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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Um pregador que marcou gerações



"Nós somos as Bíblias que o mundo está lendo… Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção." (Billy Graham)

Não é com tristeza que venho comentar sobre a partida do grande pregador batista William Franklin Graham Jr, mais conhecido como Billy Graham. Aos seus 99 anos, conforme estão noticiando os jornais, ele veio nesta quarta-feira (21/02) em sua casa, no estado norte-americano de Carolina do Norte.

Embora tivesse lá minhas discordâncias da maneira um tanto proselitista como Graham transmitia suas mensagens religiosas (não diria amém para todas as suas frases), considero que ele teve notáveis qualidades. E foi de um modo, um tanto convencional para os nossos dias, que ele soube como se posicionar em seu tempo de modo que fez História.

Todavia, esse proselitismo foi temperado por um diálogo inter-religioso ou que, ao menos, buscou promover um certo ecumenismo dentro do meio cristão. Graham, após anos de sucesso com seus sermões carismáticos em diversas "cruzadas evangelísticas" empreendidas pelo mundo, nas quais atraiu milhares de pessoas para a fé cristã, soube também aproximar-se dos papas João XXIII e João Paulo II. Com isto, ele demonstrou uma admirável tolerância com as religiões ao mesmo tempo em que foi muito incompreendido pelos evangélicos ultra-radicais.


Também na política, pode-se dizer que Billy Graham foi um homem influente. Pois, como se sabe, ele se tornou o conselheiro de muitos estadistas. Tanto democratas quanto republicanos o respeitavam, visto que teve boas relações com os ex-presidentes Dwight Eisenhower, Richard Nixon, Lyndon B. Johnson, Bill Clinton, e os dois George Bush. Inclusive, até a rainha Elizabeth II aconselhou-se como esse sábio líder.

Assim, com uma forte atuação no meio eclesiástico que se iniciou ainda na década de 40, atravessando o século XX e chegando ao atual (até a doença lhe causou limitações), podemos dizer que Graham influenciou gerações. E, em que pesem os efeitos colaterais das religiões e do próprio cristianismo, acredito que ele fez bem aos que caminhavam alienados por esse mundo, carecendo de uma orientação ou de uma motivação para as suas vidas.

Mesmo não acreditando na ideia limitada de um céu merecido para os homens tidos como "bons", ousaria em concordar com o que prega um pastor conhecido meu da cidade de Nova Friburgo em que, segundo ele, o evento morte seria para muitos uma espécie de "promoção". E penso que essa ideia talvez ganhe sentido quando cumprimos satisfatoriamente a missão para a qual a nossa existência nos leva a cumprir, seja de cunho religioso ou não.


Ótima noite para todos!

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