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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A necessidade de união das forças progressistas na política




Embora eu esteja em campanha em Mangaratiba, vou falar um pouco do panorama geral político aqui no RJ, incluindo o que tenho visto em outros municípios no que diz respeito às eleições de 2020.


Uma das coisas que venho observando  tanto aqui quanto em várias cidades do estado é a falta da união das forças progressistas capazes de contribuir com avanços nos aspectos políticos, sociais, culturais, ambientais e/ou até mesmo econômicos, se olharmos de uma ótica distinta da maioria dos grandes empresários. E, para não ficar restrito ao antigo e ultrapassado binômio esquerda-direita, prefiro fazer menção ao termo progresso que, por sinal, encontra-se estampado na bandeira do nosso país juntamente com o vocábulo "ordem".


Como sabemos, Marcelo Freixo desistiu de disputar a eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro alegando haver falta de unidade na esquerda. Na ocasião, o deputado federal do PSOL disse que a estratégia para vencer o presidente Jair Bolsonaro em 2022 passaria pelas eleições deste ano, reconhecendo o erro cometido pela oposição em 2018:

 

"Bolsonaro não venceu as eleições apenas pelos seus acertos, mas também pelos nossos erros. De todos nós. Não tem como separar 2022 de 2020. Que a gente não saia derrotado de 2020 e tenha sabedoria no primeiro e segundo turnos"


Já não sei até que ponto os resultados em 2020 influenciarão em 2022, considerando que, no pleito de 2016, o PSDB foi o partido que mais conquistou prefeituras no Brasil e o tucano Geraldo Alckmin terminou com apenas 4,76% dos votos em todo o país, tendo, praticamente, um terço da votação do terceiro colocado, Ciro Gomes. Já em 2000, dois anos antes da primeira vitória de Lula (2002), o PT e partidos de esquerda foram vitoriosos na maioria das capitais brasileira, reconquistando, inclusive, a administração paulistana, através da candidata Martha Suplicy.


Todavia, independente de se concordar ou não por completo com raciocínio do citado parlamentar, fato é que, pelo menos no âmbito no RJ, na maioria dos municípios fluminenses, as forças progressistas do país encontram-se desunidas e poderiam estar compondo alianças pelo menos visando uma melhora na gestão de cada município. Inclusive sem se importarem tanto com o que enfrentarão daqui uns dois anos, no pleito geral.


Na capital fluminense, uma pesquisa do Datafolha, divulgada na semana passada (deve estar vindo uma nova por esses dias), apontou, com base num levantamento feito nos dias 05 e 06 deste mês, Eduardo Paes com 30%, Marcelo Crivella com 14%, Martha Rocha com 10% e Benedita da Silva com 8%. Estas duas estão quase que empatadas tecnicamente. Já a quantidade de brancos e nulos pontuou em 22% entre os cariocas entrevistados, sendo que 3% não souberam se posicionar (ou não quiseram responder), não tendo nenhum dos outros dez concorrentes chegado a 4%. Três deles tiveram menos de 1% das intenções de voto!


Ora, por que toda a esquerda da cidade do Rio não apoia Martha Rocha que é deputada estadual pelo PDT e ex-delegada de polícia?! Ou, por que o PSOL não compôs uma aliança com o PDT lançando ela e Freixo numa mesma chapa?! Pois isso, certamente, ampliaria as chances de competir com a máquina e com a prejudicial influência religiosa, viabilizando uma colocação da dita esquerda no segundo turno. Porém, além do PT ter lançado a Benedita, que não é um nome novo na política, o próprio PSOL apresentou a candidatura da deputada estadual Renata Souza (com 3% das intenções de votos) e a REDE fez o mesmo com Bandeira de Mello, cuja pontuação se equipara à da parlamentar psolista.


Na maioria dos municípios do interior do RJ, os quais pouco influenciam a corrida presidencial, também tenho visto situações semelhantes, sendo que as regras eleitorais nem ao menos permitem um segundo turno em mais de 80 desses colégios eleitorais por terem menos de 200 mil votantes. Em Nova Friburgo, onde morei de 1999 até 2011, além do atual prefeito Renato Bravo (PP), que tenta a reeleição, há outras 15 candidaturas disputando a cadeira número 1 da cidade. Dessas, pelo menos três ou quatro poderiam estar unida, apenas por identidade ideológica, em torno do ex-vereador Cláudio Damião e, talvez, umas oito ou nove teriam motivos para compor com ele levando em conta um interesse comum de governar o município. Só que a oposição preferiu se fragmentar.


Por sua vez, Itaguaí, cidade vizinha a Mangaratiba, com menos eleitores que a serrana Nova Friburgo, tem quase o mesmo número de candidatos a prefeito, sendo ao todo 15, incluindo o governante interino Rubem Vieira de Souza, o "Dr. Rubão". Este ocupa a cadeira de prefeito desde o impeachment de Charlinho e de seu vice Aberladinho.


Já aqui em Mangaratiba, foram sete os pedidos de candidatura para as eleições majoritárias, além de haver 229 cidadãos que disponibilizaram seus nomes para concorrer às 13 cadeiras na Câmara Municipal. Porém, para uma cidade com menos de 40 mil eleitores, é muita gente se lançando numa aventura política, sendo que nem todas as nominatas foram satisfatoriamente preenchidas com candidatos a vereador. Numa delas, por exemplo, há somente três homens e uma mulher, de modo que considero praticamente impossível os quatro concorrentes atingirem as chamadas "vagas de sobra" que foi uma inovação nas eleições brasileiras, graças à reforma de 2017 que alterou o § 2º do art. 109 da Lei Federal n.º 4.737/1965 (Código Eleitoral).


É certo que essa nova regra veio favorecer partidos com menor expressão ou com candidaturas alternativas no que diz respeito às eleições proporcionais para vereador, caso não alcancem o quociente eleitoral.


Vale destacar que, na eleição proporcional brasileira, é o partido que recebe as vagas, e não o candidato. Isso significa que, nesse tipo de pleito, o eleitor, ao votar no dia 15 de novembro, estará escolhendo ser representado por determinada legenda e, preferencialmente, pelo candidato por ele definido, mas que poderá entrar ou não. Ou seja, o voto para vereador indicará quantas vagas determinado partido vai ter direito, cabendo ressaltar que, mesmo se um candidato tiver votação expressiva, vindo a ser o mais votado na cidade, ele poderá não ser eleito, se o partido não conquistar a vaga.


Ressalte-se que é somente a partir daí que os candidatos mais votados poderão preencher as cadeiras recebidas pelos partidos, conforme a sua colocação. Isto é, o candidato que obtiver o maior número de votos dentro de determinado partido ficará em primeiro lugar na lista. É o que chamamos de "lista aberta".


Para não me alongar muito no texto, prefiro não explicar agora como se calculam o quociente eleitoral, o quociente partidário e as sobras, o que é feito em conjunto com a apuração da chamada "cláusula de barreira", a fim de ser definida a votação mínima para um candidato ser eleito (alcançar pelo menos 10% do quociente eleitoral). Porém, o que estou querendo dizer é que, até mesmo nas eleições para vereador, tem faltado estratégia e cooperação diante dessa matemática que é muitas das vezes cruel, sendo Niterói uma das poucas exceções no RJ onde a candidatura a prefeito do ambientalista Alex Grael do PDT, apoiado também por SOLIDARIEDADE, PT, CIDADANIA, PP, PL, PATRIOTA, AVANTE, PV, MDB, PSB, PRTB, REDE e PCdoB, muito tem me animado, levando a acreditar que o futuro governador possa vir do lado leste da Baía de Guanabara.


Concluo dizendo que, se queremos ver progresso na política das nossas cidades e do país, é fundamental haver união, consciência, foco nas questões principais e menos interesse pessoal ou corporativo. Pois, sem esse entendimento, a luta fica muito mais difícil. Mas, ainda assim, não se deve desistir de modo que tenho prosseguido com a minha candidatura a vereador em Mangaratiba, junto com Aarão e Brandão, componentes da chapa da coligação Resgatando Mangaratiba por Amor, formada por CIDADANIA, PSDB, PRTB, PL e AVANTE.


Ótimo feriado a todos!


RODRIGO ANCORA - 70272

CNPJ N.º 38.906.783/0001-40 ELEICAO 2020 RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ VEREADOR

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