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domingo, 22 de maio de 2011

Que tipo de ceia estamos celebrando?


Fico perplexo como que muitos cristãos, ao lerem a passagem bíblica de 1Co 11.27-30, ainda propagam a ideia absurda de que Deus costuma castigar pessoas com doenças e mortes pelo fato de elas participarem da celebração da Ceia do Senhor tendo ainda "falhas espirituais".

De fato, o mal interpretado texto da mencionada carta de Paulo assim nos diz:

"(...)27 Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. 28 Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; 29 pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. 30 Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem (...)" (tradução e versão de Almeida Revista e Atualizada - ARA)

Fiz questão de colocar reticências na citação bíblica justamente para chamar a atenção sobre a falta de visão contextual por parte daqueles que tentam impor seus acréscimos doutrinários às Escrituras fim de justificarem a exclusão de pessoas por seus critérios moralistas desta importante celebração da Igreja.

Em primeiro lugar, Paulo não dá autoridade a nenhum líder eclesiástico para decidir sobre quem deve ou não participar da Ceia. A mensagem transcrita é bem clara ao dizer que cabe ao homem praticar um auto-exame de si mesmo para então comer do pão e beber do cálice (verso 28).

Vale ressaltar que ninguém teria autoridade em Cristo para definir quem pode ou quem não pode ter participação na Ceia do Senhor. Nem mesmo o próprio apóstolo Paulo, caso ele assim houvesse procedido. Pois como um enviado de Jesus, cabia ao apóstolo transmitir e ensinar a ordem dada por Jesus, sem fazer nenhum tipo de adição pessoal no lugar do mandamento.

Examinando a passagem por inteiro, compreendo que os versos citados precisam ser lidos e interpretados em conjunto com o restante da passagem da epístola que vai do versículo 17 ao 34 do capítulo 11. Isto porque, segundo a repreensão de Paulo, os coríntios estavam tomando cada um "a sua própria ceia" (v. 21), em que os ricos se banqueteavam enquanto os pobres sofriam necessidades, conduta que afronta a unidade que deveria haver entre o povo de Deus.

Assim, ao invés de celebrarem a Ceia do Senhor, os coríntios estavam se ajuntando para festejar sem a observância do amor de Cristo, trazendo para dentro da reunião as divisões classistas existentes no meio social já que formavam grupos separados. Com isto, eles estavam perpetuando dentro da Igreja a desigualdade entre ricos e pobres que já existia no mundo de um modo até mais acentuado que nos nossos dias onde a escravidão encontra-se juridicamente abolida.

Afim de que os destinatários de sua carta entendessem qual é o significado da celebração da Ceia, Paulo repete a tradição apostólica sobre a instituição do memorial de Cristo, quando Jesus simbolicamente afirmou "isto é o meu corpo, que é dado por vós". Ou seja, Paulo estava chamando a atenção dos coríntios acerca de coisas que muitos deles andavam ignorando e, obviamente, estavam deixando de participar da verdadeira Ceia.

Evidente que participar exteriormente do memorial de Cristo sem estar unido em amor com os demais irmãos equivale a se colocar na mesma categoria dos que mataram a Jesus, Obviamente que não pelo simples fato de comer do pão ou de beber do cálice, mas sim pela conduta egoísta e segregadora da pessoa que continua incompreensível quanto às necessidades de seu próximo, deixando que outros membros da família de Deus passem fome enquanto ela se regala com seus prazeres pessoais.

Ora, agir desta maneira é viver debaixo do engano religioso. É iludir a si mesmo como se estivesse participando da Ceia do Senhor, como na verdade tal pessoa está celebrando sua própria refeição - o banquete símbolo da destruição ou condenação. Logo o "castigo", ou melhor, a consequência de uma vida individualista com desamor, repercute como morte e adoecimento da alma. Porque é como se Cristo estivesse sendo novamente assassinado através do desprezo pela necessidade do irmão mais pobre.

Porém, não é muito diferente da conduta dos coríntios o que muitas "igrejas" fazem quando resolvem restringir a participação de pessoas na Ceia conforme os critérios moralistas de seus líderes. Quando um "pastor" impede que um homossexual ou um viciado em drogas celebre o memorial de Cristo, ele está limitando o banquete aos que têm alguma moeda moral, deixando de fora os que seriam mais necessitados espiritualmente. E, com isto, um religioso acaba agindo como réu do corpo e do sangue do Senhor porque está excluindo da comunhão no corpo um ser pelo qual Jesus morreu.

O "comer indignamente" em nada tem a ver com o fato de alguém participar da Ceia do Senhor tendo ainda falhas de caráter e de comportamento, coisas que todos nós teremos todos os dias durante a nossa peregrinação na Terra. Qualquer discípulo de Jesus, à semelhança dos doze apóstolos na primeira Ceia, deve ter a consciência de que suas fraquezas pessoais vão continuar se manifestando mesmo depois de inúmeras celebrações. Então, o que deve ser refletido na ocasião do memorial de Cristo é justamente compreendermos a nossa condição de pecador e o significado da mensagem libertador do sacrifício na cruz, na qual a minha carne também tem que ser pendurada.

Logicamente que, durante 1900 anos, não interessou às autoridades eclesiásticas trazer o verdadeiro esclarecimento sobre o sentido da Ceia. A instituição da eucaristia passou a ser utilizada como um instrumento para se incutir culpa nas pessoas por suas faltas cometidas. O "pastor" arroga-se no direito de indicar aquilo que, na sua visão moral, seria certo e errado, sem que o próprio participante do evento adquira consciência própria cerca de suas ações. E quase sempre as reprovações do líder religioso estão voltadas para falsos ideais de pureza que, na prática, são mecanismos repugnantes de repressão da sexualidade humana e uma distorção da ideia sobre santidade já que é muito fácil alguém condenar no púlpito coisas como o sexo fora do casamento formal, o fumo ou a ingestão de bebidas alcoólicas, mas ignorar a desigualdade social manifestada inúmeras vezes dentro da própria Igreja.

Nos dias de hoje, quantos empregadores que se dizem cristãos e dão boas ofertas em suas igrejas não exploram seus empregados e conduzem seus negócios sem ética?

Que tipo de ceia é esta em que, apesar de todos comerem juntos os elementos simbólicos do pão e do cálice durante a celebração na igreja, ninguém mais é capaz de pensar no bem estar do seu próximo e cada um só se preocupa com a satisfação das próprias necessidades?

Acontece que não posso deixar de confessar este pecado coletivo dos cristãos nos tempos atuais. Pois a omissão da Igreja tem a condenado junto com os malfeitores que crucificaram a Jesus. Com isto, o cristianismo come e bebe para a sua própria perdição, obscurecendo o seu entendimento acerca do que é sermos um só povo e da vida baseada no amor, onde não deve mais haver diferenças sociais no meio da assembléia de Cristo.

Oro para que a Igreja tome consciência do seu papel social e que se liberte dos moralismos hipócritas, passando a incluir na Ceia do Senhor a todos, pois foi por todos que Cristo morreu na cruz dando o seu corpo e derramando o seu precioso sangue.

Que Deus abra os nossos olhos!


OBS: A imagem ilustrativa deste artigo refere-se ao célebre quadro A Última Ceia (1495-1497) do gênio renascentista Leonardo da Vinci (1452–1519) e se encontra no convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão. A obra baseia-se em João 13.21, quando Jesus anuncia aos doze apóstolos que um dentre eles iria traí-lo. No entanto, deve-se considerar que a pintura seria uma versão europeirizada da cena, visto que, nos tempos de Jesus, como ainda é costume no Oriente Médio, a refeição era servida no chão, não sobre um móvel com "pés" onde os discípulos pudessem se sentar em cadeiras.

12 comentários:

  1. Rodrigo, as únicas palavras que me sobraram para endossar seu texto é: "PROFUNDO E ESPIRITUAL".

    Já tenho discutido aqui na nossa reunião no Caminho da Graça, sobre os paradígmas embutidos na ceia pela religião, e postei também alguns textos do Hugo do blog Pão & Vinho, que desmistificam alguns tabus desse momento que deveria ser tão simples e a expressão de quem ganhou a consciência do amor altruísta no Evangelho.

    Estou levando para o Conexão da Graça, espero que não se importe.

    Um ABRAÇÃO AMIGÃO,

    Franklin

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  2. Rodrigo,


    As "igrejas invangélicas" aqui em meu Estado ainda preconiza o velho esquema maquiavélico de dividir as "ovelhas do sinhô" em dois cercados: "Membros" e "Congregados". Só os membros (os batizados nas águas) têm o direito de participar da "ceia". (rsrs)

    Os congregados, no dizer dos líderes dessas arapucas, são crentes "SEREIA", isto é, crente metade peixe e metade gente (rsrs)

    Mas existe um tipo de crente muito comum entre nós - é o crente CAMALEÃO - aquele que se adapta a qualquer circunstância. (rsrs)
    Para saber mais sobre esse tipo de crente, acesse o link abaixo:

    http://levibronze.blogspot.com/2010/02/sereia-o-em-parte-cristao-e-o-camaleao.html

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  3. Olá, Franklin!

    Fica à vontade para compartilhar meu textos no seu blogue e também nas reuniões lá do Caminho da Graça. Inclusive, pelo que já deve ter observado, aprecio muito o trabalho do nosso irmão Caio Fábio.

    Caso também queira compartilhar aqui algumas postagens de outros blogues relacionadas ao tema, fique à votnade, pois será sempre enriquecedor. Até porque pretendo retornar ao assunto em outras ocasiões porque ainda vejo alguns detalhes a serem elucidados e aprofundados.

    Grande abraço!

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  4. Meu querido Levi,

    Obrigado por sua participação e pelo link do seu artigo.

    Pelo menos nas duas últimas igrejas que eu me congreguei (a atual e anterior) e talvez nas outras duas das quais fiz parte antes de me "desviar" na década de 90, já não tinha mais esta de restringir a participação na Ceia aos que fossem considerados membros da congregação ou denominação. Porém, quando me tornei batista, tive que batizar-me novamente nas águas porque o ritual feito numa outra igreja não tinha valor para o grupo. Inclusive há igrejas batistas mais tradicionais em que a carta de transferência de membro para outra congregação não pertencente à mesma convenção chega a ser negada pela igreja de origem. Foi o que ocorreu comigo quando, depois de passar doze anos "desviado", recebi uma correspondência negando a transferência. Aì fui excluído. Não por ter ficado desviado ou ausente ou andando em pecado como realmente ocorreu comigo, mas sim porque, na época da comunicação com eles, eu estava querendo ir pra outra igreja que não fosse batista e da mesma convenção...

    Acabei retornando em parte ao mundo batista desde o ano passado, mas junto com um grupo livre do tradicionalismo embora ligado institucionalmente à tal da convenção brasileira. Contudo, não por mágoa ou ressentimento, prefiro hoje não me considerar mais batista e construo meu pensamento teológico livre de qualquer influência doutrinária. Sinto-me como um membro da congregação de fato, não da denominação ou da instituição local, a qual foi fundada apenas para realizar o propósito do grupo e não o contrário.

    Infelizmente uma boa parte do país ainda não conhece esta maneira mais libertária de experimentar o Evangelho como tem buscado o pessoal lá do Caminho da Graça do Franklin e de outras congregações como a minha onde o vínculo institucional ou denominacional é mantido mais por razões de origem, coisa que nem sempre ajuda já que muita gente de fora ainda nos vincula aos batistas e a nossa maneira de pensar ainda surpreende a muitos que nos visitam, inclusive os próprios batistas de outras igrejas.

    Como bem colocou, existem também os crentes "cameleão" e eu conheço muito bem este comportamento. Principalmente entre os políticos evangélicos...

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  5. Oi Rodrigo, postei seu texto num link do meu blog: "Textos Recomendados", onde a proposta é desconstruir alguns mitos e tabus instalados pela religião e que ganharam força no sub-consciente da galera.

    Valeu, um ABRAÇÃO,

    Franklin

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  6. Obrigado por divulgar, Franklin!

    Se não se importar, às vezes posso querer divulgar alguns textos de sua autoria como já fiz certa vez pelo Facebook já que vi um daqueles ícones disponíveis na mensagem.

    Pra mim, conhecimento é algo que deve ser divulgado e compartilhado, sendo que todos podem participar da sua produção. Até os que divergem. Aliás, não é por menos queeu gosto de ler autores liberais, ateus ou que combatem a religião. Pois, ao ser confrontado comas ideias divergentes, muitos dos fundamentos nos quais eu acredito tornam-se explicativos, esclarecidos ou mais compreensíveis do que quando se deixa levar pela crença dogmática.

    Esta questão da Ceia talvez tenha mais a ver com a interpretação feita sobre texto de Paulo e há equívocos no meio cristão que precisam ser mesmo desconstruídos. Não só a ideia de transubstanciação do pãoe e do vinho que foi imposta pelo IV Concílio Lateranense mas também outros equívocos daí decorrentes que nem Lutero ou a Confissão de Westminster chegaram a romper.

    Abraços.

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  7. nos meus tempos de adolescente na assembleia de deus, em dia de ceia o pastor dava oportunidade para que os irmãos dissessem se tinham pecado; os que tinham coragem de levantar e confessar, contavam o pecado e a igreja perdoava. sempre se levantavam uns 4 ou 6 no máximo. e eu, no auge dos meus tenros pensamentos críticos, ficava imaginando se ninguém mais tinha pecado...

    antes de ser batizado, eu agradecia a deus não ter que ser constrangido a me levantar em dia de ceia e confessar que tinha me masturbado várias vezes durante o mês...kkkkkkkkk

    depois que me batizei com 15 anos, eu seguia a maioria: calava-me, mas não com um peso tremendo na consciência de que a qualquer momento um raio do céu me atingiria em cheio!

    sinceramente, não sei como não fiquei maluco naqueles tempos...rssss

    - deixei um comentário lá no texto onde você "tenta" me explicar teu pensamento teológico e onde eu "tento entender mas não entendo" tal pensamento...rsss

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  8. Amigo Eduardo,

    Repliquei novamente a você lá nos comentários do outro artigo do blogue, na expetativa de ter agora dado melhores esclarecimentos.

    A repressão sexual feita dentro das igrejas evangélicas (e no catolicismo também) é de deixar qualquer um maluco.

    Imagina só. Você vai participar da Santa Ceia e sabe que cometeu algumas faltas. Mas é informado também por um pastor que, se comer do pão e beber do cálice "indignamente", corre o risco de sofrer castigo: ficar doente (fisicamente ou espiritualmente) e até morrer.

    Mas, por outro lado, você faz parte de uma igreja. Se deixar de frequentar os cultos e de participar da Ceia, vão achar que você está "desviado", e não te interessa passar por esta situação. Aí, como crente obediente ao pastor, você comparece para mais uma Ceia, pede perdão por aquelas faltas da moral religiosa, e participa prometendo apenas a Deus não mais cometer o mesmo erro. Só que aí a celebração da Ceia termina, a rotina da vida retorna ao normal e novamente você se vê fora daquele regramento onde o pastor chega a provocar lembranças sobre violações comportamentais cometidas:


    "Faça um exame de consciência, pois a Ceia do Senhor é coisa séria (...) Examine se você tem andado em adultério or fornicação. Se tem pecado contra a natureza praticando homossexualismo mesmo nos seus pensamentos. Se você tem levado um namoro santo sembeijos prolongados ou carícias picantes ou prazeres sexuais que sejam completos ou incompletos. Se você tem pecado contra a sua própria carne praticando masturbação. Se você tem tido prazeres com pensamentos impuros ou os consentem. Se houve algum desejo em fazer algua coisa impura. Se o seu comportamento tem provoicado pensamentos ou desejos impuros em outras pessoas, usando roupas curtas e sensuais. Se você tem assistido filmes indecentes na TV ou acessado sites pornográficos ou mesmo olhado para a nudez das pessoas na rua. Se você tem ido a ambientes dançantes que estimulam desejos sexuais impróprios em você ou em outra pessoa. Se tem ficado sozinho com pessoas do sexo oposto sem necessidade (...)"


    Então, depois de tanto se desgastar com aquela neorose, um dia você decide sair da igreja. Sente-se mais livre andando "desviado" do que viver massacrado pelo moralista ambiente eclesiástico onde até seus impulsos e desejos sexuais não realizados são considerados "pecaminosos".

    Ora, não é por causa dessas coisas que muita gente se desvia da igreja?

    Dá para continuar frequentando um local onde, ao invés de colocarem remédio na ferida, ficam constantemente abrindo-a e expondo-a para voltar a sangrar mais?

    Mas posso te dizer que tenho aprendido a participar da Ceia sentindo meus pecados já perdoados. Participar da Ceia pra mim equivale a aceitar o perdão e o amor incondicional de Deus, mesmo sabendo que não vou corrigir certos defeitos, problemas de personalidade, etc. E, quanto á sexualidade, posso compreender durante a Ceia que, apesar de não experimentá-la de um modo 100% sadio, recebo continuamente graça para prosseguir.

    Evidentemente que nada disso vai retirar a minha responsabilidae pelos atos praticados, pois sei que se fizer certas coisas posso estar prejudicando pessoas. Sei que, se eu trair minha esposa ou adulterar, vou estar sendo destrutivo ao tentar satisfazer irracionalmente todos os meus desejos e meus instintos.

    Logo, a Ceia do Senhor pra mim é mais um momento de alívio e de perdão do que um peso moralmente imposto.

    Ceia é hoje pra mim como o amanhecer de um novo dia. É a oportunidade agradecer pela vida e pelo amor de Deus, de poder continuar tentando fazer diferente, de não desistir, de ser chamado de volta. É fazer uma reeição com graça e não debaixo de legalismos.

    Ora, desejo muito que as igrejas cheguem a uma compreensão mais graciosa da Ceia e não uma doentia dependência da culpa incutida pela moral religiosa. Não precisamos dessas celebrações penitenciais que se contrapõem à graça de Deus!

    Abraços.

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  9. e ainda tem o problema que é provável que a "última ceia" de jesus não tenha sido a "ceia cristã" onde tempos depois, se celebrava sua morte e a ressurreição. o que chamamos de "última ceia" na verdade foi "a última páscoa".

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  10. Bem lembrado, Edu! Mas aí vamos entrar numa situação super polêmica. Afinal, que Ceia era aquela que Jesus celebrou? Hoje em dia há controvérsias aos montes sobre o dia de sua morte. Pois além da divergência que há entre os evangelhos sinótico e o de João a respeito de qual teria sido o dia (se na sexta-feira ou na quinta), já li uma tese de que Jesus morreu na quarta. Outro indício bem forte é que o Sinédrio não poderia reunir-se em véspera de dia sagrado, o que pode significar que o julgamento e a morte de Jesus tenha ocorrido antes da festa do Pessach. Portanto, é bem possível que aquela Ceia não tenha sido a Páscoa judaica. Minha suposição é que os discípulos tenham preparado a Ceia na quarta e Jesus pode ter mesmo morrido na quinta, o dia da preparação, tornando-se, com isto, o Cordeiro de Deus que João Batista anunciou.

    Abraços.

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  11. OI gente eu me batizei nas águas e pensei q nunca mais iria masturbar, mas não resistir,estou arrependido me ajudem a ceia está chegando eu devo participar dela? por favor mande a resposta estou me sentindo sujo.

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  12. Prezado amigo,

    É claro que você deve participar da Ceia, pois ela é para todos. Pois foi por pessoas pecadoras, como são todos nesta Terra, que Jesus morreu. E, quando ele partiu o pão entre seus discípulos, ele sabia muito bem que todos ali iriam abandoná-lo no momento de sua prisão e que voltariam a cometer falhas.

    Dificuldades pessoais, compulsões, , sentimentos doentios, relacionamentos disfuncionais, vícios e maus hábitos são coisas que todos nós temos. Cada um com seu próprio problema e drama pessoal.

    A masturbação é um comportamento que muitos homens têm e que muitas das vezes está relacionada com uma ausência de vida sexual. É algo que quase todos fazem, principalmente quando somos ainda mais jovens e os hormônios estão a todo vapor. E outros continuam ainda se masturbando copulsivamente mesmo depois que passam a ter um relacionamento sexual e afetivo.

    A Bíblia não diz explicitamente que seja pecado se masturbar, assim como não condena o sexo (só as relações ilícitas descritas em Levítico 18.6-20 que são expressamente proibidas). E o que tenho a dizer é que a pessoa fará um bem a si mesma se conseguir evitar a prática da masturbação.

    Entretanto, sempre aconselho que, se a pessoa por acaso vier a "cair", que ela não se sinta "impura" e nem deixe de buscar a Deus, devendo continuar a caminhar sem cultivar culpas. Lembre-se deste versículo:

    "Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo". (1João 2.1-2; NVI)

    Amigo, o sangue de Jesus já te purificou de todos pecados, faltas e vícios. Portanto, você já se encontra limpo diante dele e deve PARTICIPAR da Ceia e celebrá-la com a graça de Deus.

    Abração!

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