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quinta-feira, 22 de março de 2012

E vovó finalmente descansou

Assim foi a agitada manhã do dia 21/03. Eu ainda estava deitado na cama quando minha esposa Núbia veio me chamar dizendo:

“Ligaram para a casa de sua mãe do hospital pedindo o comparecimento urgente da família!”

Não informaram qual era o motivo do aviso. Eu, porém, logo presumi que se tratava do falecimento de minha avó materna. Isto porque eu já sabia dos procedimentos adotados pelas instituições hospitalares em tais casos conforme havia me prevenido minha tia do lado paterno que é assistente social aposentada do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ. Aí imediatamente falei para minha esposa, a sogra e a cunhada que estavam aqui em casa:

“Ela faleceu. Amor, peço que fique ao lado de minha mãe que eu vou ao hospital resolver o que tiver que ser feito”.

Vovó estava internada no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla desde 10/03 e permaneceu no CTI por cerca de sete dias. Seu quadro era bem grave e praticamente impossível de ser revertido. Quando ela entrou no nosocômio, transferida da emergência de outra unidade de saúde, o diagnóstico ainda não concluso já indicava anemia profunda e pneumonia nos dois pulmões, sendo que já havia a desconfiança de uma complicação anterior – um tumor de cólon. E isto só foi descoberto através de uma tomografia computadorizada realizada fora do hospital, numa clínica conveniada ao SUS, justamente na data anterior ao óbito.

Como presunção nunca é certeza, resolvi não demorar para chegar em Acari (bairro onde fica o hospital), tomando as precauções que lembrava e portando toda a documentação minha e dela. Tentei até ligar antes para lá, porém ninguém atendia o telefone e a chamada era sempre direcionada para o envio de fax. Passei então na clínica para pegar o resultado da tomografia e extrapolei os limites das minhas condições econômicas pegando um táxi. Afinal, se minha avó ainda estivesse viva e o hospital precisasse do laudo do exame ou de uma decisão minha que era o curador dela, não seria nada apropriado pegar ônibus e depois metrô tendo disponível alguma soma em dinheiro para gastar naquele dia.

Antes de conversar com o médico, consegui confirmar o falecimento com uma funcionária do hospital. Durante o final da manhã e boa parte do período vespertino, fiquei cuidando de todo o assunto burocrático e telefonando para pessoas da família. Depois de conseguir a declaração médica, fui reconhecer o corpo, contratar uma funerária, comparecer ao cartório de registro civil da circunscrição, fazer a certidão de óbito, pegar a guia de sepultamento e trazer este documento à funcionária do hospital que havia me indicado os serviços da Santa Casa de Ramos para finalmente poder retornar para junto de meus familiares.

Mas que luta foram todos estes dias! Quanta angústia neste mês de março!

Na noite do dia 20 para 21/03, algumas horas antes do falecimento, eu estava me sentindo exausto. Antes mesmo de vovó ir para o hospital, quando ela ainda se encontrava na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Tijuca, de 05 a 10 de março, eu já a visitava quase todos os dias. Cheguei a ingressar com uma ação judicial para que ela conseguisse ser internada num local onde pudesse receber transfusão de sangue. Diariamente tentava obter notícias médicas e tive meus aborrecimentos ao tentar falar com o serviço social do Ronaldo Gazolla por causa do restrito horário de entrada do acompanhante. Meu tempo andava super escasso e me impossibilitando de realizar outras coisas. Então, no auge da exaustão, indaguei no meu íntimo:

“Até quando aquela luta continuaria? Por quantas semanas ou meses eu ainda permaneceria indo e voltando daquele distante hospital? Como ficariam o meu trabalho, minhas finanças e a atenção que preciso dar à minha esposa com seus preocupantes transtornos psíquicos diante de uma situação tão instável? Seria justo deixar vovó sozinha dentro daquele frio CTI já que outras pessoas da família não estavam indo sempre lá? Será que eu me sentiria bem comigo mesmo dando as costas para o problema e cuidando só da minha vida?”

Em guerra contra os meus desejos ruins e egoístas, meditei antes de dormir pensando no episódio dos evangelhos sinóticos que fala sobre a agonia de Jesus no Getsêmani, momentos antes de sua prisão, quando ele direcionou sua angústia para Deus pela via da oração e, ao final, pediu que não fosse feita a sua própria vontade mas sim a do Pai.

Concluí então que, se vovó durasse mais outra semana, amém. Se ela aguentasse mais tempo no hospital, saísse milagrosamente do CTI, retornasse para a enfermaria, passasse por uma clínica de reabilitação e voltasse para casa, amém também. E, se Deus quisesse levá-la logo, o que se haveria de fazer? Em todos os casos, inclusive nas hipóteses não vislumbradas, restar-me-ia somente a tarefa de continuar prestando o meu apoio indo até aquele hospital e fazer a minha parte para glorificar unicamente ao Pai. Jamais o meu insuflado ego.

Sem que a dor de minha avó se prolongasse pelas próximas semanas desta estação outonal, Deus a levou em seus braços por volta das 8:30 desta quarta-feira (ontem). Segundo contou-me verbalmente o médico do CTI Dr. Joel Freitas de Castro, ela teria dormido bem à noite e, pela manhã, sofreu uma parada respiratória sem a equipe de plantão ter alcançado algum êxito quanto às tentativas de reanimação. E, assim, finalmente chegou o seu momento de encontrar-se com a Suprema Realidade, a única certeza que temos nesta vida.

Imagino que, quando minha avó passou para o além, sua consciência deve ter notado a ausência daqueles terríveis dores que tanto a faziam gemer e gritar na cama do hospital. Talvez ela tenha se dado conta da presença de uma paz acolhedora e despertou no Paraíso. Seu sofrimento físico nesta vida tinha finalmente terminado. Agora é só descansar e esperar o grande evento simbólico da Bíblia chamado de ressurreição.

Fizemos o enterro entre o final da manhã e o começo da tarde de hoje no cemitério São João Batista, situado em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Contamos com o apoio financeiro de uma prima que arcou com todas as despesas funerais e cedeu o jazigo perpétuo da família Albuquerque. Contamos também com a presença de vizinhos da vila onde vovó morava aqui no Grajaú e de uma ex-namorada de meu irmão Thiago, além de um outro primo acompanhado por sua gentil esposa. E dali fui com Núbia almoçar no bairro vizinho de Copacabana (no outro lado do morro do cemitério) onde preferi alimentar-me como se estivesse celebrando um momento especial sem nutrir dentro de mim sentimentos de culpa. Tomei uma atitude semelhante a do rei Davi depois dos sete dias em que o monarca de Israel passou de luto pelo adoecimento do seu primeiro filho com Bete Seba até a morte do bebê (2Sm 12.15-24). E fui também consolar Núbia dando-lhe um petit gateau com sorvete de sobremesa já que ela se entristecera bastante pela partida da vovó.

Em menos de seis meses, perdi minhas duas avós. Primeiro foi a mãe do papai falecida em 27/09/2011, com 89 anos, na cidade de Mangaratiba. Neste 21/03, porém, foi a vez de minha avó materna aos 76 anos. Ambas sofreram de parada respiratória em seus últimos instantes e estavam hospitalizadas. Em vida, brigaram bastante quando eu ainda era criança. Talvez por motivos de ciúmes em relação ao neto. Porém, nos últimos anos, as duas velhinhas já estavam se dando relativamente bem, a ponto da mãe do papai ter ajudado bastante a avó materna no tratamento dos seus problemas de saúde. Agora elas estão descansando nas mãos de Deus e encontrando um acolhimento incomparável que, nesta terra, não fomos capazes de lhes proporcionar.


OBS: Marisa de Albuquerque (Rio de Janeiro, 16 de junho de 1935 - 21 de março de 2012) era filha única de Guilherme de Albuquerque e de Maria Nazareth de Albuquerque. Casou-se com o grego de origem egípcia Georges Nicholas Phanardzis, em 07 de janeiro de 1956, do qual veio posteriormente a se desquitar em 1965 e, finalmente, divorciar-se com a aprovação da Lei do Divórcio. Aposentou-se proporcionalmente como agente pública estadual da área de saúde (serviço que o governo não prestou satisfatoriamente nos momentos que ela mais necessitava) e deixou dois filhos maiores: minha mãe Myrian Phanardzis e meu tio Luiz Augusto Phanardzis, o qual vive nos Estados Unidos da América desde 1986. Quanto aos netos, somos cinco: eu, meus irmãos Thiago e Marina, mais os dois primos norte-americanos Matt e Christian. Já doente, após ter quebrado o fêmur direito em abril de 2010, vovó recebeu a graça de ver o primeiro bisneto. Trata-se do menino Henrique, filho de Marina e que tem atualmente um ano e nove meses.

17 comentários:

  1. Rodrigo, meus sentimentos pelo ocorrido. Que Deus conforte sua família, especialmente sua mãe. Eu dessa história que venho acompanhando fico comovida com seu amor por sua avó. Hj em dia as pessoas abandonam seus velhos e não foi assim com vc, que desde o início se preocupou, pediu oração, fez a sua parte. Belo testemunho.
    Um abraço e conforto para vcs! Fica com Deus

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  2. Olá, Mariani!

    Muito obrigado por sua carinhosa mensagem, amiga.

    Entendo a prática do amor como uma necessidade de sobrevivência coletiva. Como havia dito o poeta anglo-americano Auden, "amem-se uns aos outros, ou perecerão".

    Dentro deste contexto, minha tia Lourdes (esta que foi assistente social do HUPE) enviou-me este excelente artigo do Boff que compartilho a seguir.

    Mais uma vez te agradeço pelo seu comentário e participação.


    O cuidado essencial

    Por Leonardo Boff

    Consoante um mito romano antigo, na formação do ser humano entraram em ação dois deuses primordiais a Terra dando-lhe o corpo e beleza e o Céu conferindo-lhe vida e energia. Mas para que o ser humano pudesse viver como humano e mantivesse Ceu e Terra unidos nele, deveria ser acompanhado pelo Cuidado, por todo o tempo de sua vida.

    É fácil de se entender por que no ser humano há Ceu e Terra, espírito e matéria, transcendência e imanência. Difícil é se entender o por quê do cuidado. A meditação filosófica tirou isso a limpo. Precisamos do cuidado porque sem ele o ser humano não vive nem sobrevive. Um recém nascido deixado a si mesmo, após poucas horas, morre. Se não cuidarmos de nossa saúde, de nossa formação permanente e de nossa espiritualidade, lentamente, vamos degenerando, adoecemos, nos desatualizamos e embrutecemos. O cuidado é a maior força que se opõe à lei suprema da entropia, vale dizer, do desgaste natural das coisas. Tudo o que cuidamos dura muito mais, desde a camisa que usamos até as mãos que escrevem este texto.

    O cuidado é uma relação amorosa para com a realidade, pois pelo cuidado nos envolvemos com ela e mostramos nosso interesse e até preocupação com ela. Mas, o cuidado é mais que tudo isso. Ele é a atitude que antecede a todos os demais atos e os possibilita, seja os atos da vontade seja os da inteligência. Eles somente são humanos se nascerem do cuidado e são acompanhados pelo cuidado. Então são construtivos e não irresponsáveis e deletérios. É por essa razão que filósofos como Martin Heidegger consideram o cuidado a verdadeira essência do humano. Ele naturalmente é impregnado de cuidado essencial.

    Por causa desta essencialidade, o cuidado fornece a base real da sociedade, da ética, da política e da ecologia. É base da sociedade que, segundo Aristóteles, é o espaço público organizado onde podemos viver sem medo. Ora, onde há cuidado, não existe medo mas paz. A ética do cuidado funda o consenso mímino entre os humanos, que garante a sobrevivência de todos e da natureza. A política imbuida de ética significa cuidado para com o bem estar do povo, mais do que administração da economia e gerenciamento de instituições. Onde viceja o cuidado a natureza é preservada e cada ser respeitado, pois tudo o que existe e vive merece continuar a existir e a viver..

    Hoje há uma carência incomensurável de cuidado. Por isso o número de pobres cresce no mundo, as crianças são condenadas a viver na rua, os idosos são abandonados, milhões de pessoas morrem antes do tempo e Gaia, nossa Mãe Terra é sistematicamente depredada colocando em risco nosso futuro comum.

    Só o cuidado, transformado em paradigma de compreensão e de atuação e articulado com a solidariedade e a responsabilidade poderá salvar a vida, a espécie humana e o planeta Terra. Sem ele não há paz nem alegria de viver.

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  3. Meu filho querido! Hoje tenho a certeza que foi Deus quem fez vc. e minha adorada nora virem morar perto de mim! Tudo tem seu propósito pq se não fossem vcs. provavelmente estaría doente...
    Minha luta com sua avó durou 2 anos, desde que ela quebrou o fêmur e passamos o "pão que o diabo amassou" no Hospital do Andaraí.
    Só tenho a agradecer primeiramente a Deus e a vcs. que com muita dedicação, carinho e amor me ajudaram nessa dura jornada!
    Meu coração já lhe pertencia desde o dia que nasceu, mas agora ele é mais que a metade de vcs.! Obrigada mil vezes é tudo que posso e consigo dizer!

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    1. Senhora Myrian, sei que a saudade fica para nos gritar constantemente que já não temos nosso ente-querido ao nosso lado. Embora com o passar dos tempos, ela vai perceber que nós entendemos que a vida tem seu limite aqui na terra. Peço a Deus que nestes tempos em que a falta dói mais, Deus seja seu conforto e esperança. Um grande abraço.

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  4. Rodrigão, pra não ficar jogando conversa fora numa hora onde palavras não resolvem, desejo força e graça pra vc e sua família! Um abraço!

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  5. Os momentos deliciosos de aprendizado que convivemos com os nossos ancestrais (Bisavós, avós e pais) são indeletáveis de nossa psique. Eles continuarão dentro de nós, como símbolos de abnegação, a nos sustentar nos momentos de dificuldades. Assim é a vida..., Rodrigão.

    Solidarizo-me com você neste momento em que estou inserido numa situação parecida ―, com minha mãe vivendo seu último estágio de vida, entre os meus.

    ABRAÇOS,

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  6. Oi, mãe.

    Creio que toda esta luta veio para a edificação de todos nós.

    Só Deus sabe e existe um propósito em cada acontecimento.

    Também acredito que minha vinda para o Rio de Janeiro em meados de dezembro não foi por acaso.

    Agora é momento de proteger as emoções e uma das maneiras indicadas para as pessoas não se deprimirem após uma perda é entrando em atividades solidárias capazes de gerar incentivo interior. Optar pelo descanso nem sempre é bom quando a "ficha cair".

    Força!

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  7. Amigo Franklin,

    Só a sua presença virtual neste artigo já é de alegrar o coração.

    Não precisa de muitas palavras. Seu apoio e de outras pessoas ajudam bastante.

    Abração.

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  8. Rodrigo, sua valentia e responsabilidade para com a sua avó, deixam um consolo inigualável no coração da sua mãe, com certeza.

    "Quando o corpo não aguenta mais, a natureza baixa a cortina".

    Sempre ouvi minha irmã que a anos, lhe tiraram violentamente a vida, repetir a frase citada acima.
    Graças a Deus pela sabedoria da natureza. Sua avó jaz no descanso eterno. Que a força do Senhor e o consolo do Espírito Santo, sejam com você e toda a sua família.
    Abraço.

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  9. Caro Levi,

    Solidarizo-me contigo nesta sua luta e acredito que, se a vida permitiu que eu participasse da despedida de minhas duas avós, coisa que geralmente cabe mais aos filhos, é porque há um propósito divino nisto.

    As memórias para sempre ficarão pois como disse o amigo, são "indeletáveis", pelo que cabe a cada um de nós aprendermos a reeditar as lembranças dos bons e maus momentos para um fim proveitoso e edificante.

    Posso compartilhar que guardo em minha mente as vezes em que, ainda criança, esta avó levava-me para passear e, por ser ela apenas 41 anos mais velha que eu, os desconhecidos na rua pensavam até que eu fosse seu filho. E o mesmo se deu nestes dias em que estive no hospital ao seu lado.

    De fato, na infância, fiquei muito em sua companhia. Quando meu pai e minha mãe saíam para as noitadas, eram as avós que ficavam comigo em casa. Depois que minha mãe se separou de papai, eu morei por um tempo com ela, época em que também vivia a bisavó e meu tio ainda se encontrava no Brasil namorando uma estudante de Medicina em Petrópolis. E a velha casa de vila tornou-se bem pequena para nós cinco.

    Porém, foi naquela vila onde eu mais brinquei e convivi com outras crianças já que antes eu morava num apartamento. A casa talvez fosse a mais simples dentre as doze, necessitando de uma boa reforma. Contudo, eu recebia atenção desta avó e da bisa e com elas convivi bastante até sair do Rio de Janeiro no final de 1983, vindo a morar com os avós paternos a partir de 1985.

    Através desta avó, conheci o evangelicalismo. Sempre ligada em religião, dona Marisa andou por várias seitas. Foi católica, umbandista, seguidora de várias correntes místicas, conheceu budismo, procurou ciganas e, quando eu era criança, ela era assistente de mestre na Perfect Libert (PL) que é uma igreja japonesa parecida com a messiânica. Em 1986, porém, estando muito doente, ela caiu no marketing religioso da Igreja Universal do Edir Macedo e um dia me levou lá.

    Sua fé sempre teve um sentido mais popular aguardando que Deus viesse resolver seus problemas mais imediatos, sendo que ela sempre teve uma forte dose de fanatismo. Porém, se não fosse pelo seu incidente de se tornar membro da IURD, talvez eu não tivesse me aproximado do meio evangélico e tido tanto contato com a Bíblia, uma vez que meus familiares em geral não são pessoas religiosas (papai era ateu, vovô paterno positivista e os demais eram um bando de católicos não praticantes).

    Tenho pra mim, que a Igreja Universal fez muitos males à minha avó. Ela acreditou ter sido curada de um câncer no intestino e deu seu testemunho no programa da seita da então Rádio Copacabana. Também jogou seus óculos fora numa dessas reuniões de cura, mas passou a tropeçar na rua atribuindo o tombo ao diabo. E, no que diz respeito ao problema no intestino, ela teve vários endicações para fazer a colonoscopia para investigar uma anemia, mas, por alguma razão, ela nunca fez o exame. Talvez porque fosse incômodo ou pensasse em seu íntimo: "se for algum problema, Jesus vai me curar". Além das questões de saúde, a sua igreja parece ter contribuído para o isolamento dos seus familiares em comemorações de final de ano e outras festividades "mundanas" nas quais é servida bebida alcoólica.

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  10. Continuando (resposta ao Levi)...


    Em seus últimos anos, ela estava menos fanatizada e até mudou da Igreja Universal para a Mundial do "apóstolo" Valdomiro já que sentiu o desinteresse da IURD por ela nos dias em que havia quebrado o fêmur em abril de 2010 e precisou ser internada no Hospital Federal do Andaraí. E quando saiu de lá, a mulher que antes a acompanhava nos cultos da IURD disse que só a levaria na cadeira de rodas se fosse pra sua nova igreja - a IMPD. E assim, ela trocou o seis pelo meia dúzia.

    De qualquer modo, creio que sua consciência já não estava tão presa a estas seitas ultimamente. Já não era todo dia que ela participava dos cultos. Tinha domingos que, devido às chuvas, ela ficava em casa e, certa vez, eu a levei na cadeira de rodas para participar de uma animação secular que teve aqui na pracinha do bairro. Também pude levá-la para passear aqui nas ruas do Grajaú entre dezembro e fevereiro e acompanhá-la nas consultas de seu médico homeopata quatro quarteirões de casa, sendo que passamos mais momentos juntos nos dias em que eu e Núbia a levamos de táxi para passar uns dias na casa da sogra em Muriqui, distrito praiano de Mangaratiba, no litoral sul fluminense. E houve muitos momentos felizes ali.

    Enfim, posso agradecer muito a Deus porque, desde meu retorno ao Rio, em 11/12/2011, pude curtir bastante esta avó e ouvir de sua boca valiosos agradecimentos pelas coisas tão simples que, com a ajuda de minha mulher, pudemos lhe proporcionar. Mesmo um simples passeio na praça do bairro conduzindo-a na cadeira de rodas e sentando à sombra de uma árvore para tomar uma água e comer algo numa lanchonete.

    Como disse o amigo "assim é a vida" e agradeço a Deus pelos mais graciosos momentos de convivência. No começo e no final.

    Saúde pra sua mãe e que vocês possam se curtir bastante com muita intensidade nos momentos.

    Valeu!

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  11. Prezada Guiomar,

    Obrigado por suas palavras, querida!

    Acredito que vovó agora se encontra no bendito descanso do Pai Eterno, com quem estamos para sempre unidos.

    Deus a levou no momento que tinha que ser, pondo fim a um interminável sofrimento.

    Também foi em Deus que extraí forças e continuo buscando para viver tudo isso. Sei que, nestas horas, muitos se sentem mal diante da fraqueza humana e eu a ninguém julgo. Antes reconheço que, quando mais moço, não suportei o enfraquecimento de meu avô paterno, o homem que me criou pelo maior tempo de minha vida.

    Obrigado mais uma vez por todo o apoio que tem me dado desde que compartilhei contigo o problema no Facebook.

    Abraços.

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  12. Rodrigo,

    receba também minha solidariedade; você perdeu um ente muito querido que nós "conhecemos" aqui pelo blog. Enfim, o fim chega; resta-nos a saudade e a satisfação pela vida longa e produtiva da sua vó.

    abraços, amigo.

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  13. Caro Edu,

    Este "fim" é a certeza que todos temos, mas entendo que não se trata mesmo de um fim. Creio que somos todos seres eternos no Ser Eterno. Pois a Ele o nosso alento de vida retornará e a matéria ao pó da terra.

    Realmente a nossa participação aqui é mesmo finita e um dia deixaremos este mundo sob o comando das novas gerações. Eles nos sucederão e, lamentavelmente, vão pegar um planeta ecologicamente pior, mas com ideias melhores para serem desenvolvidas.

    Agora uma nova semana se inicia e vamos em frente.

    Vida que segue!

    Abraços e fica com Deus.

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  14. oi bom dia,procurando informaçoes sobre o hospital ronaldo gasolla encontrei o seu blog, estou com minha mae de 75 anos no cti de la,ela foi para la as 11:30 da noite do dia 11.07. para que minha mae consegui-se ser transferida da upa da taquara, tive que procurar o ministerio publico, um absurdo, nossa maes, avos e tias, trabalharam a vida toda, e quando mais precisam somos obrigados a viver tais situaçoes, é um absurdo.sinto muito pela sua vó e hj oro para que na vida da minha mae aconteça a vontade de deus.meu nome é andreia coelho, sou moradora da curicica em jacarepagua, tenho 41 anos e te agradeço muito por suas pelas palavras que li em seu blog. um grande abraço e fica na paz.

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  15. oi bom dia,procurando informaçoes sobre o hospital ronaldo gasolla encontrei o seu blog, estou com minha mae de 75 anos no cti de la,ela foi para la as 11:30 da noite do dia 11.07. para que minha mae consegui-se ser transferida da upa da taquara, tive que procurar o ministerio publico, um absurdo, nossa maes, avos e tias, trabalharam a vida toda, e quando mais precisam somos obrigados a viver tais situaçoes, é um absurdo.sinto muito pela sua vó e hj oro para que na vida da minha mae aconteça a vontade de deus.meu nome é andreia coelho, sou moradora da curicica em jacarepagua, tenho 41 anos e te agradeço muito por suas pelas palavras que li em seu blog. um grande abraço e fica na paz.

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    1. Coragem, amiga! Desejo que sua mãe se recupere e que encontre forças em Deus para superar essa luta. Você tem lutado pela vida e a saúde dela e isso é muito importante. Agiu de maneira certa! Fica na paz e creia que Deus jamais nos abandona. Um abraço.

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