Páginas

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Afinal, quanto dinheiro nós realmente precisamos?

Muito interessante esta mensagem de John Piper, "Por que eu abomino o evangelho da prosperidade?", criticando veementemente a teologia que certos pregadores divulgam e que se confronta com o propósito bíblico.

O conteúdo de sua pregação me fez refletir também sobre a questão como lidamos com o dinheiro, pois muitas das vezes cobiçamos coisas além do necessário para a nossa manutenção e para realizar os propósitos que Deus coloca nos corações de seus servos.

Não será esta a razão pela qual muitas pessoas (seguidoras ou não do "evangelho da prosperidade") andam frustradas com suas vidas?

Assista o vídeo e, se desejar, comente:


12 comentários:

  1. rodrigo, infelizmente a teologia da prosperidade é "bíblica"...(e nós estamos discutindo exegese lá no meu blog, não é?).

    afinal, na torá, existem vários textos que apoiam a dinâmica do "faça assim, que deus fará assado". a lista de bençãos e maldições de deuteuronômio está aí para ser interpretada fora de época e circunstâncias, inclusive as máximas que também eles gostam de apregoar tipo "você é cabeça e não cauda" ou "terás sempre para emprestar e nunca para tomares emprestado".

    li o link que você me deixou e fiz um comentário nele. os seus comentários para o meu último texto estão excelentes; já conhecia a obra de israel Knohl e suas teses são bem consistentes.

    mas como em quase tudo em matéria de teologia e história bíblica, a certeza é quase impossível.

    obs. e vê se sintetiza mais seus comentários meu amigo, senão você acaba escrevendo postagens em comentários...rssssss

    ResponderExcluir
  2. Olá Rodrigo!

    Vi seus comentários em meu blog e vim conhecer o seu espaço. Parabéns pela iniciativa, proposta e conteúdo do seu blog. Já o estou seguindo!

    Caso ainda não esteja seguindo o meu, já está convidado.

    www.hermesfernandes.com

    Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Fala, EDUARDO!

    Primeiramente, muito obrigado por me fazer pensar (rsrs) e enriquecer o debate no meu blogue com esta oportuna provocação.

    Não me parece que os teólogos da prosperidade de hoje estão mesmo de acordo com a proposta da Torah.

    É certo que a compreensão missionária da época era diferente dos tempos de hoje, pois havia a valorização das instituições da monarquia e do sacerdócio que se fazia em Israel. Se o povo se voltasse para Deus, o Eterno dia sua benção sobre as colheitas, os rebanhos, a saúde do povo, a fecundidade das mulheres e a vitória sobre os inimigos. Também o homem era individuialmente abençoado, se andasse com Deus, como foram os patriarcas.

    Entretanto, dificuldades e lutas existiam. Houve períodos de fome nos tempos de Abraão, Isaque e Jacó. Ao saírem do Egito, os israelitas enfrentaram amalequitas, tiveram necessidade de água e encontraram gigantes na terra da promessa, além de cidades fortificadas. Assim, o Mar Vermelho não parece ter sido um mar de rosas, mas algo que a princípio assustou o povo porque logo atrás estava chegando faraó e seu exército. E aí, nessas horas, o que tinha que prevalecer seria a fé e o relacionamento com Deus.

    Uma visão da Epístola aos Hebreus sobre os heróis da fé vem nos mostrar justamente o contrário dos pregadores da prosperidade. Primeiro o capítulo 11 nos fala que Abel foi morto por seu irmão (Deus permitiu o seu assassinato). A benção que Enoque recebeu foi o próprio relacionamento de ter andado com Deus que "o tomou para si". Noé perdeu tudo o que tinha de bens materiais no mundo antes do dilúvio. Abraão, apesar de ter recebido a promessa da terra, teve só a sua sepultura e foi um rico que morava em tendas, esperando por muitos anos o nascimento de Isaque.

    "Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra" (Hb 11.13; ARA)

    Ora, a palavra peregrino traduz muito bem o que é um hebreu. E o homem ideal do AT é um hebreu, um recabita, alguém que anda, não se torna sedentário. Alguém que continua sempre a procura de uma pátria até copreender que a sua porção é na cidade celestial (confere com os versos 14-16).

    Bom, será que tudo isto não seria suficiente para divergir dessas FALSAS teologias de prosperidade que são pregadas por esses pastores midiáticos?

    Eles vendem o sonho materialista da pátria terrestre, aquilo que muita gente quer - ganhar o mundo com o menor esforço. Fazem de suas propostas um tipo de solução mágica para os problemas imediatos das pessoas, sem estabelecerem as raízes da Torah nos corações onde semeiam.

    Enfim, eu vejo muita diferença. Vejo nesses pregadores de hoje aquilo que o Caio Fábio chama muito bem de "teologia moral de causa e efeito", como se fosse possível barganhar com Deus, de modo que o povo é induzido a cometer os mesmos erros de Caim, o qual esperou que sua oferta fosse aceita por ter trabalhado a terra (pelos méritos), sendo, na verdade, uma deturpação do enigma das bençãos e maldições de Deuteronômio.

    A causa e efeito existem, mas ninguém consegue ser a causa. Logo, é preciso encontrar graça aos olhos do Eterno.

    ResponderExcluir
  4. HERMES!

    Seja bem vindo ao meu blogue, mano!

    Já estava seguindo seu site há alguns dias.

    Participe sempre que desejar e venha nos abençoar com suas opiniões e comentários.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  5. EDUARDO,

    Ainda sobre o que colocou, eu diria que existe uma correta teologia de prosperida e outra falsa.

    A Bíblia realmente fala em dinheiro e, inclusive, com diferentes visões.

    No contexto de hoje, não me parece adequado alguém acumular riquezas nos últimos dias.

    Embora devamos comer o pão através do suor do nosso rosto ("quem não trabalha, não coma"), o que a Igreja de Atos faz é dividir com os pobres o produto da venda dos bens que seus membros mais avantajados possuem.

    É certo que os cristãos da metade do primeiro século aguardavam um breve retorno do Messias e, com o passar do tempo, a Igreja esqueceu-se disto passando a acumular bens e muitas riquezas.

    Entretanto, percebo que a volta de Jesus está mais perto do que antes. E daí acredito que, antes deste acontecimento, poderá haver um grande despreendimento da Igreja e um envolvimento maior com a obra missionária em emio a um tremendo avivamento. Algo que lembre as ofertas de Davi e de Israel na época dos preparativos para a construção do primeiro Templo. Aliás, escrevi a respeito disto em maio do ano passado:

    "Ofertas e Avivamento"
    http://doutorrodrigoluz.blogspot.com/2010/05/ofertas-e-avivamento.html

    ResponderExcluir
  6. rodrigo, não foi provocação, não, o tema está lá no deuteuronômio bem explícito: era só cumprir bem os mandamentos que o povo teria tudo; seria cabeça, venceria seus inimigos, teria colheita farta, etc, ou seja, tudo o que a tl hoje prega a partir da nossa "herança em cristo".

    você sabe que existem mais de uma tradição que foram responsáveis pela redação final da torá.

    vejo essas "divergências" como teologias diferentes dentro do próprio texto bíblico; aliás, essas "divergências" que na verdade não são divergências e sim, modos diferentes de entender a ação de deus está em toda a bíblia.

    já lhe disse que eu não faço uma leitura da bíblia aceitando que tudo ali foi fato histórico, real e concreto e sim, como algo real e concreto na subjetividade do encontro do homem com seu deus, ou seja, grande parte da bíblia para mim é mais teológica do que histórica e isso pode ser constatado facilmente pela arqueologia, crítica literária e pela religião comparada.

    bem, mas nada disso anula a sua crítica e a do piper sobre o assunto.

    mas cá entre nós, eu prefiro a teologia da prosperidade do que uma certa "teologia da pobreza" que esteve muito em voga por aqui principalmente nos meios pentecostais clássicos nos idos dos anos 70 e 80.

    equilíbrio é tudo na vida. em teologia também.

    abraços

    ResponderExcluir
  7. Ola Eduardo! Quando falei em provocacao nao foi no sentido pejorativo, mas sim construtivo, tipo suscitar debates.

    Concordo que nao se deve ler a Biblia querendo impor os fatos das narrativas como sendo historicos. Ate porque tratava-se de tempos onde a realidade misturava-se com a ficcao. Mas o que realmente importa seria mesmo o sentido espiritual que as historias nos ensinam de modo que a duvida sobre fatos historicos impede o leitor de mergulhar na revelacao.

    Sinceramente, rejeito tanto uma teologia de prosperidade quanto a da pobreza. Precisamos na verdade voltar ao Evangelho, ao entendimento de uma mensagem simples da Biblia, com base no amor ao proximo, na liberdade de agir a ponto de praticar a caridade sem legalismos ou auto-gratificacao e que contempla extravagâncias como ungir a Jesus com um perfume de seus 300 denarios... sem moralismos...

    Seria um equilibrio? Nao sei. Talvez chamaria estar no centro da vontade de Deus. Manter a essencia dos mandamentos - o amor. Logo, posso trabalhar, ganhar meu dinheiro, usufruir sadiamente dele e ainda ajudar outros com alegria, orando para que o Eterno me abencoe e me guarde, fazendo-me prosperar conforme Ele quer.

    Curiosamente, na Biblia, uns foram muito ricos e outros bem pobres e aparentemente infelizes. Existiu um rei Davi e um Jeremias

    ResponderExcluir
  8. rodrigo, provocar é comigo mesmo...rssssssssss

    gostei muito da sua resposta. quanto a essa frase

    "Mas o que realmente importa seria mesmo o sentido espiritual que as historias nos ensinam de modo que a duvida sobre fatos historicos impede o leitor de mergulhar na revelacao."

    concordo com você que o que importa é o sentido espiritual. mas também compreendo que a revelação deveria ser entendida nesse contexto espiritual e não histórico. ou seja, a revelação na verdade é produto do espírito humano e não da intervenção divina na história. sei que isso pode soar meio herege mas não seria isso mais lógico?

    ResponderExcluir
  9. Olá Rodrigo..

    vou visitar mais vezes seu blog...tá com um conteúdo maravilhoso

    parabens

    ResponderExcluir
  10. EDUARDO: "a revelação na verdade é produto do espírito humano e não da intervenção divina na história"


    Olá, Edu.

    Penso que o Soberano Deus, propositalmente, apaga os vestígios de sua intervenção na história. Aliás, veja o que diz este verso no livro de Tehilim (Salmos):

    "Pelo mar foi o teu caminho;
    as tuas veredas, pelas grandes águas;
    e não se descobrem os teus vestígios"
    (Salmo 77.19; ARA)

    Aleluia!

    Caio Fábio diz o seguinte a respeito deste verso:


    "Trata-se de um poder capaz de abrir o Mar Vermelho, de fazer o povo passar a pé enxuto por ele, mas é impossível achar vestígios do Deus que abriu as águas. É preciso ter fé para enxergar a intervenção poderosamente sutil do Deus que as abriu. Porque se vocês não tiver fé, se for procurar apenas os vestígios, você vai ficar com a teoria de que foi o vento que abriu o mar, e Deus não teve nada a ver com isso. Ora, isso acontece porque o poder dele é poderosamente sutil e sua soberania na história é esmagadoramente delicada. Estou afirmando isso porque, se não tivermos os olhos abertos, talvez não enxerguemos alguns dos atos e movimentos de Deus na história, realizados contra todas as previsões da história, dos historiadores, bem como dos especialistas." (extraído de "Jonas: O Sucesso do Fracasso". Duque de Caxias: Semear Literatura Evangélica, 2009. págs. 52 e 53)


    Dentro do que o Caio Fábio colocou, pergunto: será que não estamos assintindo Deus novamente intervindo poderosamente na história ao revolucionar democraticamente o mundo árabe e abrir para a Igreja uma nova porta missionária?


    Mano, sobre a segunda parte de sua afirmação acima destacada, eu diria ser necessário que o espírito humano torne-se sensível à voz do Espírito de Deus afim de que haja a revelação. Ainda assim, quem revela é Deus, de modo que a revelação torna-se um dom gratuito do Eterno. Nosso espírito por si mesmo não é capaz de encontrar a revelação sem o auxílio divino. Outrossim, a revelação não se acha pela mera leitura bíblica, pela frequência à igreja, ou num seminário teológico, mas creio numa atitude relacional do homem com Deus. Quando nos abrimos interiormente para Ele, sem reservas, inteiros.

    Deus abençoe o irmão!

    ResponderExcluir
  11. Herrera,

    Seja SEMPRE bem vindo, meu amigo! A casa é tua!

    Tenha uma semana cheia de paz!

    ResponderExcluir
  12. Eduardo (em tempo!)

    Acrescentando ao que lhe respondi, mas agora sobre meu comentário: "Mas o que realmente importa seria mesmo o sentido espiritual que as historias nos ensinam de modo que a duvida sobre fatos historicos impede o leitor de mergulhar na revelacao."

    Bem, eu poderia resumi-lo, com base numa canção portuguesa, dizendo: há um fado que é cantado e um outro que é sentido...

    Abraços.

    ResponderExcluir