"Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força, mas não o quisestes." (Isaías 30:15; ARA)
Lendo este versículo enquanto estudava o livro bíblico de Isaías numa manhã de domingo, tive a atenção despertada para o significado de mais uma mensagem das Escrituras capaz de transcender os limites de seu tempo.
Contextualmente, o profeta estava advertindo o povo de Israel sobre a inutilidade da aliança militar que seus governantes vinham fazendo com o Egito. Pois, temendo a invasão do exército assírio, os príncipes de Judá enviaram uma comitiva de embaixadores ao faraó, buscando um apoio do país que era considerado a maior super potência do antigo Oriente Próximo. E, certamente, tal proteção envolveria o pagamento de pesados tributos que representariam a perda de uma boa parte da riqueza nacional (verso 6 do cap. 30).
Segundo o texto, Deus não estava aprovando aquele pacto, o qual demonstrava desespero ao invés de fé. Os filhos de Israel estavam voltando as suas expectativas para o auxílio humano ao invés de exercitarem a confiança no Onipotente, no Deus de relacionamento de seus ancestrais libertos da escravidão egípcia. Estavam esquecendo-se Daquele que tem em suas mãos o controle soberano da História.
Se avançarmos um pouco mais no livro, veremos nos capítulos 36 e 37 que o reino de Judá livrou-se da opressão do exército assírio sem receber nenhuma ajuda do Egito ou das forças armadas de qualquer outro país. Através de uma milagrosa intervenção divina, o acampamento inimigo foi aniquilado e Jerusalém conseguiu resistir à maior ameaça que enfrentaram no século VIII a.C.
"Então, saiu o Anjo do SENHOR e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres. Retirou-se, pois, Senaqueribe, rei da Assíria, e se foi; voltou e ficou em Nínive" (Isaías 37:36-37)
Diz-se, com base na Bíblia, que Deus não divide a sua glória com ninguém e esse proceder tem a sua razão relacional para que o homem aprenda a ter fé. As profecias de Isaías, cujo ministério ocorreu mais de 700 anos antes de Jesus, ainda servem de encorajamento para as experiências que temos hoje em dia. Tanto coletivamente (para a Igreja) quanto para a peregrinação pessoal de cada um.
Quantas vezes não nos sentimos ansiosos para resolver um problema grave? Se somos ameaçados por alguém, ou confrontados por qualquer circunstância desafiadora, logo tememos e, ignorando a fé, pensamos somente nas soluções humana possíveis. Dobrar os joelhos e colocar a cara no pó são umas das últimas coisas que costumam vir na cabecinha incrédula das pessoas. Principalmente de quem ainda não teve uma experiência de conversão ou, em algum momento, anda relaxando neste processo de se voltar para Deus (em muitas vezes este autor também se inclui entre os que vacilam na demonstração da fé diante das dificuldades apresentadas).
Na sua advertência, o profeta convoca a nação de Israel para se converter e creio que tais palavras não estão ali registradas inutilmente. Pois não restam dúvidas de que o relacionamento com Deus, o Santíssimo, só pode existir a partir do momento em que o homem tem o seu coração transformado. É quando reconhecemos a nossa condição de pecadores e optamos por uma mudança de rumo. Quando passamos a dar ouvidos atentamente à voz do Grandioso Rei do Universo com toda a reverência que lhe é devida.
Sendo restabelecido o nosso relacionamento com Deus, a fé passa a ser exercitada. Quando atravessamos dificuldades, sentimos então o desejo de dividi-las com o nosso bendito Pai Celestial deitando em seu colo. O Eterno torna-se então um amigo inseparável a quem passamos a buscar em todo o tempo. E aí, se formos perseverantes, Ele se tornará tudo nas nossas vidas.
Toda essa confiança, quanto mais for exercitada, produz uma paz e uma tranquilidade infinitas no nosso interior. Tornamo-nos crentes maduros e já não tememos mais o homem ou as situações adversas. Tudo o que sofremos é levado a Deus nas orações ainda que o Onisciente já pré-conheça as nossas petições antes de serem pronunciadas por palavras ou formadas em pensamento. Só que o ato de orar vai servir justamente para que mantenhamos a nossa comunhão e direcionemos todo o nosso ser para um propósito espiritual visto que, até morrer, nunca deixamos de ser carne (ter emoções que nos abalam ou pensamentos duvidosos).
Como resultado dessa conduta espiritual contínua vem o fortalecimento. Um homem, uma família, uma congregação e um povo que agem com confiança podem ser chamados de fortes. E isto não vem deles, mas de Deus que nos anima, orienta e jamais abandonará as ovelhas de seu pasto. Tal como escreveu o poeta autor do Salmo 121, um crente de verdade reconhece que o Eterno é como a própria sombra ao seu lado. Ele nos guarda em todo o momento e para sempre.
OBS: A ilustração acima retrata o profeta Isaías. Trata-se de uma obra feita em 1509 por Michelângelo (1475-1564) no teto da Capela Sistina, Vaticano. Foi extraída através do acervo da Wikipédia em http://en.wikipedia.org/wiki/File:Michelangelo,_profeti,_Isaiah_01.jpg
o seu problema doutor é que vc não é Judeu não entende nada de torah( vulgo antigo testamento), a sua interpretação não bate com os conceitos judeus. ou seja. o que vc fala ai é só o que vc quer que seja verdade pra vc. nada mais que isso.
ResponderExcluirBoa noite, Thammuz,
ExcluirEmbora não tenha debatido nem mesmo uma linha desse texto, esclareço-o que sou um livre pensador da Bíblia e das religiões. Não sou formado em Teologia. Não sou rabino, padre ou pastor. Porém, não acho que os intérpretes das Escrituras Sagradas devam ser pessoas que tenham autoridade.
É muito comum pessoas de uma seita religiosa não se agradarem porque eu escrevo coisas que elas entendem ser exclusivas das religiões delas, como se fosse possível serem donas de Deus. Alguns agem como se estivessem querendo cercear o meu direito de expressão que considero algo sagrado, uma conquista dos povos democráticos e que, no caso da Bíblia, vem desde a reforma protestante.
As Escrituras hebraicas, ou TaNaK, foi preservada por séculos pelos judeus. Teria sido a Bíblia que Jesus lia e os cristãos basearam-se nala para escreverem os textos do Novo Testamento. Desde então, muitas interpretações e comentários foram acrescentados pelo cristianismo, enriquecendo mais ainda o conhecimento que a humanidade tem sobre aqueles brilhantes livros juntamente com a literatura talmúdica e mística desenvolvidas pelo judaísmo. E hoje, com o auxílio da arqueologia e de novos estudos, mais ainda tem sido ampliada a visão sobre a Bíblia. Inclusive com a ajuda de teólogos não religiosos e da ciência.
Sobre a acusação feita de que eu só falo o que quero que seja verdade para mim, desconsidero o que escreveu. Eu compartilho aqui as minhas experiências e o que aprendo com a Vida. Não são conceitos ou ideias que absolutizo como verdades. São impressões minhas que faço livre da religião. E, se servem para a edificação de alguém, ótimo. Louvo a Deus por isso. Mas, se uma pessoa acha que aquilo que escrevo não faz sentido, basta não dar importância. Cada ser humano é livre para fazer o seu próprio juízo do que lê e eu quero que os internautas aqui se sintam à vontade para gostarem, não gostarem, concordarem, discordarem, compartilharem, absterem-se, seguirem ou blogue ou deixarem de segui-lo.
Fique em paz!