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domingo, 11 de outubro de 2020

O que pode haver de "novo" na política?!



De tempos em tempos surgem pessoas falando na construção de uma "nova política", muitas das vezes tentando emplacar uma candidatura sem raízes e se aproveitando da insatisfação social.


No entanto, precisamos aprender a desconfiar de uma possível falácia, vocábulo este que tem a origem no termo em latim fallacia, significando aquilo que engana ou ilude.


Há mais de dois milênios, o autor do livro bíblico de Eclesiastes, assim refletiu sabiamente a respeito da vida:


"O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do sol. Haverá algo de que se possa dizer: "Veja! Isto é novo! "? Não! Já existiu há muito tempo; bem antes da nossa época. Ninguém se lembra dos que viveram na antiguidade, e aqueles que ainda virão tampouco serão lembrados pelos que vierem depois deles." (Ec 1:9-11; NVI)


Fato é que muitas das vezes falta ao ser humano memória e consciência histórica acerca do próprio passado vivido e mais ainda das gerações de seus pais, avós, bisavós e demais ancestrais.


Hoje vejo alguns conservadores defendendo a monarquia e, embora pouco me preocupe sobre qual a forma de governo adotada por um país (o sistema sim importa), o certo é que os nossos tataravós teriam reagido à Proclamação da República, caso o 2º reinado tivesse sido assim tão maravilhoso, como defendem os monarquistas, ao invés de ficarem inertes.


Também vejo gente defendendo uma intervenção militar, chegando inclusive a distorcer a Constituição. Não vou  discutir esse assunto agora. Porém, se a ditadura houvesse sido mesmo boa, será que o povo teria aderido ao movimento das Diretas Já em 1984, comparecendo às gigantescas passeatas e comícios realizados?


Todavia, a nossa insatisfação muitas das vezes nos torna ansiosos e, por sua vez, nos faz reféns do engano (e do auto-engano), tal como ocorreu na primeira eleição para presidente após o fim do regime militar. Foi quando o então jovem candidato Fernando Collor de Mello conseguiu ser eleito em 1989, com o slogan de ser o "caçador de marajás", vencendo, no primeiro turno, concorrentes históricos na política brasileira como Leonel Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf e Ulysses Guimarães. Porém, a sua desastrosa gestão acabou decepcionando aqueles que tanto desejavam combater a corrupção que hoje em dia é muito maior que há trinta anos.


Para não precisar citar exemplos mais recentes em âmbito nacional, cujos governos não foram nada condizentes com os discursos feitos em campanha, passo logo para a situação local de Mangaratiba.


Acompanhando a onda que agitou o país a partir da operação Lava-Jato, vários municípios começaram a falar em renovação já no pleito de 2016. E, em Mangaratiba, isso oportunizou o crescimento de uma terceira via naquele pleito, coisa que nas eleições majoritárias anteriores não ocorreu pois sempre ficaram polarizadas entre dois candidatos.


Podemos dizer que a votação do terceiro colocado naquela eleição foi, sob certo aspecto, surpreendente. O então vereador Alan Campos da Costa (Alan Bombeiro) conquistou uma expressiva votação de quase sete mil votos (exatos 6.952), com pouca diferença para o segundo, Dr. Ruy, que, apesar de exercer o cargo de prefeito, conseguiu somente 8.430 sufrágios. E, ainda assim, com a oposição dividida, a população de Mangaratiba, conduziu à administração da cidade, pela terceira vez, Aarão de Moura Brito, com 10.111 votos.


Infelizmente, houve uma perda de mandato do prefeito eleito, gerando uma dupla vacância, por aplicação retroativa da Lei Complementar n.º 135/2010, devido a um entendimento firmado pela maioria dos ministros do STF, no apertado julgamento de um recurso extraordinário com repercussão geral. Deste modo, o Município teve que passar em 2018 por uma eleição suplementar que coincidiu com o segundo turno do pleito presidencial e para governador. Então, seguindo a tendência nacional de "renovação política", Alan Bombeiro teve a sorte de vencer a disputa em Mangaratiba sem que houvesse candidaturas competitivas.


Todavia, o seu governo, assim como o de Collor, não tem sido nem um pouco condizente com as promessas feitas na campanha, com os seus vídeos de propaganda, com o plano de governo apresentado à Justiça Eleitoral ou com as entrevistas dadas à ONG Mangaratiba Cidade Transparente. Pelo contrário, muitos aqui no Município foram surpreendidos com uma política que tanto maltratou a cidade e a sua população, capaz de afugentar os poucos investimentos privados que recebemos e revoltando também os servidores públicos de carreira, apesar do slogan de um "novo tempo" que faz parte da logomarca atual pela Prefeitura.


Enfim, não temos visto nada novo debaixo do céu (ou do sol) de Mangaratiba. Pois o que vem se repetindo nessa gestão horrível são as consecutivas violações dos limites de gastos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (são sete quadrimestres dos quais cinco são exclusivos do atual prefeito), excesso de cargos comissionados com pessoas de fora do Município nomeadas, nada de concurso público ou de valorização dos funcionários de carreira, uma absurda falta de transparência a ponto de nem nos decretos e as leis municipais serem atualizadas no portal da Prefeitura, dados que não são atualizados diariamente no Porta da Transparência, etc.


O que se pode concluir pela experiência, meus amigos, é que não existe (e nunca existiu) uma "nova política". Pois o que de fato temos seriam a boa política e a má política, sendo que esta, não raramente, precisa ser vendida como uma novidade para enlaçar os eleitores e apoiadores.


Em 15 de novembro, teremos a oportunidade de reparar a injustiça cometida contra o prefeito legitimamente eleito em 2016, escolhendo Aarão pela quarta vez para governar a nossa cidade e trazendo de volta os bons tempos. E, como dizemos entre nós, seus apoiadores de campanha, dias melhores voltarão!


Uma excelente tarde de domingo a todos!


RODRIGO ANCORA - 70272

CNPJ N.º 38.906.783/0001-40 ELEICAO 2020 RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ VEREADOR

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