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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Aceitando nossas diferenças dentro das escolas


Através do patrocínio do governo federal e de algumas empresas, foi produzido o vídeo abaixo, intitulado "Eu Não Quero Voltar Sozinho", com a finalidade de se combater a homofobia nas escolas.

No filme, Leonardo é um adolescente cego, amigo de Giovana. Esta leva-o diariamente da escola até sua casa ao final das aulas. Com a chegada de Gabriel à classe, inicia entre eles uma amizade, mas Leonardo vai se apaixonando pelo novo colega. No decorrer da história, ele passa a lidar com os ciúmes da amiga Giovana e começa entender os sentimentos despertados por Gabriel.

Muitas pessoas conservadoras têm criticado a produção, dizendo que o dinheiro público está servindo para instigar jovens na prática homossexual. Eu, porém, prefiro não fazer parte deste coro imbecil, retrógrado e preconceituoso, pelo que vejo uma certa importância social na iniciativa que poderá contribuir para a construção de uma sociedade mais tolerante.

Penso que, num mundo imperfeito, onde há profundas diferenças comportamentais entre as pessoas, é preciso promover a aceitação incondicional do outro. E, neste sentido, não acho errado que o dinheiro público tenha sido empregado com tal finalidade através de um material muito bem elaborado. Inclusive sobre a cena do beijo gay. Isto porque tais expressões de afeto homossexual precisam ser melhor trabalhadas entre as pessoas. Pois, mesmo que alguém não concorde, é preciso respeitar a opção ou condição do outro.

Uma das coisas que o curta metragem melhor me mostrou foi sobre a intolerância que ocorre nas escolas e isto eu diria que acontece em todos os sentidos porque, em geral, o adolescente repele pessoas com as quais ele não se identifica. Recordo que, tanto no 1º grau quanto no 2º, eu sofria bastante pressão dos colegas de escola pelo meu jeito de ser, por querer participar das aulas de uma maneira mais intensa e por não me enquadrar no comportamento medíocre deles.

Sendo assim, não tenho muita dificuldade em imaginar como deve ser a aceitação de um coleguinha homossexual dentro das escolas. Principalmente no grupo masculino que, em regra, é mais homofóbico do que as mulheres.

Como seguidor de Jesus, creio que a mensagem do Evangelho pode ser traduzida pela inclusão social de quem é diferente: os cegos vêem, os surdos ouvem, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, publicanos e meretrizes são perdoados e os pobres tornam-se destinatários da pregação do Messias.

Analogamente, penso que os homossexuais, que não escolhem os sentimentos que têm, devem ser incluídos em sociedade como seres humanos iguais a todos. Iguais em direitos. Iguais em falhas. Iguais em carências afetivas. Iguais em sonhos de vida. Iguais em necessidades espirituais.

Mais do que nunca, a escola pode e deve ser o lugar onde se aprende a tolerância dentro da sociedade.




OBS: A imagem foi extraída do Portal do Professor na página do MEC - http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=4916

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