"Se observares, SENHOR, iniquidades,
quem, Senhor, subsistirá?
Contigo, porém, está o perdão,
para que te temam."
(Salmo 130:3-4)
É impressionante como que muitas das vezes deixamos de buscar a Deus porque nos sentimos em pecado. Trata-se de uma área da vida da gente onde o diabo sabe como trabalhar através do veneno da culpa, a qual acaba bloqueando o desejo de orar, interceder, reconciliar, louvar e agradar o nosso Pai Celestial.
Certamente que o Criador não quer que o homem perca a consciência do pecado. Porém, Deus anseia intensamente por estar em comunhão conosco e já se encontra em si mesmo reconciliado com todos aguardando uma resposta ao seu generoso amor.
Em Gênesis, assim que Adão pecou, Deus o procurou afim de recuperar o relacionamento rompido com a desobediência. Certamente que o Onisciente não apenas da nossa queda como também previu tal acontecimento no dia em que criou a humanidade. Só que, nessas horas, o Todo Poderoso limita a própria ação respeitando o bloqueio de intimidade feito por nós. Por isso, quando o homem escondeu-se atrás das árvores do jardim para ocultar-se da Divina Presença porque descobriu-se nu (Gn 3:8-10), o Eterno resolveu respeitar a nossa falta de transparência fornecendo vestes com roupas de pele (Gn 3:21). E, igualmente, fato semelhante ocorreu na teofania do Monte Sinai quando os filhos de Israel mostraram-se incapazes de uma aproximação com Deus preferindo a intermediação de Moisés (Ex 20:18-21).
Entretanto, pode-se dizer que a experiência dos homens de fé, como no caso do salmista, ensina-nos a romper todas as barreiras que criamos. Os que buscam Deus através da oração sincera, aprendem a confiar em sua infinita misericórdia.
"Pois tu, Senhor, és bom e compassivo;
abundante em benignidade
para com todos os que te invocam"
(Salmo 86:5; ARA)
Talvez alguém possa dizer que o Santíssimo não pode conviver com o pecado e que, devido à sua justiça, Ele pune a iniquidade praticada pelo homem. Entretanto, não podemos esquecer que a relação de causa e efeito jamais anula a graça pois o Eterno não pode negar a si mesmo ainda que sejamos infiéis. Logo, a misericórdia continua sendo oferecida à humanidade mesmo que pessoas sofram alguma retribuição durante um período de sua existência. É o que se percebe claramente na oração de Moisés:
"E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!" (Ex 34:6-7; ARA)
Embora a visão teológica dos antigos hebreus compreendesse que os filhos pagassem pelos pecados dos pais, não é nesse aspecto que devemos focar quando analisamos o texto bíblico. Pois é preciso buscar a superação pela graça em face das consequências temporárias da iniquidade. Logo, se a punição pela transgressão afeta até três ou quatro gerações, as bençãos da misericórdia são por todos os nascimentos, durando eternamente.
Não há crime, maldição, pecado, carma, culpa ou qualquer outra coisa semelhante que supere a graça. Não há! Com Deus está o perdão e refletir sobre a misericórdia divina faz o homem compreender o temor do SENHOR, passando a cultivar a devida reverência pelo seu Criador. Importante ressaltar que não se trata de cultivar o medo mas sim o respeito, a admiração, a gratidão, a obediência e a sensibilidade interior para com o mover do Espírito Santo. E assim, sendo aceitos gratuitamente por Deus, sem nada fazermos em troca, brota em nossos corações a disposição de guardar voluntariamente os mandamentos optando por fazer bem ao próximo.
Oferecendo tão maravilhosa graça, Deus fala por intermédio do seu profeta ao pecador para arrepender-se dos erros aproveitando a oportunidade de salvação oferecida hoje:
"Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar".
(Isaías 55:67)
Meu amigo e minha amiga. Não importa por onde tenha andado. Deus quer hoje mesmo acolher você em seus braços, aceitando incondicionalmente sua conversão e fazê-lo(a) participante de sua vida eterna. Ele não quer condenar ninguém e muito menos causar mal à sua criação. Seu propósito é restaurar a cada um de nós para que andemos na luz aprendendo a viver. Então, venha depressa para o banquete da graça. Deus te ama pra valer!
"E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou" (trecho da parábola conhecida como a do Filho pródigo. Trecho de Lucas 15:20)
OBS: A ilustração acima trata-se do famoso quadro pintado pelo artista italiano Pompeo Girolamo Batoni (1708-1787), em 1773, e foi extraída do acervo virtual da Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pompeo_Batoni_003.jpg
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