O governo Michel Temer tem pouco mais de um mês (trinta e cinco dias para ser mais exato) e três ministros já caíram. Hoje, dia 16/06, foi a vez de Henrique Eduardo Alves pedir demissão do Turismo após ter se tornado público o depoimento do ex-presidente da Transpetro na PGR, Sérgio Machado. De acordo com o delator, Alves teria recebido R$ 1,55 milhão em propina entre os anos de 2008 e 2014.
É fato que Temer cometeu um grande erro quando nomeou para o primeiro escalão de seu governo pessoas investigadas pela Lava Jato, sendo um deles o senador Romero Jucá no Planejamento e outro o Fabiano Silveira na Transparência. Ambos já não são mais ministros, porém causaram um impacto político muito negativo na imagem do presidente em exercício.
Sinceramente, acho que Temer poderia ter evitado essa crise e se colocado desde o início como um presidente disposto a renovar a política brasileira, apoiar incondicionalmente a Lava Jato e reconstruir o Brasil. Ele não somente poderia ter escolhido gente de melhor qualidade dentro do seu PMDB bem como agido com mais cautela na propositura de determinadas medidas polêmicas antes do Senado cassar o mandato de Dilma Rousseff e não apoiado para este ano o inoportuno reajuste do funcionalismo.
Refletindo sobre esses abalos do governo, juntamente com o envolvimento de Renan Calheiros na Lava Jato, com delações que atolam o presidente do Senado até o pescoço, temo que direita e esquerda possam acabar fazendo um acordão para reconduzirem Dilma ao poder. Isto não só causaria um retrocesso político enorme como traria consequências seríssimas para a economia do país com o dólar voltando a subir e agências de risco rebaixando a nota brasileira.
Todavia, não sou pessimista. Por isso, espero que o presidente em exercício tome a correta atitude de tolerância zero com a corrupção e saiba priorizar coerentemente a reconstrução do Brasil em que todos sintam-se capazes de se sacrificar um pouco pelo país. Pois só assim haverá a confiança necessária para a superação do quadro crítico atual conforme a maior parte da sociedade no fundo deseja e gostaria de acreditar.
OBS: A combinação de imagens mostra, da esquerda para a direita: Romero Jucá, ex-ministro do Planejamento, Fabiano Silveira, ex-ministro da Transparência e Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo (Fotos: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo; Geraldo Magela/Agência Senado; Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Um peso político desnecessário.
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