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terça-feira, 19 de julho de 2016

A crise venezuelana nas portas do Brasil




Triste constatar isso, mas a crise de abastecimento gerada pelo regime irresponsável de Nicolás Maduro está provocando uma corrida de venezuelanos a Pacaraima (RR), cidade situada na fronteira com o país vizinho. Todos os dias, centenas de pessoas entram no território brasileiro em busca de comida e remédios.  

Para quem não sabe, Pacaraima é um município localizado no nordeste do estado de Roraima, com uma população pouco acima de 10 mil habitantes e distante cerca de 220 km da capital Boa Vista. Porém, devido à grande procura por alimento dos venezuelanos, o comércio da cidade tem funcionado de domingo a domingo, gerando o encarecimento dos produtos que a população local necessita. Em frente às lojas, pessoas chegam a fazer filas para comprar itens básicos como arroz, farinha de trigo, óleo, macarrão, margarina e açúcar.

Diante dessa tragédia, já se pode até falar em refugiados venezuelanos! Segundo dados divulgados pela Polícia Federal, houve um aumento nos pedidos de refúgio em 110% no estado de Roraima. No ano passado, foram 234 requerimentos enquanto que, só nos primeiros sete meses deste ano, recebemos 493 pedidos de venezuelanos que querem passar a morar no Brasil.

A causa dessa crise vergonhosa deve-se às políticas equivocadas que foram adotadas no país vizinho, as quais, no longo prazo, não se sustentaram e esgotaram o modelo econômico. Pois como a Venezuela se tornou extremamente dependente das exportações de petróleo e houve um desestímulo para a produção rural (mesmo com tanta oferta de terras férteis), os consumidores ficaram prejudicados quando o preço do barril no mercado internacional começou a cair, sendo que agora faltam recursos para a importação de alimentos.

Com esse resultado desastroso, confirma-se o fracasso de um governo que, apesar de ter investido em programas sociais, abandonou a economia por ignorar a lógica empresarial. Ou seja, faltou equilíbrio na Venezuela para que os dois lados fossem atendidos satisfatoriamente.


OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a Emily Costa/ G1 RR

4 comentários:

  1. Actualmente as noticias são catastróficas. deixa revolta a quem ouve e lê.

    Bjos
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    1. Oi, Larissa.

      Obrigado por sua visita e comentários.

      Penso que as notícias sempre foram catastróficas mesmo. Hoje é que elas se propagam mais rapidamente e com maior impacto pelos meios como são transmitidos os fatos. Em outros tempos, houve coisas ainda piores do que hoje é sem haver tantos direitos e mecanismos institucionais para nós socorrer. Acho que nada se compara ao que foi a Segunda Guerra...

      Mas no caso da Venezuela, é a mais pura irresponsabilidade de um governo populista. Pode acreditar.

      Beijos

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  2. Caro amigo RODRIGO PHANARDZIS

    Em Portugal também existem zonas, falo do Algarve por exemplo que, no verão, por causa do turismo, os bens essenciais, não embalados e com preços fixos, como a fruta, a batata, entre outros, aumentam para o dobro. Ou seja, os naturais e residentes no Algarve, de Verão, não podem comer fruta, porque está carissima. É assim. O bem de uns, é o mal de outros. Sempre assim for e sempre assim será.

    Digo eu, não sei ...

    Grande abraço

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    1. Prezado Nuno,

      Realmente nas zonas turísticas, tal como é também a cidade litorânea onde moro, vivemos situações assim todos os anos.

      Mas o que se vê hoje em Venezuela é uma situação anormal. Trata-se de um país que se acostumou a depender da venda do petróleo deixando de desenvolver outros setores da economia. Como o preço do grude caiu, os venezuelanos foram pegos de surpresa, agravados pela inoperância de um governo que não sabe como lidar com o mercado equilibradamente.

      Quando mais novo, ouvia muito falar da riqueza que era a Venezuela apesar de ter um povo pobre. Com Chávez, até souberam melhorar um pouco as condições sociais do país, apesar de terem passado a viver debaixo de um regime que tende a um totalitarismo de esquerda. Só que não souberam como se reinventar. Pararam no tempo e no espaço como aconteceu com muitos países socialistas do século XX e os resultados agora são trágicos. Como consequência, muitos venezuelanos querem com razão se mudar para Brasil e Colômbia onde hoje vão às compras.

      Para muitos deles, quem dera se, nesse momento tão difícil, houvesse turismo por lá... Nesse ponto, Portugal posseuo uma rentável e limpa indústria sem chaminés, além de boa visão quanto à economia de mercado.

      Abraços

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