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sábado, 30 de abril de 2011

Reflexões sobre o caminhar da humanidade...

"O Universo sabia que estávamos chegando"
(Freeman Dyson)


Em outras épocas eu já fui favorável ao controle da natalidade. Principalmente quando abracei as causas ecológicas. Hoje, porém, sou contra e acho que o planejamento familiar seria mais satisfatório para que tenhamos um equilíbrio populacional.

Penso que o mundo não pode pensar em ter menos habitantes do que já tem ou do contrário corremos o risco de enfrentarmos um caos no sistema previdenciário nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A própria China, que impôs à sua população o número de uma criança por casal já estuda a possibilidade de aumentar para duas e, desta maneira, retornar ao nível de reposição que é a média de 2,1 filhos por mulher. Isto porque a nação mais populosa do mundo já começa a antever o caos que atravessará no futuro com um número enorme de idosos para sustentar.

Aparentemente a impressão que tem seria que os problemas ambientais estão relacionados a um excesso de população. Contudo, o que tenho observado é que a nossa crise ecológica está mais relacionada com a maneira como tratamos da natureza.

Somos consumidores irresponsáveis de energia! Produzimos alimentos em excesso e ainda assim deixamos o nosso semelhante passsar fome. Por causa de interesses mercadológicos, várias tecnologias limpas deixam de ser utilizadas e/ou compartilhadas. Temos uma péssima alimentação, não fazemos uma reciclagem tão eficiente do lixo e ainda estamos destruindo os ecossistemas por causa da ganância das elites mundiais.

Ora, se o homem reduzisse e modificasse o seu consumo de carne, certamente conseguiríamos produzir alimentos para bem mais de 8 bilhões de pessoas, considerando também as melhores tecnologias que poderão existir no futuro.

Se usássemos mais a bicicleta do que o automóvel particular, usaríamos menos combustíveis, o ar de nossas cidades seriam melhores e o trânsito também, visto que até os ônibus fariam viagens mais curtas. Além disso, a saúde da nossa população urbana melhoraria consideravelmente pedalando e respirando menos poluição, o que representaria menos gastos com o SUS.

Como ambientalista não prego que devamos retroceder até à Idade da Pedra e rejeitarmos um padrão de vida confortável que foi alcançado nas últimas décadas. Nada disso! Pois defendo que invistamos mais em tecnologias, mas que, ao mesmo tempo, o nosso consumo torne-se mais racional e o trato com a natureza mais amoroso através de uma relação inclusiva (não mais de dominação) capaz de reverenciar a Vida.

Durante o século XX, o homem pisou na Lua, enviou robôs a Marte, estudou quase todos os planetas do nosso sistema solar, além de ter colocado no espaço sondas e satélites. E tudo foi feito tão rapidamente que dificilmente poderia ser crido por alguém que vivesse no século XIX ou mesmo até o período da 2ª Guerra Mundial.

Acredito que, se a humanidade não se auto-destruir, teremos neste século uma expansão populacional para além do nosso planeta azul. Como filhos da Terra e também do cosmos, temos em nosso íntimo o desejo de conquistar o universo, o que, certamente, vai expandir nossas futuras moradias não só para Marte, mas também para Tritão e Titã, respectivamente as luas de Netuno e Saturno, através da criação de câmaras de vida artificial com o aproveitamento de materiais existentes nestes mundos.

Também não duvido que um dia o homem poderá conquistar outros sistemas solares, descobrindo a Via-láctea através de telescópios avançados e de viagens siderais. Talvez ainda descobriremos vida em outros planetas com atmosfera habitável e quem sabe até nos surpreenderemos com a existência de seres inteligentes que evoluíram de outras espécies, mas que serão capazes de se comunicar conosco pois considero muita audácia da nossa parte acharmos que a natureza nos fez prontos e acabados.

Pois bem. Se o céu é o limite, parece-me que muitos ainda não compreenderam qual é a missão do homem de agora em diante depois que o homem multiplicou-se, encheu a Terra e a antropomorfizou. Porém, antes precisamos nos lembrar do primeiro ofício de Adão quando foi colocado por Deus como o jardineiro do Éden, uma história que nos induz ao dever de cuidarmos da natureza ao invés de destruí-la. Do contrário, iremos acabar dizimando a nós mesmos e talvez a biosfera terrestre.


OBS: A imagem acima foi extraída do site do INPE, em http://www.inpe.br/index.php

8 comentários:

  1. rodrigão, muito boas suas reflexões.

    concordo que não deve haver controle e sim educação para que os casais se planejem. mas é certo que a população mundial não pode ser reduzida drasticamente sem criar graves problemas previdenciários como você expõe. se não me engano é na frança que o governo estava estimulando que os casais tivessem mais filhos, inclusive, incentivos financeiros.

    tudo o que você propõe como solução ecológica é o que muitos têm defendido e vejo alguns avanços. imagine se todos os veículos fossem movidos por combustível limpo? já temos o biocombustível, o carro elétrico e o fantástico carro a hidrogênio cujo resultado da "queima" do combustível é vapor d'água. imagine os carros deixando escapar vapor d'água ao invés de fumaça, como iria deixar o ar e o clima das cidades!

    creio que tudo isso será realidade num futuro próximo. não tem como a nossa dependência do petróleo continuar por décadas e décadas ainda.

    também acredito que iremos nos lançar ao espaço e colonizar planetas. eu sinto mesmo, que não estarei aqui para ver isso acontecer.(ou estarei...rsss)

    valeu.

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  2. Boa Tarde, Rodrigo!
    Aceitei o seu comentário mas o o blogger pelo menos em meus blogues) desde ontem está me dando um trabalhão para editar, e quando fui lhe responder não consegui chegar na página, após muito insistir, quando obtive acesso, não tinha nenhum comentário, e o sistema me informou que o mesmo havia sido "deletado."
    Por gentileza, me envie outro.
    Abçs!

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  3. Olá, EDUARDO!

    Penso que a humanidade já poderia estar vivendo com menos petróleo há bastante tempo. Porém, são os interesses econômicos que ainda sobrepõem por causa da subserviência dos governos dos países às grandes multinacionais.

    Lamentavelmente o Brasil está fazendo da exploração petrolífera um novo ciclo de desenvolvimento, o que poderá nos trazer sérias consequências amanhã. Seja pela valorização cambial que tanto prejudica a indústria nacional e facilita as importações. Ou seja pela perda de iniciativa e pela corrupção que tende a aumentar, sendo que os nossos políticos não investem corretamente as compensações ambientais pagas pela Petrobrás e outras companhias.

    Contudo, tal realidade só será transformada na base de muita luta e cabe à sociedade mobilizar-se.


    AUSTRI!

    Vou retornar em seu blogue. Mas vê se o sistema não entendeu que era "spam" e por isto não está conseguindo ver meu comentário. Pois isto já ocorreu uma vez comigo aqui no blogspot. A mensagem da pessoa acabou durando um bom tempo para ser exibida.


    Um abraço a todos!

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  4. Gostei deste texto aqui, me surpreendeu do começo ao fim! Primeiro que matou meu preconceito ingênuo de achar que precisamos diminuir a população de gente do planeta, santa ignorância minha. Segundo que não esperava de você tais raciocínios sobre a possibilidade de habitação e até mesmo vida fora daqui. Minha opinião é que existe sim possibilidade de vida, mas deve estar inatingível a nós, dificilmente encontraremos se tiver, e nunca alcançaremos, creio eu, este é o nosso mundo, o que foi gerado das entranhas de Deus que se confunde com o mundo sem ser o mundo.

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  5. Olá, Gresder.

    Vc tá meio sumido, cara!

    Muitas vezes já me perguntei se o nosso crescimento populacional não seria uma necessidade da própria vida para sobreviver a futuras dizimações? E olha que, se pensarmos na história geológica da Terra, veremos que a vida já passou por várias dizimações em massa como a criação dos continentes ou a queda daquele meteoro que matou os dinossauros. E, segundo o astrônomo holandês Jan Hendrik Oort, existiriam seis trilhões de pedras de gelo de diversas dimensões formando uma região no espaço que, em sua homenagem, recebe o nome de nuvem de Oort. E, como bem sabemos, existe sempre a possibilidade de um destes corpos celestes cair na terra provocando novas dizimações, o que pode ocorrer daqui a centenas ou dezsenas de milhões de anos (tempo que seria suficiente para evoluirmos para outras espécies) ou menos de um milhão de ano, ou quem sabe até neste milênio, o que talvez seria até mais fácil de acontecer do que eu ou você ganharmos na Mega Sena. Deste modo, o homem passa a ter como responsabilidade de construir uma segunda Arca de Noé através da construção de futuras biosferas em outros planetas que nos permitiriam deixar o planeta e, depois da destruição pelo fogo, retornarmos afim de repovoarmos a Terra com as principais espécies de animais e vegetais e ajuda da biotecnologia. Logo, a Vida pode estar tomando sua consciência através de nós...

    Sinceramente, não acho que Deus tenha criado apenas a Terra como sendo o único planeta com vida. Existe forte possibilidade de que, em alguns sistemas solares (não todos), nesta e em outras galáxias (não sei se todas), possam existir vida. E vida em abundância... Acho muito possível que isto ocorra e que um dia nós encontraremos planetas com vida ou então seremos encontrados (se é que algum dia já não fomos visitados).

    Todavia, até lá ainda precisaremos evoluir bastante. Pois num mundo onde as nações se dividem e os homens fazem guerras uns aos outros, não podemos ter um projeto de subir aos céus que não seja semelhante ao que foi a Torre de Babel. Aliás, com o propósito egoísta que os homens ainda têm, fica até difícil acreditar que ainda escaparemos vivos do século XXI e que conseguiremos nos proteger de nós mesmos.

    No atual momento é necessário termos a consciência messiânica e às vezes fico a pensar se a segunda volta de Jesus não significaria a humanidade chegar a tal compreensão. Chegamos assim ao momento em que a Cruz torna-se a resposta para a preservação da Vida porque ela nos leva a pensar que a Vida não se resume à animação do meu corpo. Pois somos só uma manifestação Dela. Tanto eu, você, os outros de nossa espécie, os demais animais, os vegetais e tantoas outras formas de seres são apenas partes ou fenômenos de um todo. E, se somos partes, devemos dar a nossa vida pelo todo, o que deve levar o homem à solidariedade, à desistência de seus projetos egoístas, ao amor pelas futuras gerações, ao uso harmonioso dos recursos naturais e ao aproveitamento da ciência em benefício da coletividade, não do mercado.

    Posso dizer que tenho sido muito inspirado a pensar em tais questões depois de ler Leonardo Boff, o qual recomendo e considero como um grande pensador não só pra Teologia como para a nossa visão política e social. Só que demorei bastante para descobri-lo por causa de minha formação evangélica na adolescência (Boff foi um frei católico) e educação direitista na família (Boff era o principal ícone da Teologia da Libertação no Brasil). Hoje, livre do catolicimso, Boff tem surpreendido a muitos com o seu pensamento libertário e confesso que tenho gostado de seus textos.


    "(...) este é o nosso mundo, o que foi gerado das entranhas de Deus que se confunde com o mundo sem ser o mundo"

    Boa! Isto seria um,a ideia de panenteísmo, proposta pelo filósofo alemão Karl Christian Friedrich Krause, o qual não se confunde com o panteísmo. Seria o universo em Deus e Deus no universo e corresponde, a meu ver, com o que Paulo disse aos atenienses: "porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17.28a).

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  6. Rodrigo, escreve um poste sobre esse seu comentário que eu quero comentar o assunto.

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  7. Achei muito evoluído ou evolutivo rsrs seu ponto de vista, e quero discordar e colar uma visão mais "criacionista" do assunto.

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  8. Oi Gresder. Obrigado pela sugestão. É um bom assunto para ser detalhado e desenvolvido num outro artigo. Mas ainda vai ficar pra uma próxima ocasião pois hoje resolvi escrever um tex to atacando o sistema de recompensa e punição das instituições religiosas. Abraço.

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