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domingo, 28 de dezembro de 2025

De 1982 a 2005: como o Brasil saiu da tutela do FMI

 


Dezembro de 1982: quando o Brasil perdeu autonomia

Dezembro de 2005: quando o Brasil virou essa página

A imagem acima sintetiza um fato histórico que muitos preferem esquecer — ou distorcer.

Em dezembro de 1982, o Brasil vivia uma grave crise econômica. A dívida externa já ultrapassava US$ 90 bilhões, as reservas internacionais estavam próximas do esgotamento e a inflação avançava de forma acelerada. Nesse contexto, o país foi levado a firmar acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Esses acordos não eram neutros. Vieram acompanhados de condicionalidades severas, como o corte de subsídios ao petróleo, o aumento dos preços da gasolina e do gás, arrocho fiscal e forte limitação da autonomia da política econômica nacional. O Brasil passou a ter suas decisões monitoradas por um organismo internacional, numa situação clara de soberania reduzida.

Esse quadro se prolongou, com idas e vindas, ao longo das décadas seguintes. Mesmo quando não havia acordos formais em vigor, o país continuava dependente da “chancela” do FMI para renegociar dívidas e manter acesso ao crédito internacional.

Foi apenas em dezembro de 2005, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esse ciclo foi encerrado. O Brasil quitou antecipadamente cerca de US$ 15,5 bilhões em dívida com o FMI, colocando fim a mais de 20 anos de tutela econômica.

Àquela altura, o cenário já era outro:


  • as reservas internacionais superavam US$ 50 bilhões;
  • o país apresentava superávit externo;
  • a dívida estava sob controle;
  • e o Brasil passava a enfrentar o sistema financeiro internacional com muito mais autonomia.


E um ponto fundamental: essa libertação não exigiu a entrega do patrimônio público. O pagamento foi feito sem a necessidade de vender estatais estratégicas como Petrobras, Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal — instituições que continuaram cumprindo papel central no desenvolvimento nacional.

Reconhecer esse fato não é idolatria. É memória histórica baseada em dados.
É reconhecer que houve, sim, uma decisão política clara de recuperar a soberania econômica do país.

Entre 1982 e 2005, o Brasil conheceu os limites da dependência.
Em 2005, deu um passo decisivo para superá-la.

E isso precisa ser lembrado.

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