As Olimpíadas do Rio, apesar de nem terem começado, já estão gerando enormes polêmicas. Como se já não bastasse a gastança de dinheiro público com as obras destinadas aos eventos esportivos, enquanto há tantas outras coisas mais prioritárias, tivemos já dois incidentes vergonhosos.
Um deles, como sabemos, foi o abatimento da onça Juma que estava precariamente presa e fugiu da corrente quando a Tocha Olímpica passou por Manaus. Ali, só o fato de terem conduzido o animal para um lugar de aglomeração configurou uma tremenda violência. Uma incontestável estupidez humana porque maltrataram o felino apenas por terem colocado-o num ambiente estressante expondo ainda a vida de pessoas por causa de uma exibição retrógrada.
Agora, porém, outra bola fora ocorreu quanto à exclusão das religiões de matriz africana na representação do Centro Ecumênico da Vila Olímpica. O Comitê Organizador dos jogos justificou a sua decisão afirmando ser impossível atender a todas as religiões por serem mais de mil catalogadas, além de seitas e outros conceitos religiosos.
Contudo, vejo aí um grave erro de ponderação. Pois, como se sabe, o Candomblé e a Umbanda têm grande penetração no universo religioso do brasileiro. Logo, se resolveram fazer as Olimpíadas no Rio de Janeiro, onde teria nascido o umbandismo, entendo que as religiões de matriz africana não deveriam ter sido deixadas de fora.
Será que não estamos diante de mais um caso de preconceito velado? De acordo com o babalaô Ivanir dos Santos, presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, as religiões de matriz africana não deveriam ter ficado de fora. Apesar de ter preferido não polemizar, o sacerdote yorubá acredita que houve discriminação.
OBS: Ilustração acima extraída de http://historiahoje.com/a-casa-de-pretos-medo-e-preconceito-em-relacao-as-religioes-afro-brasileiras/
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