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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Valeu a pena "marinar"



"Meu objetivo não era destruir a Dilma ou o Aécio. Era somente construir o Brasil que merecemos, acabar com essa polarização que leva o país aos extremos" (Marina Silva)

Não me arrependo de ter votado em Marina no primeiro turno destas eleições presidenciais. Eu já havia "marinado" em 2010 e, desta vez, acabei me envolvendo mais ainda com a sua campanha.

Apesar de todos os esforços, novamente a disputa política pelo governo federal repete-se polarizada entre PT e PSDB, sendo o resultado de Aécio não muito diferente de José Serra há quatro anos atrás quando este havia alcançado 33% dos votos válidos.

Entretanto, há que se considerar o grande número de eleitores que se abstiveram bem como os que votaram em branco ou anularam. Ou seja, uma parcela considerável de pessoas não se prontificou a tomar parte neste importante processo decisório de maneira que ainda não foi desta vez que houve uma satisfatória identificação com a minha candidata.

Considerando os votos válidos, não podemos nos esquecer de que Marina subiu um pouco em relação a 2010, indo de 19 para 21 pontos percentuais. É claro que o seu crescimento nas pesquisas, depois da morte de Eduardo Campos, seguido por um declínio a partir de setembro, tratou-se de um apoio flutuante. Algo que foi de base essencialmente emocional até retornar ao clima de frieza que antes já pairava no ar.

Por outro lado, importa reconhecer que Dilma caiu. Se em 2010 ela chegou a 47% dos votos válidos, agora teve 42%, representando uma queda de significativos 5 pontos percentuais. Em outras palavras, pode-se dizer que o PT já não demonstra a mesma força.

Passado o primeiro turno, Marina agora tem nas mãos a possibilidade de contribuir com enorme relevância tanto para o resultado final das eleições quanto para a nova política que é aquilo que mais desejamos. É certo que agora ela se encontra a um passo de fundar um novo e promissor partido - a Rede Sustentabilidade. Deste modo, se o seu posicionamento afastar-se da vontade das bases, existe o fundado risco de ocorrer um irreversível esvaziamento. E aí concordo plenamente com a minha candidata quando ela insiste em dizer que "não vale ganhar a qualquer custo".

Ainda esta semana Marina e a Rede deverão definir uma posição sobre quem apoiar no segundo turno e aí defendo que a base no diálogo precisa ser mesmo construída a partir do programa de governo apresentado pela candidatura. Pois essa deve ser a visão da nova política que busca o melhor para o país ao invés das velhas negociatas sobre nomeações para cargos, loteamento de ministérios, troca de apoio nas eleições seguintes, dinheiro, etc. Logo, se Marina agir em conformidade com tal pensamento, as boas ideias já estarão sendo postas em prática.

Torço para que caminhemos juntos com Marina!


OBS: Foto acima extraída do site da Rede em http://redesustentabilidade.org.br/marina-silva-e-rede-se-reunem-nesta-semana-para-definir-posicao-no-2o-turno/

2 comentários:

  1. As pessoas não estão sabendo em quem votar,complicou tudo.Voltar ao antigo fantasma,ou temer que vire uma CUBA,o brasil.Estamos mal informados sobre a politica.Praticamente DILMA está ficando quase sózinha.Me faz lembrar isso :tive fome e destes-me de comer (cesta básica) tive sede,(caminhão pipa) e deste-me de beber,estava nu e vestistes-me,adoeci (farmácia popular) estive na prisão (deu apoio pra familia) fostes ver-me. Em verdade vos digo que qdo a um destes pequeninos o não fizestes,NÃO o fizestes a mim.Acredito que ganhará o JUSTO,no BRASIL com certeza,existe um ainda na terra.

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    1. Olá, Vera.

      O fato de Aécio e Dilma terem já governado, sendo ela a presidenta e ele ex-governador de MG, temos aí condições de fazer uma análise sobre cada um deles com base em números e realizações. Sinceramente, amiga, ainda não me posicionei sobre quem apoiar no segundo turno e quero saber o que Marina e a Rede Sustentabilidade vão dizer.

      Vale lembrar que o PSDB já governou o Brasil entre os anos de 1995 e 2002. O começo do governo FHC foi terrível, recessivo, juros altos, privatista, etc. Ele fez de tudo para manter o real em alta até sua reeleição até que, em 1999, a moeda se desvalorizou e a máscara do governo caiu. Entretanto, considerei o seu segundo mandato muito melhor do que o primeiro começando a sentir o avanço de alguns programas sociais. Para o meio ambiente, FHC foi melhor que o PT e aí lembro da participação do Brasil na cimeira da África do Sul ocorrida em 2002, mas ainda assim não conseguíamos controlar o desmatamento na Amazônia.

      Enfim, considero prudente aguardarmos os fatos e como Marina e Aécio deverão compor. Ou seja, se haverá como ela influenciar os rumos da candidatura dele ou se a sua inserção não terá nenhum efeito prático para os interesses sociais e ambientais.

      Finalmente, não podemos dar crédito imediato às pesquisas recentes que devem aparecer. Os institutos devem colocar Aécio muito lá em cima passando a Dilma, o que temo não corresponder à realidade pois qualquer tendência requer geralmente umas duas semanas no mínimo para se consolidar entre o eleitorado e aí devemos lembrar de que: 1) Dilma ainda é forte entre as pessoas de condição mais humilde e no Nordeste; 2) Aécio cresceu no Sul e no Sudeste, região onde vivemos e ouvimos pessoas declararem voto a ele.

      Quem sabe orar e refletir neste momento não seria o mais adequado?

      Um abraço e Deus te abençoe!

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