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As pessoas (e os governos) não podem esquecer do sexo seguro no Carnaval!
O Carnaval está aí e, junto com a festa, muitos são os que praticam o chamado sexo casual ao invés de divertirem-se com o(a) companheiro(a). Porém, longe de mim a pretensão de me meter na vida particular das pessoas ou de ficar dando lições de moral acerca de algo, a meu ver, com baixo potencial de prejudicar terceiros não envolvidos numa relação a dois.
Sendo assim, pensando como se estivesse no lugar de um gestor público, prefiro repassar orientações voltadas para o fato social estabelecido, tendo em vista que, por esses dias, muitas pessoas vão transar pra valer com sérios riscos de contraírem uma gravidez não planejada e/ou uma moléstia sexualmente transmissível, inclusive AIDS. E, deste modo, nunca se pode negar a realidade de que, segundo a OMS, surgem cerca de 12 milhões de casos de DSTs só no Brasil...
Para que as pessoas não entrem nessa lamentável estatística e nem se arrependam pelo resto de suas vidas por causa de uns instantes passageiros de prazer, nunca é demais elas levarem consigo a popular camisinha. Pois, como se sabe, é um objeto que, praticamente, não pesará na bolsa e tão pouco no bolso. Aliás, se for usada de maneira correta, importará numa enorme economia financeira bem como num alívio para a mente, poupando o corpo de vários sofrimentos indesejáveis.
Na atualidade, em que o sexo já não é mais destinado apenas para fins reprodutivos e a maioria das pessoas tem o prazer como sendo o maior foco nas suas relações com o(a) parceiro(a), o uso de pílulas e de preservativos se faz mais do que obrigatório em termos éticos. E, em se tratando de algo casual (sem estabilidade e confiança), mesmo sendo com conhecidos, a camisinha não pode ser dispensada, independentemente da mulher fazer uso de alguns anticoncepcionais, tipo as pílulas, ou o homem haver feito uma vasectomia. E vale dizer que muitos, por haverem se tornado incapazes de gerar filhos por razões cirúrgicas, acabam não se cuidando mais e contraem HIV, sífilis, herpes genital ou gonorreia.
Todavia há que se usar o preservativo corretamente! Daí a importância de que, além de uma ampla distribuição da camisinha nas unidades de saúde, sejam transmitidas orientações para ambos os sexos sobre como fazer uso dessa proteção. Até mesmo porque muitos jovens e adolescentes poderão estar oportunizando o momento permissivo do Carnaval para terem as suas primeiras relações sem a experiência necessária quanto a isso, desconhecendo a maneira como vão colocar...
Sendo assim, quem fizer uso do preservativo, principalmente nós homens, devemos nos certificar do seu prazo de validade, se há o selo do INMETRO, ou se existe alguma danificação capaz de causar o seu rompimento durante o ato. Não podemos guardá-lo em lugares inadequados como no porta luvas do carro ou na geladeira porque, em se cuidando de locais muito quentes ou frios, a segurança do produto pode ficar comprometida.
Deste modo, deve-se entender que o aprendizado sobre como colocar a camisinha é fundamental, sendo algo que não pode deixar de ser ensinado tanto em casa quanto na escola. Inclusive, até as mocinhas adolescentes e que pretendem se casar virgens (ou virar freiras) precisam saber disso visto que poderão mudar de ideia a qualquer dia e nem sempre vão contar exclusivamente com os cuidados preventivos do rapaz por elas escolhido. Logo, é importante informar todas as mulheres acerca da opção pelo preservativo feminino e como usá-lo em seu corpo.
É certo que há vantagens e desvantagens quanto à camisinha feminina e uma delas é o preço que acaba sendo mais caro que o do preservativo masculino. Só que, dependendo do caso, tendo em vista ainda existirem homens obtusos e que se recusam a usar camisinha, a mulher precisa exercer um certo comando num momento que as coloca numa situação de vulnerabilidade. Sem esquecermos de que, na hipótese de alergia ao látex, o poliuretano não causa reações no corpo da usuária, além de abranger uma área maior de contato genital.
Obviamente que há muitas outras orientações práticas que os órgãos de saúde e educadores precisam repassar sobre essas questões, tipo como proceder se a camisinha estourar ou vazar, a necessidade de não demorar a retirar o preservativo após a ejaculação (antes que o pênis perca a ereção) ou de trocá-lo, caso um outro orifício seja penetrado. Sem esquecer de que, sem a proteção do preservativo, nenhum ato penetrativo deve ser praticado, sendo a masturbação a dois mais aconselhável do que o sexo oral nesse contexto de casualidade. Ou então, se não houver entendimento, o imediato encerramento do ato para que ninguém venha a cair na tentação ou se expor ao assédio de ceder a algo contra a sua vontade.
Certamente que já entramos aqui numa complexa questão cultural, muitas das vezes de caráter machista, a qual também se manifesta nesse período do Carnaval juntamente com o consumo desenfreado do álcool. E aí o fato das pessoas beberem demais, propicia um comportamento sexual de risco. Principalmente quando alguém se embriaga sozinho e acaba entrando de cabeça na curtição a ponto de não tomar os devidos cuidados.
Por último, ninguém pode se esquecer de que hoje em dia, com a popularização dos celulares com câmeras de vídeo e acesso à internet, os tempos de privacidade acabaram. Deste modo, sem que o homem ou a mulher percebam, eles poderão estar sendo filmados em seus atos de intimidade e, quando menos esperam, terão as suas imagens indevidamente divulgadas no meio eletrônico pela iniciativa de indivíduos mal intencionados.
Portanto, quem for pular Carnaval, brinque com moderação e segurança, sendo certo que a alegria da festa independe do álcool nem do sexo casual. Porém, se for sair para transar, então que vista corretamente a camisinha ou use a imaginação.
Quanto aos governantes, que deixem de lado as suas falsas questões morais e promovam uma ampla campanha em favor do sexo seguro. Afinal, o SUS gasta muito menos distribuindo camisinhas do que fornecendo medicamentos para portadores do HIV, além da vida humana não ter preço...
Ótimo domingo a todos!
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