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terça-feira, 8 de março de 2016

Parabéns, mulher!




Ao entrar no meu blogue hoje, como eu poderia me esquecer desta data de Oito de Março que é comemorada como o Dia Internacional da Mulher?

Pois é. Desta vez, quase eu iria esquecer mesmo que dia era hoje se a minha esposa Núbia não houvesse me falado durante o café da manhã... Logo eu que, ano após ano, sempre recordo o nosso aniversário de casamento todo 04/03, publicando postagens sobre nossa união todo mês de março desde 2011. 

Entretanto, quando se fala do assunto mulher, inúmeras são as questões em jogo que precisam ser consideradas, além do papel delas nas relações conjugais como colaboradoras do homem no cuidado com a família formada pelo casal. E, se fosse escrever sobre todos os assuntos, daria um enorme livro de vários volumes.

Mas quais seriam então os principais problemas enfrentados pelas mulheres em nosso pais?

Dentro das famílias eu apontaria a violência doméstica no seu sentido amplo que, embora esteja sendo duramente combatida pelas diversas unidades das DEAMs, ainda ocorre em muitos lares e de diversas maneiras. Quer sejam as agressões físicas, verbais, sexuais e emocionais. São muitas as casas nas quais o diálogo anda escasso e não raras são as esposas que se deprimem sem reagirem pelas condutas de seus cônjuges. Além disso, poucos são os maridos que colaboram com o serviço doméstico.

Já nas relações trabalhistas, é inegável a realidade de que as mulheres recebem menos que os homens e chegam até a laborar muito mais. Tem-se ainda o preconceito quando uma funcionária é inadmitida por causa do interesse do empregador quanto à sua gravidez a ponto da empresa se meter na sua vida privada. Isto sem falar nos casos de assédio sexual e moral, devendo ser lembrado que a mulher sofre com mais intensidade os impactos emocionais causados por um chefe frustrado que maltrata seus subordinados.

Todavia, vejo cada vez mais as mulheres ocupando espaços nas profissões. Atualmente é comum encontrarmos juízas, empresárias, executivas e até operárias na construção civil. Isto porque os serviços que antes eram braçais, hoje são executados com o auxílio da tecnologia e aí um toque feminino detalhista faz toda diferença na qualidade do trabalho.

Nas religiões, diga-se de passagem que a mulher poucas vezes tem vez nos ministérios de liderança. Além da rígida hierarquia da Igreja Católica, diversas são as congregações evangélicas que não aceitam pastoras. Aliás, há quem se oponha abertamente à ordenação feminina, inclusive teólogas. Cometem o erro de transformar o trabalho pastoral de cuidado com as ovelhas naquilo que a doutrina do Novo Testamento tanto desconstruiu - o sacerdócio. E muitos deturpam certas orientações contextuais do apóstolo Paulo em rígidos mandamentos como se tal personagem bíblico fosse um legislador e não mais um intérprete das Escrituras igual a todos nós.

Entretanto, deixemos um pouco de lado as igrejas e religiões (porque num Estado laico cada um segue aquilo que quer) e vamos falar agora da mulher na política.

Pois bem. Da mesma maneira que nas profissões, as mulheres de hoje tentam disputar voto a voto com os homens. Em 2010, o Brasil elegeu pela primeira vez a sua presidenta assim como já tínhamos colocado no poder anteriormente algumas prefeitas e governadoras. Só que aí vejo a necessidade de se estabelecer uma forte distinção.

Ora, uma coisa é a mulher ocupar um posto político à sombra de um homem (geralmente o marido que a precedeu no cargo). Outra situação seria ela mesma conquistar o espaço iniciando a sua atuação na sociedade e depois entrando na disputa sem depender diretamente da imagem do cônjuge ou do pai. Teria sido, por exemplo, o caso de Rosinha Garotinho versus Benedita que concorreram ao Palácio da Guanabara em 2002, tendo sido aquela apoiada pelo marido que havia governado o Rio de Janeiro e se lançara na corrida presidencial junto com Lula, Ciro Gomes e José Serra.

Igualmente, não podemos considerar a Dilma como alguém que surgiu com independência dentro da política eleitoral. De fato, ela tinha uma história como militante na época da ditadura militar, tornou-se depois uma assessora de autoridades do PDT e do PT para então ser apoiada pelo senhor Lula sem jamais ter sido deputada, senadora, prefeita ou governadora. Sua trajetória no mundo dos votos distingue-se da ex-colega de partido Marina Silva, hoje o nome mais expressivo da Rede e das mulheres com expressão nacional.

Exemplificando mais uma vez, eis que, nos EUA, observamos a trajetória da Miss Clinton que é esposa de um ex-presidente de seu país e passou a ocupar o espaço na política depois que ele se queimou. Só que as lideranças femininas mais conscientes preferem votar no socialista Barnie Sanders dentro das prévias do Partido Democrata. É como havia declarado a atriz Susan Sarandon: "Não voto com minha vagina".

Caindo na real, pode-se concluir que ainda falta muito para as mulheres alcançarem um espaço de igualdade com homens sendo que apenas poderei acreditar que isto se concretizou na política quando tivermos uma representatividade equilibrada nos parlamentos e uma presença frequente delas na presidência das casas legislativas. Porém, essa conquista está em andamento de modo que não vai demorar para que tanto o Brasil como os Estados Unidos e demais países das Américas assistam essa revolução do feminino no decorrer do século XXI.

Para terminar, quero então parabenizar todas as mulheres que são leitoras deste meu blogue e que aproveitem esse importante dia de lutas para reivindicarem seus direitos.


OBS: Ilustração acima extraída de uma página da Unisinos na internet conforme consta em http://unisinos.br/blogs/projeto-alerta/2013/03/07/dia-internacional-da-mulher/

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