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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Pessoas que viram Deus agir em suas épocas



"graças à entranhável misericórdia de nosso Deus,
pela qual nos visitará o sol nascente das alturas,
para alumiar os que jazem nas trevas
e na sombra da morte,
e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz."
(Lc 1:78-79; ARA)


Estou mais uma vez relendo o Evangelho de Lucas e, na manhã de hoje, meditei sobre os revolucionários cânticos de Maria (o Magnificat) e de Zacarias.

Pode-se dizer que o 3º Evangelho é o que mais expõe fatos sobre o nascimento de Jesus e de João Batista. O autor revela detalhes importantes da fé dos pais desses dois líderes.

Vivendo um dos mais difíceis momentos da História, os judeus que habitavam a Palestina do século I sofriam debaixo da opressão estrangeira em que impostos abusivos eram cobrados, revoltosos eram condenados brutalmente à crucificação e havia muitas injustiças cometidas contra os pobres. Há séculos que Israel não tinha mais reis soberanos pois havia perdido a condição de nação soberana desde o século VI a.C, passando então pelos domínios babilônico, persa, grego e romano.

Ainda assim, os cânticos de Maria e de Zacarias traduzem esperança em meio a dor. O nascimento de cada um daqueles dois frágeis bebês representava Deus voltando a agir no curso da História. Daí ser lembrada repetidamente a aliança de Deus com Abraão (Lc 1:55,73), simbolizando que a misericórdia do Eterno não cessa no decorrer das gerações.

Vivendo  tempo que se chama hoje e não nos esquecendo que, por intermédio de Jesus, todos os que creem são feitos filhos de Abraão, devemos ter em nós a mesma chama de fé que um dia incendiou os corações de Maria e de Zacarias. Enquanto os telejornais vomitam notícias trágicas de filhos assassinado os pais, ladrões incendiando as vítimas porque não tinham dinheiro suficiente, a matança de civis na Síria, homens bomba se suicidando em Israel nos seus ataques terroristas, estadistas que não estão nem aí para o meio ambiente, pacientes sofrendo nas filas dos hospitais públicos brasileiros e um monte de jovens alienando-se com o uso de drogas, como nos posicionamos diante da dura realidade?

Penso que não devemos focar nos acontecimentos negativos do mundo, mas sim nos nutrirmos de ânimo porque há um processo de libertação em curso. A longa noite de trevas espirituais pela qual passou a humanidade nesses últimos milênios já se vai e eis que estamos diante do amanhecer de um novo tempo. Tronos de opressão devem ser derrubados para que reinem a justiça e a santidade através da direção que recebemos do Senhor.

Portanto, creia mesmo contra os fatos, sabendo que Deus permanece conosco todos os dias até à consumação dos séculos, e nos juntemos ao coro celestial que celebrou o nascimento do Messias Jesus:

"Glória a Deus nas maiores alturas,
e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem."
(Lc 2:14)

Sim. Proclamemos a paz!


OBS: A ilustração acima refere-se ao quadro do artista florentino Agnolo Bronzino (1503-1572), o qual retrata o nascimento de Jesus numa tela de 1535-40. Foi extraída do acervo da Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Worship_of_the_shepherds_by_bronzino.jpg

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