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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uma nova onda ataca na internet: o sexting

Hoje, aos meus 34 anos e meio de idade, descobri uma nova palavra que até então jamais fazia ideia do que seria - o sexting.

O vocábulo em destaque trata-se de mais um neologismo anglicano que se incorporou à nossa língua (uma união das palavras em inglês sex e texting), referindo-se ao envio de materiais pornográficas e sensuais através de telemóveis ou computadores conectados à internet a ponto de se tornar uma prática bem comum entre adolescentes nos últimos cinco anos.

Tudo começou com a troca de mensagens de conteúdo erótico através das mensagens de texto nos telefones celulares. Depois, com as novidades tecnológicas, as imagens passaram a ser também divulgadas, em que jovens e adolescentes não tiveram restrições em exibir seus corpos nus ou seminus através de celular, e-mail, webcam, sites de relacionamento, etc.

Segundo uma pesquisa feita em fevereiro deste ano pela organização não-governamental Safernet com 2.159 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos, foi constatado que 11% deles já experimentaram o sexting, publicando na internet mensagens íntimas ou fotos em poses sensuais. De acordo com Rodrigo Nejm, diretor da ONG, "eles querem aproveitar o momento. Não pensam que a foto pode ser vista por futuros chefes, esposas, maridos e filhos. Outro perigo ainda pior é a pornografia infanto-juvenil. Será que não sabem que as fotos vão parar em sites pornográficos".

De acordo com uma matéria publicada na Folha de São Paulo (27/05/2009), outra pesquisa feita em 2008 nos Estados Unidos apontou que 20% dos jovens norte-americanos dizem ter enviado pela internet fotos de nudez total ou parcial de si próprios. E, 39% deles afirmam ter enviado ou postado mensagens sexualmente sugestivas.

Tal comportamento é de deixar as demais gerações perplexas! Para alguns psicólogos, o fato de uma adolescente expor suas fotos íntimas na internet pode estar relacionado com o desejo de se tornar uma pessoa popular, uma espécie de auto-afirmação.

Entretanto, muitos casos de sexting acabam mal. Além de crianças e adolescentes estarem produzindo material que poderão ser utilizados por pedófilos exploradores da pornografia infantil, há sempre colegas de escola, ex-namorados (ou "ficantes") que agem mal intencionados procurando se aproveitar do material colhido por eles na rede de computadores. Assim, vários casos já foram parar até na Justiça, sendo que um dos mais famosos é de Daniela Cicarelli, depois que ela foi flagrada por um paparazzi tendo relações sexuais com o namorado numa praia da Espanha e as cenas foram parar num vídeo do YouTube.

A verdade é que, antes do nosso adolescente ter se tornado um refém de suas próprias fotos ou vídeos, não podemos nos esquecer que a sua educação há muito tempo foi abandonada. Não acho que a tecnologia seja a culpada, mas é certo que a nova geração sofre pela ausência de valores cristãos. Nas últimas décadas, criou-se no Ocidente uma cultura atéia e hedonista (há psicólogos que chegam a ver o sexting como um "prevenção" para DSTs e gestação não planejada), sendo certo que existe todo um mercado capaz de tirar proveitos da situação, não sendo demais lembrar que, até abril deste ano, a propaganda da Microsoft mostrava um adolescente tirando uma fotografia por dentro de sua camisa, enviando-a depois para uma colega através do telefone Kin.

Mas o que os pais podem fazer para protegerem seus filhos já que a grande maioria dos jovens faz uso frequente dos sites de relacionamento e dos comunicadores instantâneos, além de ter mais habilidade do que a geração anterior?

Entendo que os pais não podem deixar de exercer autoridade sobre os filhos, o que encontra amparo tanto na Bíblia quanto na legislação brasileira. Controlar o que a criança ou o adolescente anda vendo na internet não viola a sua privacidade, sendo às vezes uma medida necessária. Porém, o diálogo é fundamental afim de que seja explicado ao jovem sobre os riscos de determinados comportamentos e como eles poderão se proteger. Aliás, é isto que a Palavra de Deus orienta:


"Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar" (Deuteronômio 6.6-7; Nova Versão Internacional - NVI)


Mais de 3.000 anos depois, esta Torá recebida por Moisés permanece tão atual quanto na época em que os israelitas escaparam da escravidão do Egito. É preciso que os pais amem a instrução de Deus. E também é necessário que a mãe e o pai estejam dispostos a conversar desde cedo com a criança, envolvendo-se com os seus conflitos, acompanhando seus dramas e lhes transmitindo uma formação para toda a vida.

Dentro desse contexto, considero oportuno que os cristãos abracem e divulguem campanhas como esta da Safernet e do Ministério Público, as quais estão sendo divulgadas na mídia, pois se trata de uma oportunidade para a Igreja incentivar o diálogo dentro das famílias através de uma educação sempre atual capaz de promover a proximidade entre pais e filhos.


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