Manifestações incoerentes

Nesta última quinta-feira (31/03), novamente o PT colocou a sua militância na rua para se opor ao processo de impeachment que eles teimam em chamar de "golpe". Em todo o país, organizaram protestos alegando ter reunido 824 mil pessoas (159 mil segundo a PM), menos que no dia 18/03. No Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro, o ato contou com a participação de centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos estudantis, sociais e de minorias, como negros e LGBT. Partidos como PT, PC do B, PCO, PSTU e PSOL. 

Com todo o respeito ao direito das organizações se manifestarem, o que vejo aí é uma tremenda incoerência. Principalmente do cidadão humilde quando comparece a esses atos patrocinados pelos aliados do governo apenas para fazerem número na luta desesperada contra o impeachment, o que também caracteriza uma pré-campanha pro PT tentar retornar em 2018.

O curioso disso tudo é que, enquanto a esquerda vai às ruas defendendo a permanência de Dilma, o Planalto já começa a negociar cargos com outros partidos como o PP, o PR, o PSD e até o PRB, além dos nanicos. O PP deve ganhar o Ministério da Saúde, enquanto o PR negocia Minas e Energia ou Agricultura. Por sua vez, o PRB pode voltar a ocupar o Ministério do Esporte ou fica com Turismo. Já o PSD pode ficar com a Secretaria de Aviação Civil ou com o Turismo, caso o PRB não fique com a pasta. Além disso, estão no balcão de negociações cargos estratégicos nas estatais sendo que Lula tem trabalhado nos bastidores para evitar novos desembarques.

Acorda, galera! Aprendam a pensar livremente como a Luciana Genro (clique AQUI para ler a entrevista dela na Folha) e não façam papel de trouxas. Vamos lutar para que tenhamos novas eleições no país, com a cassação dos votos da chapa Dilma-Temer, o que é muito melhor do que impeachment ou permitirmos a permanência de um governo de legitimidade suspeita, investigado pela Lava Jato e que já perdeu quase toda a sua credibilidade perante a população.

OBS: A foto acima foi extraída de uma página da EBC com créditos autorais atribuídos a Wilson Dias/Agência Brasil.