Hoje (05/07) estamos completando oito meses que houve aquele trágico rompimento da barragem de Fundão, no Município de Mariana, Região Central de Minas Gerais, deixando 19 vítimas, sendo que um corpo ainda segue desaparecido. Porém, a mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, já oficializou, na segunda metade de junho, o seu pedido para tentar retomar a operação no Complexo de Germano, visto que. logo após o acidente, a empresa teve as atividades embargadas no local.
A meu ver, não podemos esquecer facilmente da proporção do ocorrido em que um mar de lama, depois de destruir o distrito de Bento Rodrigues, atingiu povoados e cerca de 40 cidades, devastando o Rio Doce e contaminando também o litoral do Espírito Santo. Mas, por outro lado, não podemos concordar que a paralisação das atividades dessa importante mineradora comprometa a economia de um município brasileiro que também sofreu com a situação.
Assim, entendo que a retomada das operações pela companhia pode ser até benéfica tanto para o desenvolvimento de Mariana, quanto a recuperação ambiental da bacia do Rio Doce e a indenização das vítimas, desde que sejam tomadas as medidas adequadas para garantir a segurança de todos. Pois, de acordo com o Ministério Público, deve ser assegurada a "adoção das melhores tecnologias disponíveis, o máximo de segurança e o mínimo de impactos aos atributos naturais e culturais existentes na área afetada", cabendo ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) estabelecer as providências para "verificar a regularidade, sob a ótica normativa e ética do exercício profissional do Plano de Ações Emergenciais apresentado pela Samarco".
Portanto, por mais duras que estejam sendo as exigências do MP, estas são justificáveis. Afinal de contas, estamos tratando do maior desastre ambiental do Brasil. Algo que, sem dúvidas, não tem precedentes.
OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos à Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
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