O ataque terrorista ocorrido ontem em Nice, em que ao menos 80 pessoas morreram depois que um caminhão atropelou uma multidão reunida para celebrar a Queda da Bastilha, festa nacional da França, é um fato que levará os países a repensarem suas ações na área de segurança.
Se no começo do século, os atentados eram coordenados por uma organização terrorista, como fez a Al-Qaeda em 11/09/2001 nos EUA, agora são cidadãos comuns (desorganizados) que, motivados pelas redes sociais, resolvem sair matando pessoas nas ruas. E nisto as mídias sociais, a exemplo do Facebook e do Twitter, cumprem o papel de serem usadas por extremistas para propagar suas ideologias e recrutar seguidores ao redor do mundo.
Mas qual a causa desse comportamento tão maligno? Seria a pobreza? A solidão? A falta de vida amorosa? Distúrbios psiquiátricos não tratados?
Infelizmente, muitos nessas horas, ao invés de recorrerem ao ombro de um amigo ou procurarem terapia, acabam se deixando atrair pela ideologia radical virando instrumentos para tirar a vida de inocentes como aconteceu na noite de ontem, em que uma brasileira pode estar entre as vítimas feridas.
Para enfrentamento de novos e possíveis ataques, creio que os governos precisarão não só investir mais no controle dos espaços como também monitorar as comunicações na internet e ainda criar uma política verdadeiramente ampla na área de saúde mental. Pois, na atual circunstância, é indispensável prevenir distúrbios de comportamento, formando um ambiente social em que o cidadão encontre facilidades para conseguir ajuda quando se sentir mal.
Neste sentido, a disponibilização de mais terapeutas de emergência nas unidades de saúde juntamente com a frequente divulgação de telefones de apoio psicológico na mídia podem ajudar na orientação das pessoas, gerando uma conscientização popular. E, quanto às escolas, locais vulneráveis para atiradores (os chamados "lobos solitários"), há que se repensar também a educação.
Felizmente, o Brasil não estaria hoje numa situação tão preocupante quanto os EUA e Europa, porém devemos cuidar preventivamente do nosso povo já que hoje em dia as redes sociais globalizaram os problemas. Logo, é fundamental construirmos um ambiente social saudável em que crimes como o terrorismo não ganhem espaço.
OBS: Foto acima mostrando policiais investigando a cabine do motorista do caminhão que se jogou sobre uma multidão de pessoas que comemoravam a data nacional da França, em Nice, sendo os créditos autorais atribuídos a Alberto Estevez/Pool/Agência Lusa, conforme consta em http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-07/apos-ataque-terrorista-francois-hollande-chega-nice
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Nem nos tempos da violência e das carnificinas entre os antigos povos bíblicos, que os profetas perebiam como resultado da ira divina, acontecia algo parecido com a tragédia de Nice. Será que estamos de volta ao tempo em que a intolerância humana era projetada em deuses, caro Rodrigo?
ResponderExcluirBoa noite, Levi!
ExcluirNão discordo de sua análise. Realmente para muitos desses casos trágicos, o terrorista transfere seus problemas para a questão religiosa em que a ideologia radical torna-se a máscara do assassino em massa.
Mas já que falou na Bíblia, teríamos em Sansão um dos primeiros terroristas, apesar das tradiçoes judaica e cristã não o verem assim.
Fato é que sempre o ser humano buscará maneiras de justificar suas más ações, muito embora o meio radical pode contribuir.
Abraços
Infelizmente as convicções religiosas, entre outras, tomaram conta da mente das pessoas. É drástico ver como a violência pode estar presente em cada esquina, em cada lugar, em cada canto. Uma pessoa que vá por exemplo ao futebol decerto que não vai descansado. Em cada pessoa pode estar o perigo... pode viajar a MORTE. É chocante mas não estou a ver como se vai conseguir travar o terrorismo, agora que, até conduzindo um camião se matam dezenas de pessoas. Quem está livre de ser atropelado por um carro, num momento qualquer? A vida atualmente é um viver em terror, e não me digam que não.
ResponderExcluirAbraço
Caro Nuno,
ExcluirRealmente, o momento atual nos deixa expostos à violência e ao terror. Repentinamente, algo pode ocorrer, mas penso que inútil será vivermos ansiosos quanto a isso. Basta contarmos dos governos políticas públicas sérias, acompanhando como as executarão.
Hoje o combustível ideológico-religioso de fato contribui para aumentar a fogueira do ódio em cada um, ainda que a religião também faça o papel contrário de pacificar.
Inegável, mas somos obrigados a abrir mão da nossa liberdade. Em breve, menos pessoas no mundo vão ter autorização para dirigir já que um caminhão ou um carro são armas também. Ou seja, a tendência é que, no futuro, o Estado se torne mais forte e o cidadão mais dependente da polícia, assim como o monitoramento sobre todos nós deve aumentar interferindo na liberdade pela má conduta de alguns.
Apesar de tudo, acredito no papel preventivo e pedagógico da psicologia considerando que muitos desses terroristas recentes não tiveram os não quiseram ajuda.
De qualquer modo, mesmo diante dessa momentânea perda de rumo, há que se guardar a esperança.
ExcluirAbraços
Olhando pela ótica do terrorismo, trazendo o caso de Sansão para os tempos pós-modernos em que se usam outros arsenais em lugar de queixadas de jumentos, espadas e lanças de antigamente, caro Rodrigo, gostaria de saber se você vê semelhanças entre as atos guerreiros do Estado Hebreu fundado por Moisés no suposto nome impronunciável de Javé e às práticas terroristas do Estado Islâmico em nome de Alá?
ResponderExcluirOi, Levi.
ExcluirVejo semelhanças, sim. Apesar da evolução histórica de Israel, o ato de Sansão está lá registrado nas Sagradas Escrituras assim como as guerras santas e a ideia de que o exército fosse também santo (se o competente estivesse "imundo" por motivo de polução noturna, não podia nem ir pra batalha). Acredito que os escritores do Corao inspiraram-se nesses aspectos da Torá e do judaísmo antigo.
O povo hebreu transferiu ou projetou no seu deus toda sua ira e toda sua intolerância contra os cananeus. Os hebreus percebiam em sua psique um Javeh à semelhança dos discípulos de Alá de hoje, como demonstra esse trecho da Torah, replicado abaixo:
ResponderExcluir“Deves condená-los à destruição completa os hititas, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus e os jebuseus, tal como o Senhor, teu Deus, te ordenou.” — DEUTERONÔMIO 20:17,
CONCLUSÃO: Nada mudou debaixo do Sol. Na história, em todo projeto político, como foi o de Moisés, há a “Imago-Dei”.
No caso da conquista de Canaã, entendo que possa ter havido a necessidade de possessão de um território e que para tanto se criou a ideologia política que, antes do Iluminismo, buscava se fundamentar numa cultura que era religiosa.
ExcluirTodavia, entendo que os textos sagrados na atualidade devem ser interpretados e significados nob outra ótica que é a da paz, muito embora sempre existirão grupos fundamentalistas nas religiões que buscarão uma interpretação literal. Este poderá ser o eterno problema de toda religião que der autoridade à letra ao invés de atentar para o sentido profundo das mensagens.
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