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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Que tal um suco de noni?



Tal como fiz na postagem do dia 12/02, Papando goiaba, hoje mostro uma outra fruta tropical que cultivo no terreninho daqui de casa - o noni

Trata-se de uma planta exótica cujo nome científico é Morinda citrifolia. Algo que há uns cinco anos atrás, um senhor "aposentado" das Forças Armadas que conheci na praia, seu Neuri, presenteou-me com uma muda dessa planta que ele cultiva há mais tempo na sua residência em Sepetiba, bairro da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. 

No entanto, já tinha ouvido falar do noni desde a década passada quando, morando ainda em Nova Friburgo, um dentista de Núbia havia tentado me convencer a entrar num desses negócios sobre market multinível de uma companhia estrangeira, a qual vende produtos do vegetal oriundos do Taiti (Polinésia Francesa). Recordo que, na época, uma garrafa de um litro e meio de suco daquela empresa custava o exorbitante valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), mas quem se associava ao negócio podia comprar um kit de quatro embalagens cheias por R$ 450,00 (quatrocentos e cinquenta reais) de modo que se obteria um lucro de 33,33% se a pessoa conseguisse revender tudo. Ou então, bancar o próprio consumo quinzenal.

Como sempre fui um cara muito curioso e aberto para conhecer novos paladares, resolvi adquirir um kit e presentear algumas pessoas da família. Naqueles anos, a minha renda podia vez ou outra bancar tal extravagância sendo que, além de experimentar o noni, dei uma garrafa para cada uma das avós, Darcília e Marisa, que ainda viviam e a última foi para a casa da sogra, dona Nelma. Todas elas, sendo pessoas idosas, sentiram um efeito saudável e muito positivo, proporcionando-lhes um novo ânimo. Já eu e Núbia nem tanto.

Conforme os representantes da tal empresa bem ensinaram nas palestras que assisti em Friburgo e das quais não me esqueço, o noni não é para ser bebido de uma só vez como fazemos com os demais sucos! A orientação é para que o consumidor vá tomando aos poucos pequenas doses de apenas dois dedinhos no copo (tipo uns 50 ml). Uma pela manhã e a outra no final do dia a fim de se ter um funcionamento mais saudável do organismo. E, de acordo com seu Neuri, ajuda até para fins sexuais...

É claro que aquela aquisição foi a única extravagância que fiz, a qual foi suficiente para provar o sabor forte e único do noni, bem como testar o seu efeito nas pessoas idosas, as quais reagem melhor a esse complemento alimentar do que os mais jovens. E, depois disso, só fui voltar a beber da fruta morando aqui no litoral, onde o clima é propício para o seu cultivo.

Pois bem. Nunca imaginei que o noni fosse algum dia se popularizar no Brasil! E, se o marketing multinível da tal empresa parece não ter dado muito certo por aqui, ao contrário do reconhecido sucesso da Herbalife, pelo menos a fruta acabou indo parar nas feiras de rua e nos quintais das residências, sendo comercializada hoje a preços bem acessíveis.

Em 2013, quando seu Neuri me trouxe sua muda de árvore, uma frutinha do noni chegava a custar uns R$ 8,00 (oito reais) em Itaguaí onde um produtor de Mazomba fazia seu o comércio no calçadão da cidade. E ele oferecia as suas mudas a um preço de R$ 30,00 (trinta reais) as menores, colocando valores mais elevados nas maiores. Por exemplo, uma pequena árvore de praticamente um metro estava custando R$ 100,00 (cem reais).

Hoje em dia, porém, minha esposa disse estar o noni ainda mais barato. Nesta semana mesmo, ela me contou que os camelôs de Itaguaí estavam oferecendo cada fruta à bagatela de apenas R$ 1,00 (um real). Ou seja, seria agora a metade do preço que eles pagariam para revender há uns três anos atrás...

Deixando de lado esses valores de mercado, mesmo com o noni agora sendo gratuitamente oferecido, sou grato à muda que ganhei há cinco anos atrás e também das outras árvores que fui plantando pelo quintal (já tenho mais sete). Isto porque, durante vários meses, seu Neuri me trazia algumas de suas frutas colhidas em Sepetiba quando vinha passar dias em Muriqui. E, ao preparar o suco no liquidificador para então jogar no mato as sementes trituradas que coava (a fim de adubar a terra), milagrosamente algumas delas brotavam.



Mesmo que hoje dezenas de frutas sobrem semanalmente e me falte mercado para vendê-las com preço satisfatório, considero uma enorme riqueza ter essas belas plantas crescendo na terra arenosa desse quintal. Pois, afinal, são árvores e como tais devem ser respeitadas visto que, independentemente de nos darem lucros financeiros ou alimentos, elas produzem o indispensável o oxigênio ao retirarem da atmosfera o gás carbônico. Sem contar que também dão sombra e proporcionam vida ao ambiente.

Para quem não sabe como preparar o suco de noni, digo que é super fácil. Basta comprar uma garrafa de suco de uva integral (de preferência orgânico) e bater com as frutas bem maduras no liquidificador. Depois é só coar o líquido e armazená-lo num recipiente que pode ser a própria garrafa do suco, conservando-a fechada na geladeira durante alguns dias. Pela manhã e no final da tarde, bebe-se uma pequena porção tipo aquela dose moderada de vinho do Porto que usamos como aperitivo antes ou depois das refeições.

Já os que desejam cultivar a planta, lembro apenas que o noni se dá bem em terra de clima quente. Por isso, mesmo sendo uma espécie exótica, vinda de muito longe, ele pega em várias regiões do Brasil, inclusive aqui no litoral do Rio de Janeiro, com produção quase que no ano inteiro (mais no verão do que no inverno). Seu fruto atinge de 4 a 7 cm de tamanho enquanto o tamanho da árvore pode chegar a até 9 metros de altura. Só a flor que é pequenininha.



Sinceramente, não vejo a hora de ter esse quintal todo coberto por árvores nas próximas décadas. E, pela quantidade de noni que deverei colher, se realmente a fruta funcionar para manter a potência sexual, é bem provável que irei continuar dando muito trabalho pra esposa depois velho sem precisar das pílulas azuis...

Ótima quarta-feira a todos!

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