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terça-feira, 31 de julho de 2018

Precisamos de uma legislação mais firme contra o turismo predatório!



Nesta noite, estava eu debatendo com uma moradora daqui da região sobre a situação da Ilha Grande devido ao turismo desordenado que vem acontecendo por lá. Segundo ela comentou em minha postagem no site de relacionamentos Facebook,

"Observei essa degradação quando estive na Ilha Grande!! Muito lixo pelas trilhas, animais mortos pelo caminho!! A fauna e a flora sofrem com a falta de consciência do homem!! Precisamos de nos conscientizar que a natureza depende do modo como à tratamos! E daqui a alguns anos infelizmente não poderemos mostrar aos nossos filhos e netos!! (...) No dia que visitei a Ilha Grande avistei vários guardas florestais e mesmo assim a Ilha perto da Praia do Abraão estava com um aspecto horrível!! Muito lixo e sujeira! Fiquei horrorizada com o que as pessoas deixam nas trilhas!! Estive na praia dos Meros e me deparei com uma montanha de lixo!! Fora os turistas que lançam ao mar os seus dejetos!! Na minha opinião tinha que haver uma consciêntizacao maior por parte dos visitantes! E a praia de Freguesia de Santana? Linda! Mas muito mal tratada! Me deu tristeza de ver tamanha falta de consciência!!!"

Respondendo à internauta, lembrei das restrições já existentes na admirável ilha de Fernando de Noronha, onde há tempos existe uma limitação no número de visitantes juntamente com a cobrança de uma taxa de preservação ambiental. Lá a legislação estadual de Pernambuco definiu a capacidade de suporte do arquipélago em 246 visitantes por dia, o que soma um limite de 89.790 pessoas ao ano, algo que também consta no Plano de Manejo da ilha, a qual também é considerada um parque natural. E não faz muito tempo, o conselho gestor da unidade ainda passou a observar que essa lei passou a ser descumprida com a autorização de voos extras/regulares, possibilitando um considerável aumento de visitantes.

No caso da Ilha Grande, o maior problema são os acessos feitos justamente de Conceição de Jacareí, localidade distrital situada entre Mangaratiba e Angra dos Reis, onde inexiste o adequado controle acerca do fluxo de pessoas. São várias as empresas particulares de transporte marítimo ali causando um impacto enorme com uma visitação excessiva que ultrapassa a capacidade de suporte da ilha. Só num final de semana de verão, por exemplo, chegamos a ter mais de 20 mil pessoas visitando o lugar, o que é flagrantemente danoso.

A meu ver, precisamos ter uma lei federal dispondo sobre o acesso aos lugares de visitação restrita e que obrigue o visitante a fazer um cadastro antes de ingressar nos tais locais, quer se tratem de unidades de conservação ou mesmo de comunidades em seu entorno. E aí, se o turista for pego praticando algo nocivo ao meio ambiente, tipo descartando resíduos na trilha, molestando os animais silvestres, praticando acampamento selvagem ou saindo dos circuitos permitidos para caminhadas, a pessoa ficaria impedida de retornar dentro de um determinado prazo. E a mesma suspensão valeria para o ingresso em outros locais também de visitação restrita.

Certamente que o Brasil, com seu grande potencial ecoturístico, pode e deve receber visitantes nos parques naturais que possui e nas suas respectivas regiões do entorno. Porém, esse regramento precisa ser feito com maior disciplina, segurança, monitoramento, auto-sustentabilidade financeira e presença constante da fiscalização. E daí considero sugestivo que os nossos legisladores pensem numa maneira de ampliar o controle quanto ao acesso de todos esses lugares de interesse ambiental a fim de que tanto a natureza quanto a sociedade saiam ganhando.

Bom descanso a todos!

OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a Felipe de Souza, conforme extraído do portal da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis em http://www.angra.rj.gov.br/noticia.asp?vid_noticia=49199&IndexSigla=imp

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá, Vanessa.

      Obrigado por sua visita e comentários.

      Lerei seu artigo na blogosfera assim que puder.

      Beijos e volte sempre.

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  2. Olá, Rodrigo!

    Aqui, chamamos turismo de pé descalço, mas temos leis, multas, pagamento de entradas, etc., que fazem pensar 2 vezes antes de ir.

    Não conhecendo os locais citados, estou inteiramente de acordo com você. Sociedade e natureza, mas em equilíbrio.

    Beijo e bom fim de semana, que já se aproxima.

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    1. Boa tarde, CEU.

      Realmente a adoção não só de leis como de medidas de controle, fiscalização e punição ajudam a preservar esses santuários da natureza que ainda nos restaram depois de séculos de um "desenvolvimento" predatório da nossa espécie que só nas últimas décadas do século XX foi que passou a se despertar para a necessidade de haver mais cuidado com a nossa casa que é o planeta Terra.

      Obrigado por seus comentários. Volte sempre!

      Beijos e um excelente final de semana!

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