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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Aproveitando cada oportunidade nova para turismar



Sempre gosto de conhecer novos lugares e de me aventurar. Se algum dia eu não mais estiver afim de empreender roteiros diferentes é porque já terei morrido.

Há cerca de três anos e meio que acompanho Núbia em seu tratamento contra a obesidade que ela iniciou no segundo semestre de 2014 indo a uma clínica em Botafogo, tradicional bairro do Rio de Janeiro. De lá pra cá, ela operou o estômago, mediante uma ordem judicial contra a operadora do plano de saúde, veio a perder bastante peso, tornou a engordar, emagreceu outra vez e agora, com 60 quilos, pretende fazer uma plástica reparadora.

Entretanto, nas vezes em que passei de carro em direção à clínica, reparei com grande curiosidade uma espécie de bonde que se locomove inclinadamente através de trilhos para o alto do Morro Dona Marta onde se encontra uma comunidade carente dentro de Botafogo. Trata-se de uma obra que foi inaugurada ainda no primeiro mandato do governo Sérgio Cabral sendo, se não me engano, seria anterior aos teleféricos do Complexo do Alemão e do Morro da Providência, os quais já havia conhecido.

Pois bem. Desta vez, tendo terminado a consulta médica, preferi adiar por algumas horas a volta para casa. Deixamos a clínica e fomos até o início do Dona Marta procurar onde ficava o tal bondinho que eu desejava tanto conhecer. Pedimos informações a algumas pessoas no trajeto e, rapidamente. chegamos lá, apesar de Núbia ter se sentido cansada logo no comecinho da caminhada.

Confesso que achei a estação do bonde meio que mal cuidada e necessitando hoje de uma boa reforma após mais de uma década de inauguração. Logo que se chega ao local de embarque, há bastante bicicletas estacionadas pertencentes aos próprios moradores e quase nenhuma placa de informação com direcionamento ao turista. Porém, ainda assim o morro recebe um número considerável de visitantes, sobretudo de estrangeiros.

O tipo de bonde que andei nesta segunda-feira eu já conhecia pois se assemelha ao que certa vez peguei quando fui conhecer, em março de 2012, a Igreja de Nossa Senhora da Penha, situada na Zona Norte do Rio de Janeiro. Só que, no caso do Morro da Dona Marta, são cinco estações, tendo que mudar de veículo na terceira para prosseguimento da viagem até à parte mais alta da comunidade, numa altitude que chega quase a 200 metros em relação ao nível do mar.


A vista dali é fantástica e permite o reconhecimento de vários lugares da Zona Sul do Rio como a Lagoa Rodrigo de Freitas, uma parte de Copacabana, o monumento do Cristo Redentor e, obviamente, trechos do próprio bairro Botafogo. O tempo, mesmo com uma previsão ruim para o começo da semana, até que ajudou naquela tarde de modo que só choveu quando já passavam das quatro horas.



Todavia, depois da última estação do bondinho, o visitante com alguma disposição pode subir mais um pouco andando a pé até o mirante da comunidade que fica bem no alto do morro. Porém, como é necessário percorrer uma trilha até lá e Núbia não estava com disposição (sendo que eu trajava uma roupa social, usando sapatos ao invés de tênis), preferi deixar essa aventura para uma outra oportunidade. Até porque não teria tanta graça deixar minha esposa sozinha por quase uma hora me esperando.


Durante o passeio, tivemos a oportunidade de conhecer Marisa, a qual trabalha como guia turística, além de ser também artista plástica e designer. Ela estava acompanhando uma visitante russa e nos deu muitas informações sobre o local. 


Juntos seguimos pelas escadarias do morro até o Espaço Michael Jackson que fica próximo à quarta estação do bonde. Trata-se do local onde o cantor, no ano de 1996, visitou o Dona Marta e gravou parte do videoclipe They don't care about us, havendo hoje ali uma estátua em homenagem ao popstar.



Este passeio acabou sendo muito breve porque tínhamos que retornar para Muriqui na mesma data e não queríamos pegar chuva. Por isso, não permanecemos muito tempo no Dona Marta de modo que, da laje do Michael Jackson, fomos direto para o bonde a fim de pegar o caminho de volta.

Apesar dos problemas relacionados com a violência no Rio de Janeiro, isso não significa que toda a cidade esteja vivendo uma guerra. Há realmente um certo nível de risco, mas que, a meu ver, não impediria a visitação num horário diurno de algumas comunidades carentes mais tranquilas.





De qualquer modo, recomendo aos interessados que não conhecem suficientemente o Rio que procurem serviços de guias turísticos que possam levá-los aos pontos certos, mostrando o melhor da cidade e evitando dores de cabeça. Pois, inegavelmente, os trabalhos de um profissional da área sempre agregam valor a um passeio.

Nesta segunda-feira, embora fosse um dia útil e tivesse meus afazeres, preferi não perder a oportunidade de conhecer um novo lugar. E, a meu ver, valeu a pena ter saído da rotina. Pelo menos deu mais sabor ao meu dia.


Ótima noite a todos!

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