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sexta-feira, 29 de abril de 2011

A internet virou um serviço essencial!


Foi muito interessante o debate que houve no dia 27/04/2011 entre o IDEC e o governo e acho que a sociedade brasileira precisa acompanhar melhor tais discussões.

Estou de acordo com os deputados Weliton Prado (PT-MG) e Ana Arraes (PSB-PE). Atualmente está muito difícil alguém conseguir viver no mundo globalizado sem a internet e pode-se dizer que a rede mundial de computadores já é enorme estratégica para a economia do país, devendo a inclusão digital chegar em todas as localidades, sejam grandes ou pequenas.

Neste contexto, não seria interessante que uma agência reguladora passe a atuar nesta tão importante atividade?

Como que o consumidor na sua fragilidade vai poder fiscalizar a execução de prazos e os preços das tarifas sem o apoio de um órgão regulador?

Segue a matéria divulgada pela Agência Câmara de Notícias:


Governo e Idec divergem sobre regime do serviço de banda larga

Representantes do governo e dos consumidores divergiram nesta quarta-feira (27), em audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor que debateu o Programa Nacional de Banda Larga, sobre o regime de prestação do serviço. Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a banda larga deve ser um serviço prestado em regime público, o que possibilita ao governo impor às prestadoras obrigações de universalização e de continuidade, além do controle das tarifas. Para o governo, porém, a melhor forma de garantir a ampliação do acesso é aumentar a competitividade do mercado.

A advogada do Idec Veridiana Alimonti afirmou que o Programa Nacional de Banda Larga tem “graves insuficiências” por não alterar o regime de prestação do serviço. Hoje o regime é privado, com liberdade das prestadoras para estabelecer seu preço. A Lei Geral de Telecomunicações (LGT - Lei 9.472/97) prevê que os serviços de telecomunicações considerados essenciais pelo governo serão prestados em regime público, sujeitos a deveres de universalização. Segundo a LGT, cabe ao Poder Executivo, por meio de decreto, “instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público”.

O presidente da empresa pública Telebrás, Rogério Santanna, defendeu que os serviços continuem a serem prestados em regime privado. Segundo ele, no Brasil hoje o número de acessos em serviço na telefonia fixa – o único serviço de telecomunicações prestado em regime público – é menor do que o número de acessos na telefonia móvel, que é prestado em regime privado. “A questão central não é o regime de prestação do serviço, mas a competitividade no setor”, destacou.

Santanna disse que a competição no setor de banda larga será ampliada a partir da oferta da rede Telebrás para uso dos pequenos provedores de internet, que atualmente disputam apenas 9% do mercado. “Hoje cinco empresas dominam o mercado de banda larga no Brasil, sendo que três detêm mais de 80% do mercado”, informou. De acordo com o programa do governo, a Telebrás não deverá ofertar o serviço diretamente ao consumidor, mas ofertará suas redes no atacado para os pequenos provedores.

Infraestrutura
O secretário das Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Nelson Fujimoto, disse, na audiência, que a prioridade do programa é disponibilizar a infraestrutura de rede nos locais onde hoje ela não existe. Conforme o secretário, a ideia do governo é, em um primeiro momento, apenas “massificar” o serviço (ou seja ampliar o acesso a ele) e não “universalizá-lo” (torná-lo acessível a toda a população), levando em conta que a cobertura atual da banda larga é muito baixa.

A meta do programa é oferecer o serviço em 35 milhões de domicílios até 2014, a R$ 35. Se for concretizada a redução tributária para o setor – em fase de negociação com os governos estaduais – pode ser oferecida banda larga a R$ 15, em 39,8 milhões de domicílios. Em 2010, o número de conexões era de 11 milhões de domicílios, e o preço médio, de R$ 70. O foco inicial do plano é o investimento na infraestrutura e, em seguida, em aplicações como serviços de governo eletrônico. Em um terceiro momento, o governo deverá investir em conteúdos digitais.

Fujimoto também destacou a necessidade de aprovação, pelos deputados, da Medida Provisória (MP) 517/00, que prevê a desoneração de modens, para a implementação do programa.

Serviço essencial
Para o deputado Weliton Prado (PT-MG), que sugeriu a audiência, está claro que a internet de banda larga é um serviço essencial para a população. “Não se faz a inclusão social hoje sem se fazer a inclusão digital. O serviço tem que caber no bolso do consumidor.”

Já a deputada Ana Arraes (PSB-PE) destacou que a concorrência não regula o preço. “A mão do Estado é importante mesmo para o serviço prestado em regime privado”, disse. A deputada afirmou que é preciso que o governo tenha cuidado para que “a implementação da banda larga não seja um desastre, como foi a implantação da telefonia celular no Brasil”.

Segundo ela, no caso da telefonia celular, as regiões menos populosas e mais carentes foram prejudicadas. “A banda larga não pode chegar só aos locais de muito movimento”, ressaltou. O presidente da Telebrás informou que uma das prioridades da empresa pública será o atendimento dos estados da Região Norte.


Reportagem – Lara Haje
Edição – Daniella Cronemberger


Fonte: Agência Câmara de Notícias - extraído de http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/CIENCIA-E-TECNOLOGIA/196171-GOVERNO-E-IDEC-DIVERGEM-SOBRE-REGIME-DO-SERVICO-DE-BANDA-LARGA.html

7 comentários:

  1. E parece que um parlamentar já propôs algo neste sentido, apresentando até uma emenda à Constituição:



    PEC torna acesso a internet de banda larga direito fundamental do Cidadão


    A Câmara analisa proposta de emenda à Constituição (479/05) que inclui o acesso à internet de alta velocidade (banda larga) entre os direitos fundamentais do Cidadão. A PEC, de autoria do Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), modifica o artigo 5º da Constituição.

    O autor afirma que, nas relações sociais e econômicas contemporâneas, o acesso à informação se tornou uma precondição para o desenvolvimento pessoal. “A internet, em especial, desempenha papel crucial no processo de construção dessa nova realidade, ao oferecer alternativas simples e baratas para a transposição das barreiras que impedem o livre acesso ao conhecimento”.

    Acesso à informação

    Sebastião Bala Rocha lembra que a internet democratizou o acesso à informação e viabilizou um canal de expressão que permite o confronto de ideias e a livre opinião. Ele lembra que, em países onde o acesso à internet se tornou uma política pública prioritária, como a Coreia do Sul, o impacto no crescimento econômico é visível. “A importância do uso da internet como vetor da aceleração do desenvolvimento das nações já é corroborada inclusive por organizações internacionais”.

    Ele lembra que estudo do Banco Mundial mostra que uma ampliação de 10% do acesso à internet de alta velocidade tem o potencial de aumentar em 1,3% o PIB de um país. “Diante desse quadro, é digno de registro o esforço que tem sido empreendido pelo governo brasileiro para massificar o acesso à internet. O Projeto Banda Larga nas Escolas, responsável por conectar escolas públicas urbanas à Internet, é um exemplo disso”.

    Sebastião Bala Rocha argumenta que, apesar dos esforços do governo, “o Brasil ainda se encontra muito aquém dos índices de acesso registrados em países mais desenvolvidos”. E um dos resultados dessa limitação, segundo ele, é a escassez de mão-de-obra capacitada para lidar com ferramentas de informática. “Esse cenário acarreta prejuízos irreparáveis à sociedade brasileira, em virtude da inibição do crescimento de atividades econômicas que dependem de tecnologias da informação”.

    Para viabilizar mudanças definitivas nessa situação, o deputado adverte que apenas programas governamentais de estímulo ao acesso não são suficientes. “É imprescindível que o direito de dispor do serviço de banda larga deixe de ser considerado uma mera ação de Governo para se transformar em política prioritária de Estado. Portanto, é essencial que o direito de acesso à internet em alta velocidade seja expressamente assegurado a todos os brasileiros Na Constituição”.

    Tramitação

    A PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania quanto à sua admissibilidade. Se for aprovada, será examinada por uma comissão especial e votada em dois turnos pelo Plenário.

    Fonte: Agência Câmara - http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/COMUNICACAO/197762-PEC-TORNA-ACESSO-A-INTERNET-DE-BANDA-LARGA-DIREITO-FUNDAMENTAL-DO-CIDADAO.html

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