Páginas

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A trágica eleição de Donald Trump




Muitos ainda estão se sentindo surpresos com a notícia de eleição de Donald Trump para a Casa Branca. Eu mesmo não esperava esse resultado e apostava na vitória da democrata Hillary Clinton, a qual esperava que fosse a primeira mulher a ocupar a Presidência dos EUA.

É certo que assisti a tudo bem distante aqui do Brasil, sem acompanhar a política interna de cada estado norte-americano. Ainda mais no interior do país cuja realidade conhecemos menos do que nas regiões costeiras. Aliás, acreditava que, com o aumento das populações negra e latina por lá, o republicano iria perder como foi a goleada da seleção brasileira nos 7 a 1 pra Alamanha da última Copa. Grande engano! 

Não podemos formar as nossas convicções pelo simples ouvir dizer como fiz contentando-me com o fato de que, nos três debates ocorridos na campanha, as pesquisas e os analistas indicavam Hilary como vitoriosa. Mas acho que não fui o único a errar. Ao comentar a respeito das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o cientista político e ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia escreveu o seguinte no seu informativo de hoje:

"Todos os Institutos de Pesquisa associados à grande imprensa –Jornais e TVs- nos EUA erraram. NYT, WP, WSJ, CNN, CBS, NBC, ABC... O New York Times no dia da eleição informou que a probabilidade da vitória de Hillary era de 85%. Pesquisa hoje informa que 66% das mulheres brancas votaram em Trump, ao contrário do que diziam as pesquisas e do sentimento popular. Trump dizia que as pesquisas estavam erradas, pois existia o voto "escondido", pessoas que não admitiam que votariam nele. A cobertura da grande imprensa brasileira -Jornais e TVs- cravou Hillary entusiasticamente. Até meia noite –daqui –sites e TVs continuaram apostando na vitória de Hillary. A proporção de delegados-eleitores de Trump foi praticamente a mesma dos deputados republicanos eleitos: 56%. No terço do Senado que se renovava, os republicanos também ganharam. Barba, cabelo e bigode (...)" - extraído do artigo "CURIOSIDADES DA VITÓRIA DE TRUMP", da edição de 09/11 do Ex-blog do César Maia

Teriam os democratas confiado em excesso no apoio que esperariam ter no Centro-Oeste do país, considerando que se tratavam de redutos do partido há décadas onde poderiam contar com os eleitores negros e da classe trabalhadora branca? Só que, como tem mostrado as notícias, os trabalhadores brancos, especialmente aqueles sem formação universitária, parecem ter abandonado a campanha de Hillary. Sem esquecermos que os eleitores rurais teriam comparecido às urnas em peso a favor de Trump, fazendo grande diferença.

Outrossim, Trump seria o primeiro presidente eleito dos EUA que César Maia classificou em seu texto como um candidato outsider, apresentando-se como um "não político". E há com aposte que a tendência do momento será a eleição de empresários bem sucedidos como houve este ano em São Paulo com a vitória também surpreendente do João Dória Jr. (PSDB).

Há ainda quem veja em Trump o reflexo de uma nova onda nacionalista que invade o planeta, a qual pode provocar a ruína de diversos blocos econômicos, a exemplo da retirada do Reino Unido da UE, assim como menos tolerância com a imigração, pouca atenção com as guerras e as violações de direitos humanos, o esvaziamento do poder da ONU e um retrocesso político de décadas para o mundo. Aliás, não foi por menos que Vladimir Putin está comemorando esse resultado visto que agora quem irá impedir o crescimento de sua ambição fascista e imperialista? Pois, se a Rússia resolver anexar a Ucrânia, Trump nem deverá se importar.

De qualquer modo, a eleição de Trump e as novas tendências nacionalistas/conservadoras que vão surgindo mostram que houve um exaurimento dos modelos liberal e social-democrata de uma grande parte dos países. Talvez tenha ocorrido um distanciamento das principais demandas da maioria da sociedade, cuja preocupação maior ainda é com a preservação do trabalho, sendo que todas as políticas desenvolvidas para os grupos minoritários e carentes foram ganhando ares de hipocrisia diante dos frequentes casos sobre corrupção.

Cá no Brasil, temo que essa onda possa se manifestar por meio de políticos da extrema direita como o deputado Jair Bolsonaro, pretenso candidato à Presidência em 2018. Ele, embora seja militar e não um rico empresário, pegaria uma carona nesse estilo outsider de Trump, aliando-se ao discuso conservador contra o aborto, direitos das minorias LGBT, liberação da maconha, etc. Sua eleição por aqui seria catastrófica. 

Sinceramente, torço que Trump não cumpra o que prometeu e mantenha até o fim o brando discurso conciliador que fez na vitória, sendo apenas mais um presidente dos EUA. Gostaria de acreditar que todo o seu radicalismo dele ficou só nas aparências para conseguir ganhar o pleito e que, dentro de quatro anos, os norte-americanos percebam a burrada que fizeram votando num democrata de linha ainda mais progressista que o Obama. Este deixa a Casa Branca com a popularidade em alta (55% de aprovação) e, provavelmente, deverá ainda ser bem lembrado pelo eleitor arrependido.


OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a Shawn Thew / EPA / Lusa, conforme consta em http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-11/donald-trump-e-eleito-presidente-dos-estados-unidos

5 comentários:

  1. Das duas uma. Ou ele vai fazer o que ninguém espera de positivo, ou. ....Vai tudo à trampa. (( aqui é merda)) desculpe a expressão. Mas está muito confuso.

    Bjos e espero por si :-)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Larissa.

      Realmente a eleição do tramposo só tem trazido incertezas. Por aqui o dólar voltou a subir por isso.

      Vou visitar sua postagem.

      Beijos

      Excluir
    2. Em tempo!

      Não achei sua última postagem. As mais recentes no blogue que escreve não são suas.

      Sobre o vocábulo "trampa", ficou bem o trocadilho. Kkkkkkk

      Beijos e volte sempre

      Excluir
    3. Em tempo!

      Não achei sua última postagem. As mais recentes no blogue que escreve não são suas.

      Sobre o vocábulo "trampa", ficou bem o trocadilho. Kkkkkkk

      Beijos e volte sempre

      Excluir
  2. Boa dia amigo Rodrigo Da Luz.
    Claro escrevo lá, mais ou menos uma vez por semana. Mas, gostamos muito da sua carinhosa visita.Hoje, a publicação é minha, no que teria total gosto em vê-lo lá.

    Bjos
    Bom fim de semana.

    ResponderExcluir