Hoje, no site de relacionamentos Facebook, encontrei uma pergunta bem interessante de um morador daqui de Mangaratiba que assim postou:
"Pra vc votar no candidato, qual o critério que vc usa pra decidir seu voto?" (Evando Perninha in https://www.facebook.com/EvandoPerninhaoficial/posts/2112288818841158)
A questão torna-se bem apropriada quando se busca obter o voto consciente. Não apenas pelo fato de que precisamos participar de eleições, mas, sim, porque tem a ver com os processos de escolhas que fazemos em nossas vidas.
Verdade é que nem sempre sabemos optar pelo que é melhor para nós. Desde criança, muitas das vezes não temos os valores pessoais respeitados pela família e pela sociedade, sendo que assim concordamos a fim de não parecermos diferentes das outras pessoas. Queremos nos encaixar dentro de padrões estabelecidos para sermos aceitos pelo nosso grupo e isso é muito ruim para o nosso crescimento existencial.
Ora, quando se trata de votar num candidato a cargos públicos, durante o período eleitoral, precisamos ser conscientes em relação às necessidades coletivas quando formos definir o nosso representante nos Poderes Legislativo ou Executivo. E aí devemos nos perguntar sobre o que realmente precisamos e qual a cidade, o estado ou o país que queremos para o futuro.
Certo que entre o querer e o realizar há um longo caminho a ser percorrido sendo um passo importante indagarmos para que rumo segue uma estrada. Porém, como muitas das vezes as placas postas nos caminhos da política são falsas, precisamos ter conosco uma bússola e exercitarmos o senso crítico a fim de sabermos ao menos qual a direção e a segurança da via sugerida.
Em outras palavras, temos que saber para onde seguem os candidatos e partidos, bem como se os mesmos chegam de fato a algum destino. Logo, há que se observar quem são tais pessoas que postulam esses cargos, com quem as mesmas estão aliançadas no meio político, quais os grupos sociais que as apoiam, se têm um passado limpo, se cumprem com a palavra, dentre outros quesitos mais que podemos formular. E, neste sentido, em tempos de Operação Lava Jato, não custa consultarmos nos sites dos tribunais se o candidato, ainda que "ficha limpa", responde a alguma ação penal.
Todavia, o que mais vejo de absurdo no Brasil são as pessoas ficarem repetindo os velhos erros cometidos em pleitos passados. Tratam-se de eleitores que, apesar de terem já se decepcionado com um político, resolvem lhe dar uma segunda chance na vã expectativa de que agora "tudo vai ser diferente". Como aquele cônjuge por diversas vezes traído por seu par, mas que ainda assim insiste em acreditar que houve uma mudança de caráter, achando que um traíra "vai aprender a ser gente", como na música de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Por outro lado, considero as limitações do nosso eleitor de condição humilde. Falta-lhe de fato a percepção do que é melhor para si e para o coletivo. Alguns enxergam certas vantagens pessoais e até as obtém, porém não calculam as perdas do que deixam de usufruir coletivamente. Pois é o que ocorre com quem vende o seu voto em troca de bens ou dinheiro. Isto porque, tão logo passam as eleições, o cidadão amarga prejuízos muito maiores quando não encontra remédios nos hospitais, uma escola de qualidade para seus filhos, um transporte público decente, segurança, saneamento básico, etc.
Portanto, há que se ter realmente critérios para a definição do voto. Pois, do contrário, continuaremos sempre reféns dos lobos espertalhões que fazem da política um meio de enriquecimento pessoal em prejuízo de toda a coletividade.
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