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domingo, 19 de maio de 2013

Tempos de relacionamentos vazios?



O que ainda tem mantido boa parte dos relacionamentos afetivos entre homens e mulheres na atualidade? Será o fato dos companheiros se darem bem em algumas coisas e ainda terem um pouco de fidelidade um ao outro?

Hoje em dia, nem é preciso mais as pessoas se casarem ou mesmo viverem juntos para haver um relacionamento íntimo.  Muita gente apenas se procura no final de semana, encontram-se para sair, viajam, dormem na mesma cama e transam sem assumir compromissos. A maior exigência na maioria desses casos é que o outro seja fiel na conduta sexual. Então, se um dos namorados (ou ficantes) for "pular a cerca", que seja prevenido usando camisinha.

Curiosamente, vejo que relacionamentos assim podem durar até por muito tempo sendo mais comum entre jovens que não sabem o que quer e também entre divorciados que não têm mais a expectativa de construírem uma nova família com a outra pessoa. Principalmente os homens, mas há mulheres que preferem agir dessa maneira. Muitas já nem pretendem ser mães.

Um dias desses, presenciei um diálogo em que uma jovem conversava com a outra sobre os preparativos burocráticos do casamento, ouvindo a advertência de que "para divorciar é muito mais difícil que casar". Só que isto nem se compara com o que minha esposa Núbia certa vez escutou de uma menina que falava ao celular com a amiga sobre o que esperava da vida:

"Quero me formar, passar um tempo casada, e depois (...)"

Ora, que casamento é esse em que a pessoa já nem idealiza algo durável até que a morte separe?! Seria só para dar uma festa para os amigos?

Tenho minhas dúvidas sobre essa "revolução sexual" pela qual tem passado o Ocidente porque até agora ela não foi capaz de promover o fortalecimento da unidade familiar. Jovens das décadas de 60 e 70 reivindicaram uma vida com mais liberdade e questionaram muitos dos valores da sociedade. No que diz respeito ao sacramental matrimônio, denunciaram os relacionamentos de seus pais que eram baseados mais no peso do compromisso do que em sentimentos verdadeiros a ponto de viverem uma hipocrisia. E nisto tinham alguma razão porque, de fato, o casamento pode se tornar apenas um papel registrado em cartório.

Talvez o erro daquela geração rebelde possa ter sido a valorização em excesso dos sentimentos. O gostar foi colocado como o motor das relações e o conceito de amor esvaziou-se. Para eles, afim de que duas pessoas possam estar juntas, precisa haver uma "química". Se esta atração acabar, então termina tudo também. Aí, se chama se apagou, então os filhos que se cuidem porque o papai e a mamãe vão se separar...

Quantos traumas decorrentes do arruinamento familiar as nossas crianças não têm sofrido? E o pior é que isso afeta também os adolescentes e os relacionamentos na juventude. Quem é filho de pais divorciados corre o sério risco de repetir os erros dos genitores em seus futuros casamentos (não que isto deva servir de regra). Desde os anos 80, é o que vem acontecendo em massa no Brasil e acho desnecessário trazer dados estatísticos para comprovar o que estou colocando.

Entretanto, digo agora aos meus leitores que não estou defendendo nenhuma posição conservadora-religiosa como se, antigamente , a vida em família fosse lá muito boa. Ao invés de caminharmos para trás, aguardo ansiosamente a síntese de todo esse movimento da sociedade pensando dialeticamente no assunto. Aliás, creio que toda crise possa oportunizar avanços e resgatar valores positivos, os quais passam a ser melhor compreendidos a partir de escolhas feitas conscientemente por casa um.

Em outras palavras, estou dizendo que a quebra de certos valores principiológicos da vida produz uma instabilidade capaz de nos conduzir de volta futuramente. Só que, dentro de uma visão dialética, "não se pode tomar banho duas vezes num mesmo rio", assim já dizia o grego Heráclito (535 a.C. - 475 a.C). Logo, o que ocorre é uma nova significação do velho. Aliás, quem sabe não estaríamos perto de ver uma versão dois ponto zero da família ao invés de sua destruição neste temível século XXI?

Concluo este texto deixando em aberto o debate sobre como podemos firmar os relacionamentos e creio que a Bíblia pode nos ajudar a encontrar muitas das respostas que tanto precisamos.


OBS: Imagem ilustrativa extraída do acervo virtual da Wikipédia em http://en.wikipedia.org/wiki/File:Esposas_de_Matrimonio_1.jpg

4 comentários:

  1. Não pensem que o que vou dizer seja só para polemizar mas, em Efésios 5:22-33, Paulo dá suas dicas para um bom relacionamento entre o homem e sua mulher. No texto, o apóstolo fala em submissão da esposa e no amor do marido que é baseado no amor de Cristo pela Igreja. Embora a palavra submissão assuste nos dias de hoje, lembrando as atitudes grosseiras e autoritárias dos pais de família de antigamente, penso que tal comportamento se completa com o diálogo transparente do casal. A mulher não deve tomar decisões que afetem a família sem antes consultar o marido e ambos conversarem flexivelmente até chegarem a um acordo. Trata-se, pois, da restauração da intimidade. Algo que precisa ser recuperado tanto na cama quanto nos outros momentos desse convívio a dois. Já as recomendações que o escritor bíblico dá ao esposo, sobre imitar o amor de Cristo, parecem-me mais severas do que se submeter ao marido. Porém, não vejo outro caminho. Nós, os homens, geralmente somos os maiores responsáveis pelo fracasso de um matrimônio. Cabe ao marido sacrificar o seu ego pelo bem da esposa e da família tal como a entrega de Cristo por amor à Igreja. E essa atitude elevada pode implicar em renúncias e na tolerância paciente dos defeitos da mulher. É preciso amá-la "como ao próprio corpo" (verso 28) através do cuidado em atitudes positivas incluindo aí sua presença, afeto, disponibilidade para ouvi-la e de dialogar, compromisso, trabalho e iniciativa de semear coisas boas no relacionamento. Enfim, um tremendo desafio. Tarefa para quem é macho de verdade!

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    1. Uma mulher jamais deve ser submissa a um homem. Era por essa estrutura familiar que principalmente as mulheres eram tão infelizes antigamente. Somos donas de nossas próprias vidas, aceite. E talvez seja esse o motivo das separações, o medo dos homens de perder o controle, e sua incapacidade de conviver com amor pleno, justo e igual entre homens e melhores.

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    2. Uma mulher jamais deve ser submissa a um homem. Era por essa estrutura familiar que principalmente as mulheres eram tão infelizes antigamente. Somos donas de nossas próprias vidas, aceite. E talvez seja esse o motivo das separações, o medo dos homens de perder o controle, e sua incapacidade de conviver com amor pleno, justo e igual entre homens e melhores.

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    3. Bom dia!

      Com todo respeito à liberdade individual de cada um, não concordo que o estilo Sartre e Simone de Beauvoir, com cada qual vivendo debaixo de seu teto, seja algo positivo e construtivo. Que a estrutura familiar precisa ser repensada, não discordo, mas, por outro lado, não desprezo totalmente o mundo de antigamente.

      Sou pela família e considero que ambos os sexos precisam de uma boa convivência, com respeito recíproco, DIÁLOGO, espiritualidade e AMOR. A relação não deve ser baseada em controle, mas na confiança e no acordo entre os dois. Pois é assim que as coisas tornam-se duráveis e sólidas num matrimônio.

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