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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Feliz dia dos avós!



Hoje, aqui no Brasil (e acho que em Portugal também), celebra-se o Dia dos Avós.

Trata-se de uma data que, a princípio, foi escolhida em razão da comemoração do dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria de Nazaré e avós de Jesus. Pois, segundo as tradições da Igreja, Ana e seu marido não tinham filhos, embora sempre pedissem a Deus que lhes enviasse uma criança. E, apesar da idade avançada do casal, um anjo lhes apareceu e comunicou que Ana teria engravidado, a qual veio dar a luz a uma menina, a quem chamaram de Maria.

Na atualidade secularizada, embora poucos guardem esse conhecimento acerca dos santos da Igreja (até porque uma expressiva parcela da população no Brasil nem segue o catolicismo), o 26 de Julho sempre é festejado na nossa sociedade. Mesmo sem despertar aquela febre consumista típica do dia das mães, comemorado no segundo domingo de maio, é comum a criança sair para passear com a vovó e/ou com o vovô, considerando que a segunda quinzena do mês coincide com o breve período de recesso escolar.

Certamente há na memória de várias pessoas tanto os passeios como aquelas vezes em que o netinho foi levado para comer o seu doce preferido na casa da vovó. Coisas que, às vezes, os pais negam a seus filhos, seja para manter a criança na dieta ou por motivo de contenção de gastos, os avós as fazem com o maior prazer já que se tratam de momentos excepcionais.



Fato é que hoje em dia tornou-se comum muitos netos serem criados por alguns de seus avós (geralmente os maternos). Eu mesmo teria sido um deles durante parte da infância e adolescência, sendo que o meu convívio com as duas avós se deu de maneira bem frequente desde os primeiros anos de vida.

Posso dizer que, antes de completar a alfabetização, no final de 1983, morei por um tempinho na casa de vila da saudosa bisavó Maria de Nazareth, situada no bairro Grajaú, Zona Norte do Rio de Janeiro. Com ela, residiam também a minha avó materna Marisa e o meu tio Luiz Augusto. A bisa, embora já fosse uma senhora idosa (nunca soubemos sua idade exata), dormia sobre um velho colchão de palha numa cama antiga, tinha móveis também antigos (dodos de madeira de Lei) e criava vários passarinhos no pequeno quintal.

Quanto à avó materna, muitos pensavam até que ela fosse minha mãe. Aliás, nesse período da infância, vovó me levava muito com ela pela rua para resolver as coisas, fazer compras e até acompanhá-la nos cultos religiosos da Perfect Libert, igreja japonesa da qual participava antes de cair na lábia marqueteira do bispo Edir Macedo.


Alguns finais de semana, porém, eu ficava na casa da avó paterna Darcília, a qual morava num apartamento de dois quartos também no mesmo bairro carioca. Tínhamos que subir três lances de escada até o último andar do prédio, sendo que lá eu tinha alguns dos meus brinquedos e quase sempre vovó preparava uns creminhos de chocolate pra mim (ou comprava algo gostoso na padaria). Porém, tinha vezes em que passava os sábados e domingos na sua casa de veraneio em Muriqui, onde atualmente moro com minha esposa Núbia.


Quanto aos avôs, passei a ter mais contatos com eles quando já era uma criança grande. Por terem todos os avós se separado, cada qual  vivia em seu canto e somente eles (os avôs) contraíram novas nupcias. O paterno, Sylvio, residia em Juiz de Fora, cidade do interior do estado de Minas Gerais, com Diva, enquanto que o materno, Georges, vive até hoje em San José, capital da Costa Rica, país da América Central. Desde pequeno os chamava respectivamente de "vovô mineiro" e "vovô grego", apesar do primeiro ser natural da cidade do Rio de Janeiro (carioca de Todos os Santos), sendo que foi com este avô que acabei morando por muitos anos nas décadas de 80 e 90.


Posso dizer que os quatro avós acompanharam-me até à vida adulta e o avô materno encontra-se lúcido com seus 85 anos, devendo vir ao Brasil visitar minha mãe no próximo mês. Aliás, ele costuma viajar para cá até duas vezes ao ano, sendo que ainda não tive a oportunidade de ir até sua casa em Costa Rica. E, se fosse chamá-lo hoje de "vovô grego", já nem sei se ele teria a sua nacionalidade de origem porque naturalizou-se costarriquenho recentemente nesta década.


Hoje, com meus 42 anos, não sou pai, ainda que já tivesse idade suficiente para ser avô. E, caso houvesse feito um filho com Núbia, no ano em que nos conhecemos (1999), poderia ter um pós-adolescente ingressando agora na faculdade. Porém, tenho um sobrinho chamado Henrique que é filho da minha irmã mais nova, Marina. E, na última foto acima, estão as quatro gerações reunidas em que almoçamos todos juntos em setembro do ano passado, no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Para uma criança, sempre será proveitoso conhecer e conviver com os avós. Pois creio que há nisso um aprendizado e uma troca de experiências, ainda que, por via de regra, nenhum deles deva substituir os pais quanto à responsabilidade pela educação do menor. Só em situações bem excepcionais.

Ótima quinta-feira, meus amigos, e curtam o Dia dos Avós!

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