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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Uma pequena mudança no blogue



Não me custa dar esta satisfação ao leitor. É que, a partir desta tarde, o blogue não estará mais recebendo comentários anônimos. O motivo encontra-se lá na nossa Constituição Federal que assim proclama:

"É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (art. 5º, IV - destaquei)

A Lei Maior do país veda qualquer tipo de censura política, ideológica ou artística e eu respeito isso. Admito que qualquer pessoa publique neste espaço de uso privado as suas opiniões sejam elas de esquerda, direita, centro, liberal, conservadora, socialista, nacionalista, internacionalista, fascista, cristã, judaica, muçulmana, ateia, favoráveis à liberdade de expressão e até mesmo contrárias a esta. Quem desejar divergir até do blogueiro, pode se sentir à vontade, mas, em em todo caso, peço que "assine" sempre o que escreveu.

Como este blogue é também um espaço político, estava mais do que na hora a adoção dessa medida. Afinal, vivemos há mais de vinte anos numa democracia e não vejo razões para as pessoas ficarem se escondendo. Se a manifestação do pensamento é livre, então pra que o anonimato?

Uma boa tarde de segunda-feira para todos!

5 comentários:

  1. Conforme eu havia compartilhado no artigo O anonimato na blogosfera, de 09/05/2013, "apenas vejo vantagens no anonimato quando o objetivo da postagem for permitir que os internautas exponham suas questões íntimas", resguardando-se a intimidade do internauta e de terceiros. Porém, infelizmente fica difícil manter uma blogue que possa ser ao mesmo tempo de característica política e de aconselhamento pastoral.

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  2. Rodrigo vou aproveitar o mote para falar da questão do comentário em si. Acho o comentário tão essencial ao universo blogueiro, que hoje sou mais comentarista que blogueiro e sou contra toda e qualquer restrição ou dificuldade ao ato de comentar. Em meu blog procuro evitar toda e qualquer dificuldade ao comentário, nada de moderação, nem verificação de palavras.
    Noto que você é figura atuante no espaço e reconhece sua importância, ainda muito a quem do seu potencial, justamente por não ser um espaço adequado ao engrandecimento do ego mas ao engrandecimento da interação que leva a expansão da consciência. Então rodrigo, para que nomes? Aqui a ideia, a manifestação, é a essência.
    Um abração. Comentar é preciso!

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    1. Caro Gabriel,

      Penso que tudo tem seus lados positivo e negativo.

      Realmente que, com a restrição dos comentários anônimos, passa a haver mais dificuldades de alguém não escrito numa das redes sociais poder contribuir. Eu mesmo, tendo dificuldades para fazer login, respondi pessoas aqui identificando-me no comentário.

      Entretanto, existe a questão da seriedade e também da covardia de quem prefere se esconder por trás do anonimato. É fácil ofender alguém sem precisar mostrar as caras. E eu não quero ser vítima e nem tirar proveito disso. Ontem mesmo, retirei da postagem anterior dois comentários anônimos que atacavam o Eduardo Paes, os quais, por acaso, ainda estão no meu email. Um deles faz menção ao caso de agressão que foi noticiado pela imprensa.

      Embora de alguma maneira eu pudesse me beneficiar com esses comentários dirigidos a um político demagogo ao qual me oponho, não posso consentir que pessoas se utilizem do anonimato quando elas poderiam ao menos se identificarem. Do contrário, eu me torno de algum modo responsável porque me omito na moderação desses espaço que o Google me consente utilizar.

      Certamente que existem inúmeras obras literárias anônimas no mundo e que são de inestimável valor. Inclusive, há livros da Bíblia Sagrada cujos autores são desconhecidos, dentre os quais menciono os próprios Evangelhos que têm autoria atribuída a Mateus, Marcos, Lucas e João apenas por força da tradição cristã oriunda do catolicismo. E, no caso do Apocalipse, acredito haver ali o uso de um pseudônimo já que se tratava de um texto subversivo para Roma igual foi também o Oráculo de Histapes.

      Entretanto, não vivemos mais a repressão da época romana e nem da Coroa Portuguesa quando o inconfidente Tomás Antonio Gonzaga escreveu as Cartas Chinelas dirigidas ao fanfarrão governador da Província. Agora vivemos numa época em que o indivíduo pode dizer livremente o que ele pensa e ainda recebe a proteção do Estado. E não vejo muita dificuldade para alguém comentar pelo Google, WordPress ou qualquer outra rede social.

      Abraços.

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    2. Compreendo bem seus argumentos Rodrigo. Mas vou fugir um pouco do tema, por conta do termo "covardia". Tenho uma grande ressalva quanto ao uso do termo em referencia a questão do anonimato e até mesmo da omissão em qualquer caso. Não considero apropriada essa terminologia, por equiparar coisas muito distintas em sua expressão. A covardia e o covarde que tanto faço referencia em meu blog, é uma figura assemelhada a besta fera. Meu alerta, por mais estranho que possa parecer, é que nosso atual modelo de sociedade, ainda se apoia nesses indivíduos, como agentes de manutenção do sistema opressor. Dai eu não entender que isso possa se confundir com timidez, medo ou qualquer outro motivo para se ocultar. Como você bem lembra, em tempos remotos e ainda nos dias atuais, o anonimato é uma forma as veze até legal, como no serviço de proteção as testemunhas, do individuo se resguardar da ação dos covardes de fato. É isso Rodrigo, apenas aproveitei a oportunidade para esclarecer esse meu ponto de vista singular/particular. Faz parte da totalidade do ideário da cultura da não covardia, fazer essa distinção do que seja realmente a covardia de fato, uma monstruosidade tão grande, que chego a lhe atribuir contornos satânicos, portanto não pode se comparar a nenhuma atitude subjetiva que alguém possa ter.
      Um abração.

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    3. Olá, Gabriel.

      Penso que, no caso das denúncias anônimas, não configura covardia. Aliás, é uma estratégia válida de preservação da vida da pessoa que denuncia e de seus familiares, permitindo o sucesso das investigações. E, se a proteção à vítima e à testemunha nem sempre funciona a contento, então é preciso usar mesmo do anonimato.

      Já a expressão de um pensamento político dentro de um ambiente democrático (mesmo que não seja uma democracia perfeita), não se compatibiliza com o uso do anonimato. Aliás, numa campanha eleitoral, por exemplo, usar desse recurso pode se tornar uma estratégia covarde do candidato concorrente quando, por exemplo, ele se aproveita para criar sua "central de boatos" espalhando notícias inverídicas. Veja essa falsa notícia recente de que o Bolsa Família iria acabar! Qual a fonte da informação? Quem assina a sua origem?! E olha que não estamos nem em campanha porque as eleições estão previstas para o segundo semestre de 2014...

      Acho que em boa parte nós estamos de acordo. (rsrsrs)

      Abraços.

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