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domingo, 24 de janeiro de 2016

O pão de cada dia




Esperar por um pão quente e fresquinho pela manhã (ou à tarde) tem sido um hábito até hoje mantido por boa parte dos brasileiros. Vejo frequentemente essas cenas quando vou às compras no supermercado Costa Verde em Muriqui.

Enquanto eu prefiro levar para casa um pão integral industrializados, a maioria dos clientes do mercado resolve se espremer na fila enquanto o alimento assa no forno. Para abrir as portas de vidro da geladeira na qual ficam estocados os iogurtes, preciso pedir licença aos consumidores ali instalados, todos à espera do desejável produto que a minha sogra Nelma apelidou de "pão venenoso".

Nos últimos 17 anos, aprendi a gostar de variedades. Além do pão integral comum, aprecio aqueles que levam sementes, ervas ou castanhas misturadas na massa. Vez ou outra, substituo o alimento à base de trigo pelas deliciosas tapiocas, as quais ficam ótimas quando acompanhadas por queijo mais aquela xícara de café fresquinho. E, se descascar raízes não desse tanto trabalho, confesso que comeria muito mais aipim, inhame ou cará pela manhã.

Apesar disso, dizer que deixei de me interessar pelo tradicional pãozinho de sal seria uma inverdade. Pois, nas oportunidades que tenho para degustar esse alimento ainda popular, faço uma festança de lamber os beiços. Mesmo se o produto estiver frio ou "dormido".

Quando criança, o meu cafe da manhã era quase sempre com o pão francês. Também nas casas de meus avós era assim, embora o vovô Sylvio costumasse comprar também o pãozinho de milho para diversificar os gostos. Só que, naquela época, por ser uma criança enjoada, ficava removendo a erva-doce sismando que fossem bichos. Hoje, porém, de modo algum dispenso uma delícia dessas se a colocam na minha frente.

Se me perguntarem por que não como mais o pão de sal com a mesma frequência dos tempos de infância, digo que tenho razões variadas. Um dos motivos seria o gosto por variedades como já expus. Outro para cuidar da saúde (principalmente por causa da dieta de minha esposa Núbia que fez sua cirurgia bariátrica no ano passado). Mas a maior razão deve-se ao fato de que detesto as filas. Pois, como sou um cara muito prático, não quero perder tempo indo todas as manhãs à padaria, esperar o produto sair quentinho do forno para somente então tomar o café. Até porque tem dias que acordo antes das seis e o comércio daqui ainda se encontra fechado. 

Com toda sinceridade, prefiro levantar da cama e comer logo a primeira refeição do dia. E aí vai o que tiver em casa. Mesmo se forem só aqueles velhos biscoitos de água e sal com alguma coisa quente para beber.


OBS: Ilustração acima extraída de uma página da EBC com atribuição de autoria a Roosewelt Pinheiro da Agência Brasil, conforme consta em http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2016/01/conheca-historia-do-pao

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