"Como será o amanhã
Responda quem puder
O que irá me acontecer
O meu destino será como Deus quiser"
(João Sergio)
Na medida em que avançamos no tempo, perguntas começam a surgir sobre o que vai caracterizar as relações trabalhistas nas próximas décadas deste século cheio de incertezas.
Sem dúvida que há muitas tendências em curso não só quanto ao trabalho como também nas tecnologias, na educação, na família, nas habitações e na sociedade em geral. Algumas mostram-se otimistas enquanto outras são bem pessimistas. Contudo, muitas delas representam apenas mudanças sem nenhum ganho qualitativo podendo assim dizer.
Frequentemente ouço dizer que, na próxima década de 2020, haverá uma redução radical na jornada de trabalho. Fala-se, por exemplo, que mais pessoas trabalharão cerca de 25 horas por semana, significando que os empregados permanecerão nas suas empresas umas cinco horas diárias com mais tempo livre para dedicar-se à família, ou que, dependendo da atividade desenvolvida, o serviço prestado poderá limitar-se a apenas três diárias de oito horas sobrando quatro dias completamente livres para o lazer na semana.
Ora, este conto do país de Alice seria bom demais caso o empregado não estivesse levando tarefas para casa, o que está se tornando cada vez mais comum com a popularização da internet. Pois, embora seja justo e necessário que as empresas reduzam a jornada de trabalho dos seus funcionários afim de viabilizar a inclusão de mais gente no mercado de trabalho, sabe-se que isto é coisa difícil de acontecer na prática. Até porque, quando o patrão encontra um bom empregado, a empresa dá preferência aos eficientes serviços de uma só pessoa do que ampliar a equipe treinando e motivando mais pessoas.
Outrossim, mesmo que a tendência de redução da jornada de trabalho seja real no primeiro mundo, não acho que, nos países subdesenvolvidos ou emergentes, como é o Brasil, veremos as mudanças positivas acontecerem em tão pouco tempo. Pois, mesmo com o crescimento da nossa economia, sabe-se que as elites latino-americanas são muito atrasadas, os governantes extremamente corruptos e a maioria da sociedade sem uma consciência ainda desenvolvida para lutar em favor da ampliação de seus direitos.
Paralelamente a esta discussão, uma quadro mais preocupante vem sendo desenhado desde a década de 90 do século passado. Trata-se da estabilidade do trabalhador no seu emprego cada vez mais ameaçada e que tem interferido negativamente nas relações familiares e sociais de maneira drástica.
É fato que, atualmente, os contratos de trabalho têm durado cada vez menos, principalmente em países periféricos como o Brasil, como se o ser humano pudesse ser usado e depois descartado para a execução de uma determinada atividade. Então, se a economia está aquecida, o trabalhador encontra uma relativa oferta de vagas. Entretanto, quando há uma crise recessiva, milhões de homens e mulheres perecem sem opção empregatícia em seus países, perdendo o precioso tempo e sofrendo abalos psicológicos com o sentimento de não ter mais rumo certo.
Atualmente é assim que tenho visto uma grande parcela da população brasileira de meia idade ou que já se aproxima da velhice e ainda não preencheu os requisitos para aposentar-se ou ter acesso a benefícios assistenciais como o LOAS. Pois, vivendo num mundo em que o mercado de mão-de-obra é instável, o trabalhador precisa ser cada vez mais polivalente para adaptar-se às diferentes tarefas, sem que haja um programa de reciclagem ou atualização dos profissionais mais maduros. E aí, junto com esta tendência perversa, vem também o hediondo preconceito contra pessoas com mais idade que ainda é muito forte aqui no Brasil.
Dias angustiantes vivem tanto os trabalhadores quanto os aposentados, mas hoje são estes quem mais andam conscientes durante o breve instante de crescimento da economia do país, o qual pode não durar por muitos anos. Pois, enquanto a média salarial cresce diretamente proporcional ao aumento momentâneo da oferta de mão-de-obra, nossos idosos têm que enfrentar um custo de vida cada vez mais elevado com mais necessidades em relação à saúde e vendo os preços das coisas inflacionarem a cada ano (ou meses).
Não podemos esquecer que amanhã o Brasil poderá ser um país de idosos já que a taxa de fecundidade da mulher brasileira hoje é em torno de 1,8 filhos, o que é abaixo da taxa de reposição populacional de 2,1 filhos por mulher. Só que para equilibrar esta situação e também cobrir o rombo praticado por décadas na Previdência Social, o governo foi concedendo reajustes nos benefícios do INSS sempre menores do que o percentual do aumento de salário, o que reduz o poder sensivelmente o poder de compra dos idosos e viola frontalmente a dignidade da pessoa humana.
Como poderemos nos posicionar diante de todas estas tendências negativas articuladas dentro dos gabinetes dos políticos e nos escritórios das poderosas instituições financeiras?
Sinceramente, não vejo outra saída senão uma mobilização de todos os trabalhadores do mundo, incluindo desempregados, aposentados, autônomos, profissionais, liberais, empresários de pequeno porte e funcionários públicos afim de que todos nós tenhamos mais influência sobre as decisões estatais (leis e medidas do governo), bem como em relação às demandas do mercado de mão-de-obra. E, embora hoje os tempos sejam outros e bem diferentes do contexto das revoluções socialistas que marcaram o século XX, mais do que nunca esta frase profética de Karl Marx e Friedrich Engels, expressa no
Manifesto Comunista, permanece atual para os nossos tempos, bastando que se substitua o termo "proletários" por trabalhadores:
"Trabalhadores de todos os países, uni-vos!"
OBS: A foto acima de Karl Marx foi tirada em 1875 por John Mayall.
rodrigo, muito boa suas reflexões sobre o trabalho num futuro que já está aí. parece-me que a tendência de tirar benefícios dos trabalhadores será a tônica daqui prá frente para "desonerar as empresas". diz-se que um trabalhador custa para uma empresa 4 vezes a mais do que o salário que recebe. não sei até onde esse dado é verdadeiro. mas do que reclama, por exemplo, grandes empresas que a cada ano batem record de lucros como os bancos?
ResponderExcluirajustes acho que precisarão ser feitos pela própria dinâmica da evolução da sociedade e por certo, os trabalhadores devem se unir para defender seus interesses.
o fernando henrique tirou vários benefícios dos militares mas nós não podemos reclamar e nem fazer greve, senão é indisciplina. não sei se eram privilégios (quem recebe o privilégio nunca o vê como privilégio mas como um direito...rs).
abraços
Olá, Eduardo!
ResponderExcluirPelo que sei, o custo de manutenção de um trabalhador pode variar conforme o país e sua carga tributária.
No Brasil sei que se paga de tributos e despesas praticamente o equivalente por dois empregados. Mas, se considerarmos outras variáveis, como as demissões decorrentes da durabilidade cada vez menos do trabalhador em razão das necessidades da atividade desenvolvida, é possível que empresas grandes entendam ser o custo ainda maior.
De qualquer modo, o trabalhador precisa mobilizar-se afim de defender seus direitos. Não vejo outro caminho.
Sobre os militares, conheço bem a situação de vocês porque sou de família tradicional militar que tem presença nas Forças Armadas desde os empos do Império. Meu falecido avô paterno era da artilharia e esteve servindo no Recife com os norte-americanos na época da 2ª Guerra, sendo que, antes mesmo do FHC, os soldos já estavam reduzidos.
Realmente os militares não têm outros meios de se manifestar senão pelos que já não se encontram mais na ativa, por meio de instituições como o Clube Militar e outras inúmeras associações existentes, ou então através de suas esposas, as quais não se acham impedidas de fazer passeatas.
Mas valeu pelo comentário! Achei que ninguém fosse se interessar por este assunto.
Abraços.
Email pauloluiz41@hotmail.com
ResponderExcluirPensamentos do século 21
O mistério da nossa existência aqui na terra, continua intocável e sem solução, somente os crédulos acreditam que já o desvendaram.
Temos três tipos de seres humanos, os que acreditam em Deus, os que não acreditam e os que tem duvidas e continuam procurando.
Quarenta autores, um período de mil e seiscentos anos para serem escritos, não me parece algo confiável para acreditar que tenha desvendado o intrincado mistério que envolve a todos nós aqui neste planeta.
Se existe realmente um Deus, eu estou certo em questionar, pois minha inteligência veio de sua criação, se não fosse assim eu não teria como me manifestar.
Existem no nosso planeta bilhões de seres humanos, cada qual dizendo que sua crença e a mais certa. Por falta de unanimidade eu não confio em nenhuma delas.
A três coisas que fazem parte da nossa relação com o meio, são nossa observação, nossa compreensão e nosso julgamento, pois somos nós que observamos, analisamos e julgamos, Sendo assim não podemos acusar ninguém pelos nossos fracassos.
Um pensamento pode ter conteúdo profundo, mas se for escrito por pessoa comum, parece não ter nenhum valor, mas quando o mesmo pensamento for escrito por pessoa de nome importante, aumenta em mil vezes sua profundidade.
Aplaudir e elogiar pessoas importantes fazendo coro com a maioria é fácil, difícil é aplaudir e elogiar alguém sem nenhuma expressão, onde sua manifestação será solitária ou no maximo com a aprovação de poucos.
Paulo Luiz Mendonça.
Mostrar paisagens maravilhosas da terra, e atribuir isso a criação gloriosa de Deus é muito fácil, difícil é ter a coragem de mostrar as coisas tristes que há sobre nosso planeta, as quais nos entristecem o coração e atribuí-las também ao mesmo Deus.
Paulo Luiz Mendonça.
Email pauloluiz41@hotmail.com
ResponderExcluirA verdade.
A fé sem o dízimo não tem nenhum valor. Mas o dizimo sem a fé ajuda muito e é sempre bem vindo.
Acreditar em Deus ou não acreditar tem o mesmo valor, desde que você tenha convicção estabelecida pela sua própria consciência, não pela influência de terceiros.
Se tiveres dúvidas sobre sua existência pesquise, se tiveres medo se esconda atrás de sua fé e mais cômodo e menos cansativo.
A inteligência é a principal ferramenta que recebeste ao nascer, use-a o mais que puder, não tenha dó de submetê-la ao desgaste.
Os acomodados esperam ajuda das entidades divinas, os empreendedores a buscam no seu próprio trabalho e dignidade.
Se teu irmão não professa a tua fé, isso não impede que ele continue a ser seu irmão, nada no mundo pode mudar isso.
Tanto o ateu quanto o religioso, não sabem o caminho correto, se alguém tem um mapa é falso, pois mapa do tesouro escondido e ficção.
Consigo ver apenas um pequeno pedaço do universo, e um pequeno pedaço da terra, mas consigo ver com toda clareza a ignorância que assola a humanidade.
Se os seres humanos tivessem apenas instintos e não inteligência a terra seria um paraíso bem equilibrado.
Tudo está no saber pensar, saber refletir e saber executar, quem não tem este dom, deixa-se levar pela correnteza dos insensatos.
Os seres humanos são tão perigosos, que até os próprios humanos os temem, pois eles são sem sombra de dúvida, os mais perigosos dos inimigos.
Se os seres humanos pudessem ler o pensamento do seu semelhante, seria uma verdadeira catástrofe, pois isso mostraria o nosso lado sombrio e podre.
Não me preocupo com a morte, o que sempre me preocupou foi ver as religiões amedrontando as pessoas para poder dominá-las.
O temor do fogo do inferno, imposto a nós quando crianças é que levam a maioria das pessoas a buscarem alguma religião.
O medo mórbido do alem túmulo é o fator principal que fomenta a proliferação das religiões no nosso planeta.
Sobre crença e descrença em Deus, não se sabe quem está com a razão, pois até hoje ninguém voltou da morte para esclarecer nossas dúvidas.
Paulo Luiz Mendonça.
A inteligência humana, é algo extraordinariamente maravilhoso, mas se for usada preguiçosamente é o mesmo que um diamante bruto, não tem nenhum brilho que se possa admirar.
Paulo Luiz Mendonça.
Nosso cérebro, é o dispositivo central que controla nossas vidas, portanto, nunca permita que terceiros assumam o comando.
Paulo Luiz Mendonça.
Pensamentos abaixo foram tirados do livro Crônicas, indagações e teorias. Autor Paulo Luiz Mendonça.
Acredito firmemente que para vermos os defeitos das pessoas e necessário mantermos certa distancia, por este motivo é que não conseguimos ver os nossos próprios.
Paulo Luiz Mendonça.
BRINCADEIRINHA.
Se a maldade humana continuar crescendo, o inferno terá que ser ampliado.
Carência.
Há em nós seres humanos uma grande carência, esta faltando-nos humanidade.
NOSSAS OBRAS.
Há pessoas que passam pela vida, deixando nobres obras, outras deixando nobres nomes, e tem aquelas que não deixam nada, seus nomes se perdem na sedimentação do passado.
CRÍTICAS.
Criticas são como degraus para a nossa evolução, devemos sempre acatá-las, quando as mesmas vierem de um patamar acima de onde nós nos encontramos.
NOSSO PESO.
Todas as pessoas quando em vida, podem ter importâncias diferenciadas, mas depois de mortas a única diferença que pode se notar e o peso do caixão, mais leve ou mais pesado nada mais que isso.
Paulo Luiz Mendonça.
Prezado Paulo,
ResponderExcluirSempre é bom refletirmos!
Entre alguém estagnar-se na sua fé ou rejeitar descobri-la, melhor é continuar sempre procurando.
Assim, acho preferível aquele que questiona se Deus existe do que aquele que simplesmente ignora a sua existência ou despreza a sua própria falta de fé.
Ninguém pode afirmar que a sua crença seja a mais correta. Na verdade, o que todos contruímos em nossas mentes são imagens de Deus. Não temos e nem poderemos ter uma concepção fechada e acabada sobre a Suprema Realidade.
Concordo que o homem possa ser o mais perigoso de todos os inimigos, mas também pode se tornar no melhor dos amigos aqui deste planeta.
Abraços.
vC SABERIA ME RESPONDER ESSA PERGUNTA?
ResponderExcluirAo "comprar" a força de trabalho, o capital desgraçadamente se apropria da capacidade de medida do valor (aquela grande tautologia do gênio que aparece em cada célula de sua obra!). Ele (capital) se valoriza, e portanto, ganha capacidade de medir a si mesmo...
Pergunta: Porque a tomada da capacidade da medição de valores culmina com a valorização DO CAPITAL? Porque ele não explica isso?é a falha do gênio?