Segundo uma matéria do jornal O Globo, publicada na edição de 09 de junho de 2016, a segurança dos futuros usuários da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro poderá estar em risco devido à redução do prazo para testes. Pois, para poder entregar a obra feita pelo Consórcio Rio Barra ao governo estadual, eis que a cidade do Rio de Janeiro terá o primeiro metrô do mundo inaugurado quase que praticamente sem testes.
Nunca é demais lembrar que nem todas as estações encontram-se totalmente concluídas (no dia 15/06 foi entregue a de São Conrado). Já os trens da Linha 4 foram testados através das Linhas 1 e 2, sendo quinze veículos em circulação desde 2015, embora todo o restante da estrutura ainda precise ser testada.
A esse respeito eis que, recentemente, o doutor Atílio Flegner, especialista em mobilidade urbana, membro do Clube de Engenharia e membro do Fórum de Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, expôs fundadas preocupações quanto à insuficiência de testes na nova linha de transportes da cidade, esclarecendo o seguinte numa entrevista publicada pelo blogue Metrô do Rio (não oficial):
"está muito em cima e isso mostra como a obra vem sendo tocada de forma totalmente irresponsável. Geralmente os processos de inauguração de linhas de metrô que vemos mundo afora, demandam ao menos 4 a 6 meses de testes até o início de uma operação assistida, para só depois começar a operação comercial. Ainda há locais onde nem os trilhos foram instalados ainda e a essa altura do campeonato já deveriam ter trens circulando para os testes, isso mostra como o processo está desorganizado e muito corrido" (extraído de http://metrodorio.blogspot.com.br/2016/05/quem-vai-assumir-irresponsabilidade.html).
Como se sabe, essa inauguração apressada deve-se ao fato do cronograma original das obras da Linha 4, divulgado no primeiro semestre de 2010, ter previsto a conclusão das obras em dezembro de 2015 e a abertura ao público em Julho de 2016, após seis meses de testes. Porém, em razão da demora e para atender às demandas de transportes nas Olimpíadas, querem oferecer um serviço inseguro à população e turistas, o que deve ser impedido nem que seja judicialmente.
Sendo assim, após ter me inteirado da situação, pedi providências já no mês passado entrando em contato tanto com o canal de atendimento Alô Alerj da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e a Ouvidoria do Ministério Público Estadual para que uma destas instituições busque impedir o uso prematuro da Linha 4 do Metrô. E, no Poder Legislativo, eis que minha comunicação (Protocolo n.º 2016103247) foi encaminhada para a Comissão de Transportes, sendo urgente que os nossos deputados façam alguma coisa. Afinal, são vidas humanas que estão em jogo.
Tenham todos um ótimo final de sábado e feliz domingo!
OBS: O ofício acima recebi esta semana da ALERJ pelos Correios. Já a imagem da matéria do jornal O GLOBO extraída da postagem Segurança em Xeque do blogue Metrô do Rio (não oficial), sendo que a foto ilustrativa do artigo extraí de uma página de notícias do Governo do Estado do Rio de Janeiro com créditos autorais atribuídos a Marcelo Horn e Henrique Freire, conforme consta em http://www.rj.gov.br/web/setrans/exibeconteudo?article-id=273113
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