens por lugares exóticos, ultimamente temos atravessado lutas e muitas batalhas pela sua saúde.

Entre as dificuldades da vida, tenho aprendido a construir um amor com Núbia, tentar ser um companheiro mais presente e buscar entusiasmo para fazê-la feliz. E, justamente porque um faz parte do cotidiano do outro, temos tido a oportunidade de aprender coisas que, na certa, jamais compreenderíamos caso a nossa relação continuasse a encontros de férias e nos finais de semana. E o sofrimento tem me ensinado, embora seja evidente que eu prefiro que Núbia estivesse bem, com sua saúde totalmente restabelecida e que tivéssemos novas chances de viajarmos pelo mundo

Apesar das proveitosas experiências obtidas nos últimos anos de casamento, que acabaram sendo mais significativas do que os inesquecíveis passeios do namoro, sei que cinco anos juntos ainda é muito pouco para que um homem possa considerar-se um marido suficientemente acrisolado. O ferro, embora seja um metal duro e resistente, é considerado dentro da Química como um elemento de transição e está sujeito à oxidação e pode muito bem ficar enferrujado. Porém, pode também ser transformado em aço que é uma liga metálica cuja característica capaz de distingui-la do ferro é a sua maior ductilidade. Ou seja, o aço é mais resistente do que o ferro no processo de ensaio de tração.

Já a madeira, sabe-se que também é um material naturalmente resistente e sólido, graças às fibras de celulose e hemicelulose que são unidas por lignina. Por tal característica, somada também à impermeabilidade, a madeira é utilizada há séculos na construção civil e na fabricação de móveis. Contudo, é preciso protegê-la contra a ação do fogo e do ataque de cupins.


No atual momento de minha vida, peço a Deus que me conceda graça, força, direção e vitória contra os inúmeros defeitos que tenho. Oro para que o Eterno restaure a saúde de minha esposa, curando-a completamente, e lhe dê ânimo, abençoando nossa união.

Nossa comemoração deste dia 4 foi bem simples. O clima estava chuvoso e com temperaturas amenas. Fomos a um restaurante aqui no nosso quarteirão onde há um delicioso rodízio de sopas e ficamos lá por um tempinho. Depois voltamos pra casa afim de dormir.

Mesmo com tantas lutas e problemas, estamos comemorando este momento e creio além das aparências podendo dizer que até aqui Deus nos ajudou.


OBS: A primeira imagem refere-se à cerimônia celebrada pelo pastor Renato Gonçalves em que me casei com a sempre jovem mulher Núbia Mara Cilense, em 04 de março de 2006, num sítio situado na RJ-130, rodovia que liga Nova Friburgo a Teresópolis. Já a segunda foto foi na viagem que fizemos à Amazônia (janeiro/fevereiro de 2000), tratando-se de um passeio de barco pelo rio Xingu. A terceira foi na Bahia (maio/2005). E a última foi quando nos conhecemos no distrito do Sana, município de Macaé (RJ), no Carnaval de 1999, mais precisamente no "Bar do Jamaica".

sexta-feira, 4 de março de 2011

O espaço territorial dos animais domésticos dentro das cidades brasileiras


A domesticação de animais é uma prática realizada desde os primórdios da humanidade, muito antes de se promover o arruamento das cidades, sendo que o homem sempre teve a necessidade de ter certos animais ao seu lado, seja para auxiliá-lo na caça de subsistência, ajudá-lo em certos serviços, ou apenas para fazer-lhe companhia.

Através dos cães, o homem pré-histórico encontrou um eficiente auxiliar na caçada do seu alimento proteico dentro do meio natural. Já os gatos, as primeiras referências encontram suas origens no antigo Egito, na Índia e na Pérsia, sendo que, por meio da circulação dos comerciantes da Antigüidade, o animal atingiu a Grécia e o Império Romano, vindo parar posteriormente no Brasil através do colonizador português.

Com a urbanização, o ser humano transformou ambientes naturais, criando outros artificialmente em uma complexa teia de obras para atender todas as suas necessidades como ser social, e isto implica em problemas relacionados ao ambiente, sua conservação e qualidade. E esta agressiva expansão urbana pôs em risco a qualidade de vida do homem e também dos animais, restringindo-lhes o devido espaço territorial que sempre tiveram e violando os seus basilares direitos.

Assim, devido à expansão urbana, os animais domésticos que, durante milênios, conviveram junto ao homem, há décadas que não podem mais viver livremente dentro do espaço das cidades sem correrem riscos de atropelamentos nas vias públicas. Por serem animais territorialistas, tanto o cão quanto o gato precisam de um espaço mínimo para viver em liberdade. E, normalmente, o espaço de cada fêmea poderá atingir 01 (um) hectare enquanto que o do macho chega a uns 10 (dez) hectares.

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais assim proclama em seu artigo 5°, item 1 sobre os animais domésticos:

"Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie"

Dentro do contexto principiológico adotado pela Declaração reconhecida pela ONU, deve-se considerar que a destruição do ambiente em que vive o animal pela expansão urbana desordenada contrapõe-se ao seu direito à vida e à liberdade, cabendo ao homem harmonizar o planejamento de suas cidades com a existência dos animais domésticos que nelas habitam, valendo ressaltar que a nossa espécie tem o dever de por os seus conhecimentos e os seus cuidados a serviço dos animais.

Em 2004, depois que minha mãe retornou de uma viagem à Grécia, ela comentou que, em Atenas, muitos cães são criados soltos na rua. Porém, se o mesmo costume fosse adotado no Brasil, além dos riscos aos quais os animais domésticos ficariam expostos, até seus donos poderiam ser civilmente responsabilizados por eventuais danos cuja causa fosse atribuída aos cães.

Sinceramente, acho lamentável que o planejamento do espaço nas cidades no Brasil ainda seja mais voltado para a circulação de automóveis do que para promover a convivência entre pessoas e animais. Nossas ruas, atualmente, são verdeiros corredores de passagem e não ambientes seguros e propícios aos encontros entre os seres vivos.

Devido a isto, entendo que deveríamos repensar o ordenamento territorial das nossas cidades. Acho que, nos bairros residenciais, é preciso que o Poder Público tome medidas para diminuir a velocidade dos automóveis nem que para isto as ruas tenham que ficar cheias de redutores tipo os quebra-molas. E, neste sentido, todos os cidadãos têm legitimidade para solicitarem providências perante os órgãos de trânsito, tendo em vista o que diz o parágrafo 3º do artigo 1º da Lei Federal n.º 9.503/97 que se trata do Código de Trânsito Brasileiro (CTB):

"Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro".

Certamente que o direito ao trânsito seguro não inclui apenas os seres humanos mas também os animais. Pois, embora sejam considerados apenas coisas para o Direito Civil, não se pode esquecer que os bichos são sujeitos de direitos claramente albergados na Carta Magna e na legislação protetiva aplicável, devendo-se assim serem repensadas as políticas que o Poder Público vem tomando quanto ao ordenamento territorial urbano, a fim de que o espaço das cidades seja melhor planejado ao incluirmos o indispensável convívio do homem com os animais domésticos.

"O grau de civilidade de um povo mede-se pela forma como ele trata os seus animais" (Nelson Mandela)


OBS: As fotos acimas são da minha gata de estimação Sofia.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Qual a fantasia que criamos sobre Jesus?


Acabei de assistir a interessante entrevista do ex-padre Marcelo da Luz (não se ele tem algum parentesco distante comigo) e que foi concedida ao Programa "Ciência e Consciência" da TV Compléxis, tendo como tema a "Desconstrução do Mito de Jesus Cristo".

Muita coisa que ele falou realmente não é novidade para quem estuda assuntos teológicos ou já cursou algum seminário, sendo que algumas de suas colocações eu concordo enquanto outras não (principalmente no final onde pareceu que ele foi contraditório com o que falou no início).

Porém, ao invés de proferir de imediato uma crítica fundamentalista a respeito do entrevistado e correr o risco de ser injusto, prefiro antes olhar com humildade para a pessoa de Jesus, cuja biografia conhecemos muito pouco, bem como em relação aos ensinos expostos nos Evangelhos, visto que estes foram livros escritos décadas depois da morte e da ressurreição do Senhor.

Sendo assim, antes de comentar sobre esta polêmica entrevista, prefiro primeiramente compartilhá-la aqui no meu blogue para então fazer meus comentários junto com o de outras pessoas. Porém, gostaria de deixar como proposta para debatermos a pergunta que corresponde ao título da postagem:

Qual a fantasia que criamos sobre Jesus?

Mesmo que alguém tenha uma fé firme em Jesus Cristo, baseada numa experiência pessoal de relacionamento com o Messias e conhecimento verdadeiro do seu Nome, não podemos negar que a mente humana é capaz de fantasiar quaquer realidade.

Como o vídeo foi disponibilizado na internet por iniciativa da própria TV Compléxis e o Youtube permite a sua incorporação em outros sites (obviamente com a ciência do titular dos direitos autorais), entendo que existe autorização prévia para que haja uma divulgação por terceiros desde que sem fins lucrativos.

Por questão de ética, informo que o vídeo a seguir postado encontra-se também em http://irreligiosos.ning.com/video/desconstrucao-do-mito-de-jesus

Assistam e fiquem à vontade para comentar, sendo que eu, oportunamente, também pretendo expor minhas ideias a respeito da entrevista:




OBS: A imagem que ilustra o texto refere-se à capa do livro "Onde a Religião Termina?" do conscienciólogo e autor Marcelo da Luz, tendo sido extraída de http://www.ondeareligiaotermina.com.br/