Páginas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

🎄Natal Mangaratiba 2025 Costa Verde

 


Em Mangaratiba,

o Natal não chega apenas pelo calendário.

Ele nasce devagar,

entre a serra e o mar,

no verde que insiste em viver,

na água que corre,

na gente que permanece.


Aqui, o nome já diz tudo:

terra de abundância,

lugar onde a vida encontra solo

e decide ficar.


O presépio se espalha

pela Mata Atlântica que resiste,

pela restinga que protege,

pelas praias onde o azul aprende a ser esperança.

Entre trilhas, cachoeiras e ilhas,

a criação inteira parece sussurrar

que Deus gosta de nascer onde há cuidado.


Mas Mangaratiba não é só paisagem.

É história viva.

É memória indígena,

é caminho antigo de tropeiros,

é porto, roça, fé e travessia.


É também território de resistência.

Nas comunidades quilombolas,

na Ilha da Marambaia e além,

o Natal se reconhece

na ancestralidade que ensina a esperar,

na partilha,

na luta silenciosa por dignidade.

Ali, o nascimento é coletivo,

e a esperança tem raiz profunda.


Talvez por isso a cidade inspire canções.

Porque cada planta precisa do seu habitat,

cada gente do seu chão.

E Mangaratiba é esse lugar

onde a vida encontra abrigo

para crescer do seu jeito,

com identidade,

com memória,

com afeto.


O Natal também mora

na Igreja de Nossa Senhora da Guia,

erguida com fé antiga;

no pescador que conhece o tempo do mar;

na mesa simples que reúne;

no gesto anônimo que cuida

sem esperar aplauso.


Aqui, famosos passam,

mas o que fica

é o essencial:

o povo,

a cultura,

a história compartilhada.


Que neste Natal

a estrela não nos aponte para longe,

mas para dentro:

para nossa responsabilidade com a terra,

com a memória,

com quem caminha ao nosso lado.


Que Mangaratiba continue sendo

habitat natural da vida,

da esperança

e do amor que insiste.


Feliz Natal.

Que o Menino nasça,

mais uma vez,

entre nós.


📝 Nota: Mangaratiba integra a Costa Verde fluminense e abriga áreas preservadas de Mata Atlântica, o Parque Estadual do Cunhambebe e a APA Marinha do Boto-Cinza. O município reúne comunidades tradicionais — incluindo os quilombolas da Marambaia e de Santa Izabel/Santa Justina — e um patrimônio histórico que remonta ao período colonial, com destaque para a bicentenária Igreja de Nossa Senhora da Guia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário