Umas das primeiras medidas que o interventor federal da segurança pública no Rio de Janeiro, General Walter Souza de Braga Netto (foto), talvez deve tomar serão as indispensáveis mudanças nos cargos de chefia das polícias do Estado. Pelo menos é o que mais se especula no meio político por aqui.
Segundo informações passadas pelo Blog do Camarotti, no portal de notícias G1, há muita influência política quanto às indicações para os cargos nas polícias, o que, por sua vez, atrapalha muito a prestação do serviço de segurança pública aqui. Baseando-se em informações de um ministro do governo federal, cujo nome não revelou, escreveu o blogueiro que
"Além da corrupção de policiais, um ministro apontou como grande problema na segurança pública do Rio a influência política nas nomeações de cargos, tanto na PM quanto na Civil. 'Um vereador em determinada comunidade tem influência total na escolha de policiais que serão lotados nessa comunidade. O governador Pezão não tinha autoridade para barrar essas indicações políticas. Em muitos casos, vereadores tinham relações com a milícia, em casos extremos até mesmo com a contravenção e o crime organizado', observou esse ministro ao blog." - Extraído de https://g1.globo.com/politica/blog/gerson-camarotti/post/2018/02/19/general-interventor-usara-dados-de-inteligencia-para-fazer-ampla-mudanca-nos-cargos-das-policias-do-rio.ghtml
Essa crítica expõe a que ponto chegou a fragilidade do Estado do Rio de Janeiro, a ponto de vereadores, que são membros do Poder Legislativo dentro dos municípios, indicarem influentemente ao governador quem deverá comandar as polícias dentro de suas respectivas localidades. E o que é pior seria o fato de haver agentes de segurança trabalhando em favor do tráfico ou das milícias, muito embora remunerados com o dinheiro dos impostos pagos pela nossa sofrida população.
Embora eu não acredite em milagres, tenho a convicção de que, pelos próximos dez meses, o Rio de Janeiro estará em boas mãos e que, com o fim do prazo de intervenção previsto no Decreto, os problemas da criminalidade aqui ficarão bem melhores. Pois, além das experiências do interventor quanto às ações de segurança da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em 2017 e nas Olimpíada de 2016, Braga Netto contará com os serviços de inteligência das Forças Armadas.
Todavia, a minha maior preocupação continua sendo se o interventor terá o necessário apoio financeiro para desenvolver o seu trabalho no Rio de Janeiro. Pois ontem, num de meus debates nas redes sociais do sítio de relacionamentos Facebook, um velho bloqueiro conhecido meu, editor do Ensaios & Prosas, trouxe-me uma indagação feita por Vinicius Torres Freire, em sua coluna de ontem (18/02), na Folha de S, Paulo, na qual, por sua vez, o autor reedita a resposta vinda do alto escalão das Forças Armadas: "E se o Exército fracassar? Resta o Estado de Sítio, uma guerra de verdade, um fracasso da nação"
Creio que a maioria da população fluminense (e brasileira) não deseja isso e de modo algum os nossos militares concordarão que o bom nome das Forças Armadas seja jogado no chão. Daí o Comandante do Exército, General Eduardo Villas Boas, haver afirmado no programa do Bial da semana passada que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro exigirá "comprometimento, sinergia e sacrifício".
Mais do que nunca há que se respeitar os trabalhos do General Braga Netto pois se trata de uma política de Estado, não de governo. Logo, o ambiente eleitoral de 2018 não pode de maneira alguma atrapalhar a seriedade dessas ações e os sacrifícios que precisarão ser feitos. E da mesma maneira muitos apadrinhados por políticos, ocupantes de cargos de chefia nas polícias do RJ, não poderão deixar de tomar o remédio amargo, caso precisem ser afastados de suas funções.
Como já disse e repito de maneira otimista, com o fim do prazo de intervenção, os problemas da criminalidade aqui estarão bem melhores. Logo, espero que deixem o comandante trabalhar!
Ótima segunda-feira a todos!
OBS: Imagem acima Reprodução/NBR
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