Dezembro de 1982: quando o Brasil perdeu autonomia
Dezembro de 2005: quando o Brasil virou essa página
A imagem acima sintetiza um fato histórico que muitos preferem esquecer — ou distorcer.
Em dezembro de 1982, o Brasil vivia uma grave crise econômica. A dívida externa já ultrapassava US$ 90 bilhões, as reservas internacionais estavam próximas do esgotamento e a inflação avançava de forma acelerada. Nesse contexto, o país foi levado a firmar acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Esses acordos não eram neutros. Vieram acompanhados de condicionalidades severas, como o corte de subsídios ao petróleo, o aumento dos preços da gasolina e do gás, arrocho fiscal e forte limitação da autonomia da política econômica nacional. O Brasil passou a ter suas decisões monitoradas por um organismo internacional, numa situação clara de soberania reduzida.
Esse quadro se prolongou, com idas e vindas, ao longo das décadas seguintes. Mesmo quando não havia acordos formais em vigor, o país continuava dependente da “chancela” do FMI para renegociar dívidas e manter acesso ao crédito internacional.
Foi apenas em dezembro de 2005, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esse ciclo foi encerrado. O Brasil quitou antecipadamente cerca de US$ 15,5 bilhões em dívida com o FMI, colocando fim a mais de 20 anos de tutela econômica.
Àquela altura, o cenário já era outro:
- as reservas internacionais superavam US$ 50 bilhões;
- o país apresentava superávit externo;
- a dívida estava sob controle;
- e o Brasil passava a enfrentar o sistema financeiro internacional com muito mais autonomia.
E um ponto fundamental: essa libertação não exigiu a entrega do patrimônio público. O pagamento foi feito sem a necessidade de vender estatais estratégicas como Petrobras, Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal — instituições que continuaram cumprindo papel central no desenvolvimento nacional.
E isso precisa ser lembrado.

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