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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Passeando uns dias pelo Ceará



Nestes últimos quatro dias, eu e Núbia saímos um pouco da nossa rotina e fomos pela primeira vez conhecer o estado nordestino do Ceará, onde mora Rosane, uma das suas maiores amigas. Viajamos mais de 2.200 quilômetros de Mangaratiba até à cidade de Fortaleza, sendo que, por óbvio, a quase totalidade desse percurso foi realizada pela via aérea ou não haveria tempo de irmos lá e voltar.

Até hoje, só fiz quatro passeios ao Nordeste, tendo sido a primeira vez a Porto Seguro/BA (1998), a segunda em Pernambuco e Paraíba (1999), Salvador e Ilhéus/BA (2005) e, nestes dias, na cidade de Fortaleza. Em fevereiro de 2000, até passei por uns municípios do Maranhão, quando trafeguei de noite pela perigosa rodovia Belém-Brasília, retornando de uma viagem no Pará. Só que aí não conto como uma visita turística em terras nordestinas.

Comparando com as outras capitais do Nordeste que eu havia conhecido nas duas décadas anteriores, o clima de Fortaleza seria bem diferente de Salvador, Recife ou João Pessoa, nas quais costuma chover bem. O Ceará é um estado seco, ensolarado e com bastante calor durante o dia. Porém, graças aos ventos que fazem no litoral, a temperatura torna-se agradável e mais suportável que o verãozão carioca. Principalmente quando chega a noitinha.

Graças a essas condições climáticas, pode-se dizer que o Ceará seria o destino ideal para quem deseja aproveitar o mar em qualquer época do ano já que o lugar é sempre quente e chove muito pouco. Afinal, estive numa cidade situada no paralelo 03º de latitude sul, banhada por uma corrente marítima quente em que as belas águas azuis das praias encontravam-se constantemente mornas e agradáveis para um banho.




E por falar em balneários, chegamos a ficar tanto na "Praia do Futuro" (20/10) quanto na "Praia do Japão" (22). Esta, porém, já se situa no município vizinho de Aquiraz, sendo, a meu ver, mais convidativa para passar o dia por ser um lugar razoavelmente rústico e menos agredido com as construções humanas. Porém, ambas são limpas situando-se de frente para um mar aberto e agitado com muitas ondas.

Ali mesmo, na Praia do Japão, resolvemos contratar um passeio de buggy pelas dunas, as quais se localizam bem próximas, na vizinha região da "Prainha". Confesso que, desde criança, eu era doido para conhecer um ambiente desses e descer escorregando pela areia, o que acabei fazendo quando chegamos ao nosso destino. Lá mesmo havia um tobogã que creio ter mais de quinze metros de altura da duna até o rio, sendo o visual fantástico.





Tanto o escorrega nas dunas quanto o passeio de buggy foram atividades inéditas para mim. Aliás, é bem emocionante o sobe e desce do veículo pela areia, cujo serviço custou R$ 130,00 (cento e trinta) reais para nós dois com uma duração de, aproximadamente, uma hora. Valeu a pena pela experiência!

Na volta, não perdemos a chance de conhecer e prestigiar o artesanato das mulheres rendeiras, as quais são lembradas numa popular música de xaxado de autoria atribuída ao quase lendário "Lampião". Bem ali no povoado da Prainha, elas expõem os seus produtos em pequenas lojas num espaço mantido pelo governo estadual. Na ocasião, aproveitei para presentear Núbia com duas saídas de praia feitas à mão e que levam semanas para ficarem prontas.





No entanto, Fortaleza não tem só praias! Além do turismo, que é muito forte na cidade, podemos também curtir vários eventos culturais, exposições artísticas e vida noturna, tratando-se do Município que, talvez, tenha o maior PIB do Nordeste. Sem esquecer que sua a população estimada supera os 2,6 milhões de habitantes, sendo que toda a metrópole (a sexta mais populosa do Brasil) conta com mais de 4 milhões de moradores.

Desse modo, no próprio dia 19, quando chegamos, e na noite de sábado (20), não deixamos de visitar o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura onde vimos duas exposições com esculturas e quadros. Achei bem interessante os trabalhos de marchetaria do artista Silvio Rabelo, sendo que também assistimos a uma apresentação no anfiteatro sobre o "Torém Ritual Sagrado" dos índios tremembés. Depois, fomos a uma apresentação de "chorinho" num conjunto de casas noturnas ali perto e que lembram um pouco o estilo da Lapa, no Centro do Rio de Janeiro.



















O nome "Dragão do Mar" cuida-se de uma homenagem ao histórico personagem cearense Francisco José do Nascimento (1839 - 1914), o qual foi um líder jangadeiro considerado símbolo do movimento abolicionista no estado. Isto porque, em 1881, quando ainda era vigente a escravidão negra no Brasil, ele se recusou a transportar os cativos para serem vendidos no sul do país. Inspirado no seu movimento, o Ceará tornou-se em 1884 a primeira província do Império livre do trabalho escravo.

Além desses locais, não perdemos a chande de conhecer os produtos regionais do Ceará no Mercado Central, a feirinha da Praia de Iracema, a catedral de Fortaleza e o parque ambiental do rio Cocó, onde há uma representativa vegetação de mangue dentro da parte urbana da cidade. Caminhamos a pé por esses lugares tanto na sexta, quanto no sábado e na noite do domingo.










Numa futura ida ao Ceará, pretendemos visitar lugares do interior do estado como as localidades de Jericoacoara, Canoa Quebrada, as serras e o seco sertão nordestino. Claro que para isso terei que dispor de mais tempo sendo que a estadia foi até curta para podemos percorrer todos os principais pontos turísticos de Fortaleza. Logo, desta vez, ficamos mesmo só pela região metropolitana.

Entretanto, o que importa é que tivemos uma estadia bem gostosa na capital cearense e fomos muito bem recebidos pelos anfitriões, Malaquias e Rosane, os quais residem num aprazível bairro distante cerca de meia hora do Centro e a dez minutos do aeroporto. O apartamento deles fica próximo a uma tranquila praça onde também aproveitamos para caminhar, conversar, beber um refrigerante e tomar um sorvete. E, caso não tivéssemos passeado pela cidade, só a oportunidade de convivência entre amigos já valeu a pena.








Devido ao seu imenso território, pode-se dizer que o nosso país abriga vários "brasis" com diferentes culturas, paisagens e climas. E, mesmo dentro do Nordeste, há uma ampla diversidade a ser considerada e digna de receber a nossa visitação, valendo lembrar que o povo do ceará é bem receptivo.

Amanhã minha vida volta ao normal com o atendimento jurídico que presto todas as quarta-feiras aos servidores municipais de Mangaratiba, na sede do sindicato deles. E, no domingo que vem (28/10), será o segundo turno das eleições presidenciais e de governador junto com o pleito suplementar para prefeito aqui do Município. Possivelmente, trabalharei como fiscal do meu partido numa das seções de modo que já curti antecipadamente pelo próximo final de semana.

3 comentários:

  1. Achei muito bacana sua narrativa sobre a visita ao Ceará. Escolheu muito bem as fotos e os lugares visitados. Realmente o nosso país é lindo e precisa ser muito mais conhecido pelos próprios brasileiros.
    Um forte abraço!

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  2. Realmente há muito o que ser conhecido dentro desse imenso país até hoje com o seu potencial turístico subaproveitado. Felizmente, as praias no Nordeste estão muito bem cuidadas, ao contrário que se vê por aqui no RJ.

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