Para não correrem o risco de que a deputada baiana do PRB, Tia Eron, resolva votar pela cassação de Eduardo Cunha, os aliados do presidente afastado da Câmara articularam mais uma manobra no Conselho de Ética da Casa a fim de tentarem influenciar na sua absolvição.
Como se sabe, o voto de Tia Eron é considerado decisivo para o processo em curso no Conselho tendo em vista que o placar encontra-se apertado entre os parlamentares que defendem que a perda do mandato do peemedebista e aqueles que são contrários a essa punição. Hoje a deputada se ausentou durante toda a sessão destinada a discutir o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), a qual recomenda a cassação de Cunha. Por determinação do presidente do órgão, o deputado José Carlos Araújo (PR-BA), a sessão desta quarta acabou cancelada e foi remarcada para a próxima terça (14/06).
Inegável que essa Câmara já não goza de nenhuma credibilidade diante da maioria do eleitorado brasileiro tal como quase todas as instituições políticas brasileiras, as quais vem sofrendo há muitos anos um desgaste. Porém, há que se ponderar acerca dos resultados negativos de uma decisão favorável a Cunha quanto ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Embora para a ética deturpada dos deputados e senadores desse corrompido país seja a coisa mais normal do mundo eles fazerem conchavos, protegerem um colega da cassação do mandato, barganharem apoio em troca de benefícios junto ao governo, criarem dificuldades para venderem facilidades, receberem propina, mensalão, dentre outras coisas mais, o eleitor comum ainda nutre sentimentos diferentes em relação à política. E, nessa hora, todo o cuidado é pouco porque muitos cidadãos podem ser influenciados pela demagogia petista de que teria havido um "golpe" no afastamento de Dilma. Ainda mais quando o PT já deu provas de que possui uma militância organizada capaz de fazer barulho nas ruas.
Verdade é que não podemos ter dois pesos e nem duas medidas, sendo impossível ocultar que tanto o PT quanto o PMDB estão atolados até o pescoço com os escândalos da Petrobrás. A cada dia, novas delações vão surgindo e são divulgadas na mídia, expondo gravações de conversas vergonhosas entre as autoridades envolvidas. Neste mês, Janot pediu a prisão de Renan, Sarney, Jucá e do próprio Cunha, o que aumenta mais ainda a pressão sobre os parlamentares do Conselho de Ética da Câmara que se reunirão na próxima terça-feira.
Diante desse quadro, deve a sociedade não só exercer o seu poder de pressão sobre a deputada Tia Eron como também em relação a todos os membros do Conselho de Ética a fim de que Eduardo Cunha perca de vez o seu mandato. Afinal, a política brasileira precisa mudar, não podendo mais continuar controlada por essa gente hipócrita e comprometida que não nos representa.
Fora Dilma! Fora Eduardo Cunha! E fora também Renan Calheiros!
Fora Dilma! Fora Eduardo Cunha! E fora também Renan Calheiros!
OBS: Foto acima extraída de uma página de notícias do PRB em http://www.prb10.org.br/noticias/parlamentares/tia-eron-repudia-violencia-de-policiais-militares-contra-jornalista-em-salvador/
Uma abordagem pertinente.
ResponderExcluirAinda que se admita que os defensores da Dilma possam usar, e usarão, o resultado da votação no caso de Cunha a seu favor, é bom que se destaque que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Cunha está sendo julgado por ter mentido no Plenário da Câmara.
Dilma mentiu ao povo brasileiro, mas não é por isso que ela está sendo julgada.
Dilma está sendo julgada pelo crime de irresponsabilidade fiscal que levou o país ao pior desempenho econômico da história.
Cunha também cometeu lá seus crimes.
Mas ele deve responder por estes crimes perante a justiça comum, não na Câmara dos Deputados.
Boa tarde, Paulo!
ExcluirInicialmente quero agradecê-lo por sua pertinente leitura e comentários tanto aqui como no grupo de debates POLÍTICA E CULTURA no site de relacionamentos do Facebook.
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Como havia antes lhe respondido nas redes sociais (reproduzo aqui para que outros interessados acompanhem), o fato é que o cidadão comum não compreende tais razões. Temos uma população extremamente ignorante (somos considerados um dois países mais incultos do mundo atrás apenas do México e da Índia no estudo feito recentemente) e aí deve-se ter sempre a cautela quanto aos ânimos das massas sem perdermos o olho de princípios processuais basilares sem os quais o Estado de Direito de descaracteriza.
Por outro lado, é patente as articulações de Cunha na Casa que até pouco tempo exercia a presidência. Os próprios parlamentares resolveram limitar o objeto do julgamento a seu respeito sem levarem em conta a totalidade dos fatos que envolvem o deputado.
Bem, se eu estivesse lá, considerando os reclames da sociedade para que haja ética na política, votaria pela cassação do parlamentar. Ainda mais porque a mentira contada não foi sobre a cor da peça íntima que a amante dele usava ou que estaria jogando nas redes sociais quando faltou a uma sessão. Trata-se de ocultar informações sobre o seu patrimônio no exterior, coisa que toda a sociedade precisa saber sobre seus representantes eleitos. Ainda mais quando estes encontram-se debaixo de alguma investigação.
Torço para que justiça seja feita!
Vai ser uma decepção pro país todo se ele for absolvido.
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