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domingo, 11 de março de 2018

Alckmin e Marina precisam se unir nas eleições 2018!




Quando analiso os números das pesquisas eleitorais, observo que Marina Silva (REDE) é quem mais tem chances de vencer as eleições num cenário sem o Lula (PT), o que é mais provável de acontecer num esperado segundo turno. 

De acordo com os dados divulgados quarta-feira (07/03) pelo Instituto MDA, em pesquisa encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), embora o ex-presidente siga liderando as intenções de voto com 33,4%, eis que o deputado Jair Bolsonaro (PSC) aparece com 16,8% acompanhado pela Marina com 7,8%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 6,4% e Ciro Gomes (PDT) com 4,3%. Porém, se o petista não insistir em tumultuar as eleições, uma vez que já se encontra inelegível por causa do processo do tríplex, a situação eleitoral muda de figura. Deste modo, quem estiver hoje pontuando em terceiro, quarto ou quinto lugar passa a ter chances de derrotar Bolsonaro num quase certo segundo turno.

Se pararmos para refletir, uma eventual desistência do Lula não transferiria a maioria dos votos deste para o candidato de seu partido, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Muito pelo contrário! Pois outros candidatos mais conhecidos e com um perfil, digamos, um pouco inclinado à "esquerda", a exemplo de Ciro e Marina, seriam beneficiados com as novas intenções do eleitorado ao mesmo tempo em que aumentariam os números de indecisos, votos nulos e em branco. 

Por conta disso, existe a real possibilidade de termos um segundo turno envolvendo Bolsonaro versus Ciro ou Bolsonaro versus Marina, sendo baixas as chances de Alckmin chegar lá. Ainda mais com a entrada de Álvaro Dias (PODE), Collor (PTC) e de Rodrigo Maia (DEM) na disputa, os quais, respectivamente, figuram com 3,3%, 1,2% e 0,6%. E, nesse contexto, deve-se considerar o desastre que está sendo o governo Temer e a impopularidade das reformas promovidas pela sua gestão junto com os partidos da base aliada, o que, por sua vez, respingará até em Alckmin que não concordava com a estúpida presença do PSDB no Planalto abocanhando ministérios.

É certo que o eleitor comum não faz todas essas associações em sua superficial análise já que o brasileiro não costuma votar em partidos e tão pouco ideologiza os seus candidatos. Daí fico pensando como seria o cenário se Alckmin desistisse de ser candidato a presidente e se colocasse à disposição em vir apenas como vice da Marina Silva?

Não tenho dúvidas de que tal aliança entre a REDE e o PSDB afastaria alguns eleitores de esquerda mais radicais hoje com intenções de voto em Marina, mas acredito que fortaleceria uma sensata opção moderada de "centro" para o Brasil. Isto porque, além do aumento no tempo de TV, a coligação atrairia a confiabilidade do mercado para a nova candidatura formada porque a futura presidente passaria a ter um vice responsável e que já foi testado e aprovado nas suas ações como gestor. Ou seja, lembraria a vitoriosa campanha de FHC em 1994 quando os tucanos precisaram aceitar a divisão da chapa com a Frente Liberal que era o antigo PFL (atual DEM).

Parece ironia do destino, mas o Brasil poderá, pela terceira vez consecutiva, eleger uma mulher para presidente. Basta haver um estratégico aliançamento entre os candidatos do bem e um discurso realista que desconstrua as falácias de um populista da direita que se inspira nas radicalizações infelizes de Donald Trump. E vale lembrar que, em 2014, Marina apoiou Alckmin para governador de São Paulo e também o candidato do PSDB no segundo turno contra Dilma a fim de que houvesse a indispensável alternância de poder. Isso jamais poderá ficar esquecido no ninho tucano.

Ótimo domingo a todos!

OBS: A imagem acima refere-se aos "santinhos" da campanha de Marina Silva que foram distribuídos pelo PSB em São Paulo na reta final do primeiro turno das eleições e 2014 incluindo o nome do tucano Geraldo Alckmin como candidato ao governo do Estado.

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