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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Juventude, ensino, trabalho e uma nova sociedade

Tenho visto nestas eleições vários candidatos discursando sobre o ensino técnico e profissionalizante como uma solução para inserir o jovem no mercado de trabalho.

Não discordo da proposta e acho até que o governo deveria oferecer cursos profissionalizantes que também reintegrassem trabalhadores de meia idade que hoje estão desempregados ou precisando de uma oportunidade num país onde as empresas literalmente fecham as portas para quem tem mais de 40 anos. Por outro lado, deve-se pensar sempre nos jovens a dar a eles oportunidades de inserção ativa na sociedade e no mercado de trabalho, juntamente com a possibilidade de terem uma formação global para enfrentarem a vida.

Atualmente, em que a quantidade de mão-de-obra inativa só vem crescendo, acho uma grande perda que a garotada abaixo dos 16 anos não esteja trabalhando e contribuindo para o sistema previdenciário. Muitos falam mal do trabalho do menor, mas eu vejo aspectos bem positivos, desde que não se trate de uma atividade vil e exploratória capaz de impedir o adolescente de progredir normalmente nos seus estudos. E, caso precise ficar seis horas trabalhando ou mais, muitas das vezes o jovem pode ter um aproveitamento ruim na escola.

Mas será que o trabalho não pode auxiliar na formação do menor? Se meninos e meninas com 12 anos fossem para um trabalho-estágio por até quatro horas diárias numa empresa perto de casa, nossos adolescentes não seriam beneficiados com tal experiência?

Acho que a resposta vai depender do tipo de atividade, das condições de trabalho e da quantidade de horas laboradas pelo adolescente.

A empresa que contrata o menor deveria ser um apêndice da escola. Um local onde o jovem recebesse parte da sua formação para se tornar no futuro mão-de-obra especializada e não ter tantas dificuldades na hora de arranjar o seu primeiro emprego.

Contudo, não é apenas disto que o nosso país precisa, caso queira formar verdadeiros cidadãos capazes de contribuir para a construção de uma grande nação. Entendo que a escola precisa ajudar na formação do caráter do indivíduo, estabelecendo regras respeitosas de comportamento que tornem o indivíduo responsável.

Em falar na responsabilidade, acho que este é um grande problema da juventude de hoje. Mesmo depois dos 18 ou 21 anos, parece que a adolescência vai sendo prolongada até o rapaz ou a moça sair da faculdade, fato que tem criado adultos imaturos de maneira que não só no Brasil como em países da Europa Ocidental encontramos pessoas com mais de 30 anos vivendo com os pais e sendo sustentadas por eles.

Ora, e se os jovens passassem a se casar mais cedo, por volta dos 17 anos, como ocorria com mais frequência há 100 anos atrás?

Penso que esta seria uma grande solução para formar adultos responsáveis, bem como diminuir o contato dos jovens com as drogas e o sexo ilícito. Porém, seria necessário o mercado disponibilizar oportunidades de trabalho para esses jovens casais e o governo dar condições para que o rapaz pudesse sair mais cedo da casa dos pais.

Atualmente não só o Brasil como a sociedade ocidental em geral encontram-se em evidente decadência que se manifesta também na crise previdenciária. Em países europeus, fascistas apresentam como solução fechar as fronteiras e o recrudescimento de leis contra a imigração estrangeira. Já os liberais continuam propondo mudanças nas regras da aposentadoria que acabam aumentando o tempo de contribuição do trabalhador. Só que poucos têm coragem para enfrentar os graves equívocos cometidos pelas políticas de bem estar do menor.

Alguns que estiverem lendo este texto poderão pensar que estou sendo um nazista em relação aos nossos jovens. Mas não é nada disto que eu quero propor. Tenho hoje uma forte preocupação com o envolvimento da juventude com o crime, o que tem suas explicações na ociosidade de quem é sustentado apenas para estudar, armazenando energias que poderiam estar sendo gastas numa empresa e no casamento.

Há que se considerar que o sexo é algo que faz muito bem para qualquer indivíduo. Uma boa frequência de relações sexuais, inclusive para os jovens, é importante para a saúde física e mental. Logo, se um rapaz se casa aos 17 com uma menina da mesma faixa etária, ele estará canalizando sua energia sexual de maneira saudável, ficando menos vulnerável à aids, à violência e ao consumo de álcool ou de drogas, bem como passaria seu tempo cultivando objetivos de vida produtivos como melhorar no emprego, comprar coisas para o lar, criar os filhos, etc.

Se quisermos que o Brasil tenha futuro, entendo ser indispensável refletirmos sobre questões como essas pois do jeito que está as coisas só tendem a piorar.

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