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segunda-feira, 19 de março de 2018

Precisamos nos importar mais com os desafios da água!



Iniciou-se hoje em Brasília o Fórum Mundial da Água que é o maior evento do planeta sobre os recursos hídricos. É algo que reúne representantes de 175 países, dentre cientistas, governantes, parlamentares, juízes, pesquisadores e demais cidadãos interessados, sendo também uma grande oportunidade para acadêmicos, ativistas, formadores de opinião pública, professores governantes, legisladores e gestores do setor privados poderem se atualizar. 

Como se sabe, a água hoje em dia trata-se de uma importante temática tendo em vista os desafios das mudanças climáticas induzidas pelo ser humano, o rápido crescimento populacional e urbano, bem como a deterioração da qualidade da água. Cada vez mais tem aumentado a frequência e a intensidade dos furacões, deixando rastros de destruição como se tem visto em regiões dos EUA, Caribe, Filipinas e outros países mais. Tudo por causa das emissões excessivas e acumuladas de CO² que causam o efeito estufa.

Embora o Brasil esteja sendo o anfitrião desse Fórum (trata-se de sua oitava edição) e não soframos ainda com os grandes furacões, temos muito do que nos envergonhar considerando os recentes desastres ambientais ocorridos nesta década: o de Mariana (MG), em 2015, e o de Barcarena (PA), ocorrido há alguns dias atrás, no início deste mês de março. E uma das causas disso é que a fiscalização dos órgãos ambientais não tem sido satisfatória quanto aos empreendedores. Tanto é que hoje, durante a mesa de debates "Conectando Água e Clima", o professor da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion oportunamente questionou o motivo das grandes empresas "trabalharem de forma correta em seus países", e quando instaladas no Brasil, "não trabalharem corretamente", fazendo uma referência ao vazamento de depósitos da refinaria norueguesa Hydro, que contaminou rios no Pará.

Durante a sessão de abertura do evento, Michel Temer chegou a discursar. Na ocasião, o presidente informou que o seu governo trabalha em um projeto de lei cujo objetivo seria o de "modernizar" o marco regulatório do saneamento básico, mas não detalhou como seria a proposta e nem tão pouco informou quando pretende encaminhá-la ao Congresso Nacional.

Para o enfrentamento dos problemas relacionados á água, a UNESCO tem proposto soluções baseadas na natureza e que podem ter um papel importante na melhoria do abastecimento e na redução do impacto dos desastres naturais. O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, apresentado pela instituição, defende que reservatórios, canais de irrigação e estações de tratamento de água não sejam os únicos instrumentos de gestão hídrica à disposição. Para estes mesmos fins, é recomenda a chamada "infraestrutura verde", ou seja, soluções baseadas na natureza (SbN).

Em outras palavras as sugestões da UNESCO para ampliar a qualidade, quantidade e o acesso a água consistiriam na extensão da cobertura vegetal (para pastagens, zonas úmidas e floresta), a recomposição de solos, jardins suspensos e, principalmente, a proteção das bacias hidrográficas. E tal proposta relaciona-se com a política de incentivos a serviços ambientais a exemplo do que se vem buscando em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, tanto em ambientes rurais quanto urbanos. 

No relatório das Nações Unidas, um dos casos mencionados seria o da China em que o país asiático iniciou um projeto chamado "Cidade Esponja" com o intuito de melhorar a disponibilidade de água nos aglomerados urbanos. De acordo com o documento, trata-se de "reciclar 70% da água da chuva por meio de uma maior permeação do solo, por retenção e armazenamento, e pela purificação da água e restauração de zonas úmidas adjacentes", sendo que, até 2020, a previsão da Unesco é de que serão construídas 16 cidades-esponjas pelos chineses.

Com isso, podemos dizer que os debates no evento servirão para que a comunidade global possa repensar os seus paradigmas ecológicos em que as novas soluções precisam ser mais baseadas na natureza através das "infraestruturas verdes" que são subaproveitadas. E um dos exemplos aplicáveis desse novo conceito seria quanto à captação pluvial nas cidades. Ou seja, ao invés de coletarmos a água da chuva diretamente dos telhados, passaríamos a usar mais os chamados "telhados verdes", colocando plantas nos telhados, o que traria como benefício a redução das ilhas de calor nas áreas urbanas.

A programação do Fórum vai até sexta-feira (23/03) e a previsão é de cerca de 40 mil pessoas passem por Brasília. E, como já disse, cuida-se. portanto, de uma grande oportunidade para acadêmicos, ativistas, formadores de opinião, professores governantes, legisladores e gestores do setor privados poderem se atualizar

Vamos acompanhar!

4 comentários:

  1. Uma tristeza ver uma foto assim. Pobres das populações que ficam sem nada.
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    * PODOLATRIA: Parafilia ou Fetiche Sexual? *
    .
    Kisses

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    1. Olá, Vanessa.

      Realmente é muito triste sabermos desses desastres que, no caso, foi causado pela irresponsabilidade de uma poderosa empresa na região amazônica.

      Obrigado pelos comentários e retribuirei a visita.

      Beijos.

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  2. olá, Rodrigo!

    como vai? E Núbia?

    importante, mto importante o evento, que está acontecendo em Brasília. tudo o que diga respeito a esse bem precioso nos interessa, sobremaneira.

    as sugestões da UNESCO são excelentes, tal como a "Cidade Esponja". Os telhados verdes, tb. enfim, espero que Temer passe das palavras, ainda mal pensadas, da teoria a prática, melhor dizendo.

    é mto importante poupar, preservar e dar soluções para a água, que a cada dia vai ficando mais doente.

    grata por suas palavras lá no blog. a cirurgia a minha mão correu bem, mas há k dar um tempo.

    beijos para ambos e espero que Núbia esteja melhor. eu passo lá, depois.

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    1. Olá, CEU.

      Fico feliz que esteja bem e que tenha retornado à blogosfera.

      Sobre o Temer, não acredito em nenhuma palavra vinda dele. Foi tudo um mero discurso pois, na prática, o governo dele tem sido um aliado da bancada ruralista, isto é, dos desmatadores das florestas.

      De qualquer modo, o evento está sendo excelente. Uma grande oportunidade para a população brasileira informar-se do assunto, muito embora as fofocas nocivas da política atraiam mais as atenções da sociedade e da mídia daqui. HOje, por exemplo, a maior audiência da tarde teria sido o julgamento do Lula e a perda de mandato do governador do estado do Tocantins.

      Um abraço.

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